terça-feira, 15 de julho de 2014

Campos diz que não tem intenção de disputar reeleição caso seja eleito


15/07/2014 11h53 - Atualizado em 15/07/2014 13h30


Candidato do PSB à Presidência participou de sabatina em São Paulo.
Presidenciável voltou a dizer que o PMDB está com 'o pé em duas canoas'.

Filipe Matoso Do G1, em Brasília
Eduardo Campos participa de sabatina da Folha e do UOL com candidatos à Presidência (Foto: Reprodução)Eduardo Campos participou de sabatina da Folha e do UOL com candidatos à Presidência da Republica.
 
 
Candidato do PSB à Presidência da República, o ex-governador pernambucano Eduardo Campos afirmou nesta terça-feira (15) que, caso seja eleito em outubro, não pretende disputar a reeleição em 2018. O presidenciável participou de sabatina promovida pelo jornal Folha de S.Paulo, pelo portal UOL, pelo SBT e pela rádio Jovem Pan.


Indagado sobre se apoiava a proposta de reforma politica que sugere terminar com a possibilidade de reeleição em troca de apenas um mandato de cinco anos, Campos disse aos entrevistadores que não tem "nenhum projeto de disputar a reeleição".


"Não vou ser eleito pensando em reeleição, [e sim] pensando em fazer com que o Brasil viva um tempo de união, com uma pauta renovadora, com ciclo de transição. (…) Não tenho nenhuma intenção de me candidatar à reeleição", ressaltou o ex-governador de Pernambuco.


Durante a entrevista, Eduardo Campos voltou a criticar o PMDB. Apesar de o PSB ter se coligado com os peemedebistas em oito das 27 unidades da federação, o presidenciável disse, na semana passada, que, se for eleito, o PMDB não fará parte de seu eventual governo. Nesta terça, o ex-governador pernambucano declarou mais uma vez que, na opinião dele, os peemedebistas estão com os pés em duas canoas na corrida presidencial.


"É verdade que há ainda a velha política no Brasil, e o PMDB dominante é o que está no governo da Dilma, está com o pé em duas canoas. Está com o pé no PT e com uma sublegenda na campanha do Aécio [Neves, candidato do PSDB à Presidência], é isso", enfatizou.

Copa do Mundo
 
Em meio à entrevista, Campos foi questionado sobre a organização da Copa do Mundo pelo Brasil e sobre declarações da presidente Dilma Rousseff de que os pessimistas foram “derrotados”. O candidato do PSB optou por não comentar diretamente as declarações da petista, mas afirmou não ser pessimista ou otimista, e sim “realista”.


Eduardo Campos comentou ainda uma possível reestruturação do futebol brasileiro, ponderando que a discussão não pode ser feita “no calor da emoção” das eleições. Na semana passada, após o Brasil ser goleado por 7 a 1 pela Alemanha, Dilma defendeu em entrevistas uma "renovação" na organização do esporte.

“Acho que o Brasil precisa discutir [a reestruturação do futebol], sem que o Estado interfira. Mas é preciso criar regras para que haja renovação no futebol. Todo mundo sabe o que acontece com o futebol brasileiro há muitos anos”, declarou Campos.


Obras atrasadas
 
Campos também foi indagado sobre o porquê de ele criticar obras atrasadas do governo federal uma vez que a transposição do rio São Francisco, uma das mais criticadas em discursos, é chefiada pelo Ministério da Integração Nacional, pasta que foi comandada pelo PSB até final do ano passado.


O candidato afirmou que o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho, seu afilhado político, tem responsabilidade pelo atraso, mas que a “responsabilidade política” do empreendimento é da presidente da República, na medida em que é o governo quem controla, segundo ele, o orçamento das obras executadas.

“A responsabilidade das obras que não foram entregues neste governo é da presidente Dilma, do seu governo. O ministro [Bezerra Coelho] tem parte da responsabilidade, mas a responsabilidade política é dela [Dilma]”, disse.

Questionado sobre o motivo de Bezerra não ter pedir demissão em razão dos atrasos, Campos afirmou que o ex-titular da Integração Nacional tinha intenção de sair do ministério desde dezembro de 2012.

Quando chegarmos ao final de agosto, a realidade vai ser muito diferente do que estamos vendo agora. Estou completamente tranquilo de que vamos para o segundo turno e vamos ganhar a eleição"
 
Eduardo Campos, candidato do PSB à Presidência
 
Votos de Marina
Campos foi indagado ainda sobre o fato de, até o momento, as pesquisas ainda não terem apontado uma significativa transferência de votos de sua vice, Marina Silva, para a candidatura do PSB. Em 2010, a ex-ministra do Meio Ambiente terminou a disputa presidencial na terceira colocação, obtendo cerca de 20 milhões de votos.


Ao responder à pergunta, o ex-governador disse que nem ele nem Marina nunca falaram sobre uma eventual transferência de votos. De acordo com Campos, ele tem seus votos e Marina tem os dela.

"Quando chegarmos ao final de agosto, a realidade vai ser muito diferente do que estamos vendo agora. Estou completamente tranquilo de que vamos para o segundo turno e vamos ganhar a eleição", destacou o ex-governador.

Críticas a Dilma
Eduardo Campos voltou a criticar nesta terça a gestão da presidente Dilma Rousseff à frente do Palácio do Planalto, especialmente em relação ao Nordeste. O candidato do PSB criticou obras atrasadas na região e afirmou esperar que suas intenções de voto nos estados nordestinos cresçam durante o período de campanha.



Ele afirmou, como já fez em outras ocasiões, que Dilma entregará o país pior do que encontrou, ao se referir à gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-governador disse que não dirige críticas a Lula em razão de o candidato do PT ser Dilma.

"Quem é o candidato do PT? A Dilma. Então, não posso disputar a eleição com outra pessoa. Se o candidato fosse Lula, estaria agora me dirigindo ao presidente Lula. Você acha que vou entrar nessa do PSDB de ficar aqui fazendo debate com o Lula? Não", disse o candidato.

Ao falar sobre Lula e Dilma, Campos elogiou a gestão do petista, entre 2003 e 2010, governo do qual fez parte como ministro da Ciência e Tecnologia. "Dizer que o governo Lula não foi muito melhor do que o de Dilma seria negar a realidade", concluiu.

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