quarta-feira, 30 de abril de 2014

Um Editorial de Merda


Algo a ser lembrado



O editorial do dia 23 de abril do jornal Zero Hora, O Papel dos Militares, é extremamente revelador. Nele podemos verificar o completo despreparo e incompetência da editoria deste periódico além, é claro, do seu já conhecido posicionamento esquerdista (grande novidade!). 
O texto começa versando sobre um suposto desconforto com que os militares vêem o registro feito pela imprensa e as redes sociais dos 50 anos da Contra-Revolução de 31 de Março de 1964. A causa seria, conforme o editorial, o fato de a esquerda estar no poder, “incluindo-se aí pessoas que participaram diretamente da luta contra o autoritarismo, entre as quais a própria presidente da República” ela mesma, a terrorista.


Imediatamente, passa a afirmar que as reportagens não estão omitindo o apoio e a participação dos diversos setores da sociedade e do governo no que é chamado “quebra da democracia”, numa tentativa patética de dar isenção ao texto.


O cerne do texto, entretanto, revela o quão imbecil, desinformada e leviana é a equipe editorial de Zero Hora: "Os militares alegam que foram chamados para impedir a implantação do comunismo no país e que, pelo menos num primeiro momento, cumpriram o dever constitucional de defender a população. Trata-se, evidentemente, de uma falácia. Numa democracia, não é preciso fazer uso da força para substituir governantes que desonram seus mandatos, como os próprios brasileiros demonstraram posteriormente em 1992, no movimento de impeachment que provocou a renúncia de Fernando Collor. Ninguém precisou pegar em armas nem foi preciso colocar tanques nas ruas para mudar o governo em pleno mandato."


No primeiro trecho do parágrafo, o brilhante jornal Zero Hora, classifica a ação dos militares como sendo uma falácia, sob o argumento de que Numa democracia, não é preciso fazer uso da força para substituir governantes que desonram seus mandatos, como os próprios brasileiros demonstraram posteriormente em 1992, no movimento de impeachment que provocou a renúncia de Fernando Collor.


Ora... A falácia quem está cometendo são vocês editores idiotas. Vocês precisam estudar, e muito. Precisam se informar antes de fazer um texto de merda desses! João Goulart não apenas desonrou seu mandato. Ele queria dar um golpe. Ele queria implantar as reformas de base no país que nos fariam caminhar para o abismo comunista. Ou será que vocês não sabem disso? Vocês acham que ele foi visitar a China comunista para conhecer a Grande Muralha é isso?



Vocês, por acaso, têm noção da gravidade que foi o discurso feito por Jango aos sargentos no Automóvel Clube de São Paulo? Não, vocês não têm essa noção porque vocês são muito burros. Ali se pregava a quebra da hierarquia e da disciplina das Forças Armadas. E isso é grave. Militares, de qualquer país do mundo, são treinados e preparados para a guerra, para momentos de crise, e a integridade da instituição depende destes dois valores, inclusive para defenderem a segurança de vocês seus idiotas!


Vocês se esquecem que estávamos em plena Guerra Fria. Sonegam ao leitor a influência soviética nos partidos da esquerda brasileira. Calam-se quanto ao treinamento de Luís Carlos Prestes em terras comunistas com o objetivo de liderar o levante armado contra o país. Ignoram as ações do serviço secreto soviético por intermédio de Ladislav Bittman, agente tcheco, que forjou a influência norte americana nas ações daquele 31 de Março de 1964.



Vocês, editores da Zero Hora, são incapazes de estabelecer uma ligação entre a Intentona Comunista de 1935 com os fatos que deram origem à ação militar para salvar o país daqueles que pregavam a implantação de um regime assassino que matou mais de cem milhões de pessoas ao redor do mundo, que calou a imprensa, e que destruiu a religião e os valores morais nos países que o experimentaram. Acaso é este o regime que vocês defendem? Acredito que sim, visto que nada dizem a respeito das violações dos direitos mais fundamentais que sofrem os cubanos, os norte-coreanos os chineses e mesmo os russos.



Para completar a verdadeira falácia, o editorial traça um paralelo com o que aconteceu com o presidente Collor em 1992. Acontece que Collor não estava envolvido em, essas sim, “tenebrosas transações” para transformar o país em uma ditadura (de verdade viu?), como estava Jango. Não havia situação de quebra da hierarquia e disciplina nas Forças Armadas.  


Não havia um Brizola, tão idolatrado por vocês, que não passava de um delirante ideológico que queria impor à força o regime comunista no Brasil, recebendo financiamento de Cuba para fazê-lo (talvez Fidel tenha se cansado da sua incompetência). [Fidel, o tirano, cansou não só da incomPeTência do Brizola quanto da sua desonestidade, tanto que sé se referia a ela como "el ladron".]   


Não havia uma divisão dentro das três forças singulares entre os legalistas e aqueles que queriam evitar o golpe vermelho. Collor apenas foi condenado por corrupção, uma condenação da qual foi absolvido no STF. E vocês querem comparar a situação de Collor com João Goulart... Vocês ocultam que os simpatizantes de Jango pegaram em armas sim para defender o presidente. A situação era incomparavelmente mais grave.  


Não era uma simples troca de governante seus burros: era a troca de um sistema democrático por um totalitário! Censurar estas preciosas informações a seus leitores só pode ser obra de pessoas que são ou ignorantes ou ideologicamente comprometidas com a “causa”. (aliás, perto do Molusco, Collor é ladrão de galinhas!)


No prosseguir do editorial, tenta-se separar os atuais integrantes das Forças Armadas daqueles “golpistas e autoritários”. Ora... Não há separação, não há discordância. Há o que sempre houve: Forças Armadas coesas e comprometidas com a liberdade, com a verdadeira democracia e com os anseios do povo brasileiro, e não de um grupo político que aparelha o Estado, as universidades, a imprensa e mesmo a Igreja. 


Como arremate, o editorial termina afirmando que o distanciamento histórico dos acontecimentos de 1964 permite uma avaliação mais serena da participação dos militares no “golpe”, ressaltando que não se trata de revanchismo tal revisão, mas de se reavaliar o passado para que os erros daquele período não se repitam. Destaca que os civis e militares que protagonizaram aquele episódio (o 31 de março de 1964) não são isentos de crítica mesmo que protegidos pela lei da anistia. O engraçado é que a tal “revisão da história” só deve ser feita para os civis e militares que realizaram a contra-revolução.


Calam-se quando se trata dos terroristas, aí incluindo a Presidente da República e alguns atuais colunistas do jornal, que participaram do planejamento ou da execução de seqüestros, homicídios, estupros e torturas  inclusive de seus companheiros de causa (justiçamentos). Estes, segundo o editorial, são isentos de críticas e de culpabilidade, diferente daqueles. Recebem, aliás, polpudas indenizações paga pelo bolso de todos nós brasileiros, inclusive dos editores de Zero Hora.



A editoria de Zero Hora produziu um dos artigos mais infeliz, burro e idiota que eu já li. Poderiam ter feito melhor. Poderiam ter começado com a idéia de que “apesar da justificativa de salvar o país do comunismo, os militares acabaram endurecendo o regime... blábláblá AI-5.... blábláblá exílio em Paris, Roma e Londres... blábláblá censura.... blábláblá pobres estudantes e artistas lutando pela democracia... blábláblá torturas nos porões da ditadura... blábláblá viva Lula e Dilma”. Seria contestável também, mas muito mais verossímil.



Mas não. Quiseram criticar justamente o ponto onde a intervenção dos militares foi justificada, necessária e decisiva... O resultado: um editorial de merda.



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