terça-feira, 29 de novembro de 2022

Ave voadora mais pesada do mundo automedica-se com plantas medicinais

 

Ave voadora mais pesada do mundo automedica-se com plantas medicinais

Redação do Diário da Saúde

 




Esta é a abetarda, a ave mais pesada capaz de voar.
[Imagem: Wikimedia Commons]

Automedicação animal

Se você ver uma grande abetarda (Otis tarda) na natureza, é improvável que a esqueça. Enormes, coloridas e impossíveis de confundir com outras espécies, estas são as aves mais pesadas da atualidade capazes de voar, e com a maior diferença de tamanho entre os sexos.

Mas parece que as abetardas têm uma outra característica digna de nota: Elas procuram ativamente duas plantas com compostos que podem matar patógenos que as infectam.

As abetardas podem ser, portanto, um raro exemplo de uma ave que usa plantas contra doenças - ou seja, um animal que faz automedicação.

"Aqui mostramos in vitro que as abetardas preferem comer plantas com compostos químicos com efeitos antiparasitários," disse o Dr. Luis Sopelana, do Museu Nacional de Ciências Naturais de Madri (Espanha).

Plantas preferidas da abetarda

Já se suspeita há muito tempo que alguns animais façam automedicação, incluindo, com menor ou maior grau de confiança, primatas, ursos, veados, alces, araras, abelhas e moscas-das-frutas. Mas é complicado provar isso sem dúvida em animais selvagens.

A equipe espanhola então coletou um total de 623 excrementos de abetardas fêmeas e machos, incluindo 178 durante a época de acasalamento, em abril. Sob o microscópio, eles conseguiram contar a abundância de restos reconhecíveis (tecidos de caules, folhas e flores) de 90 espécies de plantas que crescem localmente e são conhecidas por estarem no cardápio das abetardas.

Os resultados mostraram que duas espécies são comidas pelas abetardas com mais frequência do que o esperado pela sua abundância: papoula do milho (Papaver rhoeas) e flor-roxa, (Echium plantagineum).

Dessas duas espécies, a primeira é usada na medicina tradicional como analgésico, sedativo e reforço imunológico, mas não é comida pelo gado. A segunda é tóxica para humanos e bovinos se ingerida em grandes quantidades. Elas também têm valor nutricional: ácidos graxos são abundantes em sementes de papoula de milho, enquanto as sementes da flor-roxa são ricas em óleos comestíveis. 

 


Estas são a flor-roxa (esquerda), e a a papoula, ou papoila do milho, os remédios preferidos das abetardas.
[Imagem: Alvesgaspar/Wikimedia]

Efeito medicamentoso

A seguir, os pesquisadores isolaram compostos solúveis em água e gordura de ambas as espécies de plantas e usaram diversas técnicas para catalogar sua identidade química. Eles descobriram que as papoilas de milho são ricas em alcalóides bioativos, como roeadina, roeagenina, epiberberina e canadina.

E os extratos de ambas as plantas mostraram-se altamente eficazes em inibir ou matar três parasitas comuns que acometem as abetardas: O protozoário Trichomonas gallinae, o nematoide (verme parasita) Meloidogyne javanica e o fungo Aspergillus niger.

Os cientistas concluem que as abetardas são as principais candidatas a aves que procuram plantas específicas para se automedicar, mas mais pesquisas em outras populações da ave são necessárias para confirmar que essa busca se dá pelo interesse em se curar dos parasitas ou ficar mais forte para a época do acasalmento.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Bioactivity of plants eaten by wild birds against laboratory models of parasites and pathogens
Autores: Luis M. Bautista-Sopelana, Paula Bolívar, María Teresa Gómez-Muñoz, Rafael A. Martínez-Díaz, María Fe Andrés, Juan Carlos Alonso, Carolina Bravo, Azucena González-Coloma
Publicação: Frontiers in Ecology and Evolution
DOI: 10.3389/fevo.2022.1027201

 

Eólica Offshore é a aposta do Brasil para consolidar a transição energética

 COP27

Eólica Offshore é a aposta do Brasil para consolidar a transição energética

As tendências e oportunidades do país com a geração de energia em alto mar foi discutida em um painel na Conferência do Clima

OBrasil tem uma perspectiva de liderança energética e, principalmente, uma oportunidade muito grande de fazer uma retomada da economia e da indústria a partir de recursos renováveis e de transição energética. A visão é da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEolica). A presidente da entidade, Elbia Gannoum, participou, nesta quinta-feira (17/11), do painel Eólicas Offshore: Tendências e oportunidades, no último dia de programação do Pavilhão Brasil na 27ª Conferência Climática das Nações Unidas (COP27), que ocorre em Sharm el-Sheikh, no Egito.

