domingo, 6 de dezembro de 2015

Floresta recriada tem hoje mais de 100 espécies de árvores nativas


Outras 30 espécies surgiram pela força da regeneração da natureza.


Na floresta também apareceram animais como capivara, jacu e onça parda.

José Hamilton RibeiroMogi-Guaçu, SP
A Conferência Mundial do Clima, realizada na França, tem discutido muito o problema do desmatamento. O Brasil está no foco desse assunto. Há pouco mais de dez anos, o Globo Rural acompanhou o replantio de uma floresta inteira, feito pela mão do homem. Agora, a equipe de reportagem voltou a Mogi Guaçu, São Paulo, para verificar os resultados desse trabalho.
O Parque São Marcelo fica no município de Mogi-Guaçu, na região de Campinas, a 170 km de São Paulo. Há dez anos, a questão era plantar uma floresta. No lugar havia a plantação de mudas de espécies arbóreas. Em outra área degradada, pertencente à uma empresa de papel e celulose, tinham sido plantadas mudas para surgir uma nova mata.


“A minha experiência de áreas que eu já vi anteriormente é de 10 a 15 anos para você ter uma mata bem formada a partir de um plantio semelhante a este”, disse o agrônomo do agrônomo diretor do Instituto de Botânica de São Paulo, Luiz Mauro Barbosa, em entrevista concedida em 2004.


A palavra do agrônomo foi pega como um desafio. Depois de pouco mais de 10 anos, o Globo Rural foi conferir. “Hoje você está numa sombra de uma mata. Há dez anos, nós estávamos ao lado das mudas”, diz Barbosa.


Muitos projetos de fazer uma mata virgem fracassaram por não levar em conta duas situações: plantio de mudas no mínimo de 80 espécies diferentes, para garantir a diversidade; e dentre as mudas têm de haver as espécies primárias e as secundárias. Primárias são plantas de ciclo curto, mas de rápido crescimento. Elas vão proteger com sombra as espécies secundárias ou definitivas. As secundárias crescem lentamente, mas seu ciclo de vida é longo, contando-se às vezes por séculos.


Na mata virgem, as árvores secundárias estão quase sempre isoladas. Elas não formam colônias. Essa é uma forma de defesa. No caso de uma doença, morre um pé aqui, outro ali, sem afetar a diversidade. Nas matas plantadas, procura-se imitar a natureza. No caso da Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN, foram plantadas 101 espécies diferentes de árvores, entre primárias e secundárias. Do alto é possível observar como a reserva já está bem formada.


Outro aspecto importante para a formação de uma mata é a serrapilheira, uma camada de folhas, brotos e pedaços de galhos que se deposita no solo e vai formando uma cama de matéria orgânica. Quanto maior essa camada, mais nutrientes há no solo.


A bióloga Regina Tomoko, que trabalha com o chamado sub-bosque, examinou se na floresta plantada em Mogi-Guaçu já existe presença do sub-bosque, ou seja, plantas de pequeno porte que não foram plantadas e surgiram por si. São arbustos, trepadeiras, bromélias, cipós, parasitas que aparecem em qualquer trecho de uma mata consolidada


“No espaço de alguns metros quadrados a gente já pode identificar alguns indivíduos principalmente que fazem parte do sub-bosque desse reflorestamento. Eu já posso citar uma espécie de subarbusto, que é o piper, o piper arduncum, uma espécie da mesma família da pimenta. A gente tem outro arbustinho aqui que é da família do café, que é a psicótrea, que vulgarmente também é chamado de cafezinho, que faz parte do sub-bosque da floresta”, diz a bióloga.


Quando a noite chega, é hora de uma caçada. Será que essa mata feita à mão está atraindo a fauna? As redes foram armadas no entardecer e os morcegos que enxergam pouco foram caindo. O professor Ariovaldo Pereira, que faz a pesquisa, tem a luva e o jeito de pegar morcego sem perigo. “É um morcego frugívoro, conhecido como morcego do figo. É um morcego relativamente comum, inclusive em ambientes urbanos, e é o morcego mais comum da área em que a gente se encontra aqui”, diz.


Trata-se de um morcego que se alimenta de frutas. A espécie é fica distante do vampiro, que chupa sangue e transmite raiva. Foram pegos também alguns morcegos insetívoros, também inofensivos.

Segundo o mateiro João Machado, nascido e criado pela região, foram plantadas em torno de 300 mil mudas em toda área e foram encontrados vários tipos de animais dentro da RPPN, como veado, capivara, gambá, jacu e mutum. “A gente já tem relato de pessoas que passaram na pista e avisaram que tinham visto uma onça parda. Então tem vários tipos de animais, tem os répteis, as serpentes”, conta.

O lago também ganhou mais água depois que a floresta encorpou. O agrônomo diretor do Instituto de Botânica de São Paulo Luiz Mauro Barbosa relembra que a árvore é mortal: completa seu ciclo, fenece e surge outra em seu lugar. Já a floresta é perene, a menos que haja contra ela uma violência.

Quanto à mata plantada, a cada ano estará cada vez mais vigorosa, com árvores mais altas, troncos mais grossos e com mais galhos, ramos, folhas e frutos. Mas isto não significa que seja necessário esperar cem anos para vê-la em seu esplendor. Na verdade, precisa de menos. Com vontade e meios, o ser humano pode plantar o que muitas pessoas chamam de mata virgem e, com alguns anos à frente, descansar na sua sombra ou ficar ali ouvindo o canto dos passarinhos. Pode curtir a sensação de que contribuiu com a natureza para sempre.

Segundo um levantamento do Instituto de Botânica de São Paulo, além das 101 espécies de árvores plantadas na área, foram catalogadas outras 30 que surgiram pela força da regeneração da natureza.

Colhido do Face Book

Colhido do Face Book:O que você diria para ela nesse exato momento?

Partidos têm até 14h desta segunda-feira para indicar comissão do impeachment




  • 06/12/2015 17h06
  • Brasília
Mariana Branco - Repórter da Agência Brasil
Brasília - O prédio do Congresso Nacional foi iluminado de vermelho ontem (1 ), pelo Dia Mundial de Luta Contra a Aids (Valter Campanato/Agência Brasil)

Está marcada para as 18h desta segunda-feira, no plenário da Câmara dos Deputados, a reunião de instalação da comissão especial que analisará o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff  Valter Campanato/Agência Brasil


Com reunião de instalação marcada para 18h de amanhã no plenário da Câmara dos Deputados, os partidos da base aliada e da oposição têm até as 14h desta segunda-feira (7) para definir os parlamentares que integrarão a comissão especial que analisará o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff e vai elaborar um parecer sobre a denúncia por crime de responsabilidade, aceita na semana passada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O PT confirmou que o líder do partido na Câmara, Sibá Machado (AC) e o líder do governo, José Guimarães (CE), integrarão a comissão. Sozinho, o partido tem direito a oito assentos e ao mesmo número de suplentes. O PT informou que os nomes restantes serão escolhidos na reunião de bancada do partido, na manhã desta segunda-feira.


O PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer, e também de Eduardo Cunha, que deflagrou o processo de impeachment, terá o mesmo número de assentos que o PT.


Segundo a assessoria de Leonardo Picciani (RJ), líder da sigla na Câmara, o deputado só divulgará os nomes para a comissão especial após terminar a lista. Ele próprio ainda não decidiu se integrará o grupo.

A reportagem da Agência Brasil não conseguiu contato com Carlos Sampaio, líder do PSDB, que terá seis vagas. Já no caso do DEM, partido de oposição com direito a dois assentos mais os suplentes, também não está decidido se o líder da legenda na Câmara, Mendonça Filho (PE), integrará a comissão especial. “Ele não definiu se vai, ou se vai indicar outra pessoa”, disse a assessora de imprensa do deputado. Segundo ela, o partido deve tomar a decisão amanhã cedo, provavelmente após reunir a bancada.

Ao todo, a comissão terá 65 membros, distribuídos conforme a representatividade de cada partido no Congresso. De acordo com o regimento interno da Casa, deve haver pelo menos um membro de cada partido. Além do DEM, PRB, SD, PSC, PDT e PROS terão duas vagas cada. PP, PSD, PR e PSD terão, cada um, quatro vagas e o PTB, três. As bancadas do PHS, PTN, PMN, PEN, PCdoB, PPS, PV, SOL, PTC, PTdoB, Rede e PMD, terão, cada uma, um representante na comissão.

