Por Aisling Maria Cronin / Por Aisling Maria Cronin
Nós, humanos, frequentemente gostamos de pensar em nós mesmos como, de longe, a espécie superior aqui na Terra. Entretanto, há muitas outras espécies lá fora cujas avançadas habilidades cognitivas (sem mencionar suas habilidades de melhorar e contribuir para a saúde geral de seu ecossistema, ao invés de destruí-lo) pode nos fazer questionar tal crença. Golfinhos e elefantes são especialmente renomados por seus elevados níveis de inteligência e sensibilidade emocional.
Outra espécie cujas capacidades cognitivas podem nos dar o que pensar é a orca (também conhecida como baleia assassina). O cérebro de uma orca é quatro vezes maior do que um cérebro humano e os lobos cerebrais que lidam com o processamento de emoções complexas são também maiores nesses animais do que em humanos. Eles possuem complexos modos de comunicar-se uns com os outros, com diferentes “dialetos” tendo sido observados em diferentes populações de orcas. Eles vem evoluindo há milhões de anos enquanto os humanos dos dias modernos surgiram há somente duzentos mil anos, então é seguro presumir que eles são, no mínimo, mais avançados cognitivamente do que nós... se não mais!
Na vida selvagem, as orcas vivem em grupos matriarcais fechados. Eles vivem próximos dos membros de suas famílias durante toda a vida, viajando até cento e sessenta quilômetros por dia. A compaixão e o amor que se tem observado nas orcas para com os membros de suas famílias é de tirar o fôlego.
No começo deste ano, surgiu uma linda história de um grupo de orcas próximo a Port Elisabeth, África do Sul, que está ajudando seu irmão deficiente a sobreviver dando-lhe comida.
Onde quer que orcas tenham sido vistas interagindo com humanos, seus movimentos foram surpreendentemente gentis, considerando seu apelido de “assassina”. Até hoje, não há nenhum caso documentado de uma baleia que tenha matado um humano na vida selvagem.
Quando orcas são confinadas em aquários ou tanques de parques marinhos (os quais tipicamente contém apenas 0,001 por cento do terrritório que estaria disponível a elas na vida selvagem), uma história bem diferente surge.
Orcas em cativeiro são frequentemente vistas atacando umas às outras ou os humanos que trabalham com elas. A orca Tilikum do SeaWorld, cuja triste história foi contada em detalhes no documentário de 2013 “Blackfish”, foi ligada a três mortes humanas. O caso mais conhecido é o de Dawn Brancheau, que Tilikum matou em 24 de fevereiro de 2010, após perder sua paciência durante uma apresentação. Keto, uma orca do Parque Loro, na Espanha, matou seu treinador Alexis Martinez em 24 de dezembro de 2009.
Depressão, problemas psicológicos, barbatanas dorsais caídas (em machos), significativa redução na expectativa de vida e doenças incomuns são corriqueiras em populações de orcas de cativeiro, embora elas quase nunca sejam vistas em populações de orcas selvagens.
Tilikum agora está gravemente doente com uma infecção bacteriana e uma orca fêmea, chamada Unna, morreu em 21 de dezembro de 2015, no SeaWorld de San Diego, de uma infecção fúngica. Ela tinha dezenove anos: muito menos do que a média de quarenta e oito anos que ela poderia ter atingido como uma orca selvagem, ou até mesmo a idade de trinta anos que ela atingiria como uma de cativeiro.
O SeaWorld tem recorrido à medicação de suas orcas com drogas psicoativas para manter seus problemas sob controle e é sabido, dentro da indústria, que essa prática deve ser repetida em zoológicos e parques marinhos em todo o mundo.
É verdadeiramente trágico que os humanos tenham levado os animais em cativeiro a esse estado... e quando você leva em consideração que orcas são cognitivamente sofisticadas, profundamente sensíveis e estão neste planeta há muito mais tempo que nós, a arrogância que nossa espécie tem demonstrado ao trancá-las em minúsculos tanques para nosso entretenimento é realmente chocante.
Se orcas pudessem falar a nossa língua, quão provável seria que elas nos dissessem que simplesmente adoram fazer truques idiotas?
A foto acima foi tirada no Marineland Antibes, na França, onde ativistas de direitos animais estão tomando providências legais contra o parque devido às condições em que as orcas são mantidas. Após uma grande tempestade no ano passado, inúmeros animais do Marineland morreram, incluindo uma orca de dezenove anos chamada Valentin, que morreu devido a fraturas internas.
Cerca de noventa por centro do parque foi devastado pela tempestade e os sistemas de oxigenação e filtragem dos tanques das orcas estavam sobrecarregados, fazendo com que eles se enchessem de lama e detritos. Após reclamações de crueldade animal por três ONGs francesas, o Marineland está agora sujeita à investigação preliminar.
A triste imagem acima mostra a realidade da existência para muitas orcas em cativeiro: privadas de tudo que poderia dar às suas vidas um senso de profundidade e significado se elas estivessem na vida selvagem, deixadas à mercê dos humanos e forçadas a fazer truques que não acontecem naturalmente (a ameaça da negação de comida é frequentemente usada para que elas os façam). Com o impulso contra o cativeiro de baleias e golfinhos crescendo a cada dia, nunca houve um momento mais urgente para pedir que esses tanques sejam esvaziados de uma vez por todas.
