quarta-feira, 22 de outubro de 2014

SP pode usar novas cotas do volume morto do Cantareira; saiba o que são



Do UOL, em São Paulo

  • Moacyr Lopes Junior/Folhapress
    Imagem aérea mostra carcaças de veículos na represa Atibainha, em Nazaré Paulista (a 90 km de São Paulo), um dos reservatórios do sistema Cantareira Imagem aérea mostra carcaças de veículos na represa Atibainha, em Nazaré Paulista (a 90 km de São Paulo), um dos reservatórios do sistema Cantareira
Com o baixo nível dos reservatórios e a falta de chuva, São Paulo já considera usar uma terceira parte do volume morto do sistema Cantareira, que abastece um terço da Grande São Paulo (6,5 milhões de pessoas).
O volume morto é a água que fica no fundo das represas e que exige o uso de bombas para ser captada. Fica abaixo do chamado volume útil, que tem capacidade para armazenar, no caso do Cantareira, cerca de 1 trilhão de litros de água. Atualmente, essa reserva útil está vazia.


O volume morto do Cantareira tem cerca de 500 bilhões de litros de água, segundo cálculos do governo estadual. Com essa quantidade, é possível abastecer durante pouco mais de três meses toda a população da capital paulista.


Volume morto do sistema Cantareira
  • Moacyr Lopes Junior/Folhapress
    Primeira cota
    A primeira parte do volume morto do Cantareira, que fica no fundo das cinco represas que integram o sistema, com 182,5 bilhões de litros de água, começou a ser captada em 15 de maio deste ano. À época, o nível do Cantareira estava em 8,2% e subiu para 26,7% Foto: Moacyr Lopes Junior/Folhapress
  • Moacyr Lopes Junior/Folhapress
    Segunda cota
    Com a falta de chuvas e o baixo nível dos reservatórios, o governo do Estado solicitou aos órgãos reguladores dos recursos hídricos para usar uma segunda parte do volume morto, com 106 bilhões de litros de água. A ANA (Agência Nacional de Águas) autorizou o uso em 17 de outubro, mas o governo precisa também do aval do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), que ainda não se manifestou Foto: Moacyr Lopes Junior/Folhapress
  • Moacyr Lopes Junior/Folhapress
    Terceira cota
    Sem previsão de chuva forte para o mês de outubro, o governo do Estado já considera usar uma terceira parte do volume morto, que tem pouco mais de 200 bilhões de litros de água. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) se referiu a essa cota pela primeira vez em 21 de outubro, mesmo dia que o presidente da ANA, Vicente Andreu, classificou essa parte como "ralo do reservatório, o lodo" Foto: Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Uma primeira parte, com 182 bilhões de litros, começou a ser retirada em maio deste ano. À época, o nível do Cantareira estava em 8,2% e passou para 26,7%.
Passados cinco meses, a temporada de chuvas fortes ainda não chegou, e o nível do Cantareira atinge recordes negativos a cada dia. Nesta terça-feira (21), o índice estava em 3,3%, percentual de água que resta dessa primeira parte do volume morto.

21.out.2014 - Imagem aérea mostra carcaças de veículos na represa Atibainha, em Nazaré Paulista (90 km de São Paulo), um dos reservatórios do sistema Cantareira. A falta de chuvas agrava ainda mais a situação do reservatório, que bateu novo recorde negativo nesta terça-feira (21), operando com apenas 3,3% de sua capacidade Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Diante disso, o governo do Estado pediu autorização aos órgãos reguladores dos recursos hídricos para usar uma segunda parte do volume morto, com 106 bilhões de litros de água.

A ANA (Agência Nacional de Águas) autorizou o uso desta segunda cota em 17 de outubro, mas o governo precisa também do aval do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), que ainda não se manifestou.

Sem previsão de chuva forte para o mês de outubro, o governo do Estado já considera usar uma terceira parte do volume morto, que tem pouco mais de 200 bilhões de litros de água.

Nesta terça, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) se referiu a essa cota pela primeira vez. "Nós já passamos o período da seca, já entramos na primavera, nem entramos na segunda reserva técnica e temos uma terceira reserva técnica", afirmou em entrevista à rádio Jovem Pan.


No mesmo dia, o presidente da ANA, Vicente Andreu, classificou essa terceira parte do volume morto como "ralo do reservatório, o lodo", durante debate na Assembleia Legislativa de São Paulo. Segundo ele, ela pode ser captada, mas seria "tecnicamente complicado".

A reportagem do UOL ouviu especialistas sobre uso do volume morto, que pode acumular sujeira, sedimentos e até metais pesados. Segundo eles, se não receber um tratamento adequado, essa água pode trazer riscos à saúde. Eles também chamaram a atenção para os danos ambientais.



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