Edição: Jorge Wamburg

Juiz Sérgio Moro da recado e deixa políticos sem dormir “Ainda vou ver esse país livre dos corruptopatas”

05/12/2015


Recebido como celebridade entre juízes e desembargadores de Santa Catarina, o juiz federal Sérgio Moro palestrou nesta sexta-feira durante o Congresso Estadual de Magistrados, em Itapema. Tirou fotos, conversou com os participantes e deu até autógrafos. O painel não foi muito longo. Por cerca de 20 minutos, Moro falou sobre a corrupção no Brasil e o papel do Judiciário no cenário atual. Depois respondeu perguntas do público, criticou a morosidade dos processos e disse que o Judiciário não conseguirá mudar o país sozinho.

Ovacionado por mais de 200 magistrados presentes, Moro iniciou a palestra relembrando o período da ditadura e do descontrole inflacionário no país – fases que, segundo ele, chegaram a ser vistas como algo natural por quem viveu naquelas épocas. Em seguida, as comparou com a situação atual:

— Esse caso (a Lava-Jato) revela indícios de algo que muitos de nós cogitávamos que era a realidade neste país e talvez seja. E é uma realidade preocupante, um quadro de corrupção sistêmica e que não podemos ter como natural. Há indícios, neste caso, de pagamentos sistemáticos de propina à administração pública — afirma.

O juiz relembrou que muitas testemunhas ouvidas sequer sabiam explicar o motivo das propinas pagas e que a resposta era assustadora: “essa era a regra do jogo”. De acordo com Moro, existia uma norma de que em todo contrato com a Petrobras havia pagamento de propina e isso não era restrito à estatal, mas estava espalhado pela administração pública brasileira:

— Esse quadro, se for verdadeiro, representa aquela naturalização do problema. São fatos que nos deixam assustados.

Em seguida falou sobre a responsabilização de crimes do colarinho branco e sobre a baixa efetividade do sistema penal, que faz com que casos como a Lava-Jato se tornem apenas exceções. Segundo o magistrado, mesmo com toda exposição do problema o Congresso e o Executivo não apresentaram propostas para melhorar o quadro atual.

No entanto, assegurou que é preciso ter fé na democracia e fortalecer as instituições:
— O Judiciário tem um papel muito pequeno dentro disso tudo. Não devemos ter a ilusão que o Judiciário vai mudar o país ou que o juiz vai ser o salvador. O Congresso e o Executivo também têm que trabalhar.

Por fim, explicou que não tem dado entrevistas à imprensa, mas que aceitou palestrar para grupos de empresários. Moro acredita que eles têm papel especial no combate à corrupção.

— Sonho em poder olhar para trás daqui a 10 ou 20 anos e ver que esse quadro de corrupção sistêmica foi superado

Rede, PSOL e PDT ao lado de Dilma contra o impeachment, “Não vamos votar pra ela sair, ela fica”


O PSOL anunciou nesta sexta-feira (4) que adotará posição contrária ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O anúncio veio um dia depois da Rede, de Marina Silva, também se posicionar contra o afastamento.

A decisão, no entanto, não significa apoio do partido ao governo Dilma, segundo afirmou o líder da legenda na Câmara, Chico Alencar (RJ).

“O PSOL não apoia o contexto e o conteúdo desse processo de impeachment. Votaremos contra na comissão e no plenário”, disse Alencar.

“O que não significa nenhum apoio ao governo Dilma. Continuaremos a fazer oposição programática, de esquerda”, disse.

Segundo o deputado, o partido entende que as chamadas pedaladas fiscais não são motivo suficiente para afastar um governante. “Para nós, no mérito, pedalada em si é insuficiente para produzir impedimento de governante, até porque ela está dentro de uma concepção de orçamento, de ajuste fiscal, de meta superavitária, que para nós não é dogma absoluto”, disse Alencar.

Além disso, Alencar diz haver um “vício de origem” na deflagração do processo, em referência às acusações feitas pelo PT de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ameaçava iniciar o processo caso o partido não garantisse votos pelo arquivamento do processo contra ele no Conselho de Ética.

Cunha anunciou a decisão de abrir o impeachment horas depois de a bancada do PT decidir que votaria pelo prosseguimento da investigação contra o peemedebista.

“O processo de destituição de um governante eleito, que já começa sob o signo da chantagem, sob a marca da barganha, pelo visto mal sucedida para aqueles que não queriam esse procedimento, ele começa muito mal”, disse Alencar. “O presidente não tem legitimidade para nada, muito menos para um ato de tal gravidade”, afirmou.

Apesar da postura contrária ao impeachment, Alencar disse não concordar com a afirmação feita por integrantes do PT –e repetida pela própria Dilma—de que o impedimento seria um “golpe” não democrático.

“Nós não assumimos esse discurso do golpe. O impeachment é um instrumento extremo da nossa dinâmica política, com previsão constitucional. Entretanto, cada impeachment precisa ser analisado no seu histórico e nas suas circunstâncias”, disse.

O partido tem uma vaga na comissão especial, composta por 65 deputados, que vai analisar a abertura de fato do processo de impeachment, decisão que se tomada provoca o afastamento da presidente do cargo.

A posição será ocupada por Ivan Valente (SP), que terá Alencar como suplente.

PDT

Também nesta sexta-feira, o PDT anunciou sua posição contrária ao impeachment de Dilma. Em nota assinada pelo presidente do partido, o ex-ministro Carlos Lupi, a legenda afirma: “O PDT diz não ao golpismo e reitera que vai lutar contra ele, com todas suas forças”, diz o texto da nota.

Na nota, o partido classifica como “atitude irracional” a decisão de Cunha de aceitar a denúncia do impeachment.

“Não faz sentido que um deputado que está sendo processado pela Comissão de Ética da Câmara dos Deputados e está na mira dos ministérios públicos do Brasil e da Suíça – inclusive por manter contas bancárias ilegais no exterior – queira com uma simples canetada tirar a legitimidade de um mandato popular conquistado nas urnas através de milhões de votos dos brasileiros”, diz o texto.

O partido possui uma bancada de 18 deputados e terá dois integrantes na comissão especial que analisa o impeachment.

Recesso e nova representação

O líder do PSOL disse ainda que o partido é favorável a que o Congresso Nacional suspenda o recesso, previsto do fim de dezembro ao início de fevereiro, para que possa ocorrer a tramitação do impeachment.

O PSOL, porém, defende que no período também ocorra o funcionamento do Conselho de Ética, onde tramita representação contra Cunha.

O partido deve apresentar na segunda-feira (7) à Procuradoria-Geral da República um aditivo ao documento protocolado na última semana que pede o afastamento de Cunha da Presidência da Câmara, por acusações de que ele usaria o cargo com o objetivo de atrapalhar o andamento do processo contra ele no Conselho de Ética.

O objetivo da primeira representação –assinada também pela Rede, PPS, PSB e PSDB– foi dar argumentos à Procuradoria para um eventual pedido judicial de afastamento de Cunha do cargo.

Segundo Alencar, o novo documento acusa Cunha de atuar no cargo de acordo com objetivos políticos particulares.

Como exemplo, o deputado cita que no dia da leitura em plenário da denúncia do impeachment, o prédio da Câmara ficou iluminado nas cores verde e amarelo, destoando do Planalto e do prédio do Senado, que aderiram à iluminação especial da campanha do “Dezembro Vermelho”, pela prevenção da Aids.

Alencar diz ainda que o presidente beneficiou partidos na distribuição de cargos e que um funcionário ligado a Cunha estaria inspecionando as edições do Jornal da Câmara, informativo editado pela casa legislativa.

A reportagem do UOL informou a assessoria de imprensa do presidente da Câmara sobre as acusações feitas pelo PSOL, mas até o momento não obteve resposta
(Via Uol e agências)

Os dez pontos de uma crise - MÍRIAM LEITÃO

O GLOBO - 05/12

A recessão atual era evitável. O crescimento mundial é baixo, a China está desacelerando, os preços das commodities caíram, e os Estados Unidos vão subir os juros, o que eleva o dólar. Mesmo assim, tudo isso junto não explica a queda de 3,2% do PIB, a inflação de 10% e a devastação fiscal. Uma lista incompleta dos erros dos governos Lula e Dilma chega facilmente ao número 10.

