segunda-feira, 11 de setembro de 2017

O Globo – Aprendendo com o Harvey / Artigo / Joseph E. Stiglitz

Joseph E. Stiglitz, prêmio Nobel de Economia, é professor da Universidade de Columbia e economista-chefe do Roosevelt Institute.

O furacão Harvey deixou em seu despertar vidas interrompidas e um enorme prejuízo material, estimado em cerca de US$ 150-180 bilhões. Mas a tempestade que castigou a costa do Texas em boa parte da semana também levanta questões profundas sobre o sistema econômico e político dos Estados Unidos.


É irônico, claro, que um evento tão intimamente relacionado à mudança climática ocorra num estado que abriga tantos descrentes na mudança do clima — e onde a economia é extremamente dependente de combustíveis fósseis que geram o aquecimento global. Obviamente, nenhum evento em particular pode ser diretamente relacionado ao aumento de gases do efeito estufa na atmosfera. 


Cientistas, no entanto, há muito previram que tais aumentos provocariam não apenas a elevação da temperatura média, mas igualmente a variabilidade do tempo — e sobretudo a ocorrência de eventos extremos, tais como o furacão Harvey. Como o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática concluiu há muitos anos, “há evidência de que alguns extremos mudaram como resultado de influências antropogênicas, inclusive o aumento de concentrações na atmosfera de gases do efeito estufa”. O astrofísico Adam Frank explicou sucintamente: “maior aquecimento significa mais umidade no ar que, por sua vez, significa chuvas mais fortes.”


Para reforçar, não havia muito o que Houston e Texas poderiam ter feito contra o aumento dos gases do efeito estufa, embora pudessem ter tido um papel mais ativo na defesa de políticas climáticas mais fortes. Mas as autoridades local e estadual poderiam ter tido um papel bem melhor em se prevenir contra tais eventos, que atingem a região com alguma frequência.


Para responder ao furacão — e financiar parte dos reparos — todo mundo se volta para o governo, como fizeram após a crise econômica de 2008. De novo, é irônico que isto esteja ocorrendo numa parte do país onde a ação coletiva e governamental é frequentemente desencorajada. Não foi menos irônico quando os titãs do sistema bancário americano, tendo pregado o evangelho neoliberal de reduzir o governo e eliminar regulações que aboliam algumas de suas atividades mais perigosas e antissociais, se voltaram para o governo em seu momento de necessidade.


Há uma lição óbvia a ser aprendida de tais episódios: os mercados, por si só, são incapazes de prover a proteção que as sociedades precisam. Quando os mercados fracassam, como ocorre com frequência, a ação coletiva se torna imperativa.


E, como nas crises financeiras, há necessidade de ação coletiva preventiva para mitigar o impacto da mudança climática. Isto significa garantir que prédios e infraestrutura sejam construídos para aguentar eventos extremos, e estejam localizados em áreas mais vulneráveis a prejuízos severos. Isto também significa proteger os sistemas ambientais, sobretudo pantanais, que podem ter um papel importante em absorver o impacto de tempestades. Isto significa eliminar o risco de que um desastre natural possa levar ao vazamento de produtos químicos nocivos, como ocorreu em Houston. E isto significa ter planos de reação adequados, inclusive de evacuação.


Investimentos governamentais efetivos e regulações rígidas são necessários para garantir cada um desses resultados, independentemente da cultura política predominante no Texas e em qualquer lugar. Sem regulação adequada, indivíduos e empresas não se sentem incentivados a tomar as precauções adequadas, porque eles sabem que boa parte do custo de eventos extremos recairá sobre outros. Sem um planejamento público e regulação adequados, inclusive do meio ambiente, as inundações serão piores. 


Sem um plano de contingência para desastres e o financiamento adequado, qualquer cidade pode se ver no mesmo dilema que se abateu sobre Houston: se não ordena uma evacuação, muitos morrerão; mas se ordenar uma evacuação, as pessoas morrerão no caos que se seguirá, e o congestionamento de trânsito impedirá que as pessoas consigam sair.