Para Gannoum, a energia eólica offshore, produzida em alto mar, é a grande aposta para o Brasil consolidar a sua transição energética. “Nós estamos falando em criar uma estrutura industrial, de colocar o Brasil na rota de transição energética, de atrair tecnologia, inovação, de atrair capital, gerar emprego e renda”, destacou.

Ela lembrou que energia eólica onshore no Brasil, aquela produzida em terra, ocupa 13% da matriz elétrica, com capacidade instalada de 25GW, e que o país é o 3º do mundo que mais investe em eólica onshore e o sexto em capacidade instalada. A partir do desenvolvimento da eólica offshore e do hidrogênio verde, na opinião da presidente da ABEEólica, o Brasil pode assumir a liderança mundial de energia e, principalmente, de energia renovável. “Os investidores se mostraram muito interessados. Hoje, o nosso grande desafio nem é atrair investidores. Eles já estão ávidos por investir, inclusive estamos com 170GW de projetos com pedido de licenciamento do Ibama”, destacou.

Com os 7.367 km de costa e 3,5 milhões km² de espaço marítimo sob sua jurisdição, o Brasil possui uma plataforma continental extensa que confere características favoráveis para a instalação e operação de empreendimentos para geração de energia elétrica offshore.

Em janeiro deste ano, o Governo Federal editou um decreto que regulamenta a cessão de uso de espaços físicos e o aproveitamento dos recursos naturais em águas do mar sob domínio da União para a geração de energia elétrica. O Decreto define como os procedimentos deverão ser conduzidos, onde poderão ser apresentados os pedidos de cessão e quais os passos que o empreendedor deverá seguir para consecução do empreendimento.

Já no mês passado, os Ministérios de Minas e Energia (MME) e do Meio Ambiente (MMA) publicaram uma portaria que cria o Portal Único para Gestão do Uso de Áreas Offshore para Geração de Energia (PUG-offshore). Todos os serviços de requerimentos e acompanhamentos de autorização para produzir energia offshore serão feitos pela plataforma.

O executivo da COP, empresa especializada em empreendimentos eólicos offshore, Diogo Nóbrega, que também participou do painel, ressaltou a importância da regulação para dar segurança jurídica aos investidores.

Ele lembrou que esse tipo de empreendimento demanda muito investimento e que precisa de incentivos governamentais para se desenvolver. Nóbrega falou da experiência da Dinamarca, que em 1991 construiu o primeiro empreendimento de energia eólica offshore do mundo. Já na Inglaterra, segundo ele, a energia eólica offshore não tem mais subsídio governamental e o custo está menor do que a geração em parques terrestres.

Outro participante do painel, Eduardo Kantz, diretor de Relações Internacionais e Sustentabilidade da Prumo, destacou a combinação entre portos e indústria com a energia eólica para ajudar o Brasil a descarbonizar a sua produção industrial.

A presidente da ABEEólica está confiante que no ano que vem será realizado o primeiro leilão de cessão de áreas de mar para usinas offshore.

Segundo o Ibama, a perspectiva é que sejam produzidos 700Gw de energia caso todo o potencial eólico brasileiro seja explorado, o que corresponde a dez vezes mais que o produzido por todos os empreendimentos de geração de energia instalados no Brasil, atualmente.

ASCOM MMA

Meio Ambiente e Clima

Projetos brasileiros de recuperação de áreas nativas serão destaque na COP27

 CONFERÊNCIA DO CLIMA

Projetos brasileiros de recuperação de áreas nativas serão destaque na COP27

O governo federal ampliou ações para recuperação da vegetação nativa em todos os biomas
Publicado em 07/11/2022 07h56 
20221107.jpg

Foto: Nelson Yoneda (Programa Arpa)

Um dos objetivos do Brasil na 27ª Conferência Climática das Nações Unidas, que começou neste domingo (06), no Egito, é mostrar ao mundo as medidas adotadas pelo Governo Federal para promover a restauração da vegetação nativa em todos os biomas do Brasil. A meta é recuperar, pelo menos, 12 milhões de hectares até 2030, principalmente em áreas de preservação permanente, reserva legal e terras degradadas com baixa produtividade. A medida faz parte do Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg).

