Luana Rangel - 16/04/15
A ONU declarou 2015 o Ano Internacional do Solo. O objetivo é reduzir
o número de pessoas que ainda passam fome no mundo, visto que o aumento
da erosão de solos reduz as terras férteis e, logo, a produção de
alimentos. O elemento comum na degradação do solo é o aumento do seu uso
para produção de alimentos ou urbanização.
O solo é um recurso essencial para a humanidade, porém visto como um
recurso renovável, cuja degradação pode ser revertida rápido. Ao
contrário, a formação dos solos é um processo lento,em escala de tempo
geológica,durante a qual se formam os minerais e as rochas se
desagregam.
O solo depende de fatores como clima e organismos -- a microflora e
microfauna, vegetais, animais e o homem. Também é função do tipo de
rocha que o originou e o relevo em que se encontra.
De acordo com os fatores de formação, o solo pode apresentar maior
concentração de elementos orgânicos, de argila, de ferro, entre outros, o
que caracterizará o tipo de atividade para o qual é propício. Por
exemplo, para a construção de edificações o solo deve ser coeso, sem
grande concentração de areia, um material que se esfarela. Já para a
atividade agrícola, deve conter matéria orgânica e elementos essenciais
para o crescimento das plantas.
Para a agricultura, sua fertilidade depende da presença de nutrientes
específicos, tais como cloro, boro, zinco, manganês, níquel, cobalto,
molibdênio, ferro, cobre, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, enxofre
e magnésio.
A FAO destaca que 33% dos solos mundiais estão degradados.
A atividade agrícola sem cuidados em áreas íngremespode prejudicar o
solo, assim como a mecanização inadequadapode compactá-lo. O arado e a
passagem de máquinas produzem erosão pela concentração de água da chuva
em pequenos sulcos.
O processoerosivofavorece a perda de nutrientes para
o desenvolvimento das plantas, e pode provocar o empobrecimentoe a
acidificação do solo, principalmente quando ocorrem queimadas. A
utilização exagerada de fertilizantese plantio constante do mesmo tipo
de cultura – que retira da terra sempre os mesmos nutrientes – exaurem o
solo.O resultado pode ser a queda da sua produtividade para o cultivo.
Os processos de salinização e de encharcamento do solo são
responsáveis por aproximadamente 15% de perda de terras produtivas no
mundo (FAO, 2015).
O manejo hídrico mal realizado degrada terras agricultáveis, pois a
drenagem inadequada encharca o solo por provocar a subida do lençol
freático, ou salinizá-lo, o que ocorre quando a drenagem ineficiente
produz acumulação de sais na superfície e matam as plantas. Este
processo é recorrente em climas áridos ou semiáridos, onde a
precipitação é escassa e os sais não são lavados do solo, como em áreas
do semiárido brasileiro.
A ONU estima que a atual taxa de desertificação seja próxima de 21
milhões de hectares por ano, área semelhante a do estado do Paraná.
Mudanças no clima são o principal fator por trás deste processo, que
pode ocorrer tanto por causas naturais, quanto pela intervenção humana.
Entre as últimas, intensificam a desertificação a emissão de poluentes,
desmatamento e asobre utilização dos recursos hídricos.
Se não adotarmos práticas de conservação perderemos a base para a
produção de alimentos. As florestas não se desenvolverão e, logo,
faltará água. Por isto, devemos usar 2015, ano Internacional do Solo,
para dar o alerta: sem cuidados vamos esgotar uma das bases para a
sobrevivência humana.