quarta-feira, 11 de junho de 2014

Polícia teme protestos violentos na abertura da Copa



quarta-feira, 11 de junho de 2014 16:07 BRT
 
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SÃO PAULO (Reuters) - A polícia está preocupada que protestos se tornem violentas antes da partida de abertura da Copa do Mundo, quinta-feira, em São Paulo, após informações de inteligência terem indicado que centenas de manifestantes vão tentar bloquear ruas que dão acesso ao estádio.


A polícia tem usado grampos telefônicos e mídias sociais para reunir informações sobre movimentações de manifestantes e seus planos antes do jogo de abertura do Mundial, entre Brasil e Croácia, que terá um público de mais de 60.000 pessoas, incluindo a presidente Dilma Rousseff e outros chefes de Estado.

Manifestações contra a Copa do Mundo têm ocorrido no país desde junho do ano passado, quando milhares de pessoas foram às ruas protestar contra os gastos envolvidos na organização do Mundial, entre outras questões.

No auge dos protestos, mais de 1 milhão de pessoas participaram de manifestações em um único dia. Os protestos diminuíram significativamente nos últimos meses, mas a polícia está preocupada com grupos considerados radicais, formados na maioria por homens jovens que realizaram atos de vandalismo e entraram em confronto com a polícia anteriormente.

Vários grupos de manifestantes convocaram protestos pelo Facebook para o centro de São Paulo na quinta-feira de manhã, para então seguirem em direção à Arena Corinthians, 20 quilômetros a leste.

Informações da área de segurança indicam que alguns manifestantes planejam escapar das barricadas da polícia e bloquear a Radial Leste, uma importante via que será utilizada por VIPs para chegar ao estádio, de acordo com três autoridades que receberam informações de inteligência.
 

Manifestantes e operários do metrô que estiveram em greve este mês também podem tentar obstruir a linha de trem que a maioria dos torcedores deve usar para ir ao jogo, segundo as fontes. A polícia tem ordens para manter as ruas e o transporte público livres.

"Se os manifestantes tentarem impedir os torcedores de chegar, a situação pode ficar feia", disse uma autoridade, sob condição de anonimato. "A polícia vai manter as ruas abertas, eu garanto."

A própria presidente Dilma reiterou nesta quarta que o governo não vai tolerar violência em manifestações e que tem condições de garantir a segurança de todos.





Mais de 150 mil policiais e soldados foram destacados para fazer a segurança nas 12 cidades-sede do Mundial.

"Respeitamos os direitos das pessoas se manifestarem", disse a presidente durante cerimônia de entrada em operação de trecho do metrô de Salvador. "No entanto, não teremos a menor contemplação com quem achar que pode praticar ato de vandalismo ou atingir o direito da maioria, que é o direito de assistir e desfrutar e usufruir da sua Copa do Mundo."

SUSPEITOS INTERROGADOS NO RIO

Rafael Alcadipani, professor em São Paulo que tem ligações tanto com a polícia como com manifestantes, disse que ouviu previsões de "guerra" na quinta-feira, mas espera que prevaleça um sentimento de cabeça mais fria.


"Não acho que será tão ruim assim", disse. "As pessoas estão nervosas, mas acho que mesmo os black blocks estão percebendo que as pessoas querem que a Copa aconteça."

Delegações estrangeiras que vão comparecer ao jogo de quinta-feira, no entanto, estão "muito preocupadas" e avaliando rotas alternativas para o estádio se houver incidentes de violência, disse um diplomata.

A polícia de outras cidades também está se preparando para problemas.


Dez pessoas investigadas por participação direta ou indireta em atos violentos durante protestos no Rio de Janeiro foram levadas pela polícia nesta quarta-feira para prestar depoimento na delegacia, mas não foram presas, informou a polícia.






Entre as pessoas levadas para prestar depoimento estava a ativista Elisa Quadros, conhecida como Sininho, investigada pela Polícia Civil por suposta compra irregular de fogos de artifício, segundo a polícia.


Os manifestantes dizem que o maior risco de violência não vem deles mas sim da polícia, que tem usado balas de borracha e bombas de gás para dispersar manifestações. Um site criado por grupos de direitos humanos para coletar evidências de violência policial estava sendo compartilhado por líderes de protestos na mídia social nesta quarta-feira.


(Reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro)


 
 

Temendo ação solitária, governo terá 1,8 mil agentes contra terror na Copa




Atualizado em  11 de junho, 2014 - 15:16 (Brasília) 18:16 GMT
Militares em estado de alerta para a Copa do Mundo (foto: Tereza Sobreira/Ministério da Defesa 08/06/2014)
Forças especiais do Exército, da Marinha e da Polícia Federal formam unidade contraterrorista do Brasil


Um eventual atentado provocado por um ou mais extremistas não ligados a organizações conhecidas é a principal preocupação do governo brasileiro em termos de prevenção ao terrorismo durante a Copa do Mundo.

As estratégias de defesa se baseiam principalmente em ações de inteligência envolvendo agências internacionais e uma força especial de reação composta por 1.850 agentes, entre militares e policiais, e 36 helicópteros.

O esquema, porém é de caráter preventivo, segundo disse à BBC Brasil o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.


"Eu não creio que o Brasil seja alvo de nenhuma ação extremista. Em primeiro lugar, nós não temos um histórico de atos terroristas no Brasil, nunca tivemos".
"Em segundo lugar, nossos serviços de inteligência nunca detectaram núcleos ou situações que pudessem efetivamente representar um tipo de risco nessa área (do terrorismo)".


Porém, segundo ele, o país está preparado para lidar com qualquer "eventualidade".

Cenários

De acordo com o general de brigada Julio César de Arruda, responsável pela força-tarefa contraterrorista que atuará no mundial, diversos cenários hipotéticos de ataques foram traçados. "O pior deles é uma bomba suja, uma bomba associada a substância química, biológica ou radioativa”, afirmou.



Para lidar com ele, o Exército comprou equipamentos modernos e formou uma força de 750 homens especializada em atender e descontaminar vítimas afetadas pelo eventual atentado. Essa força pôde ser vista com certa frequência nos últimos meses em trajes que lembram filmes de ficção científica treinando próximo a estádios que receberão jogos do mundial.



