quarta-feira, 5 de março de 2014

O monstro de Bangu e a barbárie na periferia

05/03/2014
às 21:30 \ 

Veja-- Rodrigo Constantino


Fonte: GLOBO


O caso chocou o país: menino de apenas 8 anos vai para a casa do pai e acaba espancado até a morte por gostar de lavar a louça ou fazer a dança do ventre. Eis o resumo da tragédia:

A tragédia começou a ser delineada aos poucos. Em Mossoró, segunda maior cidade do Rio Grande do Norte, Digna Medeiros, uma jovem de 29 anos que vive da mesada de dois salários-mínimos dada pelo pai, começou a ser pressionada pelo Conselho Tutelar porque não mandava seu filho Alex, um garoto franzino, que não aparentava seus 8 anos, à escola. Ameaçada de perder a guarda, mandou o menino para o Rio para que ele morasse com o pai. O encontro da criança tímida com o pai desempregado, que já cumprira pena por tráfico de drogas, não poderia ter sido mais desastroso. Horrorizado porque Alex gostava de dança do ventre e de lavar louça, Alex André passou a aplicar o que chamou de “corretivos”. Surrava o filho repetidas vezes para “ensiná-lo a andar como homem”. No último dia 17, iniciou outra sessão de espancamento. Duas horas depois, Alex foi levado para um posto de saúde. Parecia desmaiado, com os olhos grandes, de cílios longos, entreabertos. Mas não havia mais o que fazer. Estava morto. 

Uma desgraça revoltante, sem dúvida. Mas também é revoltante o uso que estão fazendo do caso para atacar “conservadores” associados à homofobia, como se fosse um caso típico de homofobia e nada mais. É um caso de homofobia também, o que é abjeto. Mas é, acima de tudo, o retrato da barbárie na periferia do Brasil, ignorada por uma elite culpada que prefere enaltecer as maravilhas da vida nas “comunidades” pobres.

Em primeiro lugar, o assassino não espancou “apenas” o filho afeminado; bateu na própria mulher e pior, na própria mãe! Ou seja, trata-se de um monstro, de uma pessoa descontrolada, violenta, que foi presa por tráfico de drogas e que continuava consumindo drogas no meio da rua, segundo a reportagem, amedrontando a vizinhança com seu currículo. A morta poderia ser sua mulher ou sua mãe, e o caso não seria mais de homofobia, mas seria igualmente bárbaro, pois bárbaro era o assassino.

Em segundo lugar, a mãe do garoto é outro retrato das desgraças de nossa periferia. Com quase 30 anos, não trabalha, vive de mesada, não mandou o filho para a escola, e foi mãe aos 14 anos. Além disso, já tem outro bebê, com 8 meses, de pai diferente, e mais um de 3 anos, que mora com os avós, além do primeiro, que já tem 15 anos e que ela não vê desde neném. A bandeira feminista de mãe solteira perde seu charme na vida real dos mais pobres, não é mesmo?

Drogas, gravidez precoce, vários filhos com vários pais diferentes, homofobia, violência, famílias totalmente desestruturadas, falta de emprego fixo, tudo isso parece o roteiro de muitas vidas nas favelas que, ao contrário do que diz a esquerda caviar, a elite culpada, não tem nenhum glamour. 

Passei o carnaval lendo Theodore Dalrymple, médico britânico que conhece de perto inúmeras histórias como esta nos guetos da Inglaterra.

Só podemos lamentar a perda de Alex, e torcer para que casos como o dele não se repitam. 

Infelizmente, sabemos que seria uma esperança ingênua. O problema não é só a homofobia; é todo o esgarçamento do tecido social e a destruição dos pilares da civilização.

Rodrigo Constantino

Lula e PT avaliam que Dilma deve ser mais 'política'

Diante do agravamento da crise com o PMDB, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou nesta quarta-feira, 5, em Brasília e se reuniu com a presidente Dilma Rousseff, na tentativa de soldar a aliança para a campanha da reeleição. 
 
Lula e a cúpula do PT avaliam que Dilma deve ser mais "política" e não entrar em novo confronto com a ala do PMDB representada pelo líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). Assim, conseguiria evitar mais problemas no Congresso e na campanha.
 
Embora o encontro de Dilma e Lula já estivesse marcado antes de Cunha pregar o rompimento da parceria com o PT, a ofensiva do deputado causou preocupação no governo. Não foi só: o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), disse que a situação está ficando "insustentável" e cobrou uma solução para a empacada reforma ministerial.

"Lula saberá avaliar se o PMDB quer mesmo sair de verdade da coalizão ou se quer sair para poder entrar mais", disse ao Estado um ministro do PT, sob condição de anonimato. No Palácio do Planalto, Cunha é visto como "imprevisível" e capaz não apenas de fazer bravatas como de pôr a reedição da dobradinha com o PMDB em risco.

Além de Lula, toda a coordenação da campanha petista se reuniu hoje com a presidente, no Palácio da Alvorada. Atacado por Cunha em sua página do Twitter, o presidente do PT, Rui Falcão, foi um dos primeiros a chegar. 

O marqueteiro João Santana, o jornalista Franklin Martins, que coordenará a comunicação do comitê, o tesoureiro Edinho Silva, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o chefe de gabinete de Dilma, Giles Azevedo, também participaram do encontro.

Fonte: Agencia Estado

Menino de 11 anos é detido no DF por assaltos a postos

Ele utilizava arma de brinquedo em roubos
 
Foi apreendido nesta terça-feira (4), um garoto de 11 anos suspeito de roubos a postos de gasolina. 