Os EUA e o mundo estão pagando um alto preço pela devoção à ideologia antigoverno extrema adotada pelo presidente Donald Trump e seu Partido Republicano. O mundo está pagando, uma vez que as emissões acumuladas de gases do efeito estufa pelos EUA são maiores do que as de qualquer outro país. Mesmo hoje, os EUA são um dos líderes mundiais em emissões per capita. Mas os EUA também estão pagando um alto preço: outros países, mesmo aquelas nações pobres em desenvolvimento, como Haiti e Equador, parecem ter aprendido (em geral após pagar um alto preço e grandes calamidades) como administrar melhor desastres naturais.


Após a destruição de Nova Orleans pelo furacão Katrina em 2005, o fechamento de boa parte de Nova York pelo Sandy, em 2012, e agora a devastação que se abateu sobre o Texas pelo Harvey, os EUA podem e devem ser mais eficazes. O país tem recursos e habilidades para analisar esses eventos complexos e suas consequências, e formular e implementar regulações e programas de investimento que possam mitigar os custos adversos em vidas e propriedade.


O que os EUA não têm é uma visão coerente do governo daqueles à direita. Antes de uma crise, eles resistem a regulações e se opõem a investimentos e planejamento do governo; depois, exigem — e recebem — bilhões de dólares para compensá-los por suas perdas, inclusive aquelas que poderiam ter sido evitadas.


Resta apenas esperar que os EUA, e outros países, não precisem de mais persuasão natural, antes de aprender as lições do furacão Harvey.

Folha de S. Paulo – Tragédia no México atinge Estados pobres, que já sofrem pela heroína / Análise / Sylvia Colombo

Se alguma coisa faltava para completar a tragédia que vem solapando o sul do México, essa coisa era um terremoto como o que ocorreu na noite de quinta-feira (7).


A catástrofe atingiu os Estados mais pobres do país, que já sofrem historicamente por conta da pobreza e do abandono do governo federal, mas que vinham sendo ainda mais castigados nos últimos tempos por terem se transformado nos principais produtores de papoula, a matéria-prima para a produção da heroína destinada aos Estados Unidos.


O aumento da demanda no Norte trouxe mais disputa entre cartéis e grupos de "vigilantes" ""as "autodefensas""", e mais insegurança para uma população que já sofria com a falta de comida, de trabalho e de perspectivas.


Juntos, os três Estados mais pobres do país, Guerrero, Oaxaca e Chiapas ostentam a vergonhosa cifra de terem 70,2% de suas populações em estado de pobreza, segundo o Conselho Nacional de Avaliação da Política de Desenvolvimento Social.


Os territórios montanhosos em que estes Estados se localizam dificultam a comunicação e o transporte com os grandes centros urbanos.


O sul do México sempre foi uma região muito rural. Mais de 50% da população de Oaxaca e Chiapas, por exemplo, vive em vilarejos de até 2.500 pessoas. Isso pode dificultar a contagem final do estrago causado pelo tremor.


HEROÍNA
Desde a última década, quando o mercado de heroína se expandiu ao Norte, o sul do México foi o primeiro a sofrer seus efeitos. Seu território extremamente fértil é ideal para o cultivo da papoula. Além disso, as más condições das estradas em meio às montanhas multiplicam as possibilidades de "esconder" plantações clandestinas dos olhos das autoridades.


Hoje, o México provê mais de 90% da heroína consumida nos EUA.
O cultivo e o transporte da droga fizeram com que os cartéis locais enriquecessem e entrassem numa luta sangrenta por território.


Nos Estados de Guerrero, Oaxaca e Chiapas, o narcotráfico também passou a financiar campanhas políticas, o que colocou no bolso dos criminosos as autoridades regionais.
O exemplo mais dramático dessa combinação de fatores foi a desaparição de 43 estudantes em Ayotzinapa, em 26 de setembro de 2014. A tragédia completa três anos neste mês, sem que se saiba o que ocorreu e após as explicações oficiais terem sido desmentidas por peritos.