1 Quando houve a crise internacional de 2008, o presidente Lula a subestimou. Ao sentir a força da queda, estimulou o crescimento do PIB pelo incentivo ao consumo, ampliando o crédito e reduzindo impostos para alguns setores, como carros e eletrodomésticos. Exagerou na dose. A política foi mantida para eleger a presidente Dilma, em 2010, que não corrigiu os excessos. Eles continuaram no seu governo através de desonerações a alguns setores, entre eles, o automobilístico. Isso afundou o caixa do Tesouro nos anos seguintes.

2 A presidente Dilma Rousseff forçou o Banco Central a reduzir os juros para atender a uma promessa de campanha. Juros baixos são um objetivo desejável, mas se eles são reduzidos para atender o governante podem acabar elevando a inflação. O centro da meta nunca foi atingido no atual governo e agora o índice está em dois dígitos.
3 A Petrobras foi usada politicamente. O presidente Lula mandava fazer investimentos que não eram rentáveis para agradar aliados políticos. Foi o caso das duas refinarias premium do Nordeste, que viraram prejuízo. A Refinaria Abreu e Lima foi feita para adular o falecido presidente venezuelano Hugo Chávez, mas a Venezuela não quis ficar no negócio. A presidente Dilma confirmou todas as escolhas desastradas de investimento quando presidia o conselho de administração ou após a sua eleição.

4 Logo após os anúncios do pré-sal, o governo Lula decidiu mudar o marco regulatório do setor de petróleo e paralisou por cinco anos as rodadas de licitação. O interesse pelo Brasil caiu fortemente quando surgiram novidades no setor, como o gás de folhelho nos EUA, e outras áreas produtivas. O Irã voltou ao mercado depois de décadas de brigas com o Ocidente. O pré-sal deixou de ser relevante para o mundo. O preço do petróleo caiu. Esse tempo já está perdido.

5 Quando a cotação do petróleo estava alta, o governo Dilma interferiu nos preços internos, impedindo reajuste dos combustíveis. Isso produziu um prejuízo bilionário para a Petrobras, até hoje não recuperado.

6 No governo Lula começaram as transferências de recursos do Tesouro ao BNDES, para que o banco estimulasse a formação de “empresas campeãs nacionais”. Um modelo que já havia dado errado no governo militar. O Tesouro se endividou para o BNDES emprestar, e muito crédito foi concedido de forma controversa. Principalmente, há um erro estratégico. Não é assim que se aumenta a competitividade de uma economia.

7 Quando o ex-ministro Antonio Palocci propôs o déficit nominal zero, a então chefe da Casa Civil Dilma Rousseff fulminou a ideia. Sua política fiscal fez o déficit disparar e atingir 9,5% do PIB.

8 A MP 579 forçou a queda dos preços da energia em 2012 e desequilibrou o setor. O incentivo ao consumo veio quando a seca começou e ajudou a exaurir a água dos reservatórios. Para fechar o rombo das distribuidoras de energia, o governo mandou o setor tomar empréstimos bancários dando como garantia aumentos futuros nas tarifas. Passada a reeleição, os preços saltaram e elevaram a inflação.

9 Para tentar esconder a piora nas contas do superávit, o Tesouro inventou todo o tipo de maquiagem nas contas públicas, como as pedaladas e os decretos de elevação de gastos sem autorização prévia do Congresso. O TCU recomendou a rejeição das contas de 2014 e, agora, juristas pediram o impeachment. O ministro Guido Mantega foi nomeado por Lula e mantido por Dilma no primeiro mandato.

10 A corrupção é o décimo elemento. As descobertas da Lava-Jato mostram erros como decisões bilionárias tomadas por poucas pessoas, ou a compra de uma refinaria velha e enferrujada por um preço muito acima do valor. Foi o fator mais desestabilizador.

O rombo fiscal, os crimes que foram descobertos na Lava-Jato, a inflação alta, o intervencionismo demoliram a confiança na economia. Tudo isso — e outros erros não listados acima — levou o país à pior recessão em 25 anos e à crise política.
 

“A fuga” em meio a tempestade do Impeachment de Dilma, LULA dáadeus e viaja para Europa


Em meio à tempestade política causada pelo início do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai passar cinco dias em um giro pela Europa na semana que vem.

Com tempestade do Impeachment de Dilma, força tarefa da Lava-Jato instalada, investigações no Brasil e Portugal, LULA deixa o país para atender agenda de “palestras” Na segunda-feira, 7, Lula participa de reunião com movimentos sociais, em São Paulo, para definir o calendário de mobilizações contra o impeachment.

No dia seguinte o ex-presidente parte para a Alemanha, onde é convidado de honra para o congresso do Partido Social-Democrata (SPD).

O ex-presidente segue depois para Madri. Na capital espanhola, Lula participará de um debate com o ex-presidente Felipe González. Ainda na Espanha, o petista terá encontros com dirigentes do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e do Podemos, movimento que nasceu das manifestações de rua de 2011 e hoje participa das frentes que elegeram os prefeitos de Barcelona e Madri.

Segundo interlocutores de Lula, o ex-presidente recebeu os convites há meses e não podia desmarcar os compromissos. O debate com González é uma retribuição à participação do ex-presidente espanhol em um evento do Instituto Lula no primeiro semestre.

Não tenho conta na Suíça... - PLÁCIDO FERNANDES VIEIRA


CORREIO BRAZILIENSE - 05/12

Pelo senso comum, as pessoas a favor de um mundo mais justo, ético, fraterno e igualitário são classificadas como de esquerda. As demais, de direita. O dicotomismo simplista pegou: o pobre contra o rico, o operário contra o patrão, o nós contra eles, o socialismo contra o capitalismo. Mesmo que seja apenas da boca pra fora, o político que consegue emplacar de forma eficaz o discurso do bem contra o mal -mesmo que depois o revolucionário se revele um grande pilantra - quase sempre conquista corações e mentes. Principalmente dos jovens que frequentam universidades públicas.

Afinal, os estudantes que não sucumbem à tese dos professores e colegas "cabeças" são ridicularizados, rotulados de reacionários, filhinhos de papai, coxinhas... Nisso, a esquerda é imbatível. Até a igreja que ela tenta destruir adere. Para resistir à máquina de moer reputações no campus, é preciso ter uma formação política e cultural sólida e diversificada. Saber de verdade o que foram e o que são hoje os regimes comunistas, socialistas e fascistas mundo afora. Ter plena consciência de que foram ou são todos ditaduras. E que essas ditaduras, de esquerda ou de direita, se equivalem: na raiz de cada uma, está o totalitarismo. Mas raros são os adolescentes que chegam à faculdade com uma bagagem dessas.

Enfim, lembro que nos tempos de universidade - Católica e UFPE, no Recife - fui simpatizante (na prática, um militante, mesmo sem filiação) do PCB. Desde aquela época, era incrível observar como no PT não se cumpria acordo. Entre eles mesmos, os petistas, as guerras eram mais fraticidas do que entre integrantes da sigla e gente da extrema-direita. Logo, quem participou ativamente do movimento estudantil sabe, mesmo sem nunca ter testemunhado uma negociata entre Cunha e o governo, que a possibilidade de o peemedebista estar falando a verdade sobre as barganhas é muito mais verossímil do que qualquer desmentido palaciano.

Quem conhece o PT desde as raízes também sabe que era grande o risco de ser traído caso fizesse acordo com o partido. Conhece a fábula do escorpião e do sapo? A diferença é que, no caso petista, o escorpião crê em salvação, apesar do gesto aparentemente suicida. Cunha, conta-se, teria descoberto que, ao mesmo tempo em que prometia salvá-lo no Conselho de Ética, em troca do arquivamento do pedido de impeachment de Dilma, o governo petista tramava para levá-lo à prisão. Por isso, quando o PT ordenou que seus deputados não votassem a favor do presidente da Câmara, Cunha não hesitou um segundo em acionar o gatilho do impeachment.

