domingo, 31 de janeiro de 2021

Aracaju recebe recursos do programa Cidades+ Verdes para arborização urbana

 

Aracaju recebe recursos do programa Cidades+ Verdes para arborização urbana

Publicado em 20/01/2021 15h21 

Equipamentos, insumos e viveiro viabilizarão plantio de 10.000 mudas para criação e manutenção de áreas verdes

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) destinou recursos para a implementação do programa Cidades+ Verdes no município de Aracaju- SE. O fortalecimento e revitalização da arborização urbana visam melhorar o bem-estar dos mais de 657 mil habitantes e os indicadores ambientais da capital sergipana. Para isso será feita a seleção e o plantio de 10.000 mudas apropriadas para a região.

Os recursos serão aplicados em estruturas, equipamentos e insumos necessários para a produção, manutenção e monitoramento das espécies que serão plantadas. Serão empregados um caminhão-pipa e uma bomba d'água que auxiliarão na rega e irrigação das plantas. Além dos equipamentos, o município ganhará um viveiro para desenvolvimento das mudas até que estas estejam aptas ao plantio.

Com mais arborização, amplia-se a capacidade de absorção de água, o que ajuda a prevenir enchentes e inundações, problemas que podem degradar o solo e até a qualidade da água. Além disso, as áreas verdes urbanas têm papel importante na conservação de nascentes e de todo o ecossistema do entorno.

Do ponto de vista socioeconômico, a arborização vai ajudar na melhoria da sensação térmica e qualidade do ar na região, trazendo mais qualidade de vida à população de Aracaju e contribuindo para a valorização urbanística das paisagens da cidade.

 

Cadastro Ambiental Urbano

Lançado pelo MMA em 2020, o programa Cidades+ Verdes é um dos eixos da Agenda Ambiental Urbana, que prioriza a qualidade do meio ambiente nas cidades, onde vivem 85% dos brasileiros. Para receberem ações do Cidades+ Verdes, as praças e parques urbanos devem estar registradas no Cadastro Ambiental Urbano, ferramenta de gestão criada pelo MMA para identificar e mapear as áreas verdes urbanas de todo o Brasil.

Saiba mais sobre o programa Cidades+ Verdes.

 

 

Ascom MMA 
(61) 2028-1227 

Modelo Floresta+ vira lei em todo o Brasil

 

Modelo Floresta+ vira lei em todo o Brasil

Publicado em 14/01/2021 10h02 

Previsto há 9 anos, pagamento por serviços ambientais foi consolidado por sanção do Presidente da República

O Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, sancionou nesta quarta-feira (13/1) a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (PNPSA). Na prática, a ação dá força de lei ao programa Floresta+, criado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) em 2020.

Aprovada pelo Congresso em dezembro de 2020, a PNPSA é o desenvolvimento mais recente de uma série de ações que o Ministério do Meio Ambiente vem tomando para criar um mercado de serviços ambientais no Brasil, em que pagadores remuneram aqueles que prestam serviços de conservação de floresta nativa, como vigilância, monitoramento, combate a incêndios florestais, proteção de nascentes, da biodiversidade e da natureza como um todo.

A criação da Secretaria da Amazônia e Serviços Ambientais, dedicada ao tema, e o lançamento do Programa Nacional Floresta+, foram importantes movimentos do Ministério para consolidar o Pagamento por Serviços Ambientais em todos os biomas.

Outros marcos são a implementação do Projeto-Piloto Floresta+ Amazônia, com recursos de R$ 500 milhões do Fundo Verde para o Clima, o Floresta+ Carbono, que reconheceu o livre mercado de crédito de carbono florestal, e a formalização da atividade econômica de conservação junto ao IBGE, permitindo emissão de nota fiscal para os serviços ambientais.

Saiba mais sobre o Floresta+

https://youtu.be/gcX-wt8GSkM


Floresta+ recupera mata nativa em bacia hidrográfica na Bahia

 

Floresta+ recupera mata nativa em bacia hidrográfica na Bahia

Publicado em 26/01/2021 15h13 

Recuperação de áreas degradadas trará benefícios econômicos para os agricultores e comunidades tradicionais da região

O Ministério do Meio Ambiente direcionou recursos no âmbito do programa Floresta+ para a recuperação e conservação da vegetação em territórios de pequenos agricultores da Bacia Hidrográfica do Rio Jiquiriçá, na Bahia.

