sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Estudos ligam cada vez mais o clima extremo às mudanças climáticas

Estudos ligam cada vez mais o clima extremo às mudanças climáticas


Imagem: Los Alamos National Laboratory
Imagem: Los Alamos National Laboratory

Um novo relatório mostra que os estudos publicados desde que o Acordo de Paris foi firmado há dois anos estão ligando cada vez mais as mudanças climáticas a eventos climáticos extremos em todo o mundo. [1]

Desde a conclusão da cúpula do clima da ONU em Paris, em 12 de dezembro de 2015, cientistas publicaram pelo menos 59 artigos sobre a atribuição de eventos climáticos específicos às mudanças climáticas. Destes, 41 concluem que as mudanças climáticas aumentaram os riscos de um determinado tipo de evento extremo, revela a análise da Unidade de Inteligência Energética e Climática (ECIU). Alguns detectam um aumento na frequência, outros aumentam a intensidade ou a duração, ou vinculam um impacto particular às mudanças climáticas, ou uma combinação desses efeitos.

Os eventos meteorológicos estudados abrangem episódios de calor extremo, seca, inundações e ondas de incêndios, e dizem respeito a todos os continentes, exceto a Antártida. Eles abrangem 32 eventos individuais recentes para os quais os riscos aumentaram devido a mudanças climáticas, com outros focando na tendência de longo prazo de riscos crescentes.

Uma pequena proporção dos eventos climáticos extremos individuais analisados ??nestes estudos têm um custo quantificado em termos de vidas perdidas ou danos econômicos. A partir destes, o relatório deduziu que, neste pequeno conjunto de eventos, as mudanças climáticas causaram cerca de 4.000 mortes e cerca de US$ 8 bilhões em danos econômicos. Mas o relatório adverte que esses números não podem ser tratados como o “custo das mudanças climáticas”.

Richard Black, diretor da ECIU e autor do relatório, disse que a compreensão das conexões entre mudanças climáticas e eventos climáticos extremos está evoluindo rapidamente. “Apenas alguns anos atrás, era difícil dizer mais sobre qualquer tempestade, seca ou onda de calor além de que era ‘consistente com o que a ciência prevê’. Cada vez mais, os cientistas podem olhar muito especificamente para um sinal de mudança climática em eventos extremos, e fazê-lo muito rapidamente. Este relatório mostra que cada vez mais, estão descobrindo que os eventos específicos são mais prováveis ou mais prejudiciais pelas mudanças climáticas “.

Comentando, a Dra. Friederike Otto, Diretora Adjunta do Instituto de Mudanças Ambientais da Universidade de Oxford, disse que a rápida evolução da ciência na atribuição de eventos está gerando conhecimento cada vez mais útil para os formuladores de políticas. “Estamos agora descobrindo que, para muitos tipos de eventos climáticos extremos, especialmente ondas de calor e chuvas extremas, podemos estar bastante confiantes sobre o efeito da mudança climática”, disse ela. “Sejam formuladores de políticas analisando questões locais, como proteção contra inundações, sejam negociadores envolvidas em processos globais sobre alterações climáticas, quanto mais informações sobre como as mudanças climáticas impactam o agora e o futuro, melhores serão as decisões que podem ser tomadas. Este relatório da ECIU mostra o rápido crescimento do conhecimento, e acho que só vai acelerar”.

O relatório foi lançado na semana em que líderes mundiais se reúnem novamente em Paris para uma cúpula climática convocada pelo presidente francês Emmanuel Macron, focada na economia da mudança climática.

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Notas:
1. O relatório, Heavy Weather: Tracking the fingerprints of climate change, two years after the Paris summit, está disponível em http://eciu.net/assets/Reports/ECIU_Climate_Attribution-report-Dec-2017.pdf
2. O Acordo de Paris foi firmado na conclusão de uma conferência climática da ONU em Paris (COP21) em 12 de dezembro de 2015; entrou em vigor em 4 de novembro de 2016: https://www.ecodebate.com.br/?s=acordo+de+paris
Sobre
A Unidade de Inteligência Energética e Climática é uma organização sem fins lucrativos que apoia o debate informado sobre questões de energia e mudanças climáticas no Reino Unido. A Grã-Bretanha enfrenta escolhas importantes sobre energia e sobre a resposta às mudanças climáticas, e acreditamos que é vital que os debates sobre essas questões sejam fundamentados em evidências e contextos apropriados.