As poucas evidências levam a crer que os rapazes desapareceram a mando de autoridades locais associadas com um cartel vinculado ao tráfico de heroína.


Com seus vilarejos disputados por narcotraficantes, que além do comércio ilícito praticam a extorsão, o sequestro e o estupro das mulheres, seus habitantes decidiram tomar armas. Surgiram grupos de "vigilantes" de distintos graus. Há desde os mais amadores, que reúnem donos de comércio ou ranchos com suas espingardas particulares, até as "polícias comunitárias", patrocinadas por donos de terras e empresários. Estes estão tão armados quanto os cartéis e, às vezes, mais que o próprio Exército.


É cedo para mensurar os efeitos econômicos, políticos e sociais que o terremoto causará. A única certeza é a de que a região Sul do país ficará ainda mais vulnerável. E que, se o Estado não agir rapidamente na reconstrução da infraestrutura, no investimento para a recuperação econômica e na criação de oportunidades para o desenvolvimento, as consequências podem ser nefastas.


Há que se lembrar que 2018 é ano eleitoral, e que o tremor, a partir de agora, já se instalou como um dos assuntos incontornáveis da próxima campanha.

O Estado de S. Paulo – A capital da energia solar

Primeiro parque solar do País tem capacidade para abastecer 166 mil domicílios


Renée Pereira / TEXTOS Daniel



Às margens do Rio São Francisco, Bom Jesus da Lapa, na Bahia, abriga a primeira grande usina solar do País. Ali são produzidos 158 megawatts com o calor do sol, o suficiente para abastecer uma cidade de 166 mil casas.



O sol forte que sempre castigou o sertanejo agora é cobiçado por investidores bilionários que começam a mudar a cara do semiárido baiano. O movimento transformou a pequena Bom Jesus da Lapa, até então conhecida pelo turismo religioso e suas grandes romarias, na capital da energia solar. A cidade, de 63 mil habitantes, localizada à beira do Rio São Francisco, abriga hoje a primeira grande usina solar do Brasil.



Ali, onde o sol nasce antes de o relógio marcar seis horas da manhã e a temperatura quase sempre beira os 35 graus, já estão sendo produzidos 158 megawatts (MW) com o calor do sol. É energia suficiente para abastecer uma cidade de 166 mil residências – Bom Jesus da Lapa, por exemplo, tem 16 mil domicílios. Mais importante que isso, no entanto, é que o projeto representa o primeiro passo para o desenvolvimento de uma indústria bilionária que não para de crescer no mundo – no ano passado, avançou 50%.



Só em Bom Jesus da Lapa, a italiana Enel Green Power, dona do empreendimento, investiu US$ 175 milhões, algo em torno de R$ 542 milhões. Em pouco mais de um ano, 500 mil painéis solares passaram a cobrir uma área de 330 hectares, o equivalente a 462 campos de futebol. Nesse período, a cidade sertaneja, acostumada com o vaivém dos fiéis e com cifras bem mais modestas, passou a conviver com uma mistura de idiomas.



Como a cadeia de produção no Brasil ainda é incipiente, os equipamentos para montar o parque solar vieram de várias partes do mundo. Os painéis que captam o calor do sol foram fabricados na China; os conversores para transformar a energia solar na eletricidade que chega à casa dos consumidores vieram da Itália; e a montagem da estrutura que permite a movimentação dos painéis na direção do sol foi feita por espanhóis.



No auge da obra, foram contratados mais de mil trabalhadores para o empreendimento. Por estar ao lado da cidade, não houve necessidade de construir alojamentos, como ocorre em grandes projetos. Além disso, a estrutura de hotéis existente para os fiéis que visitam o santuário de Bom Jesus da Lapa ajudou muito na acomodação dos operários. Ainda assim, novos hotéis e restaurantes foram inaugurados para atender à demanda, que deverá continuar firme por mais algum tempo.