Os recursos serão destinados para a aquisição de 10 kits que incluem materiais, insumos e ferramentas para recuperação de áreas degradadas. Além disso, serão realizadas oficinas de capacitação para recuperação de áreas degradadas. As ações serão destinadas aos agricultores familiares e comunidades da bacia.

A bacia hidrográfica do Rio Jiquiriçá é a maior sub-bacia do Recôncavo Sul, com população total de 350 mil habitantes, e abrange 19 municípios. A proposta beneficiará diretamente os pequenos proprietários rurais e comunidades que tenham áreas a recuperar em seus imóveis pela implantação e manejo de sistemas agroflorestais.

A implantação de sistemas agroflorestais contribui para a recomposição da vegetação nativa, promovendo melhorias nas condições ambientais da região. A recuperação dessa vegetação amplia a capacidade de infiltração das águas pluviais no solo, reduzindo os efeitos da erosão.

Além disso, o uso de espécies dos sistemas agrícolas locais, associadas às espécies frutíferas e nativas florestais, pode auxiliar na diversificação da produção, o que possibilita maior geração de renda para as comunidades rurais.

 

Programa Floresta+

Floresta+ é um programa do Ministério do Meio Ambiente que visa fomentar o mercado de serviços ambientais por meio do incentivo monetário ou não monetário como retribuição e incentivo àqueles que prestam atividades de conservação e recuperação em todos os biomas.

 

Ascom MMA 
(61) 2028-1227 

Biden parte para ofensiva na Amazônia

 Biden parte para ofensiva na Amazônia

Posted: 30 Jan 2021 03:22 AM PST


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net

Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

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O Presidente Jair Bolsonaro vai começar a sentir, a partir de hoje, os primeiros e incômodos efeitos de um “espancamento global” que vai se intensificar ....()

Os EUA lançaram, nesta sexta-feira, o “Amazon Plan Climate Principals”. O “Plano de Proteção à Amazônia” - como foi traduzido oficialmente por eles - “traz recomendações que visam a levar Joe Biden a cumprir a promessa de campanha de proteger a floresta, tarefa a cargo do representante oficial do presidente para assuntos do clima, John Kerry.

O Amazon Plan, comandado pelo grupo denominado “Climate Principals”, divide suas ações em quatro eixos: financiamento público e privado; comércio "forest-friendly"; cadeias de suprimentos limpas e transparentes; e diplomacia "robusta". Na sexta-feira passada, além do plano, o grupo suprapartidário, formado por democratas e republicanos, enviou para o presidente Biden e a vice Kamala Harris uma carta de apresentação. O Alerta Total recebeu o release oficial do grupo.

Os norte-americanos apresentam “justificativas” bem questionáveis para o plano: “O desmatamento na Amazônia é uma das principais causas do aquecimento global. Conforme as árvores são cortadas ou destruídas por queimadas, elas liberam carbono na atmosfera. Se a Amazônia fosse um país, seria um dos maiores poluidores do clima do mundo. As emissões anuais da Amazônia - que afetam nove nações sul-americanas - são quase tão grandes quanto as emissões do Japão ou da Indonésia”. O Alerta Total pergunta: Será  isso é realmente verdadeiro?

Outro “argumento”: “A Amazônia também é a região de maior biodiversidade do mundo, lar de milhões de povos indígenas e comunidades que dependem da floresta e é responsável por regular os padrões de chuvas em regiões agrícolas globalmente importantes, tanto na América do Sul quanto nos Estados Unidos. A taxa de desmatamento no Brasil atingiu o pico de 12 anos em 2020, e os cientistas estão cada vez mais preocupados com o risco cada vez maior de a Amazônia se transformar numa savana nas próximas décadas. O Alerta Total indaga: Será isso realmente verdadeiro?

A terceira justificativa surfa na “pororoca” do Covidão: “O desmatamento na Amazônia corre o risco de desencadear uma nova pandemia global, uma vez que a maioria das novas doenças infecciosas surge na fronteira da floresta, onde as pessoas e a vida selvagem se encontram”. O Alerta Total indaga: Será isso realmente verdadeiro? Claro que não! A retórica ambientalista, mais uma vez, se baseia em uma espécie de terror psicológico. O lamentável é que consegue acuar a turma de Bruzundanga que, de verdade, não cuida, nem conserva, como deveria a região amazônica.