Militares participam de exercício de socorro a vítimas de atentado (foto Felipe Barra I Ministério da Defesa 31/05/2014)
Eventual ataque com "bomba suja" é cenário mais perigoso durante a Copa, segundo militares

Segundo Arruda, integrantes dessa unidade – conhecida no meio militar pela sigla DQBN (Defesa Química, Biológica e Nuclear) – treinaram com órgãos internacionais para se preparar para a Copa, incluindo o MI5, o serviço de segurança doméstico da Grã-Bretanha.

Contudo, um ataque dessa natureza não é o mais provável dos cenários envolvendo atentados extremistas no Brasil na Copa, diz o general.

Uma ameaça um pouco mais plausível seria um ataque a bomba convencional cometido por um "lobo solitário" – um extremista ou um pequeno grupo não ligado a grandes organizações terroristas e interessado na visibilidade mundial de um eventual atentado no Brasil durante a Copa do Mundo.

A tática do "lobo solitário" se tornou uma preocupação global no meio da segurança após o atentado contra a Maratona de Boston, em abril de 2013. Na ocasião, dois extremistas independentes detonaram duas bombas que mataram três pessoas e feriram 260.


"Esse tipo de ação é o maior perigo atualmente. Os lobos solitários são difíceis de rastrear e capturar em qualquer lugar do mundo porque eles não têm ligação com ninguém. Pode ser alguém que pega uma arma e vai causar uma catástrofe em um estádio", observa o especialista em segurança Hugo Tisaka, da consultoria NSA Brasil.


Tanto o consultor como o general afirmaram que uma das formas mais eficazes de impedir as ações de lobos solitários é contar com o apoio de toda a população para identificar ameaças. Ou seja, criar a cultura nos cidadãos e servidores de reportar aos órgãos adequados quando notarem objetos ou comportamentos suspeitos.


Segundo Arruda, já foram realizadas diversas palestras com os membros das diferentes forças de segurança que atuarão no evento com o intuito de criar essa cultura em todos os servidores.


Mas, segundo Tisaka, esse comportamento ainda não foi incorporado pela população em geral. "Normalmente quando percebem algo suspeito as pessoas se afastam e não fazem nada".

Prevenção e reação

De acordo com o general, o foco do governo no combate a eventuais ações terroristas está na tentativa de prevenção. Estão envolvidas especificamente na força-tarefa encarregada do setor o Departamento de Contra Terrorismo da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), o Departamento Antiterrorismo da Polícia Federal e a Brigada de Operações Especiais do Exército.


Esses órgãos são alimentados com informações de agências de inteligência internacionais - de acordo com o ministro Cardozo, o Brasil está em contato constante com agências de inteligência de cerca de 25 países – e também por órgãos das polícias e dos sistemas penitenciários estaduais.


"Mas na minha opinião ainda não existe uma integração do nível desejado entre todos esses grupos de inteligência", afirmou Tisaka. 


Segundo ele, a cultura de compartilhamento de informações de inteligência existe, mas não está completamente disseminada entre todos os órgãos, o que resultaria no isolamento de determinados dados que podem ser importantes em ações de prevenção.

PCC


No ano passado e em maio de 2014, órgãos de inteligência de São Paulo identificaram supostos planos da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) para sequestrar turistas e fazer atentados a bomba durante o mundial se as lideranças presas do grupo fossem transferidas para presídios federais ou para o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado, que proporciona o isolamento total do detento). 



O Ministério Publico e o governo solicitaram as transferências de 35 líderes neste ano – inclusive o líder máximo Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola – , mas a Justiça negou o pedido (Marcola chegou a ficar quase dois meses em RDD, mas foi transferido de volta a uma prisão de alta segurança). 


O ministro Cardozo afirmou que não há informações de inteligência que apontem para a possibilidade de ataques do PCC. 


Fontes do Ministério Público disseram à BBC Brasil que como o pedido de transferência das lideranças para o RDD só será analisada novamente pela Justiça após a Copa, a chance de ataques da facção durante o mundial é baixa. 

Por outro lado, segundo ele, em termos táticos de reação a ameaças, o Brasil está bem integrado. O governo chegou a criar até centros integrados de comando das forças de segurança em todas das 12 cidades sede da Copa para lidar com a maioria das situações de segurança pública e defesa civil.


Mas a reação armada a ações extremistas ficará a cargo de uma força de 1,1 mil policiais federais e militares de unidades especiais das Forças Armadas.


Entre essas unidades estão o Comando de Operações Táticas, da Polícia Federal, a Brigada de Operações Especiais, uma das quatro principais forças de elite do Exército, os MEC (Mergulhadores de Combate, semelhantes aos Seals americanos) e os fuzileiros do Batalhão Tonelero – a elite da Marinha.


Segundo Arruda, essa força tarefa terá cerca de 250 policiais locais à sua disposição em cada uma das doze cidades sede. Mas a força especial em si ficará baseada no Rio de Janeiro, em São Paulo e Brasília. Ela terá capacidade para se deslocar em aeronaves rapidamente para as demais cidades.


Esse efetivo, somado aos 750 homens da unidade de Defesa Química, Biológica e Nuclear, fará a segurança de delegações internacionais em hotéis, centros de treinamento, estádios e nos itinerários de deslocamento de jogadores e autoridades.
 

De acordo com Arruda, em uma situação extrema, a força contraterrorista pode até ser usada em distúrbios da ordem provocados por manifestações.


Ele disse ainda que há ainda planos de emergência envolvendo os serviços de saúde para atender vítimas de eventual atentado ou catástrofe ocorridos na Copa do Mundo.

MPs pedem apuração sobre ataques na web contra Aécio


O Ministério Público Estadual de São Paulo e do Rio de Janeiro acolheram pedido de investigação apresentado pelo PSDB para que seja apurada uma suposta "campanha de difamação" na internet realizada contra o tucano e pré-candidato à Presidência da República, senador Aécio Neves.


A representação apresentada ao MP de São Paulo é referente ao episódio em que funcionários da Prefeitura de Guarulhos que teriam utilizado a estrutura da instituição para criar páginas na internet com ofensas contra o tucano. 



No último dia 27, a servidora Nataly Galdino Diniz foi demitida da prefeitura por supostamente ter participado da ações. No despacho do processo, o procurador Geral de Justiça, Márcio Elias Rosa, determina que o caso seja apurado. 


"Encaminhe-se à Promotoria de Justiça Criminal de Guarulhos para investigação", diz parte do despacho do procurador.



