Histórico, contexto de atuação e representatividade do Sistema Campo Limpo
Sistema Campo Limpo é o nome do programa brasileiro de
logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas, no qual o inpEV
atua como núcleo de inteligência. Ele abrange todas as regiões do país e tem
como base o conceito de responsabilidade compartilhada: agricultores, indústria
fabricante, canais de distribuição e poder público têm papéis
e responsabilidades específicas no fluxo de funcionamento do programa,
definidas por lei.
A capilaridade das ações e a excelência na articulação entre
os diferentes agentes da cadeia produtiva agrícola no Sistema fazem do Brasil
uma referência mundial. O país é referência na destinação ambientalmente
correta de embalagens vazias de defensivos, com uma média anual de 94% das
embalagens plásticas primárias comercializadas.
Além da ampla cobertura e das diferentes modalidades de
recebimento – que em algumas regiões é feito por unidades itinerantes –, o
Sistema Campo Limpo apresenta outro diferencial importante: o aperfeiçoamento
constante. O Sistema acompanha a evolução da agricultura brasileira e do
agronegócio, que tem crescido acima da média de outros setores industriais e de
serviços. Com a expansão da fronteira agrícola e a modernização do cultivo,
cresce também a utilização de insumos como defensivos agrícolas. Sem a gestão
dos resíduos daí resultantes, certamente haveria impacto ambiental. Quando as
embalagens são abandonadas no ambiente, ou descartadas inadequadamente, podem
contaminar o solo, as águas superficiais e os lençóis freáticos. Há ainda o
problema da reutilização sem critério das embalagens, que coloca em risco a
saúde de animais e das pessoas.
Essa era a realidade antes da sistematização do programa de
logística reversa desses materiais. Segundo uma pesquisa realizada pela Andef
(Associação Nacional de Defesa Vegetal), em 1999, 50% das embalagens vazias de
defensivos agrícolas no Brasil naquela época eram doadas ou vendidas sem
qualquer controle; 25% tinham como destino a queima a céu aberto, 10% ficavam
armazenadas ao relento e 15% eram simplesmente abandonadas no campo.
Desde o início da operação, em 2002, o Sistema Campo Limpo
vem sendo ampliado e atualmente assegura a destinação ambientalmente correta de
cerca de 94% das embalagens plásticas primárias (que entram em contato direto
com o produto) e 80% do total de embalagens vazias de defensivos agrícolas
comercializadas.
94%*
das embalagens plásticas primárias comercializadas têm
destinação ambiental correta.
*O índice médio brasileiro de destinação de embalagens
vazias é calculado dividindo-se a massa total de embalagens destinada pelo
Sistema Campo Limpo pela massa total de embalagens colocada no mercado pelos
fabricantes. No entanto, no momento do cálculo do índice, parte das embalagens
colocadas no mercado pelos fabricantes podem não ter sido esvaziadas pelos
agricultores ou permanecerem nos estoques dos canais de distribuição e,
portanto, ainda não foram devolvidas nas unidades do Sistema. Essa quantidade de
embalagens “não-esvaziadas” ou “não-vendidas” ao consumidor final são estimadas
anualmente e deduzidas da quantidade informada pelos fabricantes para o cálculo
do índice médio. Alguns fatores justificam essa possível demora no uso dos
produtos, entre eles, variações climáticas que podem diminuir a ocorrência de
insetos, doenças ou de plantas daninhas e o aumento do plantio de variedades
geneticamente modificadas e resistentes à insetos e doenças, reduzindo a
necessidade do uso de agrotóxicos. Além disso, outro fator que pode resultar
numa venda menor do que a prevista pelos distribuidores é o uso de produtos
ilegais, falsificados ou contrabandeados, cujas embalagens não são devolvidas
pelo agricultor. Estima-se hoje que o uso destes produtos esteja entre 20 a 25%
do volume total aplicado, resultando em potencial dano ambiental, uma vez que
estas embalagens não tem destinação adequada.
Cerca de 95% do material recebido pelo Sistema pode retornar
ao ciclo produtivo como matéria-prima de outros produtos. Isso corresponde ao
percentual médio de embalagens passíveis de reciclagem: embalagens plásticas
laváveis que tenham sido corretamente lavadas após a utilização no campo, as de
papelão e as metálicas. As embalagens não laváveis (cerca de 5% do total
comercializado) e aquelas que não foram devidamente lavadas pelos agricultores
são encaminhadas para incineradores credenciados.
No total, o Sistema Campo Limpo emprega mais de 1.500
pessoas direta e indiretamente. Os empregos diretos são representados por
funcionários do inpEV, que trabalham na sede administrativa e nas unidades de
recebimento próprias, e os coordenadores regionais de operação. Indiretamente,
são considerados os trabalhadores das demais unidades de recebimento, da área
de reciclagem e incineração das empresas parceiras e os envolvidos nas diversas
etapas do Sistema, como transporte especializado de embalagens e operação
logística.
Saiba mais:
Sistema Campo Limpo em números
Dados atualizados
do desempenho e dos impactos do Sistema
Como funciona o Sistema Campo Limpo
Confira
o fluxo completo da logística reversa das embalagens