quinta-feira, 24 de abril de 2014

Moradores do Lago Sul reclamam da instalação de totens publicitários


Placas publicitárias, autorizadas pelo DER, dividem opiniões no bairro. Quatrocentas delas serão distribuídas lá e no Plano Piloto




Publicação: 24/04/2014 06:00 Correio Braziliense

'Colocar mais propaganda nas ruas me parece uma coisa desnecessária. O governo deveria ser mais rígido na hora de permitir esse tipo de equipamento. Eles (os totens) ainda bloqueiam a visão de quem caminha na rua à noite'
Alana Nicianara, 23 anos, estudante (Ana Rayssa/CB/D.A Press)
"Colocar mais propaganda nas ruas me parece uma coisa desnecessária. O governo deveria ser mais rígido na hora de permitir esse tipo de equipamento. Eles (os totens) ainda bloqueiam a visão de quem caminha na rua à noite" Alana Nicianara, 23 anos, estudante


Uma série de totens instalados entre a QL 2 e a QL 14 do Lago Sul provocaram debate e insatisfação entre moradores e trabalhadores da região. As cerca de 20 peças pintadas de preto, com pouco mais de dois metros de altura, anunciam uma “surpresa” para quem caminha a pé. Os objetos pertencem à empresa Embrasil-EU e serviriam para fazer publicidade e, ao mesmo tempo, disponibilizar álcool em gel e protetor solar gratuitos para pedestres. A principal queixa é que as novas placas causam poluição visual. O Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER) emitiu a autorização para a instalação dos equipamentos. Ainda estão previstos 400 na região administrativa e no Plano Piloto.

A estudante Alana Nicianara, 23 anos, está no grupo daqueles que não gostaram da novidade. Segundo ela, “o Lago Sul já tem placas demais”. “Colocar mais propaganda nas ruas me parece desnecessário. O governo deveria ser mais rígido na hora de permitir esse tipo de equipamento. Eles (os totens) ainda bloqueiam a visão de quem caminha na rua à noite. Alguém poderia se esconder atrás das placas”, reclamou. O motorista Ildeu Ramos, 43, também faz ressalvas. “Eu não acho bonito. É mais poluição visual e ainda atrapalha a visibilidade de quem dirige.”

Mas há também aqueles que não veem mal nos totens. A dona de casa Marli da Costa e Silva, 44, não vê problemas com a instalação deles. “Eu acho que informação nunca é demais. Eu gosto. Leio tudo. Muitas vezes, descobrimos coisas úteis, como promoções, por causa da publicidade”, afirmou. A doméstica Luiza de Sousa, 40, concorda. “Eu acho muito melhor um prisma arrumado, com uma propaganda bem colocada, com autorização do governo, do que esse monte de faixas e cartazes que espalham pelas paradas. Isso não só no Lago Sul, mas em todo o DF. Não me incomoda”, argumentou.

Na visão da prefeita comunitária do Lago Sul, Edlamar Batista Pereira, o primeiro problema é que nem o DER nem a empresa consultaram os moradores da região sobre a instalação dos totens. Segundo ela, a comunidade costuma ser contra publicidade, por conta da poluição visual. “Nós combatemos fortemente as placas e os anúncios irregulares há cerca de oito anos. A situação melhorou por uns tempos. Porém, desde 2012, vem piorando novamente. Nós lamentamos esse tipo de propaganda institucional. É uma agressão ao bairro e ao meio ambiente”, analisou. “Nós não fomos avisados, mas vamos procurar o DER.”





RENATO RIELLA

Sacanagem! Compartilhei no Facebook foto feita pelo advogado Paulo Castelo Branco, mostrando uma engrenagem horrível, preta, semelhante a um transformer, que foi instalada em grande quantidade no Lago Sul e certamente vai invadir outras praias.

É mais uma barbaridade dessas que invadem Brasília de vez em quando, até serem derrubadas pelo Ministério Público. Trata-se de peça para vender publicidade, de uma empresa chamada Embrasil-Eu. Cadê o Iphan? Cadê o novo administrador do Lago Sul, Tadeu Roriz?

No site dessa empresa, vem a explicação cínica:
“Nossas mídias, outdoor e indoor estão estrategicamente instaladas em áreas urbanas com grande fluxo de pessoas, visando promover sua marca de forma eficaz e responsável”.

Vá se ferrar! Vá promover as marcas em espaço apropriado para isso, sem poluir as pistas tradicionais da cidade. É ótimo poder dar esse aviso logo hoje, quando Brasília comemora 54 anos. Não aceitamos mais esse trambolho, até porque é esteticamente horrível e sem sentido.

O Brasil está em fase de desobediência civil. Sugiro que cada um de nós ajude a derrubar esses monstrengos, como vandalismo cívico meritório. É fácil! Está na beira da pista…

Passei por um desses “invasores” de espaço e arranquei um aviso vermelho que define o troço como “equipamento em fase de instalação”.

Diz ainda: “Ótimas novidades em breve. Aguardem!” Só se for ótima novidade para o bolso de quem inventou esta porcaria poluente.

No aviso vermelhão vem a explicação suspeita: “De acordo com Termo de Permissão de uso não-qualificada”. Aliás, não qualificada é ótima denominação, pois podemos qualificar como picaretagem.

O Lago Sul vai reagir contra isso. E o governador Agnelo Queiroz precisa apurar o que está por trás desse péssimo presente dado a Brasília no dia do seu aniversário.

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