Colaboração de Flavia Guarnieri, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 15/12/2017

[CC BY-NC-SA 3.0][ O conteúdo da EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, à EcoDebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]

Singularidade Solar, artigo de José Eustáquio Diniz Alves



crescimento anual da produção global de energia solar

[EcoDebate] O mundo está passando por uma grande revolução da sua matriz energética, passando da era dos poluidores combustíveis fósseis para a era das energias renováveis. O Sol irradia durante 365 dias o equivalente a 10 mil vezes a energia consumida anualmente pela população mundial. Assim, o nosso astro maior pode ser a grande fonte de energia renovável do planeta, tornando-se uma fonte energética que seja abundante e, relativamente, limpa e ecológica.

Segundo Tam Hunt, a “singularidade solar” é o ponto em que a energia solar se torna tão barata na maioria dos países ao redor do mundo que é estabelecida como a nova fonte de energia padrão.


O crescimento da energia fotovoltaica acompanhado do armazenamento de baterias e os veículos elétricos formam revoluções paralelas e entrelaçadas que devem transformar o sistema energético em todo o mundo. Existe a possibilidade de se atingir 100% de energia renovável até 2050.

O gráfico acima mostra que os acréscimos anuais na produção de energia solar passou de 1 GW em 2005 para 74 GW em 2016 e deve alcançar mais de 100 GW em 2021. Portanto, um aumento de 100 vezes em 15 anos. A capacidade instalada pode ultrapassar mil GW no início da próxima década.

O custo da energia é fundamental para o seu futuro desenvolvimento. O preço de um painel solar em 2016 era 30% menor do que era em 2010 – caindo de US$ 1,50 por watt para US$ 0,447 por watt. Isso significou uma redução de 70% em seis anos.

O gráfico abaixo mostra que a queda do preço da produção da energia solar tem caído de forma consistente e já se torna competitiva com as demais fontes energéticas. A singularidade solar cria uma nova situação, pois a energia solar tenderá a crescer exponencialmente quando atingir o nível bem abaixo da paridade dos custos com novas usinas de gás natural, plantas de carvão ou usinas nucleares.

a grande queda do preço da energia solar

A energia solar foi a fonte de mais rápido crescimento em todo o mundo em 2016, superando o crescimento em todas as outras formas de geração de energia pela primeira vez, segundo a Agência Internacional de Energia. A energia renovável representou dois terços do novo poder adicionado às redes mundiais no ano passado. A nova capacidade solar já ultrapassou o crescimento líquido do carvão, anteriormente a maior fonte nova de geração de energia.


A mudança foi impulsionada pela queda dos preços e pelas políticas governamentais, particularmente na China, que representavam quase metade dos painéis solares instalados. O Dr. Fatih Birol, diretor executivo da AIE, disse: “O que estamos testemunhando é o nascimento de uma nova era na energia solar fotovoltaica [PV]. Esperamos que o crescimento da capacidade de energia solar fotovoltaica seja maior do que qualquer outra tecnologia renovável até 2022”.

O gráfico abaixo ilustra a desconexão entre as projeções históricas sobre as instalações dos painéis solares e os desenvolvimentos reais, segundo Hoekstra (12/06/2017). As 12 projeções dos relatórios do World Energy Outlook (WEO) da Agência Internacional de Energia (IEA) ficaram sempre abaixo do crescimento real da energia solar.

annual PV additions

Sem dúvida o avanço da energia solar (juntamente com a energia eólica) substituindo os combustíveis fósseis é uma necessidade urgente para a estabilização da economia e do clima. Contudo, a trajetória de mudança não será simples.


