terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Governo divulga, nesta quarta, cronograma e roteiro de coleta seletiva

 Medida pretende aumentar volume de lixo reciclado no DF, dos atuais 3% para 15% em até um ano


Ana Pompeu

Publicação: 11/02/2014 06:01  Correio Braziliense
 

A partir da próxima semana, 32 caminhões de coleta seletiva passam a circular em todas as regiões administrativas do Distrito Federal, incluindo as áreas rurais. Até amanhã, o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) divulgará o cronograma com as rotas e os horários dos veículos. Com o lançamento da política, o Governo do Distrito Federal pretende dar um salto no índice de lixo seco reciclado no DF: dos atuais 3% para 15% em até um ano.

A coleta seletiva deverá passar pelos endereços em dias alternados aos da convencional. Não haverá necessidade de uso de contêineres diferentes para separar o tipo de lixo. Mas os novos caminhões não levarão material orgânico ou misturado. O diretor-geral do SLU, Gastão Ramos, acredita que a população brasiliense não terá dificuldades para participar. “O caminho está sendo dado, com uma empresa diferente, caminhões diferentes, horários definidos, divulgação nos meios de comunicação. Caso as pessoas se confundam, deixaremos um bilhetinho avisando para a população que aquele lixo será recolhido em outro momento”, detalha. Nesta semana, o SLU também passará por todas as administrações regionais para apresentar o plano de coleta de cada região.

Comemoração

Tudo o que for recolhido pelos caminhões da coleta seletiva será levado às mãos das cooperativas. Hoje, são 32 instituições cadastradas. Na opinião da presidente da Associação Ambiente, Ana Cláudia de Lima Santos, a medida merece comemoração. “É hora de festejar, porque mostra que nossa luta não foi em vão”, afirma. No entanto, ela ressalta que outros passos precisam ser dados. “São mais de mil famílias de catadores na Estrutural. Precisamos brigar por dignidade, melhores condições de trabalho, valorização”, explica Ana Cláudia.

Durante evento de lançamento do programa, o governador Agnelo Queiroz garantiu que o início da coleta seletiva traz o anúncio de outras melhorias. “Teremos 16 centros de triagem com esteira, banheiros, armários, uniformes, com toda a estrutura necessária. Já temos quatro deles”, diz. A mudança não se dará apenas na vida dos catadores. “É uma questão cultural, de comportamento dentro de casa, do trabalho. A pesquisa feita mostra que a população está preparada, acha importante e necessário separar o lixo. Muita gente, inclusive, já faz isso, mas fica desestimulada ao saber que o caminhão mistura tudo”, exemplifica o governador.

Para que o projeto seja colocado em prática, o SLU dividiu o DF em quatro lotes, que serão atendidos pelas empresas CGC, Valor Ambiental e Quebec. O contrato tem validade de cinco anos. As empresas serão responsáveis pela coleta, pelo transporte e pela descarga de resíduos recicláveis. Depois de passar pelas cooperativas, os chamados rejeitos — aquilo que não pode ser aproveitado — seguem para o lixão. 
O lixo orgânico será levado às usinas de compostagem. A partir de maio, segundo expectativas do governo, o DF contará com um aterro sanitário e poderá encerrar o lixão da Estrutural.

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