Desenvolvimento. O prefeito do município, Eures Ribeiro (PSD), comemora a descoberta da região pelos grandes investidores. Até a chegada do parque da Enel, a economia local era baseada na produção de banana – o município é o maior produtor da fruta no Brasil – e no comércio voltado ao fiéis. O entorno da gruta que abriga o santuário da cidade e atrai milhares de romeiros é lotado de hotéis, lojas e barracas de lembrancinhas, como chaveiros, camisetas e outros objetos.



A economia local, no entanto, não é suficiente para absorver a mão de obra da cidade. Quase dois terços dos moradores têm idade entre 15 e 59 anos e sofrem com o desemprego e a falta de qualificação. Esse foi um dos temas trabalhados com a Enel como compensação social pelo empreendimento. As comunidades quilombolas que ficam próximas do projeto foram beneficiadas com cursos de pedreiro, eletricista e corte e costura. “Também reivindicamos a construção de uma sede para a comunidade”, afirma Amilton Vitorino Gonzaga, da comunidade Araçá Volta, onde há 240 residências.



Quase todos da comunidade vivem do Bolsa Família e da agricultura de subsistência. Mas, por causa da falta de chuva, as plantações nem sempre sobrevivem. “O sol sempre foi sinônimo de pobreza, que afastava a população da cidade para os grandes centros. Hoje é sinônimo de riqueza e de desenvolvimento”, afirma o prefeito da cidade.


Pelas contas dele, há cerca de dez empresas com projetos na cidade para começar logo. “Nossa expectativa é que a arrecadação de ICMS (por causa da venda de energia) aumente 300% em cinco anos.” Além da insolação, a atração dos investidores também tem contado com um incentivo da prefeitura, que reduziu o Imposto sobre Serviços (ISS) do projeto.


O presidente da Enel no Brasil, Carlo Zorzoli, diz que a vantagem do sertão nordestino, além do sol forte, é a abundância de terras que não competem com o agronegócio. Além do parque de Bom Jesus da Lapa, a empresa detém outros três projetos na região: Ituverava (254 MW) e Horizonte (103 MW), na Bahia, e Nova Olinda (292 MW), no Piauí. Os três entram em operação até o fim deste ano, colocando a empresa na liderança da produção solar no País, com 807 MW instalados.



“Aqui tem espaço de sobra sem precisar desmatar para construir as usinas”, diz o executivo. Mas, apesar de área disponível, a construção dos parques já começa a inflacionar o preço da terra na região. Em Bom Jesus da Lapa, o valor de um hectare de terra saiu de R$ 2 mil para R$ 20 mil, diz o prefeito da cidade. Por isso, as empresas têm procurado arrendar as áreas para os projetos, em vez de comprar. A medida traz renda fixa para os proprietários durante, pelo menos, 20 anos.
Desenvolvimento



“O sol sempre foi sinônimo de pobreza, que afastava a população da cidade para os grandes centros. Hoje, é sinônimo de riqueza.”


Eures Ribeiro



PREFEITO DE BOM JESUS DA LAPA

O Estado de S. Paulo – 'Não somos líderes, mas saímos da lanterninha'

Até dezembro, o País terá o seu primeiro gigawatt (GW) vindo da energia solar
       
Renée Pereira

O ano de 2017 será um marco para a energia solar no Brasil. Até dezembro, o País terá o seu primeiro gigawatt (GW) vindo da energia solar. Isso significa quase uma hidrelétrica de Sobradinho, na Bahia, cuja represa está no menor nível da história. “Há hoje no mundo entre 25 e 30 países com essa capacidade instalada. Estamos longe da liderança, mas saímos da lanterninha”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia.


Para chegar a essa marca, foram investidos cerca de R$ 5 bilhões em toda a cadeia produtiva. Hoje, o País tem 282 MW instalados de energia solar – muito pouco para o potencial brasileiro, que é da ordem de 28.500 GW, diz Sauaia. Para se ter ideia do que isso significa, o potencial hídrico do Brasil é de 172 GW e o eólico, de 440 GW.