Fonte: One Green Planet
Nós, humanos, frequentemente gostamos de pensar em nós mesmos como, de longe, a espécie superior aqui na Terra. Entretanto, há muitas outras espécies lá fora cujas avançadas habilidades cognitivas (sem mencionar suas habilidades de melhorar e contribuir para a saúde geral de seu ecossistema, ao invés de destruí-lo) pode nos fazer questionar tal crença. Golfinhos e elefantes são especialmente renomados por seus elevados níveis de inteligência e sensibilidade emocional.
Outra espécie cujas capacidades cognitivas podem nos dar o que pensar é a orca (também conhecida como baleia assassina). O cérebro de uma orca é quatro vezes maior do que um cérebro humano e os lobos cerebrais que lidam com o processamento de emoções complexas são também maiores nesses animais do que em humanos. Eles possuem complexos modos de comunicar-se uns com os outros, com diferentes “dialetos” tendo sido observados em diferentes populações de orcas. Eles vem evoluindo há milhões de anos enquanto os humanos dos dias modernos surgiram há somente duzentos mil anos, então é seguro presumir que eles são, no mínimo, mais avançados cognitivamente do que nós... se não mais!
Na vida selvagem, as orcas vivem em grupos matriarcais fechados. Eles vivem próximos dos membros de suas famílias durante toda a vida, viajando até cento e sessenta quilômetros por dia. A compaixão e o amor que se tem observado nas orcas para com os membros de suas famílias é de tirar o fôlego.
No começo deste ano, surgiu uma linda história de um grupo de orcas próximo a Port Elisabeth, África do Sul, que está ajudando seu irmão deficiente a sobreviver dando-lhe comida.
Onde quer que orcas tenham sido vistas interagindo com humanos, seus movimentos foram surpreendentemente gentis, considerando seu apelido de “assassina”. Até hoje, não há nenhum caso documentado de uma baleia que tenha matado um humano na vida selvagem.
Quando orcas são confinadas em aquários ou tanques de parques marinhos (os quais tipicamente contém apenas 0,001 por cento do terrritório que estaria disponível a elas na vida selvagem), uma história bem diferente surge.
Orcas em cativeiro são frequentemente vistas atacando umas às outras ou os humanos que trabalham com elas. A orca Tilikum do SeaWorld, cuja triste história foi contada em detalhes no documentário de 2013 “Blackfish”, foi ligada a três mortes humanas. O caso mais conhecido é o de Dawn Brancheau, que Tilikum matou em 24 de fevereiro de 2010, após perder sua paciência durante uma apresentação. Keto, uma orca do Parque Loro, na Espanha, matou seu treinador Alexis Martinez em 24 de dezembro de 2009.
Depressão, problemas psicológicos, barbatanas dorsais caídas (em machos), significativa redução na expectativa de vida e doenças incomuns são corriqueiras em populações de orcas de cativeiro, embora elas quase nunca sejam vistas em populações de orcas selvagens.
Tilikum agora está gravemente doente com uma infecção bacteriana e uma orca fêmea, chamada Unna, morreu em 21 de dezembro de 2015, no SeaWorld de San Diego, de uma infecção fúngica. Ela tinha dezenove anos: muito menos do que a média de quarenta e oito anos que ela poderia ter atingido como uma orca selvagem, ou até mesmo a idade de trinta anos que ela atingiria como uma de cativeiro.
O SeaWorld tem recorrido à medicação de suas orcas com drogas psicoativas para manter seus problemas sob controle e é sabido, dentro da indústria, que essa prática deve ser repetida em zoológicos e parques marinhos em todo o mundo.
É verdadeiramente trágico que os humanos tenham levado os animais em cativeiro a esse estado... e quando você leva em consideração que orcas são cognitivamente sofisticadas, profundamente sensíveis e estão neste planeta há muito mais tempo que nós, a arrogância que nossa espécie tem demonstrado ao trancá-las em minúsculos tanques para nosso entretenimento é realmente chocante.
Se orcas pudessem falar a nossa língua, quão provável seria que elas nos dissessem que simplesmente adoram fazer truques idiotas?
A foto acima foi tirada no Marineland Antibes, na França, onde ativistas de direitos animais estão tomando providências legais contra o parque devido às condições em que as orcas são mantidas. Após uma grande tempestade no ano passado, inúmeros animais do Marineland morreram, incluindo uma orca de dezenove anos chamada Valentin, que morreu devido a fraturas internas.
Cerca de noventa por centro do parque foi devastado pela tempestade e os sistemas de oxigenação e filtragem dos tanques das orcas estavam sobrecarregados, fazendo com que eles se enchessem de lama e detritos. Após reclamações de crueldade animal por três ONGs francesas, o Marineland está agora sujeita à investigação preliminar.
A triste imagem acima mostra a realidade da existência para muitas orcas em cativeiro: privadas de tudo que poderia dar às suas vidas um senso de profundidade e significado se elas estivessem na vida selvagem, deixadas à mercê dos humanos e forçadas a fazer truques que não acontecem naturalmente (a ameaça da negação de comida é frequentemente usada para que elas os façam). Com o impulso contra o cativeiro de baleias e golfinhos crescendo a cada dia, nunca houve um momento mais urgente para pedir que esses tanques sejam esvaziados de uma vez por todas.
Fonte: One Green Planet
Nota do Olhar Animal: A
vida dos animais é importante independentemente do papel que cumprem em
ecossistemas ou sua inteligência. É importante para eles próprios, que
têm interesse em estarem vivos e em não sofrerem. Não há que se
distinguir os animais por suas funções ecológicas e sim considerar sua
senciência. Aí está a maior relevância.