O objetivo do Planaveg é ampliar e fortalecer as políticas públicas, incentivos financeiros, mercados e outras medidas necessárias para a recuperação da vegetação nativa.

Com esse objetivo em vista, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) desenvolve, atualmente, três projetos de cooperação internacional com doação de recursos não-reembolsáveis. O Projeto GEF Terrestre está executando 25 projetos de recuperação de áreas degradadas no interior e no entorno de Unidades de Conservação na Caatinga, Pantanal e Pampa. Até dezembro de 2023, a meta é recuperar 6,8 mil hectares de áreas degradadas nesses biomas. O projeto também envolve ações de fortalecimento da cadeia produtiva de sementes e mudas e de combate à incêndios florestais.

Outra iniciativa que recebe cooperação internacional é o Projeto Biodiversidade e Mudanças Climáticas na Mata Atlântica, coordenado pelo MMA com apoio do Banco Alemão de Desenvolvimento. São dez projetos de recuperação da vegetação e fortalecimento da cadeia produtiva associada à recuperação de mosaicos de Áreas Protegidas do Extremo Sul da Bahia, em Unidades de Conservação da Mata Atlântica Central Fluminense e Unidades de Conservação do litoral sul do estado de São Paulo e do litoral do Paraná. Ao todo, serão investidos mais de R$ 28 milhões para aumentar a conectividade de remanescentes florestais localizados no interior e entorno de Unidades de Conservação, especialmente Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs).

A terceira ação é o Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL-Brasil), que busca recuperar a vegetação nativa na Amazônia. A meta é promover a restauração florestal de 29,2 mil hectares de áreas estratégicas nos estados Acre, Amazonas, Pará e Rondônia, até 2026.

O projeto aprovou um plano de R$ 47,2 milhões para o período 2022/2023. Serão priorizadas a entrega de atividades de restauração florestal com o aporte de aproximadamente R$ 21 milhões no avanço da adequação ambiental de propriedades rurais e na restauração de área nativa.

Além dos projetos de cooperação internacional, o MMA e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estão apoiando ações de recuperação ambiental. Uma delas é o Floresta Viva, iniciativa destinada a implementar projetos de restauração ecológica com espécies nativas e sistemas agroflorestais em todos os biomas. A meta do projeto é receber investimentos de R$ 700 milhões em 7 anos e atingir entre 20 mil e 30 mil hectares de área restaurada. Isso equivale a retirar entre 7 e 10 milhões de toneladas de carbono da atmosfera, considerando um ciclo de crescimento da vegetação de 25 anos.

Existe, ainda, um Acordo de Cooperação entre MMA, Ibama e ICMBio com o objetivo de promover o planejamento e a articulação de ações conjuntas entre os órgãos ambientais federais para promover a recuperação ou recomposição da vegetação nativa. O primeiro plano de trabalho desse acordo é para desenvolver uma plataforma de dados e de informações georreferenciadas que permita a identificação e cadastramento de áreas que precisam de ações de recuperação ambiental em todo país.

Confira aqui a programação completa.

Saiba mais sobre a COP27.

ASCOM MMA

Meio Ambiente e Clima

Ministério do Meio Ambiente defende espécies ameaçadas na COP da biodiversidade

 CITES

Ministério do Meio Ambiente defende espécies ameaçadas na COP da biodiversidade

Evento aconteceu no Panamá e definiu os rumos da comercialização de espécies ameaçadas em todo o mundo

Durante a 19ª Conferência das Partes da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora Selvagens em Perigo de Extinção (CITES), no Panamá, o Brasil foi proponente de importantes propostas que visam a proteção da biodiversidade. Estiveram nas pautas encabeçadas pelo Brasil as raias de água doce, o peixe-zebra, o jacaré-de-papo-amarelo, as onças e a árvore que deu origem ao nome do nosso país, o Pau-brasil. A conferência, que terminou nesta sexta-feira (25), regula o comércio de quase 40 mil espécies ameaçadas e contou com a presença de representantes de mais de 170 nações.