O grupo autodenominado Climate Principals inclui três ex-funcionários do governo e quatro ex-negociadores-chefes para mudanças climáticas do Departamento de Estado norte-americano. Coletivamente, os membros do grupo lideraram a diplomacia climática dos EUA da Rio 92, em 1992, ao Acordo de Paris, de 2015. O release oficial destaca: “Esta é a primeira vez que um grupo bipartidário, com representantes dos partidos Democrata e Republicano, tão diverso e distinto se reúne para oferecer recomendações concretas de política climática internacional para qualquer região geográfica ou setor econômico em particular”.

Fazem parte do grupo: Bruce Babbitt, ex-governador do Arizona e secretário do Interior dos Estados Unidos; Frank Loy, ex-subsecretário de Estado para Assuntos Globais; Stuart Eizenstat, ex-Secretário Adjunto do Tesouro e Embaixador na União Europeia; William Reilly, ex-administrador da Agência de Proteção Ambiental; Todd Stern, ex-Enviado Especial para Mudanças Climáticas; Tim Wirth, ex-senador dos EUA pelo Colorado e subsecretário de Estado para Assuntos Globais, e Christine Whitman, ex-governadora de Nova Jersey e administradora da Agência de Proteção Ambiental.

As recomendações do “Amazon Plan Climate Principals” incluem a troca de dívidas dos países amazônicos com os EUA por ações que resultem em corte nas emissões de carbono; a destinação para a Amazônia de 5% da receita gerada nos EUA com a taxação sobre emissões de carbono e sobretaxas de combustíveis; a ajuda com tecnologia para o combate ao crime ambiental e organizado na região; a adoção de uma lei contra importação de commodities agrícolas produzidas em terras desmatadas ilegalmente; o estabelecimento de acordos comerciais e novas regulamentações dos EUA para limpar as cadeias de suprimentos das empresas norte-americanas; incentivos para que empresas norte-americanas que querem se tornar neutras em carbono invistam na floresta amazônica para compensar suas emissões; além de mecanismos de pressão para obter o compromisso dos governos latino-americanos com a proteção à floresta, como a adoção de políticas relacionadas ao comércio internacional - incluindo vendas de equipamentos militares - à filiação à OCDE e ao investimento estrangeiro.

O grupo Climate Principals tem o apoio da Diálogo Brasil - uma agência de comunicação estratégica que trabalha em prol da proteção das florestas tropicais e dos direitos de suas comunidades, do uso sustentável da terra e do combate às mudanças do clima.

Quatro áreas prioritárias

O Plano de Proteção da Amazônia concentra-se em quatro áreas em que o governo Biden pode atuar:

• Financiamento Público e Privado: Embora o sucesso dependa de uma ação global coordenada, os Estados Unidos precisarão fazer sua parte para mobilizar o financiamento necessário para a região amazônica. Entre as políticas propostas, os diretores do clima recomendam que o presidente, a vice-presidente Kamala Harris e o secretário Kerry convidem CEOs de grandes empresas dos EUA para uma cúpula na Casa Branca para garantir compromissos corporativos de financiar coletivamente pelo menos um bilhão de toneladas de reduções de emissões de gases de efeito estufa na Amazônia até 2025. Os diretores recomendam o uso amplo das autoridades de assistência externa existentes, inclusive no âmbito da Corporação Financeira para o Desenvolvimento, do Banco Mundial e da Agência para o Desenvolvimento Internacional. Os diretores também recomendam que o governo trabalhe com o Congresso para expandir a Lei de Conservação de Florestas Tropicais e Recifes de Coral para permitir que o governo negocie a troca de dívidas por ações de proteção ao clima com nossos aliados na região amazônica. Esse esforço deve oferecer às nações amazônicas novos tipos de alívio da dívida e / ou garantias da dívida em troca de ações ambiciosas para o clima e as florestas, em uma ampla gama de instrumentos de dívida potenciais.