Concluindo: não há mocinhos nesta história, embora muitos espertalhões a soldo e alguns iludidos úteis difundam a tese de que o PT, enfim, estaria se redimindo ao se voltar contra Cunha. Não está nem estava. Nunca, na verdade, existiu esse partido da ética. Mas sempre haverá quem prefira acreditar na versão petista. Senão, sabe, corre o risco de acabar implodido pela patrulha vermelha e virar "reacionário". Ai que medo. Heim, Nelson!
 
 

Já foi longe demais - PERCIVAL PUGGINA


ZERO HORA - 06/12

Uma das fotos estampadas em ZH na última quinta-feira mostrava numeroso grupo de parlamentares da base do governo irradiando indizível felicidade. Melhoraram os números da economia? O PIB cresceu? O desemprego diminuiu? Nada disso. Festejava-se a elevação do déficit fiscal para R$ 120 bilhões. Sirvam-se os drinques! O barco afunda, mas o poder é uma festa. Afinal, ele é tudo que importa. Minutos depois, a notícia da abertura do processo de impeachment caía como uma pedra no enorme aparelho digestivo do governo. Não havia sal de fruta suficiente para tamanho mal-estar.

A mentira é o primeiro degrau da corrupção. O sofisma é o segundo. Ambos corrompem a verdade e o resto vem com o tempo e com as ocasiões. Diferentemente do que o governo passou a dizer, a relação de Cunha com o impeachment é funcional e a divergência entre ele e o governo é coisa de família, desentendimento na firma. Não há princípios, nem valores, nem qualquer verdade em jogo. Seus negócios foram descobertos pela mesma Lava-Jato que o PT dizia ser golpista.

Cunha é muito menos dono do impeachment do que eu. Jamais disse palavra a favor. Contra minha vontade (e de dezenas de milhões de brasileiros), sentou-se ele, por meses, sobre trinta e tantos requerimentos. Ou não? Também nisto obsequiou ao PT tanto quanto serviu-lhe, durante anos, na base do governo. Sua prolongada indecisão arrefeceu as mobilizações de rua. Bem como o governo queria. É totalmente fraudulenta, portanto, a tentativa de colocá-lo no papel de dono do impeachment, como se fosse coisa dele e de gente como ele.

Insustentável, também, o xingatório que qualifica como coxinhas, lacerdistas, golpistas e gente da pior espécie os que querem ver o governo pelas costas. Se assim fosse, a Constituição seria "golpista", pois prescreve esse tipo de processo. E mais, Dilma Rousseff, com menos de 10% de apoio um ano após fazer 52% dos votos válidos, teria sido eleita por "gente da pior espécie". Nem o xingamento fica em pé.

O governo já foi longe demais, em tudo. Levou a inépcia aos requintes. Forneceu provas abundantes de que o STF errou ao desconhecer, na ação penal do mensalão, o crime de formação de quadrilha. À vista de seu governo, a gestão do companheiro Collor foi exemplo de austeridade. E de nada vale a presidente dizer que não roubou e não escondeu dinheiro no Exterior porque não é disso que a acusam. Seus crimes foram de responsabilidade fiscal. Ponto e basta. Voltemos às ruas, nós, os donos do impeachment!

A rua e o mandato de Dilma – ELIO GASPARI


FOLHA DE SP - 06/12

Numa conta de hoje, é provável a doutora Dilma tenha os 171 votos de deputados necessários para bloquear sua deposição. Com gente na rua pedindo que ela vá embora, a conta será outra. O sonho de Eduardo Cunha é que milhões de pessoas ocupem as avenidas e se esqueçam dele. Essa hipótese é improvável. Se é para sair de casa, tirar Dilma pode ser pouco. Deveriam ir embora ela, ele e uma lista interminável de maganos arrolados na Lava Jato. Tirá-la para colocar Michel Temer no lugar pode ser um imperativo constitucional, mas está longe de ser uma vontade popular.

A doutora fez uma campanha mentirosa, seu primeiro ano de governo mostrou-se ruinoso e ela se comporta como os dirigentes da crise geriátrica do regime soviético. Sua neutralidade antipática à Lava Jato ("não respeito delator") mostra que não entendeu o país que governa. A economia brasileira travou e vai piorar.

Ao contrário do que sucedeu com Fernando Collor em 1992, Dilma tem gente disposta a ir para a rua em sua defesa. Essa diferença pode levar uma questão constitucional para choques de rua. Má ideia.

Como na peça de Oduvaldo Viana Filho, o brasileiro está numa situação em que "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come". Em março de 1985, o país ficou numa posição semelhante. Foi dormir esperando a posse de Tancredo Neves e acordou com José Sarney na Presidência. Seu governo, marcado pela sombra da ilegitimidade, foi politicamente tolerante e economicamente ruinoso.

Naqueles dias surgiu uma ideia excêntrica: a convocação imediata pelo Congresso de eleições diretas para a Presidência. Deu em nada e foi considerada golpista. Passaram-se 30 anos e, pelo retrovisor, pode ser reavaliada como peça arqueológica.

Talvez seja o caso de se pensar numa nova excentricidade: Dilma e Temer saem da frente e, de acordo com a Constituição, realizam-se novas eleições no ano que vem. Se eles quiserem, podem se candidatar.


MÁ NOTÍCIA

Saiu das cadeias de Curitiba a seguinte informação:

Dois presos da Lava Jato estavam na carceragem da Polícia Federal e foram transferidos para o presídio estadual. Numa noite, vários presos entraram na cela onde eles estavam, urinaram, defecaram e foram-se embora.

Dias depois os prisioneiros ofereceram-se para colaborar com a Justiça.

MICROMEGALOMANIA

Os sete sócios de André Esteves que assumiram o controle do banco BTG Pactual agruparam-se com o nome de Top Seven.

Podiam usar a língua portuguesa, mas já que preferiram o inglês, resta saber em relação a que eles se consideram tops.

O MUNDO DOS JUÍZES

A Justiça decidiu que os planos de saúde precisam pagar aos médicos que fazem partos naturais o triplo do que pagam por cesarianas.

Essa decisão é saudável sob qualquer ângulo que se olhe a questão. Contudo, resta um problema: não compete ao Poder Judiciário fixar o valor das remunerações de profissionais que contratam voluntariamente seus serviços com empresas privadas.

RETRATO DO GOVERNO

O Trem-Bala, delírio da doutora que poderia ficar pronto para a Copa de 2014 ou, a mais tardar, para a Olimpíada de 2016. Felizmente, até as empreiteiras fugiram da maluquice. Apesar disso, o governo criou uma estatal para gerenciar a grande obra.

Não se fala mais em Trem-Bala, mas a estatal, chamada de Empresa de Planejamento e Logística, mudou de propósito e está aí, firme e forte. Funciona em dois andares de um edifício em Brasília e acaba de trocar sua diretoria.

Fazer trem é coisa difícil. Para criar uma estatal, bastam caneta e tinta. Fechá-la, impossível.


BARGANHA

Um pedaço da oposição negociou um mimo com Eduardo Cunha. Acendendo o pavio do processo de impedimento da doutora, ganharia da Comissão de Ética da Câmara uma simples repreensão.

Esse tipo de maledicência só poderá ser conferida quando os votos forem conhecidos.

PRAGAS DO EGITO

As pragas do Egito foram dez. Cinco já chegaram ou estão a caminho do Brasil.

1) Inflação de dois dígitos.

2) Desemprego de dois dígitos.

3) Recessão econômica.

4) O mar de lama da Samarco

5) O virus zika

TRISTE BODOQUENA

Um conhecedor dos poderes nacionais e das terras de Mato Grosso do Sul informa:

A fazenda Bodoquena é uma cápsula da história do Brasil nos últimos 70 anos. Em 1956, o banqueiro Walther Moreira Salles e os irmãos David e Nelson Rockefeller compraram seus 150 mil hectares. Anos depois, venderam-na e ela passou por quatro grupos. Seus novos donos sonharam em transformá-la num oceano de cana-de-açúcar. O projeto do álcool fracassou, e uma parte das terras foi comprada pelo pecuarista José Carlos Bumlai, que, em 2012, vendeu-a ao banqueiro André Esteves.