O Brasil, dono da maior biodiversidade do planeta – são mais de 116.000 espécies animais e mais de 46.000 espécies vegetais conhecidas no País, espalhadas pelos seis biomas terrestres e três grandes ecossistemas marinhos – propôs que o pau-brasil (Paubrasilia echinata) fosse incluído no Anexo I, lista mais restritiva, que trata de espécies que são consideradas ameaçadas de extinção pelo comércio internacional. "Apresentamos a inclusão da espécie endêmica do país com intuito de fortalecer o controle sobre o comércio e extração ilegal dessa madeira nobre, de remanescentes naturais da Mata Atlântica", explica a secretária de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Julie Messias, que destacou que no Brasil, a espécie é protegida pela Lei da Mata Atlântica, que proíbe sua coleta na natureza.

A proposta, no entanto, foi rejeitada pelo secretariado da CITES e por parte da União Europeia, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão, além de entidades representantes do setor da música. Diante do impasse, formou-se um grupo de trabalho que, após muitas discussões, determinou que a árvore permanecesse no Anexo II, mas com uma anotação mais detalhada e restritiva que permita assegurar o controle do comércio de peças já produzidas e o combate ao tráfico e à extração ilegal de Pau-brasil na natureza. O Anexo II engloba as espécies que não se encontram em perigo, mas que podem chegar a essa situação, necessitando de uma regulamentação mais rigorosa para o comércio. 

O Brasil defendeu ainda a inclusão de raias de água doce (Potamotrygon spp.) no Anexo II. O texto foi aprovado por consenso e considerado uma vitória relevante à conservação dessas espécies, que sofrem forte impacto do comércio ilegal na redução de suas populações. Outra proposta foi a inclusão do peixe-zebra (Hypancistrus zebra) na lista mais restrita da CITES – no Brasil, a extração comercial da espécie está proibida desde 2004. Durante os debates, a proposta obteve considerável apoio das partes, mas com a resistência da União Europeia, o peixe ficou no Anexo II e foi estabelecida quota zero para exportação de espécie selvagens para fins comerciais, o que já é considerado um grande avanço para sua conservação. 

Outro sucesso foi a aprovação da proposta de transferência do jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris), que estava no Anexo I, para o Anexo II, visto que a espécie deste réptil saiu do status "criticamente ameaçado de extinção". Esse é um reconhecimento das políticas de proteção, conservação e manejo de espécies silvestres aplicadas no Brasil, a exemplo de outras espécies de crocodilianos brasileiros, como o jacaré-açu da Amazônia e o Jacaré-do-Pantanal, atualmente com a produção e o comércio regulamentados no Brasil e em nível mundial. O jacaré-do-papo-amarelo chegou a ser uma das espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção há décadas, o que justificou sua entrada no Anexo I da CITES à época.

“A aprovação unânime da proposta, com apoio inclusive do Secretariado CITES, é o reconhecimento do bom trabalho desenvolvido no país que permitiu assegurar a recuperação, o crescimento e a resiliência populacional para que voltasse a reconquistar sua ampla distribuição ao longo do território brasileiro, sobretudo nas regiões dos Pampas, da Mata Atlântica e da Caatinga”, comemora Julie Messias.

Propostas brasileiras na CITES:

  • Transferência de Hypancistrus zebra do Anexo III da CITES para o Anexo I da CITES.
  • Transferência de Potamotrygon wallacei e Potamotrygon leopoldi do Anexo III da CITES para o Anexo II da CITES.
  • Transferência de Paubrasilia echinata do Anexo II da CITES do Anexo I da CITES.
  • Transferência da população de Caiman latirostris do Anexo I da CITES para o Anexo II da CITES.

 

O Brasil foi também coproponente de outras seis pautas:

  • Inclusão do gênero Rhinoclemmys no Anexo II da CITES, apresentado pela Costa Rica.
  • Inclusão de todas as espécies da família Centrolenidae no Anexo II da CITES, apresentado pela Costa Rica.
  • Inclusão do gênero Kinosternon no Anexo II da CITES, apresentado pelo México.
  • Inclusão das espécies Chelus fimbriata e Chelus orinocensis no Anexo II da CITES, apresentado pelo Peru.
  • Inclusão de todas as espécies da família Sphyrnidae no Anexo II da CITES, apresentado pela União Europeia.
  • Resolução sobre Conservação de Tartarugas Marinhas, apresentada pelos Estados Unidos da América.