Por sua vez, a representação apresentada ao MP do Rio de Janeiro é referente ao episódio em que ataques feitos também nas redes sociais contra o senador partiriam de um de computadores da estatal Eletrobras.


 "Encaminhe-se o presente expediente à Vigésima Sexta Promotoria de Justiça de Investigação Penal da Primeira Central de Inquéritos, tendo em vista a natureza das infrações noticiada", determina o procurador Geral de Justiça, Marfan Martins Vieira.


"A partir do momento que o Ministério Público acolhe a denúncia, ele reconhece como correta a imputação de fatos criminosos contra aqueles que difamaram, caluniaram e injuriaram o Aécio. Se não tivessem procedência, o caminho seria o arquivamento. Ambos ao contrário, instauraram o procedimento investigatório e chamaram para si as investigações tal a pertinência da representação que reformulamos", afirmou o coordenador jurídico da campanha presidencial do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP). 


O MPRJ recebeu representação do senador Aécio Neves e está realizando diligências, que incluem o cumprimento de mandados de busca e apreensão. Foi decretado sigilo porque as diligências estão em andamento.

Fonte: Estadao Conteudo

Assaltantes invadem lanchonete e posto de gasolina em Sobradinho II


Os funcionários foram feitos reféns por um dos criminosos, enquanto outros três assaltantes invadiram loja. Bandidos roubaram apenas documentos dos frentistas.



Publicação: 11/06/2014 16:50 Correio Braziliense

 
Uma loja e um posto de gasolina foram assaltados na madrugada desta quarta-feira (11/6), em Sobradinho II. 


Os criminosos não levaram nada de valor. De acordo com as informações da polícia, quatro assaltantes renderam dois frentistas que trabalhavam no estabelecimento.


Os funcionários foram feitos reféns por um dos criminosos. Os outros três assaltantes arrombaram a lanchonete localizada ao lado do posto.

Os criminosos levaram apenas os documentos dos frentistas. A polícia suspeita que o crime foi cometido por um ex-funcionário do posto de gasolina.

Empresário do Lago Norte é preso suspeito de sequestrar adolescente


De acordo com a polícia, o crime foi motivado por vingança contra a mãe da vítima


Arthur Paganini

Publicação: 11/06/2014 17:50   Correio Braziliense
 

Um empresário morador do Lago norte foi preso em flagrante, na manhã desta quarta-feira (11/6), suspeito de sequestrar um garoto de 13 anos. O adolescente, morador do Itapoã, ficou sob a guarda do sequestrador entre 7h e 13h, quando foi deixado em uma rua no Paranoá. Ele pode pegar de dois a cinco anos de prisão.

R.G.V.J., 38 anos, conheceu a mãe do adolescente há cerca de cinco meses. Eles tiveram um relacionamento curto durante esse período e, ontem, passaram a noite em um bar em Planaltina. Os dois foram juntos a um hotel, mas a mulher acabou deixando o local após R.G.V.J. dormir.

"Ele ficou revoltado pelo fato de não ter encontrado com a mulher ao acordar. Foi então que o autor se dirigiu à casa dela e pediu autorização do seu irmão para levar o adolescente à escola. Eles acabaram indo a um pesque-pague, de onde ele passou a enviar mensagens ameaçadoras, que davam conta de que o garoto havia sido morto afogado", explicou o delegado responsável pelo caso, Laércio Rosseto, da 6ª Delegacia de Polícia.
 
O autor deverá permanecer preso à disposição da Justiça.

Anistia Internacional quer explicações sobre denúncia de ativistas do DF


Integrantes do Comitê Popular da Copa no DF denunciaram homem que se fazia passar por servidor do TRE e esteve em suas casas nessa terça-feira
 
Agência Brasil

Publicação: 11/06/2014 19:06 Correio Braziliense

 

Um dia após integrantes do Comitê Popular da Copa no Distrito Federal (CPC-DF) denunciarem que um homem se fazendo passar por servidor da Justiça Eleitoral estaria perseguindo-os, a organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional Brasil decidiu acionar as autoridades do DF e do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), cobrando explicações sobre o caso.

“A Anistia Internacional tomou conhecimento do episódio ocorrido em Brasília e solicitará, por ofício, informações e esclarecimentos ao governo do DF [GDF] e ao TRE sobre as denúncias feitas pelos membros do comitê no DF”, diz a organização em nota enviada nesta quarta-feira (11/6) à Agência Brasil.

Também em nota, divulgada ontem (10), o GDF garantiu que nem a Secretaria de Segurança Pública nem a Polícia Civil tem qualquer relação com a denúncia. “Não estamos realizando nenhum tipo de levantamento ou visitas domiciliares a membros ou ativistas de protestos”, acrescentou, rechaçando “qualquer proibição ao direito democrático e constitucional de organização e manifestação”.

Conforme a Agência Brasil noticiou ontem, ao menos seis integrantes do comitê afirmam que um homem que se identificava ora como servidor do TRE, ora como servidor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), esteve em suas casas nessa terça-feira. O desconhecido alegava conferir informações pessoais de alguns eleitores do DF. O aparente nervosismo do homem quando sua identificação profissional era solicitada, sua insistência em saber os horários em que os militantes se encontram em casa e o fato de ele dirigir uma caminhonete sem qualquer identificação levaram os integrantes do comitê e seus parentes a desconfiarem que se tratava de um policial.

Os três integrantes do movimento ouvidos pela reportagem - Thiago Ávila, Vinícius Lobão e Rafa Madeira - acreditam que o objetivo das visitas era intimidá-los. O motivo seria o fato de o grupo estar organizando para amanhã (12), dia da abertura da Copa do Mundo, mais um ato contrário aos gastos públicos no evento. 
 
 
Temendo que suas prisões preventivas fossem decretadas como forma de desmobilizar o ato desta quinta-feira à tarde, os militantes procuraram, na tarde de hoje, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). O receio de serem detidos aumentou depois que a Polícia Civil do Rio de Janeiro conduziu à delegacia, hoje cedo, dez pessoas suspeitas de participar de atos violentos nos protestos de junho de 2013 para depoimentos.