Ele foi apreendido em um hospital em Santa Maria. Ao todo, quatro postos de gasolina foram roubados em três dias. 

O menino foi detido por policiais militares do 26º Batalhão.

Segundo a PM, ele utilizava uma arma de brinquedo para realizar os assaltos. De acordo com funcionários, ele agia em menos de um minuto, e em alguns casos, estava acompanhado de outra criança. 

O garoto foi liberado e está sob custódia do Conselho Tutelar de Santa Maria. 

Segundo a Secretaria de Estado da Criança do Distrito Federal, os familiares do garoto já foram notificados anteriormente por negligências cometidas. Se confirmada negligências por parte dos familiares, já que está sob responsabilidade deles, poderão perder a guarda da criança que será entregue a outro parente. 


Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

O CAMINHO DAS DROGAS A reportagem que nunca foi escrita


 Quarta-feira, 05 de Março de 2014
 
 
 
Por Luciano Martins Costa

Comentário para o programa radiofônico do Observatório, 5/3/2014


O noticiário policial dos jornais paulistas tem registrado, nos últimos dias, uma frequência preocupante de episódios de depredações e ataques em cidades do interior. Os incidentes têm sido vinculados, ainda que indiretamente, à decisão de colocar sob regime de isolamento os líderes da facção criminosa chamada Primeiro Comando da Capital, que cumprem penas em presídios de segurança máxima.

Nos quatro dias de carnaval, foram dezenas de ataques com coquetéis molotov contra veículos, principalmente ônibus, e prédios públicos e particulares em cinco cidades, com grande concentração no oeste e noroeste do Estado. Em algumas das ocorrências, chama atenção a presença de adolescentes, com idades entre 13 e 16 anos.

Com cautela, porta-vozes da Secretaria da Segurança Pública evitam afirmar que se trata de uma retaliação por conta do cerco ao chamado PCC. Somente em Campinas, catorze ônibus do sistema municipal de transporte foram depredados na madrugada de terça-feira (4/4). Durante o período de carnaval, chegou a 22 o total de veículos vandalizados.

No carnaval do ano passado, registraram-se apenas 6 ocorrências desse tipo, mas em 2011 a cidade havia sofrido nada menos do que 66 ataques a ônibus, o que complica a análise das causas.

Na cidade de Promissão, a 451 km de São Paulo, além de sete veículos também foi atacada a casa de um policial rodoviário. As outras cidades com ocorrências semelhantes foram Assis, Ourinhos e Santa Cruz do Rio Pardo.

Policiais ouvidos pela imprensa acham que a ação foi uma resposta a uma operação que resultou na apreensão de grande quantidade de drogas e na prisão de 199 suspeitos na região. 

Em outra reportagem, o Estado de S. Paulo divulga relatório do Conselho Internacional de Controle de Narcóticos, órgão da ONU, no qual se revela que o consumo de cocaína no Brasil mais do que dobrou em dez anos. 

Além de fundamental na rota da droga produzida nos países andinos, nosso país se tornou um dos maiores consumidores, com um volume quatro vezes superior à média mundial.
 
Quem financia?

Há uma relação direta entre os incidentes no interior paulista e indicadores de consumo de drogas, embora não explicitada nas reportagens: o lucro dos traficantes é tão elevado e seus negócios tão consolidados que toda ação policial de grande escala produz um efeito semelhante ao das crises que abalam as bolsas de valores.

Em alguns casos, a apreensão de grandes quantidades, como ocorreu na véspera do carnaval, quando a polícia recolheu 300 quilos de drogas na sede da Torcida Organizada do Palmeiras, em São Paulo, provoca um rearranjo no sistema de distribuição e o imediato aumento de preços. 

As reportagens sempre remetem a dificuldades do governo paulista com o sistema do crime organizado, principalmente em relação ao chamado PCC. Mas o noticiário fragmentado dissimula o principal eixo da questão: falta uma política nacional capaz de controlar o fluxo de drogas através do país, e não há como escapar à responsabilidade da aliança política liderada pelo PT, que domina o poder Executivo desde 2003: os dados da ONU sobre a expansão do mercado das drogas no Brasil, em índices superiores aos do consumo mundial, nesse período, não deixam margem para desculpas.


O desembargador aposentado Walter Maierovitch, certamente o brasileiro mais familiarizado com a questão do crime organizado e ex-titular da Secretaria Nacional Antidrogas, costuma dizer que as operações policiais espetaculares são apenas isso: espetáculos. Na sua opinião, os anúncios de grandes apreensões de substâncias ilícitas apenas sinalizam para o mercado do crime que é hora de aumentar preços. O grande desafio, observa, é atacar as finanças das quadrilhas.


De fato, o leitor nunca encontra respondida nos jornais, a pergunta: a quem pertencem as drogas apreendidas? Por exemplo, quem era o dono dos 445 quilos de pasta-base de cocaína que foram apreendidos num helicóptero que pertence ao deputado mineiro Gustavo Perrella, do partido Solidariedade?

Mas há uma questão ainda mais importante: quem financia o narcotráfico? Repórteres investigativos que foram atrás dessa pauta nos últimos trinta anos esbarraram em delegados de polícia, políticos, empreendedores imobiliários, oficiais da Polícia Militar, donos de casas de prostituição, bicheiros e exploradores de jogos clandestinos – chegaram perto até mesmo de um empresário do setor de educação.

Mas essa segue sendo a reportagem que nunca foi escrita.