Estudando-se a Bodoquena de Moreira Salles e dos Rockefeller até se chegar à de Bumlai e André Esteves, entende-se o Brasil.

13 DE DEZEMBRO

Os defensores do impedimento de Dilma Rousseff não são supersticiosos.

Marcaram as próximas manifestações para o dia 13 de dezembro. Nele, poderão comemorar o 47º aniversário da edição do Ato Institucional nº 5, que escancarou a ditadura, suspendeu o habeas corpus e fechou as ruas pelos anos seguintes.


A VALE OFENDEU OS DONOS DE BOTEQUIM

A Vale do Rio Doce precisa reunir sua diretoria para decidir como lidará com o desastre de Mariana sem arruinar sua marca. O rompimento da barragem da Samarco matou pelo menos 11 pessoas, provocou o maior desastre ambiental da história do país, devastou uma área de milhares de quilômetros quadrados e abalou a vida no vale que dá nome à empresa.

A Vale é grande acionista da Samarco, mas não parece ser responsável direta pela leviandade da empresa. Apesar disso, falando a jornalistas em Nova York, o doutor Clovis Torres, diretor jurídico da Vale, disse o seguinte:

"A Samarco não é um botequim. Não é uma empresinha qualquer".

Não há notícia de botequim que tenha produzido tamanho estrago. Ademais, o presidente da Samarco, doutor Ricardo Vescovi, acabara de entrar pela porta dos fundos do fórum de Mariana para prestar depoimento ao Ministério Público. Na saída, disse platitudes. Enquanto isso, sua empresa era acusada de irresponsabilidade pela presidente da República durante um discurso em Paris.

Entrar pela porta dos fundos e evitar a imprensa não é coisa de botequineiro. É conduta de quem acha que é o tal. Se a Samarco fosse um botequim, seu dono talvez se comportasse melhor.

A Vale pode passar os próximos 200 anos querendo se livrar do problema criado em Mariana. Com argumentos de mestre-escola, ela mostra que reluta em se tornar parte da solução.

O doutor Clovis precisa conversar com Murilo Ferreira, o presidente da Vale. Ele disse que fará da recuperação da bacia do rio Doce uma "missão da vida". Bola dentro. Ou faz isso ou se torna presidente da Companhia do Falecido Vale do Rio Doce.

Uma luta política - MERVAL PEREIRA


O GLOBO - 06/12

O debate sobre o impeachment da presidente Dilma está pleno de imprecisões históricas e argumentos políticos que só podem ser aceitos pelos ingênuos ou os de má-fé. Dizer que se trata de um golpe perpetrado pelo PSDB, que não se conforma com a derrota nas urnas em 2014, é aceitável na luta política, mas é inacreditável que alguém de boa-fé acredite nisso. Basta ver que Lula e o PT pediram o impeachment de todos, rigorosamente todos, os presidentes desde a redemocratização, que também haviam derrotado o candidato petista nas urnas.

Lideraram a campanha para destituir Collor, e em seguida pediram o impeachment de Itamar Franco - através do deputado Jacques Wagner -, e de Fernando Henrique Cardoso. Outra falácia é dizer que o país será visto como uma republiqueta ao levar adiante mais um processo de impeachment apenas 23 anos depois do de Collor.


 
Pois nos Estados Unidos, reconhecidamente o parâmetro democrático ocidental, Richard Nixon teve que renunciar em 1974 para não ser impichado, e 24 anos depois, em 1998, o presidente Bill Clinton sofreu um pedido de impeachment devido ao escândalo com a estagiária Monica Lewinski.

Clinton foi absolvido pelo Senado em 12 de fevereiro de 1999, depois de condenado pela Câmara. Anteriormente, 131 antes, também o presidente Andrew Johnson sofrera um processo de impeachment, tendo sido absolvido pelo Senado por um voto.

Com relação à decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, claramente um ato de vingança política depois de o PT anunciar que votaria contra ele no Conselho de Ética, não é preciso ser um antiético convicto para entender que a motivação de Cunha não tem nada a ver com os argumentos jurídicos em que se basearam Hélio Bicudo, Miguel Reali Junior e Janaina Paschoal, grandes juristas, para o pedido de impeachment.

As motivações que levam às delações premiadas nada têm a ver com os fatos que narram. 


Precisam apenas serem verdadeiras. Ainda tendo como base o caso Watergate nos Estados Unidos, o principal informante da dupla de repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein ficou durante muito tempo no anonimato, conhecido pela alcunha de Garganta Profunda. Quando, em 2005, revelou-se que ele era William Mark Felt, na época da denúncia vice-presidente do FBI.

Pode-se imaginar que ele era um patriota, que resolveu ajudar os repórteres por conhecer por dentro os segredos da administração Nixon, e não concordar com os métodos utilizados que incluíam invasão de casas e escritórios dos Democratas e grampeamento de conversas telefônicas e também no próprio Oval Office da Casa Branca.

Mas há quem diga que Mark Felt foi mesmo movido pelo instinto de vingança política, pois almejava assumir o posto de presidente do FBI em substituição a Edgard Hoover, que morreu em 1972, e seu braço direito, Clyde Tolson, se aposentou. Nixon o preteriu, e Mark Felt viu no jovem repórter Bob Woodward, que conhecera quando este servira à Marinha, a chance de se vingar.

No artigo que escreveram sobre Mark Felt, depois que ele revelou ser o Garganta Profunda, os repórteres do Washington Post afirmaram que a ação do grupo do presidente Richard Nixon “foi um ataque insolente e ousado ao cerne da democracia americana: a Constituição, nosso sistema de eleições livres, o Estado de direito”.

No final do artigo, sustentam que Watergate “foi apenas um vislumbre de algo muito pior. (...) Nixon havia transformado sua Casa Branca em uma empresa criminosa. (...) Seu ódio havia provocado sua queda”.

Alguma coisa familiar? Os crimes que estão sendo denunciados pela Operação Lava-Jato, e os bastidores do governo que diversas delações premiadas revelam, mostram que também o Palácio do Planalto na era lulista foi transformado em uma "organização criminosa", como definido pela Polícia Federal desde o mensalão.


 
Consta que a presidente Dilma, em privado, desabafa dizendo "Eu não sou ladra". Em 1974 Richard Nixon renunciou e, em discurso em cadeia nacional de rádio e televisão, admitiu que pode ter feito alguma coisa errada, mas sempre pensando no bem do país. E desabafou: “I am not a crook” (Não sou um canalha).


Motivo, motivação e caráter - SACHA CALMON





CORREIO BRAZILIENSE - 06/12


Depois de denegar 27 pedidos de impeachment, por razões técnicas, segundo os pareceres da Consultoria Jurídica da Câmara dos Deputados, o seu presidente deferiu o pedido de impedimento da presidente formulado pelos partidos políticos de oposição (PSDB, DEM e PTS). Os motivos dos impedimentos são oito decretos secretos, sem numeração, autorizando despesas extraordinárias, sem a imprescindível autorização do Congresso Nacional e despesas da União pagas pelos bancos oficiais até hoje não ressarcidos (crime continuado). Ditos atos estão tipificados nas leis orçamentárias e de responsabilidade fiscal como crimes de responsabilidade na execução do orçamento pelo Executivo, indo além do que lhe foi autorizado pelo Congresso. Os decretos sorrateiros trazem a assinatura da presidente.

É da competência exclusiva do presidente da Câmara, ouvidos os pareceristas da Casa e constitucionalistas consultados, deferir ou indeferir os pedidos de impeachment, vedado o engavetamento. Quem denegou 27 pedidos bem pode deferir um, especialmente se acompanhado por parecer de jurisconsultos, como Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo, aliás cofundador do PT. O presidente da Câmara dos Deputados, portanto, apenas exerceu constitucionalmente dever indeclinável, sob pena de prevaricação. Cabe agora à comissão especial, formada por deputados de todos os partidos, examinar a matéria e decidir sobre sua procedência.

O PT, seus porta-vozes e a presidente, em seu breve discurso de resposta, cometeram atos eticamente deploráveis: confundiram os motivos e a motivação do presidente da Câmara e mentiram, ao chamar de golpe o impeachment, que tem natureza de instituto jurídico previsto na Constituição. Se não tivermos cérebros de galinha, será fácil concluir que, para haver impeachment, o paciente, necessariamente, deve ter sido eleito legitimamente, além de estar no exercício do cargo.