O desconhecido chegou a informar um número de telefone no qual um integrante do comitê conseguiu contactá-lo. Durante a conversa, o homem insistiu ser servidor do TRE, mas disse fazer um serviço informal, sobre o qual o tribunal, se procurado, não daria nenhum detalhe. Hoje, nossa reportagem ligou várias vezes para o mesmo número, mas não foi atendida.

Mulher é sequestrada em estacionamento perto de igreja na Asa Sul


A vítima foi deixada pelos bandidos no Núcleo Bandeirante. O carro foi levado pelos criminosos


Publicação: 11/06/2014 09:20 Correio Braziliense
 

Uma mulher de 25 anos foi vítima de um sequestro relâmpago na Asa Sul, na noite dessa terça-feira (10/6). A vítima foi abordada por dois bandidos em um estacionamento próximo a uma igreja, na Quadra 602.

De acordo com a Polícia Civil, os suspeitos estavam em um carro estacionado ao lado do veículo da vítima. Durante a ação, a mulher foi obrigada a ficar no banco do passageiro, enquanto um dos criminosos dirigiria, o outro seguiu com o outro carro.

Os bandidos chegaram a circular no Núcleo Bandeirante por 30 minutos. Em seguida a vítima foi deixada na Metropolitana. Os suspeitos fugiram com o veículo. O crime foi registrado na 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante). Ninguém foi preso.

Bowe Bergdahl e o impeachment de Barack Obama



O que aconteceu nos últimos dias nos EUA é de uma gravidade tão evidente que os americanos ainda parecem atônitos com a percepção de que Barack Hussein Obama é ainda pior do que o que seus mais duros críticos diziam.

Bowe Bergdahl (28), filho do caminhoneiro Robert Bergdahl e da dona-de-casa Jani Larson, um rapaz tímido que nunca tirou carteira de motorista e foi educado pela mãe em casa, é o centro do que pode ser a maior polêmica de governo Barack Obama.
Filho de pais presbiterianos ortodoxos aparentemente convertidos ao islamismo, Bowe foi também budista e dançava balé até entrar no exército. 


Era tido pelos colegas do exército como introspectivo e estudioso, do tipo que deixava de sair nos dias de folga para aprender tudo que podia sobre o Afeganistão, país para onde tinha sido enviado.


Seus colegas disseram que várias vezes manifestou o desejo de largar o exército e emigrar para o Paquistão ou Índia (seu posto, em Yahya Kheyl, era relativamente próximo da fronteira com o Paquistão). Bowe dizia abertamente ter vergonha de ser americano e de pertencer ao exército, era contrário à guerra e seus emails enviados a amigos e parentes, agora públicos, mostram um estado de espírito perturbado, raivoso e revoltado com sua condição de membro das forças de ocupação.


Na madrugada de 30 de junho de 2009, Bergdahl largou suas armas e abandonou seu posto em circunstâncias ainda obscuras, mas seus ex-companheiros afirmam categoricamente que ele fugiu por vontade própria. Para todos os efeitos, Bergdahl era um desertor, e deserção é um crime militar gravíssimo em qualquer lugar do mundo.


Bergdahl acabou capturado pelos talibãs, o que não é surpreendente se você sai perambulando sozinho e desarmado naquela zona de conflito. Pelo menos seis militares americanos morreram em ações de busca e resgate a Bergdahl.
Após diversas negociações, Bergdahl foi trocado pelo governo Obama por cinco dos mais perigosos detentos da prisão de Guantánamo, em Cuba, o que colocou a América num dos maiores turbilhões políticos da sua história recente.


As circunstâncias da troca são pra lá de controversas, o que fez com que muitos falem na abertura de um processo de impeachment contra Barack Hussein Obama. O que se sabe até o momento:


- A negociação foi feita à revelia da lei, que obriga o governo comunicar previamente ao Congresso qualquer tipo de negociação desse tipo. Pelo menos 80 membros do governo americano e do Qatar estavam envolvidos nas negociações e, mesmo assim, nenhum congressista foi avisado. Em 2011 e novamente em 2013, o Congresso havia sido formalmente consultado sobre a negociação e recusou os termos por unanimidade, tanto no senado quanto na câmara dos deputados.


- Mesmo alguns dos mais ferrenhos defensores de Obama no próprio partido, como a senadora californiana Dianne Feinstein, estão revoltados com a decisão unilateral do governo e pedindo mais explicações. O governo estava ciente de que deveria consultar o Congresso para fechar qualquer acordo e, mesmo assim, fez a troca, alegando que Bergdahl estava em péssimas condições de saúde e poderia morrer a qualquer momento, o que impediria uma consulta formal ao poder legislativo. 


As imagens do saudável e sorridente Bowe Bergdahl após a soltura desmentem categoricamente esta versão, o que fez o governo Obama mudar o discurso e dizer que ele estava sob ameaça de morte, o que justificaria então o bypass no Congresso.
- A crítica mais leve que o acordo recebeu, dos tradicionais apoiadores de Obama na imprensa e na política, é que a troca como foi feita, envolvendo cinco dos mais perigosos terroristas do mundo, deveria ter sido muito mais amplo, envolvendo outras contrapartidas e não somente a libertação de um único sargento. Com a libertação desses terroristas, o combalido talibã ganha vida nova.



- O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, e toda cúpula do seu governo, estariam se sentindo traídos pelo governo Obama pelo acordo, feito à sua revelia e pelas suas costas. Karzai teria se mostrado extremamente incomodado com o acordo e com a possibilidade de outras negociações estarem ocorrendo entre o governo americano e os talibãs sem seu conhecimento ou aprovação.


- “Não negociamos com terroristas” não é apenas um bordão de Jack Bauer, o lendário personagem de Kiefer Sutherland em “24 Horas” (http://youtu.be/Aw8PWR7S_Rk), mas uma maneira de mostrar aos terroristas que eles não devem sequestrar americanos porque não vai terminar bem para eles, assim como bandidos evitam matar policiais porque sabem as conseqüências. O governo Obama passou uma mensagem aos terroristas do mundo todo: sequestrem americanos que estamos abertos para negociar. Não é preciso ser vidente para saber que essa atitude colocou em risco a vida de milhares de americanos e que deverá ser responsável por muitas mortes ainda.


- Bergdahl era um desertor e está sendo tratado pelo governo como herói de guerra, o que colocou as forças armadas, os veteranos e todos os patriotas do país em choque. Ele deveria enfrentar a corte marcial, o que é a expectativa de todos os militares do país, mas o governo anunciou que ele seria aposentado com honras e todos os benefícios, em flagrante desrespeito às leis. Só isso já será suficiente para colocar o país em pé de guerra internamente.