• Comércio favorável à floresta: O governo deve considerar o alinhamento do comércio dos EUA com a política climática para a Amazônia. As importações dos EUA não devem alimentar o desmatamento ilegal, recompensar criminosos ou criar um campo de troca desigual. Entre as políticas propostas, os integrantes do Climate Principals recomendam que o governo garanta que os futuros acordos comerciais fortaleçam a governança das florestas tropicais e o estado de direito, inclusive promovendo a aplicação da lei local e proibindo a importação de commodities agrícolas cultivadas em terras desmatadas ilegalmente.

• Cadeias de suprimentos transparentes e limpas: O governo deve se esforçar para garantir que as empresas, investidores, consumidores e mercados de capitais dos EUA não contribuam para o desmatamento na Amazônia. Entre as políticas propostas, os Climate Principals recomendam que a administração exija que as empresas e instituições financeiras dos EUA divulguem, relatem e gerenciem os riscos climáticos relacionados ao desmatamento, a partir do protocolo criado pela Força-Tarefa sobre Riscos Financeiros Relacionados ao Clima.

• Diplomacia robusta: O governo precisará fortalecer alianças internacionais para transformar a proteção da Amazônia numa prioridade global. Entre as políticas propostas, os Climate Principals recomendam que o governo negocie acordos diplomáticos para incentivar a proteção das florestas sob as leis e estruturas políticas locais, inclusive por meio de sistemas de pagamento baseados em resultados que sejam compatíveis com o Acordo de Paris.

Sugestão prática e urgente do Alerta Total: Bolsonaro deveria interromper, imediatamente, suas brigas e diferenças pessoais com seu vice, e apoiar, de verdade, o trabalho do General Hamilton Mourão no Conselho da Amazônia. Do contrário, os ambientalistas globalistas vão fazer a festa com a narrativa sobre a Amazônia, cuja intenção real qualquer bebê de colo já sabe: ter controle sobre uma região estratégica para a qual, na realidade, os brasileiros (exceto os militares) dão apenas “importância” retórica.

A turma do Joe Biden e Kamala Harris não vêm para brincadeira. Bolsonaro precisa partir das meras “caneladas” para ações concretas… O novo time na Casa Branca não é formado por otários como a “oposição” de Bruzundanga. 

Confira o plano de proteção à Amazônia no original, em inglês.

Bandidos na Floresta


Vídeo que circula nas redes sociais de militares, mostrando a nada fácil ação das autoridades brasileiras contra bandidos profissionais que saqueiam os recursos naturais e ainda promovem terrorismo ambiental na Amazônia


sábado, 30 de janeiro de 2021

Com poder de esfriar a Terra, baleias ganham a atenção de ecologistas e economistas

 Com poder de esfriar a Terra, baleias ganham a atenção de ecologistas e economistas

  • Sophie Yeo
  • BBC Future
Baleia
Legenda da foto,

As baleias ajudam a enviar carbono para as profundezas do mar ao longo de suas vidas — e também quando morrem

Ver uma baleia encalhada na praia costuma despertar fortes reações. Pode deixar as pessoas curiosas — baleias encalhadas podem fazer coisas estranhas, como explodir. Também pode ser triste testemunhar uma criatura tão magnífica na água reduzida a uma massa de gordura sem vida em terra.

O que raramente se registra, no entanto, é a oportunidade perdida de sequestro de carbono.

As baleias, especialmente as baleias-de-barbatana e cachalotes, estão entre as maiores criaturas da Terra. Seus corpos são enormes reservas de carbono, e sua presença no oceano influencia os ecossistemas ao seu redor.

Das profundezas do oceano, essas criaturas também estão ajudando a determinar a temperatura do planeta — algo a que só começamos a dar valor recentemente.