 Mais avanços

Também nesta edição da conferência, o Brasil foi indicado pelo grupo da América do Sul, Central e Caribe para representar a região como membro titular do Comitê Permanente da CITES. O grupo é responsável por dar o direcionamento do Secretariado da CITES em relação à implementação da Convenção, além de supervisionar o gerenciamento do orçamento do Secretariado. O Comitê Permanente também coordena outros comitês e grupos de trabalho quando requerido pela Conferência das Partes e participa da elaboração de minutas de documentos e resoluções a serem apreciadas na COP.

Ainda na COP19, foi solicita que seja realizado um encontro dos países de ocorrência de onças com objetivo de, dentre outros, identificar oportunidades de colaboração transfronteiriça e cooperação regional, realização de ações conjuntas, mobilização de recursos para combater a perda de habitat, interação entre humanos e onças, prevenção da matança e comércio ilegal de onças. O Brasil se comprometeu a sediar esse encontro, que deverá ocorrer em 2023.

A delegação brasileira na CITES foi composta por membros do Ministério do Meio Ambiente (MMA), das Relações Exteriores (MRE), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

ASCOM MMA

 

 

 

Meio Ambiente e Clima

Tem final feliz a história do papagaio que adotou três filhotes de gato

 https://conexaoplaneta.com.br/blog/tem-final-feliz-a-historia-do-papagaio-que-adotou-tres-filhotes-de-gato/#fechar


Tem final feliz a história do papagaio que adotou três filhotes de gato

Tem final feliz a história do papagaio que adotou três filhotes de gato

instinto maternal falou mais alto. Mesmo entre espécies tão diferentes. Este foi o caso que se popularizou na internet recentemente. Josemar Heber Schmidt Milli vive no interior e no passado sua família encontrou uma fêmea de papagaio, ainda filhote, sozinha. Eles tentaram devolver a ave à natureza, mas ela se apegou aos humanos e ficou vivendo na fazenda. Ganhou o nome de Louro.

Todavia, há algumas semanas a papagaio, que já tem 14 anos, passava muito tempo fora de casa, dentro de um tronco de árvore. Foram três noites por lá e durante o dia estava sempre perto do local, próximo a uma cerca de madeira. Intrigado, Josemar foi descobrir porque ela não saía de lá e descobriu que na árvore havia três filhotinhos de gato abandonados. E não é que a ave decidiu cuidar deles? Protetora, ela não deixava ninguém chegar perto.

Mas com muito cuidado, Josemar conseguiu remover tanto o papagaio quanto os gatinhos da árvore. Na casa, os filhotinhos foram alimentados e as filhas do agricultor também os encheram de carinho.

Há poucos dias Josemar compartilhou uma publicação em seu perfil no TikTok mostrando que ele conseguiu tirar os filhotes do tronco e os levou para casa. Lá uma gata da família aceitou bem os filhotes e está cuidando deles, apesar de não ter leite.

A suspeita é de que a gata de um vizinho seria a mãe dos gatinhos, mas os teria rejeitado. Todavia, agora eles ganharam uma família muito maior, que inclui humanos e animais… de diversas espécies!


Não é incomum animais de espécies distintas serem adotados por outros na natureza ou mesmo desenvolverem uma amizade inusitada. Mas geralmente o mais comum é quando eles tendem a pertencer ao mesmo grupo.

Em 2018, por exemplo, escrevi aqui no Conexão Planeta sobre um narval que foi adotado por uma família de belugas. Por três anos seguidos, pesquisadores do Canadá acompanharam e ficaram surpreendidos pela interação harmoniosa entre esses membros de diferentes espécies. “Simplesmente mostra a compaixão e a receptividade de outras espécies para acolher um indivíduo diferente. E talvez isso seja uma boa lição para todos nós”, disse o pesquisador Robert Michaud na época.

Leia também:
Amizade linda e inusitada: cabra toma conta de pato com ferimento na pata, que o impede de andar
Rinoceronte órfão ganha como amigo um carneiro, aliado importante para que filhote aprenda a se alimentar sozinho
Encontrei um animal silvestre: o que fazer?

Foto de abertura: reprodução vídeo