- Susan Rice, a poderosa assessora para assuntos de segurança nacional do presidente, uma espécie de Marco Aurélio Garcia deste Lula americano, fez um road show nos programas de TV no último fim de semana para dizer, entre outros absurdos, que Bergdahl havia “servido o país com honra e distinção”, o que é uma mentira deslavada. Rice já havia mentido no episódio de Bengazi, em que passou semanas dizendo que os ataques haviam sido causados por um vídeo no YouTube.


- Há fortes indícios de que Bergdahl passou para o lado do inimigo, virou muçulmano, mudou seu nome para um nome árabe e que passou a agir como um colaborador dos talibãs contra o próprio país. Bergdahl teria passado segredos militares para os talibãs que causaram diversas mortes de ex-companheiros. Especialistas dizem que é impensável admitir que os talibãs mantiveram um prisioneiro de guerra por cinco anos em excelentes condições de saúde como Bergdahl foi devolvido se ele não tivesse mudado de lado.


- O grupo que trocou Bergdahl pelos prisioneiros de Guantánamo não era exatamente o talibã, mas os Haqqani, um grupo radical islâmico que fica baseado exatamente na região da fronteira do Paquistão com o Afeganistão próxima do posto em que Bergdahl estava quando sumiu. Os Haqqani, com ligações com a Al Qaeda e com os talibãs, formam um grupo de bandoleiros que aterrorizam as cidades por onde passam basicamente em busca de dinheiro.


- Especialistas no assunto dizem que os Haqqani só entrariam nesse negócio para faturar alto na troca, e a triangulação seria uma maneira do governo Obama poder mandar dinheiro público para os talibãs em nome de uma troca de um militar. Se for isso mesmo, impeachment é pouco. No mínimo, se conseguirem provar que Obama mandou dinheiro do tesouro para trocar Bergdahl sem consultar o Congresso é um crime que pode dar cadeia para ele.


- Os cinco terroristas libertados de Guantánamo na troca estão entre os mais perigosos do mundo e é claro que causarão novas mortes de americanos a partir de agora, sem contar os 52 americanos que morreram na busca e captura destes presos. Um militar sabe os riscos que corre ao entrar na carreira, faz um juramento, e é injustificável que, mesmo que Bergdahl não seja um desertor, se troque um soldado por cinco líderes do inimigo em plena guerra. Não se está dizendo que o governo não deveria buscar meios de libertar o americano por questões humanitárias, mas evidentemente que não desta forma.


- Barack Obama tinha como uma de suas mais importantes bandeiras de campanha o fechamento da prisão de Guantánamo. Ele não teve condições políticas de realizar a promessa, mas é razoável imaginar que ele nunca mudou de idéia. Muitos analistas estão defendendo que Obama usou a troca como desculpa para soltar cinco dos mais perigosos terroristas daquela prisão, o que seria um ardil para começar seu fechamento sem consultar ninguém, já que, se esses cinco podem ser soltos, por que não os outros que ainda estão lá?
Rose Garden


Como se tudo isso não bastasse, na cerimônia com os pais de Bergdahl no Rose Garden, em plena Casa Branca (foto), o pai de Bowe, Robert “Bob” Bergdahl, que cultiva agora uma barba enorme, abriu seu pronunciamento em árabe dizendo “bism allah alrahman alraheem“, algo como “em nome de Alá, o misericordioso”, o que foi interpretado como um ritual religioso para reclamar a Casa Branca para Alá. 


Nesse momento, Bob Bergdahl recebeu um largo sorriso de Obama, que estava ao seu lado, e depois falou em pachto, uma das línguas faladas no Afeganistão, com a ridícula justificativa de que o filho já não entendia mais inglês. Cinco anos em cativeiro e não fala mais inglês? Ah, tenha dó!



Bowe Bergdahl está num hospital militar em Landstuhl, na Alemanha, e não quis falar nem com os pais depois que foi resgatado, portanto o caso ainda está longe de resolvido e muitas informações devem ainda aparecer.


O que aconteceu nos últimos dias nos EUA é de uma gravidade tão evidente que os americanos ainda parecem atônitos com a percepção de que Barack Hussein Obama é ainda pior do que o que seus mais duros críticos diziam e é, sem dúvida, o maior risco à segurança nacional que o país já teve.

Alexandre Borges é diretor do Instituto Liberal.

Lei da Palmada institui a paternidade análoga à escravidão



Idealizada por pesquisadores da USP, com o apoio da ONU, a criminalização da palmada tem como objetivo abolir o pátrio poder, impondo às famílias a tutela totalitária do Estado.
O clima bananeiro em que foi aprovada a Lei da Palmada pode ser medido pela entrada de Xuxa Meneghel no plenário do Senado.

O casamento, longe de ser uma expressão do amor romântico, é uma instituição do contrato social. A tradicional frase “enfim sós”, que os noivos se dizem mutuamente ao iniciar a lua de mel, não passa de uma figura de retórica. A rigor, desde o instante em que o casamento é celebrado, no cartório ou na igreja, os casais jamais ficarão a sós – a sociedade sempre estará entre eles. 

O casamento é uma espécie de triângulo social, formado pelos noivos que disseram “sim” e pela sociedade que lhes dirá “não” sempre que um deles quiser infringir o contrato social firmado diante dela. Mesmo quando se revela a própria chave da felicidade íntima, concretizando o amor romântico, o casamento nunca fecha totalmente suas portas à sociedade – ela está sempre espreitando o casal por meio das regras morais da religião, das leis civis do Estado e ou do legado familiar de cada um.

Por isso, é natural que o Estado brasileiro, como qualquer outro Estado do mundo, queira se intrometer na vida dos casais. Essa intromissão é necessária devido aos filhos, que compõem o perfil da maioria das famílias. Por delegação da sociedade, o Estado, juntamente com outras instituições, tem o dever de zelar para que os filhos sejam educados e assistidos pelos pais até se tornarem capazes de cuidar da própria vida. No Brasil, a lei que deveria zelar pela saudável convivência familiar é o Estatuto da Criança e do Adoles­cen­te (ECA), promulgado em 13 de ju­lho de 1990. 