Quase dois terços da população consideram a mudança climática uma emergência global

 Quase dois terços da população considera a mudança climática uma emergência global

O estudo ‘Voto Climático das Pessoas’ do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) também mostrou que as pessoas apoiam políticas climáticas mais abrangentes

  • De acordo com os resultados de uma nova pesquisa climática da ONU revelada na quarta-feira (27), quase dois terços dos mais de 1,2 milhões de pessoas pesquisadas em todo o mundo dizem que a mudança climática é uma emergência global, pedindo uma ação maior para enfrentar a crise.
  • Descrita como a maior pesquisa climática já realizada, o estudo  “Voto Climático das Pessoas ” do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) também mostrou que as pessoas apoiam políticas climáticas mais abrangentes para solucionar os desafios. A pesquisa  cobriu  50 países com mais da metade da população mundial.
Usina térmica em Port Louis, nas Ilhas Maurício, está contribuindo para as emissões de gases de efeito estufa na ilha do Oceano Índico.
Usina térmica em Port Louis, nas Ilhas Maurício, está contribuindo para as emissões de gases de efeito estufa na ilha do Oceano Índico. Foto | Stéphane Bellero/PNUD Ilhas Maurício

De acordo com os resultados de uma nova pesquisa climática da ONU revelada na quarta-feira (27), quase dois terços dos mais de 1,2 milhões de pessoas pesquisadas em todo o mundo dizem que a mudança climática é uma emergência global, pedindo uma ação maior para enfrentar a crise.

Descrita como a maior pesquisa climática já realizada, o estudo  “Voto Climático das Pessoas ” do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) também mostrou que as pessoas apoiam políticas climáticas mais abrangentes para solucionar os desafios. A pesquisa  cobriu  50 países, com mais da metade da população mundial.

“Os resultados da pesquisa ilustram claramente que uma ação climática urgente tem amplo apoio entre pessoas de todo o mundo, de todas as nacionalidades, idades, sexo e escolaridade”, disse Achim Steiner, dirigente do PNUD, em comunicado à imprensa.

O estudo  também mostrou “como” as pessoas querem que seus políticos enfrentem a crise climática. “Da agricultura sustentável à proteção da natureza e do investimento em uma recuperação verde após a COVID-19, a pesquisa dá  voz às pessoas  à frente do debate climático. Ela sinaliza maneiras pelas quais os países podem avançar com o apoio público, enquanto trabalhamos juntos para enfrentar esse enorme desafio”, acrescentou Steiner.

Maior pesquisa – O PNUD informou que esta  é a maior pesquisa mundial de opinião pública sobre mudanças climáticas. Ela  foi conduzida enquanto os países se preparavam para as negociações na COP26, 26ª sessão da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.

A sondagem  perguntou aos entrevistados se a mudança climática era uma emergência global e se eles apoiavam 18 políticas climáticas fundamentais em seis áreas de ação: economia, energia, transporte, alimentos e agricultura, natureza e proteção de pessoas.

Seu público-alvo de 1,2 milhões incluiu  mais de meio milhão de pessoas com menos  de 18 anos, um eleitorado chave sobre mudanças climáticas que normalmente não  vota em eleições regulares. Inovações, como distribuição em redes de jogos móveis, foram usadas para garantir que o público jovem fosse alcançado.

De acordo com o PNUD, especialistas em pesquisa da Universidade de Oxford ponderaram pela enorme amostra para representar corretamente os perfis populacionais de idade, sexo e educação dos países na pesquisa, resultando em margens de erro menores (+/- 2%).

Amplas políticas climáticas – Os resultados mostraram que as pessoas apoiam “políticas climáticas amplas”, que vão além da situação atual, disse o PNUD.

Por exemplo, em oito dos dez países de pesquisa com as maiores emissões vindas do setor de energia, a maioria apoiou a maior geração de energias renováveis. Em quatro dos cinco países com as maiores emissões provenientes de mudanças no uso de terras e com dados suficientes sobre preferências políticas, a maioria apoiou a conservação de florestas e terras. Nove em cada dez países com populações mais urbanizadas apoiaram maior uso de carros e ônibus elétricos, ônibus ou bicicletas

A pesquisa também encontrou uma ligação direta entre o nível de escolaridade e o desejo por uma ação climática, segundo o PNUD. Houve um grande reconhecimento da emergência climática entre aqueles que frequentaram a universidade ou colégio em todos os países, desde países de baixa renda, como Butão (82%) e República Democrática do Congo (82%) até países ricos, como França (87%) e Japão (82%).

Os resultados também revelaram que, enquanto os mais jovens (menores de 18 anos) eram mais propensos a dizer que a mudança climática é uma emergência, outras faixas etárias não ficaram muito atrás, com 65% entre 18 e 35 anos; 66% entre 36 e 59 anos; e 58% acima de 60. “Isso ilustrou que esta visão é  amplamente apoiada “, informou  o PNUD.