Governo Dilma bate recorde de gastos com festividades e homenagens

5 de março de 2014

Em três anos, gestão Dilma já gastou 71% a mais do que no segundo mandato de Lula inteiro

 

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Reportagem do jornal O Globo:

RIO – Levantamento do site Contas Abertas mostra que, em três anos, o governo da presidente Dilma Rousseff gastou 71% a mais com festividades e homenagens do que o desembolsado nos quatro anos do segundo mando do governo Lula.

Em valores constantes (atualizados pelo IGP-DI, da FGV), governo Lula desembolsou R$ 153,4 milhões entre 2007 e 2010. Já a gestão da presidente atual utilizou R$ 214 milhões.


Segundo o site, em comparação com anos anteriores, o governo Dilma foi o que gastou mais com festas e homenagens desde 1999.

De acordo com levantamento, o segundo mandato do governo de Fernando Henrique Cardoso somou gastos de R$ 61,9 milhões. Já os mandatos do presidente Lula somaram R$ 50,4 milhões e R$ 153,8 milhões, respectivamente.



6 de fevereiro de 2013

Gastos secretos da Presidência ultrapassaram os R$ 17 milhões em 2012


Em dez anos, governo já gastou R$ 476 milhões para pagar despesas com cartão corporativo



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Informação do site de Veja:
As despesas com cartões de crédito corporativos – através dos quais servidores federais podem fazer pagamentos ou saques sem precisar de autorização prévia da União – somaram 59,6 milhões de reais em 2012. O valor é maior do que o registrado no ano anterior, de 58,7 milhões de reais.

Os dados integram um levantamento da ONG Contas Abertas divulgado nesta quarta-feira. Em dez anos, o governo federal destinou 476 milhões de reais para pagamento dos cartões, que, por regra, só deveriam ser usados para custear despesas excepcionais ou de pequeno vulto. Desde que os cartões foram criados, em agosto de 2001, o maior gasto com o meio de pagamento se deu em 2010, ultimo ano de mandado do ex-presidente Lula: 80 milhões de reais.

Em 2012, a Presidência liderou de longe os gastos com o cartão. Ao todo, foram 17,7 milhões de reais – destes, 17,1 milhões destinados a despesas secretas. A prática de não discriminar os gastos é comum. Dos 59,6 milhões de reais gastos no ano passado, cerca de 28 milhões de reais foram desembolsados de forma secreta. O total representa 47% dos pagamentos realizados por meio dos cartões de corporativos. 

Depois da Presidência, o Ministério da Justiça foi o segundo órgão que mais fez uso dos cartões corporativos. Ao todo, cerca de 11 milhões de reais foram gastos pela pasta – 96,4%, ou 10,6 milhões de reais, de maneira sigilosa. Na sequência estão o Ministério da Educação, com 5,9 milhões de reais, e o Ministério do Planejamento, que gastou 5,1 milhões de reais com os cartões em 2012.

Tendo como base os gastos por portador, o servidor que ocupa a primeira posição é Samuel Lobo Maia que gastou 104.000 reais mil em serviços com o cartão corporativo. O funcionário trabalha na unidade gestora do Distrito Sanitespindigena, em Pernambuco, vinculado ao Ministério da Saúde.

Os recursos são do Fundo Nacional de Saúde. Em segundo lugar está Antonio Bernardino Braga, da Companhia Brasileira de Trens Urbanos, vinculada ao Ministério das Cidades. Ele fez uso de 71.300 reais para despesas variadas de materiais de construção e elétricos, como também materiais de escritório.
(grifos nossos)


1 Comentário

  1. Popa
    seria um neo mensalão? Secretas por que? Estão comprando armas para a segurança pessoal da presidente? Existe algum tipo de controle nestes gastos nababescos? Ou é só chegar na boca do caixa e ir tirando?

MST: Um pequeno enfoque



Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
 
Por Carlos Ilich Santos Azambuja

Revista “VEJA” em 26/2/2014: “Petrobras também ajudou a bancar evento do MST, com R$ 650.000. Assim como BNDES e Caixa Econômica, a estatal contratou sem licitação contrato de patrocínio para associação ligada ao movimento”.
 
O "Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra" é definido por alguns cientistas sociais como "uma escola itinerante, em face da importância dada pelo principal movimento social do continente à formação, tanto de seus militantes como do conjunto de seus milhões de seguidores".

Edgard Kolling, pedagogo e educador, pertencente à Coordenação Nacional do MST, por sua vez, diz estar convencido que os Sem-Terra devem ser postos ombro a ombro, junto com os operários e outros setores sociais para a "construção de uma nova sociedade”. Socialista, evidentemente. 
 
Prossegue Kolling: "A História nos mostra que os camponeses foram peças importantes nos processos revolucionários, desde a Rússia e China, até Cuba e Nicarágua.

Coincidimos também na idéia de que o trabalho coletivo supera o individual e por isso incentivamos a formação de cooperativas, pois assim as famílias alcançam um maior desenvolvimento de consciência política".

O MST integra uma rede mundial de organizações camponesas coordenada pela "Via Campesina", com atuação em todos os continentes, bem como uma rede latino-americana denominada "Coordenadora Latino-Americana de Organizações Camponesas (CLOC)".

A maioria dos atuais dirigentes chegou ao MST através de um trabalho prévio junto à Igreja, na Pastoral da Terra e em Comunidades Eclesiais de Base, e uma boa parte desses dirigentes tem experiência pessoal como professor.

Cerca de 200 mil jovens, filhos de pais ligados ao Movimento, estão recebendo educação em todos os níveis (escolar básico, superior e formação política) em escolas organizadas pelo MST que funcionam com o apoio de prefeituras e do Estado, e também em Cuba. 
 