Kurt Cobb considera que a revolução energética, se acontecer na escala necessária, não deve ocorrer de maneira tão rápida e nem com tantos resultados positivos sobre o clima. Gail Tverberg (2014), no artigo: “Ten Reasons Intermittent Renewables (Wind and Solar PV) are a Problem”, relaciona dez problemas que dificultam a superação dos combustíveis fósseis e a mudança da matriz energética mundial para fontes renováveis. Artigo de Kris De Decker (14/09/2017) mostra as dificuldades para manter a economia mundial funcionando apenas com base na energia renovável.


Não resta dúvidas de que a economia internacional precisa reduzir significativamente os subsídios e a dependência dos combustíveis fósseis e aumentar o peso das energias renováveis no conjunto da produção energética, a despeito das dificuldades que precisam ser superadas. A transição energética não pode ser pequena e tardia.


Paralelamente, o mundo também precisa caminhar rumo ao decrescimento das atividades antrópicas, renovando o estilo de desenvolvimento consumista que tem colocado tantas pressões sobre o meio ambiente e a biodiversidade. A transição energética é um primeiro passo. Mas a construção de uma civilização ecológica é a única alternativa para evitar um colapso ambiental.

Referências:


ALVES, JED. Energia renovável: um salto na evolução? Ecodebate, 29/01/2010
http://www.ecodebate.com.br/2010/01/29/energia-renovavel-um-salto-na-evolucao-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
ALVES, JED. A transição energética: da energia fóssil às renováveis, Ecodebate, 28/07/2017
https://www.ecodebate.com.br/2017/07/28/transicao-energetica-da-energia-fossil-as-renovaveis-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
Tam Hunt. The Solar Singularity: 2017 Update, Green Tech media, March 24, 2017
https://www.greentechmedia.com/articles/read/the-solar-singularity-2017-update-ev-autonomous-energy-storage
Kris De Decker. How (Not) to Run a Modern Society on Solar and Wind Power Alone, Resilience, 14/09/2017 http://www.resilience.org/stories/2017-09-14/how-not-to-run-a-modern-society-on-solar-and-wind-power-alone/
Auke Hoekstra. Photovoltaic growth: reality versus projections of the International Energy Agency, 12/06/2017
https://steinbuch.wordpress.com/2017/06/12/photovoltaic-growth-reality-versus-projections-of-the-international-energy-agency/

José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 15/12/2017
"A Singularidade Solar, artigo de José Eustáquio Diniz Alves," in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 15/12/2017, https://www.ecodebate.com.br/2017/12/15/singularidade-solar-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/.

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PGR reafirma inconstitucionalidade de decreto do Rio de Janeiro que reduz área da APA de Tamoios

PGR reafirma inconstitucionalidade de decreto do Rio de Janeiro que reduz área da APA de Tamoios


Em parecer enviado ao STF, Raquel Dodge opinou pela procedência do pedido de liminar para suspender a eficácia do dispositivo que reduz área da APA de Tamoios


APA de Tamoios. Foto: Inea
APA de Tamoios. Foto: Inea

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou nesta quinta-feira (14) parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) no qual reafirma a inconstitucionalidade de decreto do Rio de Janeiro que reduz o território da Área de Proteção Ambiental (APA) de Tamoios. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), a norma promoveu subtração de aproximadamente 15.356 hectares, o equivalente a 68% da área original.


Na manifestação, Raquel Dodge opina pela procedência do pedido de concessão da medida cautelar (liminar) para suspender a eficácia do dispositivo e reitera os argumentos da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5676, ajuizada pela PGR, em março deste ano. Segundo ela, edição de decreto que inove o ordenamento jurídico e reduz o âmbito de proteção ambiental de APA invade matéria reservada à lei pela Constituição.