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 29/01/2021

 

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ONGs pedem a ONU que responsabilize Brasil por retrocesso na meta do clima

  

ONGs pedem a ONU que responsabilize Brasil por retrocesso na meta do clima

Rede de 1.300 organizações sugere em carta que Convenção do Clima da ONU peça que país reformule sua meta.

Por Solange A. Barreira

Uma coalizão de mais de 1.300 organizações ambientalistas entregou, na quinta-feira (28), à ONU uma carta pedindo que o governo brasileiro seja responsabilizado pelo retrocesso na meta nacional para o Acordo de Paris.

Na missiva, endereçada à secretária-executiva da Convenção do Clima da ONU, Patricia Espinosa, a rede Climate Action Network pede que a convenção destaque publicamente os pontos de retrocesso na chamada NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada) submetida pelo Brasil em 9 de dezembro. Também alerta que a acolhida da NDC brasileira pela convenção mandaria um sinal negativo para outros países. Por fim, sugere à ONU que apele ao Brasil para apresentar uma NDC aprimorada ainda neste ano, “que cumpra os requerimentos do Acordo de Paris”.

Esta é a primeira vez que a CAN escreve a Espinosa recomendando que um país individual seja admoestado publicamente pela convenção por conta de sua NDC. O movimento tem tudo para gerar desconforto na convenção, já que não existe no Acordo de Paris previsão legal para apontar o dedo para esta ou aquela nação.

O que existe é um relatório periódico no qual as metas agregadas são avaliadas para ver se a soma das NDCs é ou não é suficiente para cumprir os objetivos do acordo do clima — de limitar o aquecimento da Terra a menos de 2oC e tentar limitá-lo a 1,5oC.

Esse relatório será lançado em fevereiro, e os ambientalistas querem que ele aponte os retrocessos da NDC do Brasil, de forma a desestimular outros países de descumprir princípios fundamentais do acordo do clima.

O Brasil tem feito por merecer. Em 8 de dezembro, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, anunciou uma nova NDC brasileira que substitui a NDC apresentada em 2015 pela então presidente Dilma Rousseff. Na ocasião, o país havia prometido cortar 37% de suas emissões até 2025 em relação aos níveis de 2005, e havia apresentado também uma meta indicativa de 43% de redução de emissões em 2030.

No ano passado, o país simplesmente confirmou a meta indicativa para 2030. No entanto, como a conta das emissões de 2005 foi refinada de lá para cá, a nova NDC significa, na prática, que o país chegará a 2030 emitindo de 200 milhões a 400 milhões de toneladas de CO2 a mais do que havia se comprometido em 2015.

A carta elenca quatro pontos problemáticos na nova meta brasileira: permitir emissões mais altas em 2025 e 2030; falta de clareza sobre sua condicionalidade ou não a aporte financeiro externo; menos detalhe sobre as contribuições setoriais para a redução de emissões; e ausência completa de menções a adaptação.

“O exemplo do Brasil, que apresentou uma NDC em muitos aspectos mais fraca e menos ambiciosa que a anterior, não deveria ser aceito sob a UNFCCC e seu Acordo de Paris, menos ainda acolhido. Se tal NDC for acolhida, um sinal preocupante será dado a outros governos e atores sobre o nível de ambição que se espera deles”, afirma a carta da CAN.

“O Brasil de Jair Bolsonaro é um caso até agora único no mundo de NDC que retrocede na ambição em vez de avançar”, diz Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima. “O Acordo de Paris diz muito claramente que as NDCs só podem ser mais ambiciosas que as anteriores. Essa, inclusive, é uma regra que o próprio Brasil ajudou a negociar. O governo atual, que já disse ter orgulho de ser pária, está dando as costas não só para o planeta, mas também para a nossa tradição de política externa.”

Leia a seguir a íntegra da carta da CAN.