Essas escolas estão localizadas em assentamentos e nos acampamentos do MST, de acordo com o conceito de "escola itinerante". Tão logo se constitui um acampamento, estabelece-se automaticamente uma escola, logo reconhecida pelo Estado. Cerca de 500 militantes cursam, atualmente, Pedagogia e Magistério.

O MST tem cerca de seis mil pessoas dedicadas ao trabalho de Educação. Mas que tipo de Educação?

Segundo uma longa reportagem publicada pela revista "Isto É", de 17 de agosto de 1998, relatando o que foi visto na Escola Agrícola de Primeiro Grau 15 de Maio, próxima aos assentamentos rurais de Faxinal dos Domingues e União da Vitória, no interior de Santa Catarina, "embalados pela música engajada da cantora argentina Mercedes Sosa, um grupo de crianças aprende a traduzir do espanhol frases aguerridas de ícones da Revolução Cubana, como Che Guevara e José Martí, numa cena que parece saída da década de 60. Mas não é só. 
 
As aulas na língua falada na pátria de Fidel Castro vão além de simples traduções. Os alunos também aprendem a discutir conceitos complicados como luta de classes, reforma agrária e exclusão social".

Prossegue a reportagem: "Essas crianças são formadas pela pedagogia linha-dura do MST, desenvolvida pelo seu setor de Educação, que hoje faz a cabeça de um exército de 40 mil crianças em cerca de mil escolas de Primeiro Grau em acampamentos e assentamentos. 
 
O projeto de Educação do MST nasceu há 10 anos e amplia-se a cada dia. A pedagogia dos professores vai das idéias do educador pernambucano Paulo Freire às de Che Guevara, e inclui ainda clássicos da filosofia comunista como Karl Marx, Friedrich Engels, Mao Tsetung e Antonio Gramsci. 
 
Alunos e professores cantam músicas que evocam ideais revolucionários. As letras defendem a famigerada união operária e camponesa e de quebra ainda criticam a burguesia e o latifúndio. O ritmo é marcado pelos braços erguidos e os punhos fechados".

Raul Jungman, que foi Ministro da Reforma Agrária, nessa mesma reportagem assinalou: "A fixação de modelos como estes no fundo está voltada para a formação de quadros para um projeto político, para a continuidade do movimento e não para a formação de cidadãos. 
 
A cabeça do povo não é lata. Esse é um modelo fracassado, como o usado na antiga União Soviética e em Cuba, país que leva zero em matéria de democracia. Falo isso como socialista que sempre fui e continuo sendo".

Essa rede de escolas do MST, as quais constituem verdadeiros "sovietes", foram montadas com dinheiro dos contribuintes, de ONGs internacionais e de certas ordens religiosas estrangeiras. E as aulas são ministradas em espanhol. Objetivam transcrever literalmente o pensamento de Che Guevara.

Todavia, em todo esse trabalho existe um enorme abismo entre os "Acampamentos" e os "Assentamentos" no que diz respeito à formação do "homem novo", pois nos "Acampamentos" o MST busca engendrar "o novo". 
 
Entretanto, quando o homem passa a ter acesso à terra, o germe do "novo" evapora-se, dissolvendo-se, pois a luta pela sobrevivência e a busca pelo trabalho passam a ocupar todos os espaços, sufocando "o novo", e a luta cotidiana para produzir melhores condições de vida é a luta de todos em qualquer tempo e espaço. 
 
Como não há nada de novo em todo esse processo, alguns cientistas sociais já assinalaram que o MST pode estar reproduzindo relações sociais que engendram homens burgueses.

No início de maio de 2000 o MST concretizou uma de suas ações mais espetaculares desde que foi criado. Cerca de cinco mil militantes ocuparam prédios públicos em 14 capitais. 
 
Outros 25 mil realizaram invasões pelo interior e passeatas. Em três localidades foram atacadas sedes regionais do INCRA. Em outras onze, o MST invadiu escritórios do Ministério da Fazenda. "Agora vamos pegar o Malan. 
 
A vontade de nosso povo é pegar a foice e descer o cacete", disse Gilmar Mauro, um dos dirigentes do Movimento (revista "Veja", de 10 de maio de 2000).

Em uma palavra, o MST não quer mais terra. Ele quer "toda a terra". Quer tomar o poder por meio de uma revolução e, feito isso, implantar um socialismo tipo aquele que foi derrubado a partir de novembro de 1989, após a queda do Muro de Berlim. Quem diz isso são os próprios líderes do MST.

Num primeiro momento o inimigo do MST era o latifúndio improdutivo. Com o tempo, os latifúndios produtivos passaram a ser também atacados. Nessas invasões registram-se sempre ocorrências de roubo de gado e de grãos estocados, depredação de tratores e houve, até mesmo, um caso em que uma fazenda foi incendiada. 
 
Em uma fase seguinte, o MST deixou a área rural mas permaneceu nas pequenas cidades do interior, organizando saques a supermercados, invadindo delegacias de polícia para libertar companheiros presos e ocupando agências bancárias como forma de protesto.

Tal é o empenho do MST em enfatizar suas reivindicações que seus integrantes não hesitam em violar o Código Penal em vários artigos, invadindo repartições públicas e impedindo-as de funcionar, mantendo servidores do Estado em cárcere privado, danificando bens públicos e propriedades particulares. Como considera ilegítimo o Estado, o MST desconsidera suas leis.