O motivo do presidente da Câmara para iniciar o processo de impeachment provocado pelos partidos de oposição são exclusivamente os crimes orçamentários. Em verdade, já deveria tê-lo feito faz tempo. A motivação, porém, foi espúria. Atrasou o pedido o quanto pôde em prejuízo da nação para se livrar da cassação de seu mandato na Comissão de Ética, onde os deputados do PT vinham lhe dando sustentação, diretamente monitorados pelo Planalto. A nota da direção do PT é que tornou o caldo.

O Brasil todo sabe que Dilma e Cunha barganhavam os processos de perda dos respectivos mandatos. Mas sem se ruborizar - como aliás fez nas recentes eleições -, a presidente, mais uma vez, mentiu em seu discurso para 202 milhões de brasileiros. Disse, sem a menor cerimônia, que não tinha barganhado. Eis aí a farsa, a mentira, o engodo, o despudor, a hipocrisia. O confronto seria entre ela e Cunha, quando é entre ela e a nação. 


Alegou moral ilibada (veremos em breve se é) como contradita ao seu impedimento. Mas quem a tachou de corrupta e inepta para fundamentar o pedido? Defendeu-se a ré de alegações inexistentes para ocultar os crimes de responsabilidade já aludidos. Ao pousar de boa mocinha quis, como sempre fez, comover as pessoas de boa-fé, os incautos.

Segundo os jornalistas que cobrem o Congresso Nacional, minutos antes de Cunha acatar o pedido, deputados petistas imploravam para que não o fizesse. Não será fácil alcançar o que o povo brasileiro quer: o impedimento da presidente. Muito dinheiro será trazido para o interior do Congresso Nacional em busca de votos contrários, na linha das condutas habituais e pouco republicanas do PT.

Duas observações finais: em primeiro lugar, ninguém aguenta a presidente, salvo a sua guarda pretoriana e os beneficiários dos programas sociais, mas nem todos. O povo desempregado ou mesmo empregado; a classe média torturada; os eleitores que nela votaram e foram traídos; os empresários descrentes; os economistas alarmados com os 3 anos pela frente; os investidores sem confiança; os partidos inseguros de sua coalização não a querem mais na Presidência da nação. Assim, mantidas as instituições, o impeachment é a solução quase ideal.

O quase corre por conta do vice ser do PMDB. Eu pessoalmente o acho preparado para governar o país. Afinal, presidiu o Congresso, é professor de direito e está há 8 anos na Vice-Presidência. Em segundo lugar, este ano temos depressão econômica que pode chegar a 4% do PIB. Em 2016, espera-se outra pancada, se Dilma continuar a nos governar, de 3% do PIB. 


O anúncio do impeachment fez a bolsa subir, o dólar cair e títulos brasileiros subirem no exterior. A economia, o emprego e a renda são mais importantes que o mandato de uma presidente. Mas o impeachment não sairá se o povo não for para as ruas. Importa, acima de tudo, reconquistar a confiança de todos no crescimento do país e na recuperação da moralidade. Mas importante, por igual, é o povo ocupar as praças e as ruas para salvar o Brasil.

Crimes do capital - MÍRIAM LEITÃO


O GLOBO - 06/12

A Odebrecht está com o presidente na cadeia, a Andrade Gutierrez, também, e a Camargo Corrêa. A Galvão Engenharia e a Mendes Júnior têm dirigentes condenados. O BTG viu seu presidente ir para a prisão. A Vale precisa explicar o crime ambiental cometido por uma de suas controladas. A Petrobras tem ex-diretores presos e é o centro de um escândalo político. O capitalismo brasileiro virou caso de polícia?

Não o capital em si, mas muitos dos atos dos dirigentes das empresas são sim, como se vê, um caso de polícia. O pecado original é a relação promíscua com o governo, velho defeito do Brasil, exacerbado ao limite na era petista. Diretrizes de política econômica, o inchaço do Estado, a política industrial seletiva ampliaram o mundo das sombras entre o público e o privado no Brasil.

Essas empresas, e outras que estão às voltas com a Justiça, costumavam encabeçar rankings de maiores, mais lucrativas, e de melhor desempenho do Brasil. Todas elas erraram ao não praticar aquilo que diziam em seus prospectos de propaganda, manuais de conduta, sites oficiais, comunicados aos clientes, fornecedores e investidores. Todas diziam ter boa governança, regras de “compliance”. Todas alegam ser sustentáveis, e a maioria afirmou ter aderido a regras internacionais contra a corrupção e de proteção ao meio ambiente. Empreendedores apontados como casos de sucesso, exemplo para os jovens, hoje dormem em celas.

Há tantas empresas com dirigentes investigados, indiciados ou condenados, e são tantos os crimes dos quais as empresas são acusadas, que isso deixou de ser um problema isolado. O que o mundo corporativo deve refletir no Brasil é o que criou a situação. O primeiro suspeito é o velho patrimonialismo, mas não explica o surto recente de negócios escusos entre empresas e o governo. O aumento foi motivado pela sensação de que não haveria punição para os integrantes da elite econômica e do poder político que, juntos, conseguiriam torcer o sistema a seu favor.

O caso do senador Delcídio e do banqueiro André Esteves, se ficar comprovado tudo o que se ouviu no diálogo gravado pelo ator Bernardo Cerveró, é um flagrante do capitalismo de compadrio, ou de laços, como diz o professor Sérgio Lazzarini. Lá estão os elos entre os poderes, e os favores trocados entre quem tem influência política e quem tem poder econômico. Essa rede de relacionamentos que negocia proteção e defesa de interesses corrói a democracia e vicia a economia.
Evidentemente não surgiu agora, mas é inegável que houve um aumento forte nesse tipo de relação entre o público e o privado. O que impressiona é a data da conversa do senador Delcídio. Foi no começo de novembro, com um ano e oito meses da Operação Lava-Jato. O líder do governo ainda se sentia intocável e falava abertamente sobre como dar fuga a um condenado pela Justiça.

Em sua defesa, André Esteves nega que tenha se comprometido com aquilo sobre o qual o senador Delcídio Amaral falava na conversa, mas admitiu que teve cinco encontros no ano com o senador. Nada há de suspeito em um banqueiro e um líder político se encontrarem, mas, a menos que sejam amigos, a frequência é exagerada. Esteves tinha um banco em expansão para cuidar, que acabara de comprar uma instituição na Suíça, e negociava um banco na Itália. Isso sem falar nas inúmeras áreas de interesse do BTG Pactual. Por que mesmo, os empresários brasileiros vão tanto a Brasília? A maioria vai com expectativa de alguma medida do governo que o favoreça.

O caso da Vale faz parte de uma outra frente de erros das empresas brasileiras. A de achar que palavras como “sustentabilidade” são apenas para decorar os sites e prospectos de propaganda. A Samarco é controlada e atua na mesma área central de atividade da Vale. O descuido da mineradora mineira com os rejeitos da sua produção provocou o maior desastre ambiental do Brasil na mineração. E isso será um enorme passivo para as controladoras. Se levassem a sério a proteção ao meio ambiente, o Rio Doce não estaria em coma.

O professor americano Michael Porter ensina que o medo do fracasso move mais as companhias do que a esperança do sucesso. Que as punições e passivos ensinem às empresas brasileiras o que elas devem evitar.


A coisa está preta - FERREIRA GULLAR


FOLHA DE SP - 06/12

Se a situação do petismo já estava ruim, nestas últimas semanas piorou, e muito. Para isso contribuíram, sem dúvida alguma, novas prisões –culminando com a do líder do governo no Senado, sua aprovação pelos senadores e a reação da direção nacional do PT em face dela.