“Configura-se situação de ofensa ao princípio da reserva legal, hipótese na qual o Supremo Tribunal Federal admite controle concentrado de constitucionalidade por meio de ação direta”, argumenta a PGR no documento. A procuradora-geral ainda destaca que os documentos da petição inicial evidenciam a “redução drástica da APA de Tamoios por ato infralegal, o que afasta alegação do presidente do Inea de que o decreto fluminense teria apenas disposto sobre plano de manejo da APA, sem promover alteração territorial”.


A ADI 5676 pede a inconstitucionalidade da expressão “com área total aproximada de 7.173,23 hectares”, contida no artigo 1º do Decreto 44.175/2013, do Estado do Rio de Janeiro, que aprova o plano de manejo da APA de Tamoios e estabelece seu zoneamento. De acordo com a ação, a norma, em total descompasso com o artigo 225, parágrafo 1º, inciso III, da Constituição da República, “promoveu drástica supressão da área submetida a regime de proteção ambiental”. Isso porque o Decreto 9.452/1986 havia fixado o território da APA Tamoios em 22.530 hectares.


A ação também cita parecer técnico da Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do Ministério Público Federal (4CCR/MPF), que trata de matéria ambiental, na qual aponta a supressão de proteção jurídica sobre território substancial da APA de Tamoios.


APA Tamoios – A Área de Proteção Ambiental de Tamoios, no município de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, foi criada pelo Decreto 9.452, de 5 de dezembro de 1986, que fixou o território em 22.530 hectares. O Plano Diretor da APA de Tamoios foi instituído pelo Decreto 20.172, de 1º de julho de 1994.


Com a edição da Lei 9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), a APA de Tamoios foi recepcionada como Unidade de Conservação (UC) do grupo de uso sustentável. De acordo com a norma, APA é “área em geral extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais”.


Íntegra do parecer

Fonte: Procuradoria-Geral da República

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 15/12/2017

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Modelos de clima de alta resolução apresentam novas projeções alarmantes para os EUA



pesquisa

University of Illinois at Urbana-Champaign*
Aproximando-se da segunda metade do século, os Estados Unidos provavelmente sofrerão aumento no número de dias com calor extremo, na frequência e duração das ondas de calor. Em resposta, prevê-se que as necessidades sociais, agrícolas e ecológicas irão aumentar a demanda em recursos naturais já esbanjados, como água e energia.


Pesquisadores da Universidade de Illinois desenvolveram novos modelos de clima de alta resolução que podem ajudar os responsáveis políticos a mitigar esses efeitos a nível local.
Em um artigo publicado no jornal Earth’s Future , o professor de ciências atmosféricas Donald Wuebbles , o estudante de graduação Zach Zobel e os cientistas do Argonne National Laboratory, Jiali Wang e Rao Kotamarthi, demonstram como a modelagem de resolução aumentada pode melhorar futuras projeções climáticas.

Muitos modelos climáticos usam uma resolução espacial de centenas de quilômetros. Esta abordagem é adequada para modelos de escala global que funcionam durante séculos no futuro, mas não conseguem capturar características de terra e clima em pequena escala que influenciam os eventos atmosféricos locais, disseram os pesquisadores.

“Nossos novos modelos funcionam em uma resolução espacial de 12 km, o que nos permite examinar mudanças localizadas no sistema climático nos EUA continentais”, disse Wuebbles. “É a diferença entre ser capaz de resolver algo tão pequeno quanto o condado de Champaign contra o estado inteiro de Illinois – é uma grande melhoria”.

O estudo analisou duas futuras futuras projeções de produção de gases de efeito estufa – um cenário “comercial como de costume”, onde o consumo de combustível fóssil permanece em sua trajetória atual e que implica uma redução significativa no consumo até o final do século. O grupo gerou dados para duas projeções de dez anos (2045-54 e 2085-94) e comparou-os com dados históricos (1995-2004) para o contexto.

“Uma das descobertas mais alarmantes na nossa projeção de negócios como de costume mostra que, no final do século, o sudeste dos EUA experimentará temperaturas máximas de verão todos os dias que costumavam ocorrer apenas uma vez a cada 20 dias”, disse Zobel.
Embora não sejam tão graves, outras regiões do país também devem experimentar alterações significativas na temperatura.