Eis alguns pontos extraídos de uma cartilha do MST que orienta a formação política de seus militantes: 
 
"devemos lutar pela tomada dos bens de produção; os caminhos a trilhar para a libertação do proletariado são a reforma agrária e o socialismo, e para isso são válidas todas as formas de luta ; a luta pela terra passou do plano da conquista econômica para o da luta política contra o Estado; apenas ocupar a terra para trabalhar é uma posição já superada; o nosso sonho revolucionário é construir sobre os escombros do capitalismo uma sociedade socialista; é preciso desenvolver um trabalho ideológico para que as aspirações das massas adquiram um caráter político e revolucionário".

Após receber 22 milhões de hectares de terra, área equivalente a cinco Dinamarcas, o MST acrescentou um novo item ao seu tradicional discurso. Agora, a tônica de reivindicações do Movimento deixou de ser a distribuição de terras e passou a ser a distribuição do dinheiro público. Nesse sentido, a pauta completa de pedidos feita pelo MST ao governo tem 50 itens, entre os quais a diminuição da taxa de juros, concessão de créditos especiais e financiamentos para a construção de casas.

Existem duas interpretações conflitantes para as novas práticas do MST. Uma é a do Grande-Timoneiro, João Pedro Stédile: "Nossas ações são a única forma de chamar a atenção para a política social que empobrece o país". Stédile é pós-graduado em Economia, no México, aprecia os textos de Lenin, Marx e Mao Tsetung e, em sua opinião, as ações radicais e a indisposição ao diálogo são a forma adequada de apresentar à sociedade as mazelas do atual sistema de governo. Em suma, os governos todos são um Mal e o MST é um Bem.

Os pobres, que, na ausência de alternativas, seguem a bandeira do MST, querem um pedaço de chão, todavia as lideranças encaram a luta pela terra apenas como um instrumento político para atingir uma sociedade socialista..

Em março de 2002, após a invasão, roubo e depredação da fazenda dos filhos do Presidente da República, em Buritis, vemos, em abril, um dirigente do MST, financiado com dinheiro da "Via Campesina", dentro do "bunker" de Iasser Arafat, apresentando "a solidariedade" do MST à luta dos palestinos.

Ao mesmo tempo, no dia 3 de abril, em Brasília, após uma passeata do MST à Embaixada de Israel, o líder José Rainha, que há muito tempo não é mais sem-terra, declara apoio aos atentados contra alvos civis israelenses: "Os atentados contra Israel são a arma de defesa dos palestinos. Muitas vezes as vítimas são civis, mas não há outra saída".

Pergunta-se: o que mais deveremos esperar de um movimento como o do MST?


Carlos Ilich Santos Azambuja é Historiador.

Despertando com atraso



Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Haroldo P. Barboza
Um estudioso de nossa “evolução” como nação pode corrigir esta curta peça que abaixo eu proponho. Exibindo provas concretas que tudo que se segue não passa de ficção impossível de ter ocorrido.
O povo brasileiro (como tantos outros no planeta) levou mais de 100 anos para COMEÇAR a perceber de forma superficial, que desde a “proclamação da república” vem sendo tapeado pelos que visualizaram uma forma “legalizada” de usar o trabalho produtivo de forma a aumentar seus patrimônios sem uso da chibata de couro.
A escravidão com uso de correntes, necessidade de capatazes violentos, fugas regulares, sabotagens nas plantações (nos primórdios, o grupo “yellow block” se camuflava por entre as folhagens de milho e trigo), necessidade de alimentar e cuidar da saúde da grande legião de esfomeados tornou-se altamente custosa.
Então os detentores do poder montaram a farsa da “liberdade” com rapidez. Num curto período de tempo, “generosamente” foram promulgando as leis que libertaram escravos por categorias até culminar com a implantação da República, onde supostamente cada cidadão tem direito a decidir(?) sobre o rumo de sua vida através do “voto”(?).
Cada escravo foi guindado a esta categoria de “cidadão” e apesar de esfarrapado, esfomeado e repentinamente liberado das terras onde outrora cultivava e era castigado no chicote quando sua produtividade ficava abaixo da curva estabelecida, ainda se curvou aos “senhores” que lhe ofertaram a tal “liberdade” e anunciaram que agora ele fazia parte da “classe trabalhadora”, logo abaixo da classe média. Deve ter havido até Carnaval extra para comemorar esta “honraria”!
Mas estes senhores (chamados “carinhosamente” de “coronéis”) de imediato colocaram em vigor o esquema que a cada década torna-se mais sólido. 
Empurraram seus antigos prisioneiros para locais onde poderiam criar suas comunidades desprovidas da estrutura mínima de sobrevivência adequada e afastadas das varandas de suas suntuosas moradias. 
Longe da água limpa, energia elétrica (final do século XIX), caminhos para veículos e postos de saúde. Ficaram restritos à agricultura de quintal.
Surgiram as primeiras favelas que incham até hoje apesar dos mirabolantes planos emPACados.
Mas os “coronéis” não podiam perder a força de trabalho barato. Logo tornaram suas fazendas atrativas para estes abandonados que ainda carregavam na alma as imagens de injustiças que ali sofreram. 
As atrações eram a aposentadoria dos grilhões e chicotes e os salários (medidos em tostões) que eram menores do que os empregados “gastavam” (?) em alimentação, vestimentas, habitação, remédios. 
Em suma: quanto mais trabalhavam, mais aumentavam seus débitos com os patrões! Tal modelo hoje ainda é praticado contra os que adquirem a casa própria via BNH.
Quando um escravo (“cidadão”) decidia recorrer à Justiça, desistia logo que descobria que os tribunais (como hoje) eram controlados por parentes dos “coronéis” que definiam os políticos eleitos para os diversos cargos de comando (como hoje, via modernas urnas-E).
E a cada década, novos artifícios para sugar os ganhos dos empregados que fazem a nação se manter de pé (por mais quanto tempo?) foram lançados e aperfeiçoados de forma a cercar qualquer tentativa de burla. 
Vide IR que pega qualquer declarante que omite R$ 100,00 de ganho com algumas ações deixadas pelo avô, mas “anistia” clubes de futebol, conglomerados empresariais, agremiações “pilantrópicas” e outras entidades camufladas de “assistenciais” que possuam políticos definidos como “dirigentes” das mesmas.
Em paralelo a estas mordidas, ofereciam alimentos baratos (feijão + farofa + carne de gato) e eventos festivos (Carnaval, futebol que começava a empolgar, praia, etc) para amenizar o descontentamento latente mas facilmente abafado pelo povo isento de fibra e acomodado.
Depois de 100 anos, a sistemática não mudou.
 Apenas passou a usar novas ferramentas de maior penetração. E não mudou porque a população nunca foi orientada nas escolas em relação aos seus direitos em relação aos impostos que pagam. 
Não aprenderam a organizar seus núcleos em busca de suas necessidades.
Não confundir com as benesses concedidas aos “di menor” que podem praticar as maiores barbaridades sem precisarem pagar pelos delitos cometidos.
Após um século de dilapidação do patrimônio público pelas castas de pilantras que se encastelaram no poder, o povo ainda acredita que é “livre” por ter o direito de substituir seu smartphone a cada 3 meses (à prestação, compra 1 e paga 2) que apenas lhe serve para trocar idéias (que logo se dissipam) e ficar “por dentro das notícias”.
Que notícias são essas?
No lugar de enquetes pedindo sugestões sobre novos modelos para a educação, saúde, trânsito, desburocratização (isto dá uma nota preta aos herdeiros de cartórios), modernização de tarefas, preferem (“sugerem”) que a mídia (dominada) publique horóscopos, receitas de pratos, notas sobre casamentos e separações de artistas populares, enquetes sobre a cor da camisa do clube de futebol.
Fora a degradação familiar alimentada a cada 6 meses pelo “cultural” Big Besta Brasil.
Enquanto aguardamos o cinturão de miséria ser apertado 1 mm a cada período (quase imperceptível), vamos nos distraindo com os próximos eventos esportivos que “elevam o nome de nossa nação” (além das dívidas) e enriquecem os signatários que triplicam os valores das construções dos “elefantes brancos”.
Depois das Olim...piadas de 2016 vamos “criar uma comissão” para analisar as causas do aumento da violência urbana em função do retorno dos traficantes ao seu status de comando escancarado com armas exibidas à luz do Sol em função do afrouxamento do eficaz(?) projeto UPP.
Quando despertarmos da letargia que nos contaminou por várias gerações, talvez não seja mais possível evitar a transformação de nossa pátria num grande “Braití”.

