quarta-feira, 9 de abril de 2014

Depósito de lixo pode pôr em risco fauna e flora de praia no Rio



Do UOL, no Rio






Imagem feita em janeiro de 2014, enviada pela internauta Letícia que denuncia queimada em praia de São Pedro d'Aldeia, no Rio de Janeiro. A região é um berçário de aves marinhas e, segundo ela, está ameaçado por queimadas de lixo dos barraqueiros. Em primeiro plano é possível ver o lixo na grama, já ao fundo, foco de queimada Letícia C.F./UOL
Com o fim do verão, São Pedro da Aldeia, município na Região dos Lagos fluminense próximo à Búzios, procura resolver problemas de destinação do lixo em seu balneário. A prefeitura alega ter poucos recursos, o que prejudica a coleta. Enquanto isso, o material não recolhido acaba na natureza, o que, além de degradar as praias, ainda pode gerar pequenos incêndios.


A situação é agravada pelas características da região, que passou pelo último verão com clima bastante quente e sem chuvas, e é berçário de espécies de aves marinhas.


Letícia C. F., que possui uma casa no município, denunciou ao UOL (com imagens que você vê nesta reportagem) que, durante a alta estação, a uma praia da cidade enfrentava queimadas do lixo proveniente dos quiosques a sua volta. "Um berçário imenso de aves marinhas é ameaçado por queimadas de lixo dos barraqueiros.

Em janeiro apaguei uma", contou. O UOL entrou em contato com a Prefeitura, Ibama ICMBio e ONGs locais e nenhuma delas têm conhecimento desta queimada.


A bióloga Ângela Bárbara Garda, do Instituto Chico Mendes (ICMBio), explica que, os impactos dependem das particularidades de cada evento, como intensidade e frequência, mas que esses focos de chamas provocam riscos. "Vegetação de restinga e Mata Atlântica não toleram fogo. Uma vez queimadas, necessitarão de longo prazo para recuperação até o estado anterior ao incêndio", diz.


"Se as imagens dos ovos quebrados (enviadas pela leitora) forem das espécies silvestres, o lixo e as queimadas podem estar, sim, prejudicando a reprodução dessas aves. Com isso, ocorre um desequilíbrio na população da espécie afetada ou mesmo na comunidade mais ampla", explica. A bióloga afirma que só com uma perícia é possível conhecer os reais danos.


A Secretaria de Meio Ambiente de São Pedro da Aldeia informou que pediu um levantamento para a Guarda Ambiental da cidade, mas não deu retorno à reportagem após três semanas do contato inicial.


Depósito de lixo pode pôr em risco fauna e flora de praia no Rio

Imagem feita em janeiro de 2014, enviada pela internauta Letícia que denuncia queimada em praia de São Pedro d'Aldeia, no Rio de Janeiro. A região é um berçário de aves marinhas e, segundo ela, está ameaçado por queimadas de lixo dos barraqueiros. "Em janeiro apaguei uma queimada. 
Milhares de ninhos, uma tristeza, abandonada, SOS", diz Leia mais Letícia C.F./UOL
Com o fim do verão, São Pedro da Aldeia, município na Região dos Lagos fluminense próximo à Búzios, procura resolver problemas de destinação do lixo em seu balneário.

A prefeitura alega ter poucos recursos, o que prejudica a coleta. Enquanto isso, o material não recolhido acaba na natureza, o que, além de degradar as praias, ainda pode gerar pequenos incêndios.

A situação é agravada pelas características da região, que passou pelo último verão com clima bastante quente e sem chuvas, e é berçário de espécies de aves marinhas.

Letícia C. F., que possui uma casa no município, denunciou ao UOL (com imagens que você vê nesta reportagem) que, durante a alta estação, a uma praia da cidade enfrentava queimadas do lixo proveniente dos quiosques a sua volta.