Efeito dos leilões realizados pelo governo nos últimos anos, o setor chegará a 2018 com 3,3 GW de potência instalada. “Se todos os projetos forem entregues na data prevista, teremos um salto importante.” Daí para a frente, no entanto, é preciso aguardar novos leilões. Em dezembro, o governo vai realizar uma disputa para contratar energia que será entregue em quatro anos, e a solar poderá participar.


Mas a crise econômica, que reduziu o consumo de eletricidade no País, atrasou a expansão da fonte, que vinha em ascensão. O dólar mais alto encareceu o preço dos equipamentos e tirou a viabilidade de alguns projetos, a ponto de serem devolvidos para o governo federal. “Mas essa foi uma decisão de poucos investidores. A maioria manteve seu plano de investimento”, diz Sauaia. No total, 250 MW (ou 0,25 GW) foram devolvidos. Nos primeiros leilões, o preço da energia solar ficou entre R$ 200 e R$ 300 o MWh. 


Sauaia diz que, em alguns países, a solar já é mais barata que a eólica. Isso é resultado do avanço tecnológico, que dá mais eficiência e torna os equipamentos mais baratos. Só no ano passado, houve um incremento de 75 GW na matriz mundial, que conta com capacidade de 305 GW – o dobro de toda a matriz brasileira.


Desafio. Por aqui, um dos principais desafios do setor é desenvolver a cadeia produtiva de forma a baratear o custo da energia, como ocorreu com a energia eólica. O presidente da Absolar diz que o cenário vem mudando e que já há cerca de 20 fabricantes no País. O difícil, no entanto, é competir com o preço dos chineses.


Apesar dos desafios, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Luiz Augusto Barroso, diz que o futuro elétrico está na energia renovável. “Daqui para a frente, não vamos ter uma expansão de geração por meio de hidrelétricas de grande porte, como ocorreu até agora.” Nesse vácuo, as novas fontes vão ganhar espaço, especialmente a eólica e a solar. “Todas tiveram um período de maturação das tecnologias que culminaram na redução de custos.”


De acordo com o Plano Decenal de Energia 2021-2026, a fonte solar deverá alcançar cerca de 7 GW no período. Barroso explica que, assim como a eólica, a solar é complementar às demais fontes, com o benefício de produzir mais no horário de pico. Mas, como são fontes intermitentes, que não produzem o tempo todo, haverá necessidade de elevar a participação das térmicas a gás na matriz elétrica para dar segurança ao sistema. “Teremos uma matriz bem mais diversificada e robusta.”

Agências Internacionais / Valor Econômico - China estuda banir carros a combustão


O crescente movimento para acabar com os veículos movidos a combustíveis fósseis ganhou um significativo impulso ontem com o anúncio de que a China - maior mercado mundial de carros - está estudando seguir o exemplo de países como Reino Unido e França - que recentemente anunciaram que vão proibir carros movidos a diesel e gasolina até 2040.


"Alguns países fizeram um cronograma para acabar com a produção e venda de carros de combustíveis tradicionais", disse o vice-ministro de Indústria, Xin Guobin, segundo reportou ontem a agência estatal Xinhua. 


"O Ministério também iniciou uma pesquisa relevante e fará um cronograma semelhante com os departamentos relevantes. Essas medidas certamente vão trazer profundas mudanças para o desenvolvimento de nossa indústria automotiva", disse Xin, que prevê tempos "turbulentos" pela frente nesse setor.


Pequim vê o carro elétrico como uma forma de superar as grandes montadoras e garantir maior participação global para as fabricantes chinesas. Graça a uma política de subsídios generosos, as chinesas vêm dominando o mercado doméstico de carros elétricos e híbridos. 


A BYD, que tem entre seus investidores o americano Warren Buffett, liderou as vendas nos sete primeiros meses do ano, com a entrega de 46.855 carros elétricos e híbridos, segundo a Associação de Carros de Passeio da China. A General Motors vendeu apenas 738 unidades desde que lançou seu modelo híbrido Velite 5 na feira de Xangai em abril.