quarta-feira, 30 de abril de 2014

O retorno da direita: os sucessivos fracassos de governos esquerdistas, tornam natural a volta da direita

Blog PRONTIDÃO

A direita levanta a cabeça 




Os sinais estão à vista. A disposição de enxergá-los depende de cada um.


1 — Numa afronta à democracia, a ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber decide que a CPI da Petrobras tem que ser assim, e não assado. Pouco importa a decisão do Senado. A propósito, quantos votos teve a magistrada para imaginar que a opção de milhões de eleitores, que, mal ou bem, escolheram seus representantes no Congresso, vale menos que a dela? 


[a Constituição Federal vigente, elenca entre as atribuições do Supremo apreciar descumprimento de preceito constitucional, situação que estava ocorrendo quando Renan Calheiros -  presidente do Senado e líder "extraordinário" do governo - pretendia a criação de uma CPI em desacordo com princípios constitucionais.
Diante da clara violação da Constituição Federal a Oposição recorreu ao Supremo - instância competente para apreciar matéria constitucional - e a ministra Rosa Weber deferiu pedido de liminar, brecando as pretensões do senador Renan.
Até que a  matéria seja apreciada pelo Plenário do STF vale, de acordo com as normas legais vigentes, a decisão da ministra.] 

 

2 — A Petrobras aprovou uma compra mais do que polêmica de uma refinaria em Pasadena, nos EUA. Isso já é sabido de todos. Mas alguns detalhes são interessantes: o conselho que aprovou a operação reunia representantes do “mercado” e do governo. Uma espécie da tal parceria público-privada sonhada e idolatrada por 11 entre 10 teóricos neoliberais. Pois bem: onde foram parar nessa história toda Fábio Barbosa, Cláudio Haddad, Jorge Gerdau, expoentes do “empresariado” brasileiro que, com Dilma Rousseff e outros, aprovaram o negócio? Serão convocados a depor, ou deixa pra lá? 


[Dilma era na época a presidente do Conselho de Administração da Petrobras, portanto, a autoridade máxima daquele colegiado.
Além do mais, na condição de presidente da República Dilma continuou omissa em relação aos prejuízos que o caso Pasadena estava causando à Petrobras.]




 
3 — Num atentado às regras mais elementares da Justiça, o Supremo mantém encarcerado o ex-ministro José Dirceu em regime fechado, embora sucessivas sentenças do mesmo tribunal tenham condenado o réu a cumprir regime semiaberto. Aliás, Dirceu vive uma situação “sui generis”: Foi condenado como chefe de uma quadrilha que, depois, o próprio Supremo concluiu que não existia.  


[o autor do artigo omite que ser "chefe de uma quadrilha" era apenas UMA das acusações contra o 'guerrilheiro de festim',   Zé Dirceu. Declarada pela STF que não existia quadrilha - decisão altamente contestável, mas que tem que ser cumprida - as demais acusações permaneceram e são elas que motivam o merecido encarceramento daquele criminoso.]

4 — Uma promotora do Distrito Federal, Márcia Milhomens Sirotheau Corrêa, com a maior sem-cerimônia, pede a quebra de sigilo telefônico não apenas de pessoas determinadas, mas de uma área geográfica que envolve o Palácio do Planalto, o STF etc., ao melhor estilo NSA de Obama. A desculpa oficial: apurar se José Dirceu usou ou não um celular na prisão — na qual, nunca é demais frisar, está detido ilegalmente. Qual a base para o pedido da sra. Corrêa? Denúncias informais, feitas por gente que não quis se identificar ou prestar um depoimento. Está certo que nossas faculdades de direito não são nenhuma maravilha, mas chegar a esse ponto para justificar a arapongagem desavergonhada é fazer pouco do mais ingênuo dos brasileiros. 


 [o jornalista Ricardo Melo omite - por desconhecimento ou por conveniência - que na fase inicial da quebra de sigilo solicitado pela promotora, foi constatada a existência de mais de 300 ligações - telefônicas ou SMS - entre o Presídio da Papuda e o Congresso Nacional/Palácio do Planalto.



A base para o pedido da promotora Márcia é a mais simples: dezenas de cúmplices/comparsas - vulgarmente chamados de 'companheiro' - do Zé Dirceu aparelham o Palácio do Planalto ou exercem mandato parlamentar no Congresso Nacional.]

5 — Depois de anos e anos, o STF absolve o ex-presidente Fernando Collor da montanha de crimes de que era acusado. Detalhe: o processado sofreu um impeachment por causa daquelas acusações, de resto muito mais evidentes e escancaradas do que, por exemplo, as do chamado mensalão. Bem, o “caçador de marajás” foi deposto, lembram-se? Dona Rosa Weber vai querer devolver o cargo a ele? 


[a absolvição do ex-presidente Collor ocorreu em algumas acusações por falta de provas e em outras por prescrição.




Quanto a devolver o cargo a Collor é algo que a esquerda entende melhor do que a direita, afinal, os esquerdopatas já realizaram sessões solenes no Congresso Nacional para devolver mandatos a políticos cassados pelo governo militar.





São tão aloprados na devolução de mandatos que devolveram o mandato do Jango, que perdeu o cargo em 1964 por decisão soberana do próprio Congresso Nacional, que  declarou vago o cargo de presidente da República.] 

 

6 — Pouco tempo depois de confessar as atrocidades cometidas durante a ditadura militar, coronel reformado Paulo Malhães foi assassinado no Rio de Janeiro. Malhães é aquele que ensinou como sumia com vestígios das vítimas na época anterior aos exames de DNA.
Bastava tirar a arcada dentária, cortar os dedos para desaparecer com as digitais e lançar o cadáver, ou o que sobrou, num rio. Diante disso, não é preciso ser nenhum Eliot Ness para saber que a morte de Malhães foi uma queima de arquivo — como, aliás, ele próprio antecipou em seus depoimentos. 


 [o coronel Paulo Malhães era possuidor de todos os requisitos que podem causar um infarto: quase octogenário, hipertenso, sedentário, sofria de hipertrofia miocárdica e sua morte ocorreu durante momentos de extrema tensão.




Mas, dúvidas que sua morte tenha sido 'queima de arquivo' estão surgindo e as mais sólidas são as que apontam para os chamados 'infiltrados'- denominação dos  esquerdistas que se arrependiam e passavam a colaborar com o governo militar entregando a cabeça de vários 'companheiros'.



Muitos dos tais 'infiltrados' conseguiram, de traição em traição, se dar bem e hoje ocupam cargos importantes no governo esquerdista e seria extremamente danoso para eles se o coronel Malhães - que tinha entre suas especialidade a conversão de terroristas em 'infiltrados' - resolvesse abrir a boca e identificar os infiltrados.
Além de perderem o emprego no governo, corriam o risco de serem 'justiçados' por muitos esquerdistas que entregaram.




Essa condição - ter sido infiltrado e temer eventual delação do Malhães - é uma excelente razão para motivar uma 'queima de arquivo' por um daqueles duplos traidores.] 

Dizem os compêndios: dias antes do golpe militar de 1964, lideranças pró-governo faziam pouco dos que alertavam para o risco de uma quartelada contra Jango Goulart. Uma das frases célebres: “Se a direita levantar a cabeça, ela será cortada”. Deu no que deu. As condições são diferentes, o mundo não é o mesmo, mas, pelo sim, pelo não, é sempre bom ficar esperto. Ou então esperar mais 50 anos para ouvir outra ladainha de “autocríticas”.

Fonte:  Ricardo Melo, Folha de S.Paulo

 

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