“O Centro-Oeste poderia ver grandes eventos de calor incomuns, como a onda de calor de Chicago de 1995, que matou mais de 800 pessoas, tornando-se mais comuns e talvez até até quase cinco vezes por ano até o final do século”, disse Wuebbles. “As ondas de calor aumentam a taxa de mortalidade no Centro-Oeste e no Nordeste porque as pessoas nessas regiões densamente povoadas não estão acostumadas a lidar com esse tipo de calor que frequentemente”.

As temperaturas extremas e a duração prolongada da estação mais quente provavelmente terão um impacto significativo nas culturas e no ecossistema, disseram os pesquisadores. Áreas como o Oeste americano, que já estão lidando com recursos hídricos limitados, podem assistir estações de geada muito mais curtas, levando a um aumento menor na água de derretimento da primavera do que o que é necessário.

“A alta resolução de nossos modelos pode captar variáveis climáticas regionais causadas por formas de relevo locais como montanhas, vales e corpos de água”, disse Zobel. “Isso permitirá que os formuladores de políticas adaptem as ações de resposta de uma maneira muito localizada”.

Os novos modelos se concentram na temperatura e não influenciam o efeito que os padrões regionais de precipitação terão sobre o impacto das mudanças climáticas antecipadas. Os pesquisadores planejam ampliar seu estudo para explicar essas variáveis adicionais.

“O conceito de mudança climática global pode ser um pouco abstrato, e as pessoas querem saber como essas mudanças projetadas os afetarão, em sua comunidade”, disse Wuebbles.

“Nossos modelos estão ajudando a responder a essas perguntas, e é isso que separa nosso trabalho dos estudos maiores e de escala global”.

Referência:
Zobel, Z., Wang, J., Wuebbles, D. J. and Kotamarthi, V. R. (), High Resolution Dynamical Downscaling Ensemble Projections of Future Extreme Temperature Distributions for the United States. Earth’s Future. Accepted Author Manuscript. doi:10.1002/2017EF000642
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/2017EF000642/epdf

*Tradução e edição de Henrique Cortez, EcoDebate
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 15/12/2017

[CC BY-NC-SA 3.0][ O conteúdo da EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, à EcoDebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]

Rio proíbe uso de animais em testes de produtos cosméticos

Rio proíbe uso de animais em testes de produtos cosméticos

Por Sabrina Rodrigues
Por 40 votos a zero, deputados da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro derrubam o veto do governador Pezão ao Projeto de Lei 2714/2014, que proíbe teste em animais para produção de cosméticos e de higiene pessoal. Foto: João Carlos Caribé/Flickr.
Por 40 votos a zero, deputados da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro 
derrubam o veto do governador Pezão ao Projeto de Lei 2714/2014, que proíbe teste 
em animais para produção de cosméticos e de higiene pessoal. 

Foto: João Carlos Caribé/Flickr.

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) derrubou na terça-feira (12) o veto do governador Luiz Fernando Pezão ao Projeto de Lei 2714/2014. Pezão havia vetado o PL que proíbe no Estado do Rio de Janeiro, a utilização de animais para desenvolvimento, experimentos e testes de produtos cosméticos, higiene pessoal, perfumes, e seus componentes além da comercialização dos produtos quando derivados da realização desse tipo de teste.

Com 40 votos favoráveis e nenhum contrário, o veto ao PL foi derrubado e a lei de autoria dos deputados Paulo Ramos (PSol) e Gilberto Palmares (PT) e do deputado licenciado Thiago Pampolha  (PDT) passa a valer em todo o estado do Rio de Janeiro.

O deputado Gilberto Palmares justifica a lei ao afirmar que  “Já há metodologias que fazem testes desses produtos sem utilizar os animais, então, nós temos que respeitar a dignidade dos animais e não tratá-los de forma cruel”, explica Palmares.

A lei prevê punição que vai desde pagamento de multa e até suspensão definitiva do alvará de funcionamento para as empresas que descumprirem o regramento.