O problema é que ele não foi criado com o objetivo de fortalecer as relações familiares, prescrevendo deveres mútuos para pais e filhos, à luz dos costumes da própria sociedade; pelo contrário, o ECA é a principal arma dos movimentos revolucionários que usam o Estado capitalista para criar o utópico “homem novo” socialista. Prova disso é a chamada “Lei da Palmada”, que acaba de ser aprovada no Congresso Nacional e criminaliza os pais por uma simples palmada nos filhos.
Uma lei da universidade e da ONU

O Estatuto da Criança e do Adolescente, que se torna ainda mais nocivo com a Lei da Palmada, não foi pensado para atender os interesses da criança cordata, que respeita pai e mãe, mas para fazer as vontades do filho pródigo, que se rebela contra as normas familiares. O ECA não nasceu dos anseios legítimos da sociedade brasileira, mas de uma obsessão ideológica dos movimentos de esquerda com os menores de rua, que, a partir de meados da década de 1970 e até o final do século passado, tornaram-se a principal massa de manobra revolucionária, ocupando, na época, o papel de sementeiras de conflitos sociais que usuários de drogas e moradores de rua exercem hoje. 


Por isso, eu não fiquei surpreso nem indignado com a aprovação da “Lei da Palmada” pelo Congresso – o que me surpreende e indigna, de fato, é a sociedade não perceber que o Estatuto da Criança e do Ado­les­cente já continha, em si, o ideário da “Lei da Palmada” e não se revoltar contra ele. Sem atacar diuturnamente o Estatuto, é impossível evitar a aprovação de leis como essa.


A Lei da Palmada não nasceu no Congresso Nacional muito menos de uma inusitada sinapse do cérebro de Xuxa, transformada em sua garota-propaganda pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o ex-comunista do PCdoB que se especializou em lavagem de reputação pública por meio do uso de artistas globais. Essa perniciosa lei é uma criação dos intelectuais universitários brasileiros, com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) e se inspira em leis similares de países europeus. 



A primeira tentativa de aprová-la partiu do Departamento de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), por meio do Laboratório de Estudos da Criança, que, há décadas, vem produzindo campanhas contra qualquer agressão física a crianças e adolescentes. O problema é que os psicólogos da USP confundem ralho e palmada com agressão física e opressão psicológica e vinham tentando aprovar no Congresso Nacional a criminalização da palmada – o que finalmente conseguiram, após convencerem a bancada evangélica.


A primeira tentativa concreta de transformar em lei a criminalização da palmada ocorreu há dez anos, por intermédio de um projeto de lei da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), que veio a ser ministra dos Direitos Humanos no governo Dilma Rousseff e deixou o cargo em abril deste ano para disputar o Senado Federal pelo PT gaúcho nas próximas eleições. 


Em 2 de dezembro de 2003, Maria do Rosário apresentou o Projeto de Lei 2.654/2003, que modificava o ECA e o Código Civil, estabelecendo o direito de crianças e adolescentes “não serem submetidos a qualquer forma de punição corporal, mediante a adoção de castigos moderados ou imoderados, sob a alegação de quaisquer propósitos, ainda que pedagógicos”. Como se vê, a criminalização da palmada – que se inclui entre os “castigos moderados” – era explícita, por isso o projeto da deputada gaúcha enfrentou forte resistência, não só da bancada evangélica no Congresso Nacional, mas também de articulistas laicos nos meios de comunicação.


Há alguns anos, quando o assunto foi amplamente debatido na imprensa, levando à rejeição do projeto original de Maria do Rosário, os adversários da proposta acreditaram que ela estava completamente enterrada. Proibir os pais de darem, de vez em quando, uma mera palmada educativa nos filhos parecia uma ideia absurdamente radical, sem a menor chance de se transformar em lei. Com raras exceções, os articulistas que se insurgiram contra a Lei da Palmada não foram capazes de perceber que ela estava longe de ser uma proposta folclórica de uma parlamentar xiita – pelo contrário, era a tradução literal do pensamento predominante nas universidades brasileiras e, mais cedo ou mais tarde, haveria de ressurgir das cinzas, como fênix. Um intelectual universitário jamais desiste de suas ideias, por mais absurdas que sejam – elas são seu oxigênio e ganha-pão, pois seu salário mensal não depende do acerto de suas teses. 


Mesmo que professe teses socialmente deletérias (como o chefe do Departamento de Artes e Estudos Culturais da Univer­si­da­de Federal Fluminense, professor Daniel Caetano, que defendeu o evento sadomasoquista “Va­gina Satâ­nica”, realizado na ins­tituição), um docente de universidade pública continuará ven­do o seu bom salário cair religiosamente na conta todo final de mês.


Por isso, mesmo rejeitada por ampla maioria da população brasileira, como provam as enquetes isentas sobre o assunto, a Lei da Palmada acabou vingando. É que a proposta original não era somente da deputada Maria do Rosário – ela foi respaldada pela “Petição por uma Pedagogia Não Violenta”, uma campanha multinacional do Laboratório de Estudos da Criança da USP, que teve início em 1994, portanto há 20 anos, e colheu mais de 200 mil assinaturas de apoio no Brasil, Peru e Argentina. Essa campanha teve o apoio do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), que, em 2005, publicou o livro “Direitos Negados: 


A Violên­cia Contra a Criança e o Adoles­cen­te no Brasil”, uma coletânea de artigos escritos por diversos pesquisadores. No artigo que abre o livro, as pesquisadoras Maria Amélia Aze­vedo e Viviane de Azevedo Guer­ra, ambas do Instituto de Psi­cologia da USP afirmam: “A luta mun­dial pela abolição de castigos imoderados e moderados (inclusive o famigerado tapinha no bumbum) já é vitoriosa em onze países: Suécia (1979); Finlândia (1983); Dinamarca (1983); Noruega (1987); Áustria (1989); Chipre (1994); Letônia (1998); Croácia (1999); Alemanha (2000); Israel (2000) e Islândia (2003)”.
Psicólogos da USP escreveram projeto de lei



Ora, o mundo tem quase 200 países. Isso significa que, apesar de toda a pressão exercida pela ONU, menos de 10% das nações dedicaram leis especiais contra castigos físicos em crianças. O que a maioria dos países pune – e com toda razão – é o espancamento dos filhos pelos pais, algo que o Código Penal Brasileiro e o próprio Estatuto da Criança e Adolescente também já condenam. Além disso, nos países citados pelas pesquisadoras, os menores de 18 anos que cometem crimes violentos não costumam ser inimputáveis como no Brasil e não têm o rosto totalmente protegido nas reportagens que relatam seus feitos.