 
A prisão de Delcídio do Amaral, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, causou espanto não apenas pelo inesperado da decisão como pelos elementos de prova que a determinaram: as gravações em que ele revela planos de subornar Nestor Cerveró para que não o denuncie em sua delação premiada. Em função disso, com a colaboração do banqueiro André Esteves, oferece-lhe uma mesada de R$ 50 mil e mais R$ 4 milhões, além de meios para deixar clandestinamente o país. Tudo isso foi gravado pelo filho de Cerveró e entregue à Polícia Federal.
Conforme a Constituição, teria o Senado autoridade para revogar aquela decisão do STF. Não obstante, em vez de revogá-la, aprovou-a por 59 votos contra 13. Todos esses fatos –que incluíram as prisões de André Esteves, do advogado de Nestor Cerveró e do chefe de gabinete de Delcídio– ocuparam em tempo integral o noticiário dos jornais e da televisão, sem falar nas redes sociais, que exigiam a punição dos acusados.

A sessão do Senado em que se deliberou a decisão do Supremo foi transmitida pela televisão. O ambiente ali era constrangedor. Senadores que usaram da palavra na ocasião, embora apoiando a decisão do STF, diziam-se constrangidos em ter de aceitar a condenação de um colega, tanto mais que consideravam Delcídio um homem cordial e amigo. Mas os fatos tornavam indiscutível a culpa do senador Delcídio do Amaral na tentativa de impedir a apuração da verdade pela Operação Lava Jato.

Diante disso, qual foi a atitude da Presidência da República, uma vez que o personagem principal deste novo escândalo era seu líder no Senado? Silêncio absoluto, como se nada tivesse a explicar ao país. No entanto, o senador Delcídio era homem de confiança da presidente Dilma e o principal articulador dos interesses do governo no Senado Federal. Enquanto o país se espantava diante do escândalo, o Planalto se fingiu de morto.

Mas aquele silêncio pegava mal, tornava-se intolerável. Foi aí que a direção do PT, em nota assinada por seu presidente, Rui Falcão, sentiu-se forçada a tomar posição diante do escândalo. E o que diz a nota? Embora se trate de um importante membro do partido pela posição mesma que ocupa no Senado, a direção do PT afirmou, na referida nota, que, como Delcídio não estava sendo punido em função de "sua atividade partidária", não merecia a solidariedade do partido.

Tal afirmação provocou reações indignadas ao ser lida na sessão do Senado que discutia a prisão de Delcídio. Com razão, observou-se na imprensa que, quando da prisão de José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares e João Vaccari Neto, o PT prestou-lhes irredutível solidariedade, apesar das falcatruas de que eram acusados e que resultaram em condenações e prisões. Deve-se, então, concluir que, quando usaram o dinheiro público para comprar deputados ou para encher os cofres do partido, desempenhavam legítima "atividade partidária".

Na verdade, o problema é que os petistas –de Dilma a Lula, da direção do PT a seus representantes– já não sabem o que dizer em face de tantos escândalos e do desastre a que conduziram o país. Rui Falcão, em sua nota lamentável, disse o que Lula e Dilma gostariam de dizer: Quem mesmo? Delcídio? Nunca ouvi falar!

O certo é que, a esta altura, o lulo-petismo já não suporta assumir a culpa de mais um de seus membros comprometido com a corrupção. Por isso negou-se a defender Delcídio, como se se tratasse de alguém sem qualquer importância em seu esquema de poder. 



Sucede que ele, como líder do governo, desempenhava papel decisivo para viabilizar, no Congresso, as propostas do Planalto. Essa é a razão por que, sem ele, criou-se uma situação crítica, que ameaçava levar ao colapso importantes setores da administração federal. Já imaginou se ele decide ir à forra e adere à delação premiada? O PT que se cuide.

A depressão brasileira - SAMUEL PESSÔA



FOLHA DE SP - 06/12

Recentemente, meu amigo Marcos Lisboa passou a se referir à crise atual como depressão brasileira. Depressão significa recessão profunda e prolongada. Diferencia-se das crises cíclicas que acometem as economias de mercado. Nesses ciclos, a economia oscila, para melhor e para pior, em torno de uma tendência de crescimento de longo prazo relativamente fixa.

A depressão altera a tendência. Significa queda de produto e, em seguida, queda permanente da tendência de crescimento de longo prazo.

Nosso cenário indica que devemos recuar 3,7% em 2015, 3% em 2016 e provavelmente o crescimento será positivo em 1% em 2017. O recuo do produto per capita de 8,6% no quadriênio 2014-2017 será o segundo pior desde 1904, somente superado pelo quadriênio 1981-1984, quando o recuo foi de 9,6%.

Normalmente as grandes depressões das economias de mercado ocorrem quando há forte redução da demanda agregada. A economia por longos anos vivencia juros muito baixos, deflação, desemprego e queda de produto. Essa é a situação da economia norte-americana de 2008 até agora e também nos anos 1930.

No caso brasileiro, tanto no início dos anos 1980 quanto agora, nossa depressão foi fruto de queda permanente da produtividade, que causou perda permanente de produto. Trata-se de fenômeno de oferta, e não de demanda. Hoje, diferentemente dos anos 1980, não temos crise de dívida externa. Nossos problemas são somente internos.

Ao longo de muitos anos, nossa economia se preparou para ser civilizada. Isto é, a economia de uma sociedade que consegue gerir de forma não inflacionária seu conflito distributivo. Negociações no Congresso decidem as receitas e as despesas de forma a não pressionar a inflação.

Boa parte da perda de produto pela qual estamos passando resulta de estarmos retornando para situação de inflação permanente. Estamos voltando a um passado que vivenciamos entre 1950 e 1998, quando a inflação fechava as contas de nossa irresponsabilidade fiscal. A dor que sentimos deriva menos de para onde caminhamos -sabemos sobreviver na bagunça- e mais de onde estamos vindo.

A expansão da última década foi beneficiada pela alta dos preços das commodities e de ganhos de produtividade no agronegócio e no setor de serviços, principalmente serviços financeiros. Em razão da estabilização da economia e de inúmeras reformas microeconômicas -crédito em consignação, nova Lei de Falências, instituto da alienação fiduciária para o crédito imobiliário e de automóveis, diversos instrumentos de crédito com execução extrajudicial, entre outros- que melhoraram muito o funcionamento dessa importante infraestrutura das economias de mercado, o crescimento acelerou.

A volta da inflação e a incapacidade da política em construir um consenso que encaminhe os desequilíbrios fiscais estruturais e, portanto, estabilize a trajetória da dívida pública sinalizam que teremos mais inflação nos próximos anos. Perderemos os ganhos de produto que tivemos com o melhor funcionamento do mercado de crédito.
Em algum momento, mesmo que não resolvamos os problemas fiscais, e quando tivermos destruído os ganhos de eficiência que advieram de nosso sonho de uma noite de verão, a depressão terminará. Quando o pesadelo acabar, acordaremos para a mediocridade permanente, a menos que a política consiga nos surpreender.
 

La industria cárnica clonará animales a escala industrial en China



China
 
El centro será construido por la empresa china de de biotecnología Boyalife Group y la empresa surcoreana Sooam Biotech, especializada en clonación de animales.
El mayor centro del mundo de clonación de animales abrirá sus puertas en China en 2016. Su objetivo será llevar la ganadería industrial a un nuevo nivel nunca antes visto.
La planta de clonación tendrá como objetivo producir un millón de embriones de vacas al año. Pero no sólo eso, también clonará caballos de carreras e incluso perros y gatos.


El centro será construido por la empresa china de de biotecnología Boyalife Group y la empresa surcoreana Sooam Biotech, especializada en clonación de animales.
El Director Ejecutivo de Boyalife Group, Xu Xiaochun expresaba en rueda de prensa el pasado jueves que «la tecnología de la clonación ya está entre nosotros, lo que sucede es que no todo el mundo lo sabe».


Al ya de por sí turbio proyecto, que es visto con escepticismo y ha obtenido una mayoritaria respuesta negativa de la población china, se le ha de sumar el oscuro pasado del líder de la empresa surcoreana, el Doctor Hwang Woo-suk. Tras un escándalo científico internacional, a Hwang le fue retirada su licencia para llevar a cabo investigaciones genéticas y condenado a dos años de cárcel, siendo acusado de fraude, corrupción y de violación de las leyes bioéticas.


La industria cárnica internacional tiene gigantescos intereses en China, donde el creciente poder adquisitivo de la población está disparando el consumo de carne. El reciente punto y final de la política del hijo único en el país  espolea aún más los intereses de esta cruel industria. Según la empresa de análisis de datos Research and Market la demanda de carne en China ha pasado de enviar al matadero a 13 millones de vacas en 1991 a 47 millones en 2011.