25 de janeiro de 2021

Prezada Secretária-Executiva,

Em nome da Climate Action Network e de suas mais de 1.300 organizações integrantes em mais de 130 países, permita-me expressar nossos sinceros votos de que 2021 possa ser um ano pacífico e saudável para a sra. e todo o secretariado da UNFCCC, no âmbito da qual nós, enquanto comunidade global, temos a capacidade de avançar de maneira significativa rumo a um futuro justo e mais seguro.

Para produzir um futuro seguro para todos, a ação climática urgente é essencial e obrigatória. Nesse aspecto, a CAN gostaria de manifestar sua mais profunda preocupação com a NDC atualizada submetida pelo Brasil em 9 de dezembro de 2020. Como sexto maior emissor mundial de gases de efeito estufa, o Brasil tem um papel importante na luta contra a mudança climática. Sendo um líder regional e uma importante economia da América Latina, tem os recursos necessários para acelerar a ação climática. E vez disso, o país escolheu submeter uma NDC que falha em aumentar sua ambição e que, de fato, representa uma regressão em relação à NDC anterior, nos seguintes aspectos:

Permite emissões absolutas muito mais altas em 2025 e em 2030 que a NDC anterior, devido aos níveis de emissões revisados no inventário da 3a Comunicação Nacional, indicada como linha de base provável na NDC atual. A NDC anterior explicava que as reduções de emissão em termos absolutos seguiam a linha de base de 2,1 GtCO2e derivada do segundo inventário. A NDC recentemente submetida usa níveis de emissão relatados na Terceira Comunicação Nacional, que em 2005 eram de 2,84 GtCO2e. O aumento de 740 MtCO2e na linha de base permite um aumento de emissões de quase 40% acima da meta anterior para 2025 e da meta indicativa para 2030. A nova meta para 2025 com uma redução de 37% é 1,76 GtCO2e, contra a meta anterior de 1,3 GtCO2e, enquanto a nova meta para 2030 com redução de 43% se traduz em uma meta absoluta de 1,6 GtCO2e, 400 MtCO2e maior que a meta indicativa da NDC anterior (1,2 GtCO2e). Considerando todo o período de 2021 a 2030, isso poderia significar vários bilhões de toneladas de CO2e em emissões e uma trajetória de emissões associada a altos índices de desmatamento. A NDC do Brasil levanta a possibilidade de usar os números de um inventário mais recente como linha de base. O governo adiou a submissão da sua 4a Comunicação Nacional, que reportou para 2005 emissões de 2,5 GtCO2e, até depois da submissão de sua NDC mais recente, embora o inventário tenha sido finalizado vários meses atrás. Usar esses dados ainda resultaria numa meta que permite um aumento de 20% nas emissões em relação à NDC anterior.

Falta de clareza sobre a condicionalidade da NDC atual. De maneira acertada, a NDC anterior do Brasil dizia claramente que “a implementação da iNDC do Brasil não é condicionada a suporte internacional”. Tal clareza não existe na NDC recém-submetida, e alguns de seus elementos sugerem até mesmo que não apenas a data do atingimento da neutralidade de carbono, mas as próprias metas de 2030, estão condicionadas a apoio. Por exemplo, o parágrafo final afirma que “O Brasil precisará receber ao menos US$10 bilhões ao ano, a partir de 2021, para fazer frente aos numerosos desafios que enfrenta, inclusive a conservação da vegetação nativa nos seus vários biomas.” Isso parece dizer que o Brasil não conseguirá controlar suas altas e crescentes taxas de desmatamento caso não receba os fundos mencionados. Uma vez que controlar o desmatamento é essencial para o atingimento das metas da sua NDC, isso aparentemente poria toda a NDC em risco caso os fundos não sejam entregues. Da mesma forma, o parágrafo anterior afirma que “a eventual não conclusão da regulamentação do Artigo 6 afetaria de forma muito negativa toda a arquitetura do Acordo de Paris e a implementação de seus objetivos”. Será que isso está a indicar que se as demandas do Brasil no Artigo 6 não forem atendidas e, portanto, a negociação do artigo 6 não for concluída, a implementação da NDC do Brasil, enquanto elemento da arquitetura de Paris, estará sob risco? A falta de clareza criada por essa NDC é um retrocesso em relação à clareza da incondicionalidade da NDC anterior.