 Sem contar que raramente um país impõe tantas restrições ao porte de arma como no Brasil, fazendo com que os bandidos, menores ou adultos, se comportem com a máxima ousadia e detenham o monopólio da pena de morte no País. Impor a um caldeirão de violência chamado Brasil, com quase 200 milhões de viventes, as mesmas leis de aldeolas escandinavas com menos de 5 milhões de habitantes, como fizeram os pesquisadores da USP com a Lei da Palmada, é não ter o mínimo senso de proporção.



O que as pesquisadoras da USP chamam de “luta mundial pela abolição dos castigos imoderados e moderados em criança” é, na verdade, uma minoritária guerrilha intelectual pela abolição do pátrio poder, colocando as famílias sob o poder totalitário do Estado. A força dessa guerrilha – que se tornou hegemônica no meio acadêmico – não resulta do apoio que desfruta na sociedade, mas das fartas verbas que recebe de ONGs, fundações internacionais e da própria ONU. 



Desde a redemocratização, o Brasil se tornou o laboratório preferencial dos arautos do homem novo, uma espécie de projeto-piloto em forma de país, no qual os ideólogos de esquerda testam suas leis revolucionárias, como a Lei da Palmada, sem levar em conta as culturas locais. Prova disso é que a primeira versão da Lei da Palmada, apresentada em 2003, não foi redigida pela deputada Maria do Rosário, mas por uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Estudos da Criança do Instituto de Psicologia da USP.



“A proposição que estamos apresentando à Casa foi elaborada pelo Laboratório de Estudos da Criança (Lacri) da Universidade de São Paulo (USP), sob a responsabilidade das coordenadoras, Dra. Maria Amélia Azevedo, Dra. Flávia Piovesan, Dra. Carolina de Mattos Ricardo, Dra. Daniela Ikawa e Dr. Renato Azevedo Guerra, e, como pode ser verificado na argumentação supra, está amparado por pesquisas e análises comparativas com as legislações mais avançadas do mundo” – escreveu a deputada Maria do Rosário na justificativa de seu projeto, ao apresentá-lo na Câmara no final de 2003. 


Como o seu projeto era lobo com garras e dentes expostos, dizendo já na ementa e reafirmando em seu primeiro artigo que até os castigos moderados estavam proibidos, ele acabou não vingando no Congresso, devido, sobretudo, à resistência da bancada evangélica. 


Então, sete anos depois, o Executivo tomou para si a tarefa de aprovar a Lei da Palmada e, em 14 de julho de 2010, um dia depois do aniversário de 20 anos do ECA, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou à Câmara um novo projeto de lei nesse sentido.

Exército público de delatores profissionais

Esse projeto de lei do Executivo, que acabou aprovado na semana passada, é lobo em pele de cordeiro. Ao a­crescentar três artigos ao Estatuto da Criança e do Adolescente, ele estabelece: 


“A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou tratamento cruel ou degradante, como forma de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los”. 


Em seguida, a lei define “castigo físico” como a “ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física que resulte em sofrimento físico ou lesão à criança ou adolescente”. E define como “tratamento cruel ou degradante” a “conduta ou forma cruel de tratamento que humilhe, ameace gravemente ou ridicularize a criança ou adolescente”.

Como se vê, a nova versão da Lei da Palmada, rebatizada casuisticamente de “Lei Menino Bernardo”, parece não oferecer nenhum perigo para as famílias. Quem pode ser a favor do “tratamento cruel ou degradante” de uma criança, expressão que mais se destaca quando se lê o primeiro parágrafo da lei? Ocorre que essa expressão entrou aí justamente para ofuscar a criminalização da palmada, que continua embutida na expressão “castigo físico”. Afinal, se “castigo físico” fosse apenas sinônimo de espancamento e não abarcasse também uma simples palmada, não haveria necessidade de acrescentar “tratamento cruel” ao texto. 


Além do mais, a lei ainda prevê que os direitos da criança nela previstos deverão ser objeto de ampla campanha e integrar os temas transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais do MEC. Ou seja, na interpretação da lei que será disseminada na sociedade, a definição prática de castigo físico vai abranger a palmada – algo que, sem dúvida, será corroborado pelo Ministério Público, ainda que um ou outro promotor, individualmente, possa pensar e até agir de forma contrária.


Mas até isso será difícil, pois a lei também prevê que o profissional da saúde, da educação ou da assistência social, bem como qualquer pessoa que exerça cargo ou função pública, tem a obrigação de comunicar às autoridades competentes qualquer suspeita ou confirmação de castigo físico de uma criança, sob pena de incorrer em multa que varia de 3 a 20 salários mínimos.


Ou seja, a lei cria um exército público de delatores profissionais, que, com o tempo, irão consolidar a criminalização da palmada, ainda que ela não esteja explicitamente escrita no texto da lei. Em breve, cada filho será o senhorzinho do lar e teremos a paternidade análoga à escravidão.
Alguns parlamentares, como o senador Magno Malta (PR-ES), não se deixaram enganar pela Lei Menino Bernardo e denunciaram o seu caráter subjetivo, que continua criminalizando todo tipo de castigo físico, mesmo uma leve palmada. 


E o deputado Pastor Eurico (PSB-PE) criticou a presença de Xuxa como madrinha da lei, lembrando o seu passado de protagonista do filme “Amor, Estranho Amor”, de Walter Hugo Khouri, em que protagoniza cenas de nudez com uma criança. 

Ditatorialmente, o partido de Eduardo Campos tomou as dores de Xuxa e destituiu o deputado da Comissão de Constituição e Justiça.

O clima bananeiro em que foi aprovada a Lei da Palmada pode ser medido pela entrada de Xuxa Meneghel no plenário do Senado. Ela trazia pela mão um garoto que, depois, se revelou ser o neto do presidente do Senado, Renan Calheiros. Num acintoso desrespeito aos rituais da República, o menino foi posto sentado à mesa diretora da Casa, entre o avô e Xuxa, como se o Brasil fosse uma monarquia, em que o poder se transmite hereditariamente e não há distinção entre o público e o privado. 