La clonación de animales en ganadería es una técnica usada en algunos programas de crianza en Estados Unidos, pero en septiembre de este año el Parlamento Europeo votó a favor de la prohibición de la clonación de animales y productos alimenticios de animales clonados. El Parlamento aprobó dicha prohibición argumentando que la técnica suponía una mayor cantidad de sufrimiento para los animales.

Antes de que la carne clonada china llegue a los supermercados del país ha de recibir el visto bueno del Ministerio de Agricultura chino y otros agentes gubernamentales. el Director de Boyalife Group, Xu Xiaochun, no quiso hacer comentarios al respecto. Asimismo el ministro de agricultura chino no ha contestado a preguntas de la prensa por el momento.


Imagen: Justin Sullivan/Getty Images
 
 
Fuente: 
http://www.nytimes.com/2015/11/27/world/asia/china-animal-cloning.html?_r=0

Tambem quero beijinho!

https://www.facebook.com/pufosenia.org/videos/452791021595572/

Nunca vi um bebê gostar tanto de água.

https://www.facebook.com/newideamagazine/videos/1020244851328315/

Entidade lança campanha contra invasão de supostos produtos orgânicos no mercado


  • 05/12/2015 22h03
  • Rio de Janeiro
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
Preocupado com a “invasão” de supostos produtos orgânicos nas prateleiras do comércio varejista, o Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos) da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) iniciou campanha de alerta ao consumidor brasileiro. Segundo informou hoje (5) a coordenadora do CI Orgânicos, Sylvia Wachsner, a campanha visa a valorizar a certificação e educar o consumidor.


“Como os alimentos orgânicos estão na moda, muitas empresas artesanais alegam que os produtos que fabricam, como geleia, por exemplo, são orgânicos”, disse Sylvia. Advertiu, entretanto, que “para falar em orgânico, tem de ter uma certificação, o selo brasileiro”.


A coordenadora do CI Orgânicos esclareceu que, mesmo empresas que compram insumos de produtores orgânicos para fazer novos produtos têm que ser certificados. “No momento em que beneficia, manipula os ingredientes, essa indústria tem que ser certificada. Não é porque a farinha é orgânica que o pão é orgânico. A indústria padaria tem que ser certificada como orgânica”, observou.


Há, segundo ela, uma informalidade no setor. Para combatê-la, ressaltou a necessidade de informar o cidadão para que ele saiba que os orgânicos têm uma legislação. A Lei dos Orgânicos foi instituída em 2003. Ela estabelece técnicas específicas a serem cumpridas desde a produção agrícola até a fase de processamento, armazenamento, transporte e comercialização. Sylvia explicou que a certificação dos produtos vendidos no varejo, que ganham o selo “Orgânico Brasil”, garante que os alimentos cumprem todos os requisitos estabelecidos pela regulação do país.


“A Lei dos Orgânicos é muito clara. Mostra quais são os insumos, quais são os ingredientes, como você deve manipular, como deve distribuir”, comentou. Sylvia alertou que os restaurantes devem também comprovar ao consumidor que seus produtos são orgânicos certificados. “Tudo isso precisa ser informado, por um lado, além de valorizar a certificação, que é cara. Não é barata”. O processo de certificação levou mais de 25 anos para ser construído, lembrou.


Apontou que a informalidade no setor de orgânicos é reforçada pelo uso das redes sociais. “Poucas pequenas empresas têm dinheiro para pagar anúncios nos jornais ou na televisão. Nas redes sociais, não custa nada divulgar os produtos supostamente orgânicos para um universo grande de pessoas. E pode oferecer a entrega em casa, não precisa uma loja física. Isso facilita muito. As redes sociais criam essa informalidade”, disse.


Melhor conscientizado, o consumidor pode exercer o papel de fiscalizador desse mercado, facultado pelo Código de Defesa do Consumidor.


A campanha não tem data para ser encerrada. “Esse é o pontapé inicial”. O CI Orgânicos da SNA enviou cartas para as certificadoras e as empresas orgânicas para que elas entrem na campanha. “A gente quer que todo mundo participe. Quanto mais pessoas entrarem, mais o consumidor ficará informado”.


A ideia é estender a campanha positiva de esclarecimento a todos os produtores, associações, cooperativas, agricultores familiares cadastrados no Ministério da Agricultura, pesquisadores, varejistas relacionados ao setor de orgânicos, com a finalidade de valorizar a certificação.


Edição: Lílian Beraldo

Mosqueteiros tucanos ao lado de Temer

O Estadão noticia que Geraldo Alckmin uniu-se a José Serra e Aécio Neves para apoiar Michel Temer, pelo impeachment de Dilma Rousseff.

Geraldo Alckmin entendeu que a sua salvação está colada à salvação do país. 

Nunca uma queda de popularidade foi tão determinante para empurrar um político para o lado certo.



Temer e Lula contra Dilma




O Estadão também noticia que Michel Temer é assíduo interlocutor de Lula, "fato que intriga até mesmo petistas".

Não há nada de intrigante nisso, como O Antagonista já escreveu mais de uma vez: Lula se deu conta de que Dilma Rousseff é um peso morto que, independentemente dos fatos policiais, está arrastando o PT e ele próprio para o buraco.

É imprescindível para Lula queimar Dilma Rousseff o quanto antes e tentar ter um discurso de oposição já para as eleições de 2016.

Valorizem o trabalhador brasileiro honesto.Trabalhando até debaixo da chuva.

https://www.facebook.com/soninha.edy/videos/921977074549785/

 “Olha o papai noel do lixeiro!"
Doações da comunidade fazem mais feliz o Natal dos coletores de lixo de Uberaba



Enerson Cleiton
Sem descanso, lixeiros realizam coleta no Natal
Leslye de Paula

3º período de Jornalismo

Para a maioria dos trabalhadores o Natal é sinônimo de descanso em família, mas para os coletores de lixo fim de ano significa mais trabalho. Com as festas, a quantidade de lixo aumenta e os bons amigos da coleta vão para as ruas trabalhar. Mesmo assim, segundo Gereval Bernardino de Andrade, 48 anos, gerente da Uberaba Ambiental, é justamente nessa época do ano que os coletores trabalham com mais felicidade, movidos pela alegria do reconhecimento que a população demonstra ao colaborar com o “natal do lixeiro”.

Na Uberaba Ambiental (empresa responsável pela coleta de lixo de Uberaba), a caixinha do natal do lixeiro é chamada de Papai Noel, e normalmente ela é tão gorda que permite aos coletores dividirem o que ganham entre si e também entre aqueles que necessitam.

Marcos Santana, 36 anos, é coletor há treze anos e diz ter entrado nessa profissão por curiosidade, mas gostou tanto que trabalha até hoje. Durante os quinze dias que antecedem o natal, ele e sua equipe passam recolhendo o lixo e as doações que as pessoas dão, porém, como trabalham no dia do natal, só podem dividir aquilo que arrecadam após a data. Apesar do trabalho no Natal, ele sempre reúne a família para cear, e diz que não há lembrança de nenhum natal que não houvesse comemorado.

Ao ser questionado sobre o que faz com as doações recebidas no Papai Noel do lixeiro, Marcos conta que fica apenas com uma parte das doações e, com o restante, faz cestas para famílias carentes. “É muito bom ter a oportunidade de receber tantas coisas e poder doar uma parte. Faço isso todo ano. Isso faz meu natal mais feliz,” confidencia Marcos.

Além do sentimento de solidariedade, um outro sentimento toma conta da equipe: é o de reconhecimento, pois a maioria das pessoas ajuda. “A população manifesta o reconhecimento através das doações, que normalmente são feitas com muito carinho para com os coletores. Isso é merecido porque nesse trabalho não tem sol, nem chuva, nem feriado; o lixo tem que sair das ruas, sempre,” afirma Geveral.

É justamente esse motivo que leva a moradora do bairro São Benedito, Katia Etel Pereira Gomes, de 43 anos, a colaborar todo ano com o natal do lixeiro. Ela diz que, nessa época do ano, sentimentos bons e fraternais tomam conta das pessoas e, sendo assim, é sempre bom lembrar daqueles que ajudam a todos