Haroldo P. Barboza é Professor. Autor dos livros: Brinque e cresça feliz e Sinuca de bico na cuca.
 


HONORÁVEIS BANDIDOS




 
Aparelharam a justiça, nivelaram por baixo, colocaram gente sem talento e sem comprometimento com a nação brasileira.

Alguns desses ministros nem para síndico de prédio serviriam, mas como são amigos do rei, acabaram na mais alta instância da justiça Tupiniquim. Claro, com fidelidade canina e servilismo sem precedentes.

Enquanto o Brasil não fizer uma mudança radical em suas instituições veremos aberrações inimagináveis acontecerem.

Um presidente da república jamais deveria ter o poder de dar um emprego vitalício para um ministro do STF, isso pode até ser legal, mas provou se de uma imoralidade nuncaantesvistanahistóriadestepaís.

Depois chamam o Maluf e o Sarney de bandidos?

No Brasil tem quadrilhas muito mais perigosas e danosas à democracia e o povão nem percebe.

Chamar qualquer um desses traíras de Vossa Excelência ou de guardiões da constituição é escarrar na cara da população.

O que mais incomodou no desabafo de Joaquim Barbosa após servirem a pizza de marmelada do mensalão não foi bem a indignação do Ministro, foi o silêncio covarde de seus pares.

Esses não passam de honoráveis bandidos!!!

E para vc Brasuca sem noção e alienado em tempo integral, faltam 99 dias para a Copa das copas....
Huá huá huá!!!!
 
05 de março de 2014
omascate

Magela perde , o Meio Ambiente ganha

Eleições 2014: 61,4% reprovam governo Agnelo/Filippelli

Na Capital Federal, o apoio espontâneo a Agnelo é a metade do apoio a Dilma Roussef. Foto: O Globo
Por Chico Sant’Anna
O Carnaval acabou.

Os partidos vão agora botar os blocos na rua para as eleições de outubro, mas o cenário não anda nada bem para o governador Agnelo Queiroz, que teve seu nome referendado pelo diretório regional do PT para disputar a reeleição.

Com certeza, o quesito simpatia não é o forte do candidato petista junto ao eleitorado. 

Seu governo preserva índices elevados de reprovação. Esta foi um marca permanente da administração PT/PMDB, em Brasília. 

Tentaram de tudo. A secretaria de Comunicação teve três titulares, o atual foi assessor do ex-governor Jose Roberto Arruda,  e a verba de publicidade em 2013 chegou a R$ 200 milhões. Mesmo assim a população não mudou a forma de apreciar o GDF de Agnelo.

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A sete meses das eleições, praticamente, dois, em cada três brasilienses (61,4%), consideram o governo Agnelo/Filippelli “péssimo” ou “ruim”. Apenas 9,9% o analisam “bom” ou “ótimo”. A situação ainda é pior dentre o eleitorado feminino: 63,7% das mulheres rejeitam seu governo.

