Prezados,
Conforme previsto realizou-se, dia 18, na sede da ACPW, reunião entre os moradores do Park Way e representantes da SEDHAB. Presentes estavam também o Administrador Regional e funcionários da Administração.
Compareci ao encontro, acompanhada pela Vice-Presidente da PWR. Ao entrar percebemos que o recinto estava lotado, os participantes, bem numerosos, estavam divididos em dois grupos principais: Um, composto pelos simpatizantes da APWR, moradores conscienciosos, preocupados em preservar e proteger o Park Way como ele é agora. O outro grupo era formado pelos donos de casas de festas, escolas, academias de ginástica, etc...que atualmente funcionam com alvarás provisórios e que gostariam que suas atividades fossem regularizadas.
A reunião começou bem, com o representante da SEDHAB declarando que o Park Way continuaria sendo um bairro do tipo RE2, isto é Residencial Exclusivo 2 que permite apenas casas uni familiares e condomínios.
A alegria dos moradores que querem preservar e proteger o Park Way foi grande, mas durou pouco.
Logo em seguida o representante da SEDHAB afirmou que, embora o Park Way continuasse a ser um bairro RE2, ele pretendia "flexibilizar"a lei de forma que as atividades das atuais Casas de Festas, Escolas, Restaurantes, etc...fossem regularizadas, podendo portanto continuar funcionando.... dentro dos lotes residenciais!!
O espanto e a indignação tomaram conta dos participantes conscienciosos. Os donos de casas de Festas exultaram!
A atitude da SEDHAB foi mais uma prova de que o Governo continua favorecendo aqueles que objetivam explorar comercialmente o Park Way em detrimento daqueles que conscienciosamente visam preservar o meio ambiente e a qualidade de vida de seus habitantes. Aliás essa é a atitude do Governo em relação à Brasília como um todo.
Embora os moradores conscienciosos fossem maioria, o interlocutor da SEDHAB ignorou mais uma vez os anseios desses habitantes preferindo acatar a vontade dos menos numerosos donos de casas de festas, donos de escolas, e de outros pontos comerciais semelhantes.
Assim, foi com profundo descontentamento que muitos dos moradores-- que se mudaram para o Park Way em busca de uma vida saudável em contado com a natureza, do silencio, da ausência de poluição de qualquer tipo e da baixa criminalidade—deixaram o recinto da reunião.
O Diretor Financeiro da ACPW, mais à vontade após a partida desses moradores, aproveitou para reapresentar a proposta de construção no Park Way de Centros Comerciais Gigantescos, Colégios e Hospitais. A proposta foi aplaudida vigorosamente pelos donos de Casas de Eventos, Escolas, etc....
O representante da SEDHAB também aprovou a proposta do Diretor Financeiro da ACPW, o que confirma a existência de uma sintonia de objetivos entre a SEDHAB e a ACPW no que se refere à exploração comercial do PW.
O mesmo interlocutor da SEDHAB teve a coragem de afirmar que a construção de Centros Comerciais no Park Way evitará a poluição na medida em que diminuirá o fluxo de automóveis!!.
Acho essa consideração no mínimo inapropriada, pois tendo em vista a extensão da área do Park Way apenas os moradores vizinhos ao Centro Comercial poderão fazer as compras a pé. Os habitantes das outras quadras terão de utilizar o automóvel para chegar até o Centro Comercial.Além disso, o Centro atrairá moradores de outras RAs, o que aumentará o fluxo de automóveis, agravará o transito, criará congestionamentos gigantescos, poluição, elevação da temperatura e criminalidade. E, como sempre repito, a presença no Park Way de comerciantes que votam nas audiências publicas e pressionam o Governo será o primeiro passo para o adensamento populacional do Park Way. Comerciante precisa de clientes!
Recordo que proposta de uso misto nos lotes residenciais do Park Way já fora sugerida durante a Plenária da Conferencia das Cidades. Naquela ocasião os moradores contra-comercio reclamaram, refutaram a proposta, mas a voz desses moradores foi abafada pelas vaias de dezenas de garçons, cozinheiras, faxineiros, levados à Plenária pelo dono de uma casa de festas apenas com essa finalidade: Vaiar os moradores que lutam pelo seu sossego!!
No dia 29 do corrente vai haver outra Audiência Publica para novamente submeter à apreciação, desta feita de todos os habitantes do DF, a proposta da SEDHAB de regularizar o funcionamento de Casas de Festas e outras atividades comerciais DENTRO dos lotes comerciais no Park Way. Temos de comparecer, pedir a palavra, nos posicionarmos CONTRA.Na Audiência Publica todo o DF vai nos ouvir!QUEM CALA CONSENTE!
Provavelmente o mesmo dono da casa de festa levará à Audiência Publica do dia 29, alguns ônibus carregados de faxineiros, lavadores de pratos e cozinheiras, contratados especialmente para nos vaiar cada vez que pedirmos a palavra. Muito provavelmente o Governo permitirá que sejamos vaiados. Temos de estar preparados para enfrentar até isso!
Quero deixar claro que nossa Associação nada tem contra oferta de oportunidades de empregos e inclusão social para todo e qualquer tipo de atividade regularizada. Mas, o Park Way foi criado para ser uma área de proteção ambiental, de uso controlado, residencial exclusiva, sem comercio. E assim deverá permanecer, inclusive para que suas áreas verdes preservem a qualidade de vida dos moradores de Brasília.
E vamos continuar lutando por isso!
Atenciosamente,
Flavia Ribeiro da Luz
Presidente da Associação Park Way Residencial