A transformação do neto de Renan Calheiros numa espécie de reizinho da República é reveladora da miséria moral reinante – simboliza a privatização da coisa pública e a estatização da vida privada, numa mistura que relembra a Itália fascista de Benito Mussolini. 


A Lei da Palmada já é consequência dessa indistinção entre um Estado cada vez mais possuído pelos grupos organizados e uma sociedade cada vez mais destituída de vida privada. É como se os bedéis do Estado, que batem ponto burocraticamente nas repartições, pudessem cuidar da educação de todas as crianças brasileiras – uma missão que exige dos pais de carne e osso enormes sacríficos, inclusive em madrugadas insones, quando velam pela saúde e o bem-estar de seus filhos.

Duplo grau de jurisdição na família

Os intelectuais bem-nascidos querem aplicar a todo mundo os seus próprios princípios de vida, sem levar em conta as circunstâncias em que vivem os destinatários de suas leis utópicas. 


O ideal é que uma criança jamais precise levar sequer uma palmada e aprenda a obedecer a um simples olhar. Mas esse é um ideal, que nem sempre pode ser posto em prática, especialmente nas classes mais pobres, em que a vida é muito dura, e os pais, machucados pela própria desesperança, nem sempre são capazes de dialogar com os filhos, depois de mais uma dura jornada de trabalho, em que enfrentam ônibus lotados para voltar ao barracão minúsculo onde a família se amontoa. 


Em famílias assim, uma palmada, um beliscão, um cascudo são quase inevitáveis e chegam a ser uma forma de diálogo, uma espécie de rude carinho físico entre pais e filhos, especialmente em famílias arcaicas em que beijos e abraços são raros ou inexistem.


Uma pesquisa do próprio Laboratório de Estudos da Criança da USP mostrou que mais de 70% desses castigos físicos são aplicados pelas mães – um fator de desespero para os pesquisadores uspianos, que, volta e meia, promovem palestras, exibição de filmes, apresentações de teatro, concursos de desenhos e várias outras atividades educativas tentando evitar que as mães distribuam palmadas em seus rebentos. 


Eles nem se dão conta de que as famílias, instintivamente, criam e aplicam uma sábia justiça doméstica que reproduz um dos pilares do processo civilizatório – o duplo grau de jurisdição.


 A mãe, pelo fato de ficar mais tempo com o filho e, sobretudo por tê-lo carregado no ventre, tende a ter com ele uma relação muito mais emotiva, consequentemente mais fadada à impaciência, aos ralhos, às palmadas. 


Mas, como diz o provérbio, pé de galinha não mata pinto. Prova disso é que mal acaba de levar uma palmada da mãe, a criança já busca o seu colo para chorar, como se a palmada fosse o prenúncio do carinho. Só quando essa primeira instância da justiça familiar não surte efeito, é que entra a segunda instância – a justiça paterna.


Mas o pai, ao contrário da mãe, deve ter maior distanciamento e evitar o castigo físico. Como sabiam os antigos, a mão do pai é pesada. Ele é o juiz de segunda instância, que só deve interferir nos casos mais graves, fazendo valer sua autoridade com um olhar severo, uma palavra firme e, no mais das vezes, com sua simples presença. 

Quando o pai precisa castigar fisicamente o filho, é porque esse duplo grau de jurisdição familiar está falhando e, nesse caso, sim, a criança tem grande chance de se tornar um filho rebelde, malcriado, às vezes um adulto traumatizado e sem rumo. 


A Lei da Palmada, ao proibir todo tipo de castigo físico, inclusive quando praticado afetivamente pela mãe, acaba com esse sábio sistema de pesos e contrapesos entre mãe e pai, privando a criança de seu primeiro e educativo contato com a Justiça – que é, antes de tudo, uma hierarquia moral de valores, em que a severidade das sanções é graduada pela gravidade dos atos. 


Ao desconsiderar essas nuances das relações familiares, a Lei da Palmada chega a desumanizar a criança, como se ela não passasse de um corpo sem alma, cujo maior sofrimento é a dor passageira de uma simples palmada.

Publicado no Jornal Opção.

José Maria e Silva é sociólogo e jornalista.

OS PUDICOS QUE ME PERDOEM. IMPUDËNCIA. Ö GENTINHA CANALHA!


Adversários usam 'oportunismo do mais deslavado nível', diz PRESIDENTA DISSIMULADA.








Em discurso na convenção do aliado PDT nesta terça-feira (10), a presidente Dilma Rousseff fez um dos discursos mais veementes contra seus principais adversários na disputa ao Palácio do Planalto. Sem citar os nomes do senador tucano Aécio Neves (MG) e do ex-governador pernambucano Eduardo Campos (PE), ela classificou as tentativas de remodelar o Bolsa Família e o Mais Médicos de "oportunismo do mais deslavado nível".
O povo do não vai dar certo ele geralmente faz o seguinte: quando a gente lança o programa, eles falam: 'não vai dar certo'. Aí nós fazemos o programa e eles falam: 'não vai dar certo, isso é um absurdo, esse programa não vale'. Agora sabe o que eles estão fazendo, Lupi? Eles estão dizendo: 
'o programa não é monopólio de ninguém, o programa pode ser usado por nós'. Obviamente, não deixa de ser um raciocínio. Agora, mostra um oportunismo do mais deslavado nível", disse Dilma.
 
 
A presidente se refere à proposta de Aécio, aprovada há duas semanas na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, que mantém o pagamento do Bolsa Família por seis meses para chefes de família que ultrapassarem a faixa de renda prevista pelo programa. Caso entre em vigor, as novas regras passarão a valer para os casos em que o beneficiário conquistar emprego com carteira assinada.

Em nova referência velada a Aécio, disse:  "O nosso lado sabe fazer isso, por isso nós somos capazes de avançar, nós somos capazes de aprofundar a distribuição de renda, garantir crescimento com estabilidade, ampliar as conquistas e a soberania do país. Porque eu não fui eleita para tirar direito de trabalhador, para adotar medidas –agora chama assim, de medida antipopular, chama medida impopular, é um artifício de linguagem. Não fui eleita para isso. Não fui eleita para colocar o país de joelhos".

    
 OS IGNÓBEIS :
"AVALIASSIAÇÃO"  DO CACHACEIRO PLANO REAL      PT, Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal
PRESIDENTA IMPUDENTA