Menos detalhe sobre as contribuições setoriais para o atingimento das metas na NDC, bem como ausência de elementos sobre adaptação. A NDC anterior continha informações sobre políticas e metas setoriais que ajudavam a entender e davam confiança em relação aos planos e às intenções do governo de implementar a NDC. Por exemplo, ela dizia que o Brasil tinha a intenção de zerar o desmatamento ilegal na Amazônia em 2030 e compensar as emissões do desmatamento legal, portanto, atingindo emissão líquida zero por desmatamento até 2030. A eliminação dessa informação sobre políticas e medidas para atingir as metas na NDC é um retrocesso em relação à NDC anterior. No contexto dos aumentos recentes nas taxas de desmatamento no Brasil, ajudados e potencializados por declarações, ações e políticas da atual administração, isso levanta questões sobre a intenção do país de atingir as metas da NDC, por mais fracas que elas tenham se tornado, e, portanto, sobre sua adequação ao artigo 4.2 do Acordo de Paris.

Nenhuma referência a políticas, medidas e ações de adaptação. A primeira NDC do Brasil declarava que o país estava “trabalhando no desenho de novas políticas públicas, por meio do seu Plano Nacional de Adaptação (PNA), em fase final de elaboração”. O Plano Nacional de Adaptação foi aprovado em 2016, após um amplo processo de consulta pública. A nova submissão da NDC não tem nenhuma referência a qualquer compromisso ou meta associada à adaptação.

Além desses pontos, a falta de ambição das metas propostas pelo Brasil não é o único problema na NDC atualizada: o processo para produzir a “atualização da primeira NDC” ocorreu sem nenhuma consulta, transparência ou participação. A sociedade civil, a academia e outros atores não foram, de nenhuma forma, envolvidos na sua preparação, apesar de a nova submissão ressaltar que “interações institucionais entre o governo e a sociedade civil se dão através do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas”. Não houve tal interação nesse processo.

À medida que a crise do clima se agrava e mais pessoas são afetadas pelos impactos devastadores da mudança climática, é imperativo que os países ampliem significativamente as metas e as ações de suas NDCs. Retrocessos não devem ser tolerados em nenhuma hipótese.

Os parágrafos 4.3 e 4.11 do Artigo 3 do Acordo de Paris expressam o princípio da progressão, e qualquer regressão ou redução da ambição das NDCs atualizadas ou sucessivas é uma violação do Acordo de Paris. O Brasil submeteu sua NDC de acordo com o Parágrafo 23, uma vez que sua NDC anterior tinha um prazo até 2025. Outros países que submeteram NDCs com mudança de período, incluindo ir de 2025 a 2030, o fizeram como Segunda NDC. No entanto, o Brasil pediu que sua NDC fosse considerada uma Primeira NDC atualizada, aparentemente numa tentativa de evitar enquadrá-la como “NDC sucessiva” para fins do parágrafo 4.3.

Esse subterfúgio legal não deveria ser permitido, e a NDC deveria ser reclassificada como Segunda NDC do Brasil. Independentemente da classificação, porém, o princípio da progressão se aplica a todas as NDCs novas ou atualizadas, e retrocessos nisso são uma violação do Acordo de Paris.

Nesse sentido, nós acreditamos que a UNFCCC tenha um papel fundamental a desempenhar, como guardiã que assegura – por meio dos Climate Dialogues, do relatório-síntese e de outras ações – que o mecanismo de torniquete, parte essencial do Acordo de Paris, seja funcional.

O exemplo do Brasil, que apresentou uma NDC em muitos aspectos mais fraca e menos ambiciosa que a anterior, não deveria ser aceito sob a UNFCCC e seu Acordo de Paris, menos ainda acolhido. Se tal NDC for acolhida, um sinal preocupante será dado a outros governos e atores sobre o nível de ambição que se espera deles.

Para que o Brasil seja responsabilizado por suas ações, nós pedimos à UNFCCC que mencione explicitamente os elementos da NDC que são deficientes e regressivos no relatório-síntese das NDCs, aguardado para fevereiro deste ano, e use a oportunidade para instar o Brasil a apresentar, antes da COP26, uma NDC aprimorada que cumpra os requerimentos do Acordo de Paris.

Cordialmente,
Tasneem Essop
Executive Director
Climate Action Network International

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 29/01/2021

 

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