Também há muito tempo, o Alerta Total tem comparado a
conjuntura presente, de crise estrutural, com o momento pré-1964, quando os
militares tomaram o poder (sem ter conhecimento exato do verdadeiro inimigo por
trás dos agitadores ideológicos que defendiam a implantação do comunismo no
Brasil). O clima de radicalização e polarização ideológica, com ameaças
violentas à estabilidade social e a negação de valores morais e éticos
fundamentais, lembra o mesmo de 50 anos atrás
.
[em 1964 os militares não tomaram o poder - apesar de muitos usarem
essa definição para o Contra Golpe de 1964, não define o que realmente
ocorreu.
O
que ocorreu foi que o Brasil, na primeira metade dos anos 60, caminhava
para uma situação de desordem total e absoluto descontrole, baderna,
caos mesmo descontrole, caos (a de agora certamente já ultrapassou a de
64, mas, devido novas tecnologias, o crescimento da população, ainda,
parece ser menor do que aquela.
Só parece, mas não é, sendo inclusive mais perigosa e se não for contida com energia e rigor - contenção que inclui obrigatoriamente a remoção da Dilma e a colocação na ilegalidade da maldita esquerda - o Brasil perderá sua condição de NAÇÃO LIVRE E SOBERANA.)
e os militares em um misto de PATRIOTISMO e CUMPRIMENTO DO DEVER foram
forçados a assumir o controle total da situação e pela natureza das
ações necessárias não era possível perder tempo sobre o que devia ser
feito.
Era feito o necessário e após o alcance dos objetivos eram realizadas ações de ajuste.
No entanto, existem algumas diferenças (para pior) daquela
época em relação ao presente. Agora temos:
1) a dimensão do crime
institucionalizado e suas teias políticas;
2) o aparelhamento ideológico
combinado com a ineficiência operacional do judiciário;
3) a insistente, porém
fracassada, tentativa midiática de desmoralização das forças armadas,
associando-as a atos autoritários e desrespeito aos direitos humanos.
4) Os
três poderes em total desarmonia, conflitando entre si e invadindo a atribuição
do outro;
5) o esgotamento do modelo econômico baseado em juros estratosféricos
e 93 impostos para financiar uma gastança pública, sem a devida contrapartida
ao cidadão-eleitor-contribuinte.
Agora, o Comandante do Exército, a instituição mais
respeitada pelos brasileiros (conforme atestam várias pesquisas de opinião),
formulou uma análise estratégica de capital importância para o destino do
Brasil, levando em contra o cenário de ampliação e descontrole da crise. Em
teleconferência para 2000 oficiais da reserva, também transmitida, sexta-feira
passada (9 de outubro), para oito comandos militares no País, o General
Eduardo Villas-Bôas expressou, com clareza e franqueza, a gravidade e os riscos
institucionais da complexa crise que estamos vivendo no Brasil.
É fundamental compreender a dimensão exata das palavras do
General de quatro estrelas - reproduzidas na reportagem do jornal Folha de São
Paulo, com a manchete
"Comandante do Exército vê risco de crise social no País:
"Estamos vivendo situação extremamente difícil, crítica, uma crise de
natureza política, econômica , ética muito séria e com preocupação que, se ela
prosseguir, poderá se transformar numa crise social com efeitos negativos sobre
a estabilidade. E aí nós nos preocupamos, porque passa a nos dizer respeito
diretamente".
Legalista e praticante na transparência de gestão, o
General Villas-Bôas deu a interpretação correta ao artigo 142 da Constituição
Federal, para justificar por que o agravamento da crise social diz respeito diretamente
ao Exército. Villas-Bôas frisou que as Forças Armadas destinam-se à defesa da Pátria,
à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da
e lei e da ordem, sob autoridade presidencial. O Centro de Comunicação Social
do Exército reiterou que o General se expressou com pensamento de legalidade,
estabilidade e legitimidade.
Em outras reuniões fechadas com seus oficiais da ativa e
da reserva, o General Villas-Bôas tem pregado, de forma inteiramente correta e
responsável, que os brasileiros precisam investir na "coesão" - e não
na "divisão" (principalmente as de natureza ideológica, que alimentam
paixões e conflitos). Indiretamente, o General tem combatido o ultrapassado
discurso e prática de luta de classes - ingredientes que promovem rupturas em
tempos de radicalização e violência ideologicamente programados como táticas na
estratégia maior de tomada do poder por alguma via revolucionária. Ou seja, o
General e o Alto Comando do Exército, embora não falem explicitamente, têm
aversão ao modelo bolivariano na América Latina - que tende a ser um fator de
isolamento geopolítico do Brasil.
Doutrinariamente, militar não manda recado. Ele vive
preparado para ações de guerra, principalmente dissuasão, em tempos de paz
aparente (ou de guerra civil não declarada, como é o caso do Brasil, onde o
General Villas-Bôas faz questão de recordar que são assassinadas mais de 56 mil
pessoas por ano). Por isso, a mensagem do cidadão e servidor público
Villas-Bôas ganha importância capital, no momento em que todo o País assiste,
bestificado, ao irresponsável e criminoso discurso dos "poderosos de
plantão", clamando pela protagonismo revolucionário dos impropriamente
chamados "movimentos sociais".
As palavras do General deveriam servir para que os
segmentos esclarecidos da sociedade assumam o papel de agentes transformadores
da História, a fim de implantar as bases democráticas, com segurança do
direito, para uma República Federalista que mantenha a integridade do
patrimônio nacional do Brasil. Não servem ao País as abomináveis Oligarquias
tradicionais que só o exploram e se locupletam no regime capimunista. Também
não precisamos de "zelites" (gente que se pensa superior como classe
social, mas que peca pelo raciocínio meramente rentista e especulativa, sem
compromisso com o efetivo desenvolvimento produtivo do País.
É hora dos brasileiros de bem partirem para a
"coesão" e "união" - como bem tem pregado o General
Villas-Bôas. O Comando das Forças Armadas tem reiterado que não dará golpes. No
entanto, não vai ficar passivo diante de golpes que violentem a Nação e
comprometam a "obra" nacional. Por isso, todos têm sua parcela de responsabilidade
para impedir que a crise estrutural descambe em radicalismo, violência e
autoritarismo. O momento é de resgate da Legitimidade. Por isso, o Judiciário,
feito para ser um fator de equilíbrio entre os poderes, não pode cair na
esparrela da "judicialização da politicagem". É preciso atuar com
isenção e colaborar no esforço consensual de combate à governança do crime
organizado.
Quem não agir como protagonista na neutralização e combate
aos fomentadores da crise corre o risco concreto de ser engolido pela evolução
dos acontecimentos. Quem não entrar em campo e assumir sua responsabilidade
histórica tem tudo para sair do Mineirão derrotado pelo "alemão" (na
gíria da bandidagem, aquele que é traidor - inclusive da Pátria).
Todos devem se fazer a pergunta óbvia: Quem tem mais a perder com o agravamento do processo de ruptura institucional no Brasil?
Fonte: Blog Alerta Total - Jorge Serrão