Isso é o que revela pesquisa realizada pela empresa Dados, no período de 10 a 17 de fevereiro com 3.000 eleitores do Distrito Federal. A margem de erro da pesquisa é de 1,8% e ela está depositada na Justiça Eleitoral.

Em termos de faixa de renda, a rejeição é maior entre os que ganham de três a quatro salários mínimos, onde 62%, em média, desaprovam a administração PT/PMDB.

Não convidem Agnelo para passear no Riacho Fundo I. Lá, 95,1% dos moradores reprovaram o governo dele, segundo a pesquisa. Planaltina (77,4%), São Sebastião, (70%), Ceilândia (67,2%) e Sudoeste/Octogonal (65,9%) são as demais cidades que lideram a rejeição ao governo.

Terceiro:

Quando perguntado em quem vai votar, na modalidade voto espontâneo (sem a apresentação de cartela com nomes de candidatos), a pesquisa revela que Agnelo tem a metade da preferência obtida pela presidente da República Dilma Roussef.

Em Brasília, a presidente lidera com 12,4% das intenções de voto, enquanto Agnelo aparece em terceiro lugar com 6% dos votos. Na frente de Agnelo, Arruda e Roriz, que poderão somar forças para o pleito.

As performances de Dilma e Agnelo revelam, contudo, que Brasília não é mais aquele reduto do voto petista, que garantia uma fatia de pelo menos 30% para qualquer candidato do partido de Lula.

O próprio ex-presidente parece estar perdendo seu poder de influência sobre os rumos do GDF. 

Se do lado do Palácio do Planalto, a opção de voto a Dilma Roussef cresce de 12,4% para 21,5% no caso de um apoio explicito de Lula ao nome de Dilma, no caso de Agnelo, a variação é de 6% para 12,1%.

Reguffe lidera para o Senado com uma vatagem, pelo menos, cinco vezes maior do que o segundo colocado, Geraldo Magela.


Quem parece ter um futuro tranqüilo nas eleições de outubro é o deputado Reguffe, do PDT. Isso, se ele optar pelo Senado Federal.

Segundo a pesquisa, em votos espontâneos, Reguffe lidera com 3,3%. Um patamar, pelo menos, cinco vezes maior do que seu oponente mais próximo.

Magela, do PT, é o segundo, mas aparece na pesquisa com 0,7%; seguido de Gim Argello – PTB, 0,6%; Alirio – PSDB, 0,3%; e Fraga – DEM, 0,3%.

Reguffe tem ainda a vantagem de liderar em quase todas as regiões administrativas. Perde apenas no Itapoá e em São Sebastião, que não são os maiores colégios eleitorais do Distrito Federal.

Geraldo Magela - Conferência das Cidades
Na corrida ao Senado, apesar dos esforços, Magela tem os maiores índices de rejeição. Foto de Chico Sant’Anna.

Além disso, leva a vantagem de ter baixo nível de rejeição. Neste quesito, Geraldo Magela, com 17,7%, é o campeão, seguido de Gim Argello, 13,4%; e Eliana Pedrosa, 10,9%.

Indecisos

Mas erra quem acha que o cenário está definido. Mais da metade dos eleitores do DF, 55,3%, ainda não sabe em quem votar para governador e 19,3% afirmam que votarão em branco ou anularão seus votos. Isso significa dizer que as preferências acima se referem apenas a um em cada quatro eleitores da capital.

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A farra da cocaína e da maconha no Brasil.


05/03/2014
às 4:01

 Por que seria diferente? E vai piorar, é claro!

O consumo de cocaína no Brasil corresponde a mais do que o quádruplo da média mundial. Se você tem a impressão de que os EUA, digamos, cheiram mais do que o Brasil, você está errado — ao menos em termos relativos. Banânia também é um sucesso internacional no consumo na queima de mato — refiro-me à maconha. Leiam o que informa Jamil Chade, no Estadão. Volto em seguida.
*

O consumo de cocaína no Brasil mais que dobrou em menos de dez anos (…). Os dados foram divulgados nesta terça-feira pelo Conselho Internacional de Controle de Narcóticos, entidade ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), em seu informe anual. A entidade também critica a liberalização do consumo de maconha no Uruguai e regiões dos EUA e alerta: jovens sul-americanos parecem ter uma “baixa percepção do risco” que representa o consumo de maconha.

Em 2005, a entidade apontava que 0,7% da população entre 12 e 65 anos consumia cocaína no Brasil. Ao fim de 2011, a taxa chegou a 1,75%. De acordo com os dados da ONU, o consumo brasileiro é bem superior à média mundial, de 0,4% da população. A média brasileira também supera a da América do Sul, com 1,3%, e é mesmo superior à da América do Norte, com 1,5%.
(…)

Citando o governo brasileiro, a ONU aponta que o Brasil apreendeu em 2012 um volume recorde de 339 mil tabletes de ecstasy, cerca de 70 quilos. A média dos últimos dez anos aponta que as apreensões são de menos de 1 quilo por ano. Em 2012, houve ainda 10 mil unidades de anfetamina retidas, além de 65 mil unidades de alucinógenos, o maior volume desde 2007.

(…)

Se o consumo brasileiro cresceu, a ONU constatou uma queda no cultivo da coca na América do Sul em 2012. No total, 133 mil hectares foram plantados, 13% menos do que em 2011. O Peru se consolidou como líder, com 45% do total, seguido por Colômbia e Bolívia, com 36% e 19%, respectivamente.