 "Um berçário imenso de aves marinhas é ameaçado por queimadas de lixo dos barraqueiros. Em janeiro apaguei uma", contou. O UOL entrou em contato com a Prefeitura, Ibama ICMBio e ONGs locais e nenhuma delas têm conhecimento desta queimada.

A bióloga Ângela Bárbara Garda, do Instituto Chico Mendes (ICMBio), explica que, os impactos dependem das particularidades de cada evento, como intensidade e frequência, mas que esses focos de chamas provocam riscos.


"Vegetação de restinga e Mata Atlântica não toleram fogo. Uma vez queimadas, necessitarão de longo prazo para recuperação até o estado anterior ao incêndio", diz.

"Se as imagens dos ovos quebrados (enviadas pela leitora) forem das espécies silvestres, o lixo e as queimadas podem estar, sim, prejudicando a reprodução dessas aves. Com isso, ocorre um desequilíbrio na população da espécie afetada ou mesmo na comunidade mais ampla", explica.


A bióloga afirma que só com uma perícia é possível conhecer os reais danos.

A Secretaria de Meio Ambiente de São Pedro da Aldeia informou que pediu um levantamento para a Guarda Ambiental da cidade, mas não deu retorno à reportagem após três semanas do contato inicial.

Problema com lixo é antigo

 

A secretária da pasta, Adriana Saad, por sua vez, reconhece os problemas com lixo e queimadas na extensão do município.

A prefeitura esclarece ainda que, para ser resolvida a questão do lixo – que é, de fato, um problema conhecido da região --, houve uma limpeza recente e vai começar, nos próximos dias, um replantio de vegetação nativa para proteger possíveis ninhos.

"Estamos organizando para todo São Pedro, principalmente para pontos críticos, um programa de sensibilização ambiental. Estamos refazendo o contrato com a empresa de lixo, aguardando processo para compra de lixeiras, além de placas e folders sobre o tema", completa Saad.

Em casos como o relatado ao UOL, a secretaria orienta a procurar o órgão ou a ligar para o telefone (22) 2621-3413 e fazer a denúncia.

ONG desconhece situação

A ONG SOS Aves e Cia, que atua na preservação de aves marinhas no Estado do Rio, disse que não conhecia o problema e ligou para os bombeiros para perguntar de denúncias de queimadas.

A secretária de Meio Ambiente de São Pedro da Aldeia destacou que nem sempre a corporação é chamada. "As queimadas não foram só em São Pedro, e sim e toda região. Nesta época do ano, é muito difícil não acontecer. Muitas vezes não conseguimos contar com o Corpo de Bombeiros e temos que nos virar com abafadores", disse.

Problema com lixo é antigo

A secretária da pasta, Adriana Saad, por sua vez, reconhece os problemas com lixo e queimadas na extensão do município.


A prefeitura esclarece ainda que, para ser resolvida a questão do lixo – que é, de fato, um problema conhecido da região --, houve uma limpeza recente e vai começar, nos próximos dias, um replantio de vegetação nativa para proteger possíveis ninhos.

"Estamos organizando para todo São Pedro, principalmente para pontos críticos, um programa de sensibilização ambiental. Estamos refazendo o contrato com a empresa de lixo, aguardando processo para compra de lixeiras, além de placas e folders sobre o tema", completa Saad.


Em casos como o relatado ao UOL, a secretaria orienta a procurar o órgão ou a ligar para o telefone (22) 2621-3413 e fazer a denúncia.

ONG desconhece situação

 

A ONG SOS Aves e Cia, que atua na preservação de aves marinhas no Estado do Rio, disse que não conhecia o problema e ligou para os bombeiros para perguntar de denúncias de queimadas.


A secretária de Meio Ambiente de São Pedro da Aldeia destacou que nem sempre a corporação é chamada. "As queimadas não foram só em São Pedro, e sim e toda região. Nesta época do ano, é muito difícil não acontecer. Muitas vezes não conseguimos contar com o Corpo de Bombeiros e temos que nos virar com abafadores", disse.

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