(…)

Se a cocaína cai, o confisco de “grandes quantidades de maconha” na América do Sul “sugere um possível aumento na produção de maconha da região nos últimos anos”, segundo a ONU. A apreensão de maconha teve uma forte queda no Brasil entre 2011 e 2012, de 174 toneladas para apenas 11,2 toneladas.

(…)

A entidade ligada à ONU deixou clara sua preocupação diante de leis que regularizam o consumo. “O Conselho nota com preocupação a baixa percepção de risco diante do consumo da maconha entre a população jovem em alguns países sul-americanos”, indica, apontando para estudos que mostram que 60% dos jovens no Uruguai consideram o risco do uso baixo.

Retomo

Por que seria diferente? O consumo de droga é um crime leve, bem levinho, só no papel. De fato, o sujeito que é encontrado com droga apenas para o seu consumo só acaba diante de um juiz se o policial for do tipo caxias, que não liga de perder o seu tempo em nome de sua missão. Eu mesmo, fosse um deles, não daria a menor bola. Pra quê? O máximo que o juiz pode fazer é condenar o sujeito a prestar algum serviço comunitário. 

É o que está no Artigo 28 da Lei 11.343, que fica a um passo de chamar o usuário de “majestade” e “excelência”. 

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:

I – advertência sobre os efeitos das drogas;
II – prestação de serviços à comunidade;
III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.

§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.

§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.

§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.

§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas.

§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:

I – admoestação verbal;
II – multa.

§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado.


Retomo

Como se nota, o capítulo encarregado de “punir” o usuário termina dando uma atribuição nova ao estado. País que pune com severidade o tráfico, mas, na prática, libera o consumo — e vocês sabem que a pressão é grande para que haja a descriminação total no país — está atuando em parceria com os traficantes. O que pode haver de melhor para o fornecedor ilegal do que demanda liberada com oferta reprimida?

Ah, então que se legalize tudo…” Bem, já temos uma experiência de legalização total das drogas: é a Cracolândia, que rebatizei de Haddadolândia. Ali, até os viciados foram estatizados — de certo modo, é uma experiência ainda mais radical do que a do Uruguai. O prefeito de São Paulo os transformou, metafórica e literalmente, em funcionários públicos.

É evidente que a explosão do consumo está ligada à tolerância com a droga e aos lobbies cada vez mais fortes em favor da descriminação do consumo, o que deve levar os traficantes a rir de orelha a orelha. 

Na cadeia, os Marcolas e os Fernandinhos Beira-Mar devem pensar: “Como é fácil ser bandido no Brasil com essa elite de bananas deslumbrados!” Eles sabem, obviamente, que a legalização do que hoje é chamado “tráfico” dificilmente chegará — a menos que os estados nacionais queiram ser governados por uma Internacional das Drogas.

No fim das contas, eles e os ditos “intelectuais” que defendem a descriminação das drogas trabalham em parceria. Associações objetivas independem de disposições subjetivas.

Por Reinaldo Azevedo

Olhem lá a extrema-esquerda metida no lixo!

05/03/2014
às 17:38

Todos disputam a sua cota de chorume na greve dos garis do Rio.

Quem diria, hein? A extrema-esquerda com o nariz enfiado no lixo que se acumula nas ruas do Rio! 

À sua maneira, está no lugar certo. Então ficamos assim: recolher o lixo e lhe dar a devida destinação é mesmo coisa “de direita”; deixar que se acumule nas praças e passeio público em nome da libertação da classe operária — afinal, “a classe dos garis é internacional” — compõe a estratégia planetária da esquerda

É evidente, a esta altura, que a greve está sendo manipulada — mais uma vez! — por uma minoria de extrema esquerda e por oportunistas. Hoje, no Rio, nem o lixo é neutro: todos disputam um pouco do chorume: Marcelo Freixo, Lindbergh Farias, Garotinho, cada um de olho na sua estratégia. Como já ficou evidente, o sindicato dos garis havia aceitado o acordo feito com a Prefeitura, mas aí entraram os militantes profissionais, e tudo, literalmente, azedou. Pior para a população do Rio.

E vai continuar azedando enquanto os repórteres, em momentos em que o poder público está sendo chantageado, enfiarem o microfone ou o gravador na cara da autoridade — a exemplo do que se fez com o prefeito Eduardo Paes — para perguntar sobre o lixo. 

Mas não cabe a ele dar uma resposta?” É, cabe, sim! Mas cabe à imprensa informar o que está em curso e quem faz o quê na guerra do lixo.

Vejam lá quem apareceu para disputar a sua cota de chorume: o tal DDH (Defesa dos Direitos Humanos), aquela ONG que é comandada por um subordinado de Marcelo Freixo, que fala como Marcelo Freixo, que pensa como Marcelo Freixo, que age como Marcelo Freixo, mas que, claro!, não é ligada a Marcelo Freixo, o preferido do “liberal” Caetano Veloso (ele ainda é cantor?)…


Mais uma vez, a população do Rio, e isso pode acontecer em qualquer cidade, é refém de meia-dúzia de lunáticos, que têm as contas pagas sabe-se lá por quem (se formos investigar a fundo, podem crer, é dinheiro público), que usam a desordem pública a serviço de sua causa. 

Quanto à questão em si, defendo para garis ou para juízes o de sempre: sou contra greve de servidores ou de prestadores de serviços essenciais. Se e quando, dentro da lei, puderem ser demitidos, que sejam.

“Não tem pena dos garis, assim como não tinha dos professores?” 

Tenho é respeito por aqueles que dependem do trabalho dessa gente — garis, professores ou juízes — e que não lhes impuseram essa ou aquela atividades.

Por Reinaldo Azevedo