sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

OAB-DF RECONHECE DESCALABRO, MAS COBRA ATITUDE DO NOVO GOVERNO


Crise no DF
OAB-DF aplica um ‘pedala, Rolemberg’ e exige que resolva os problemas

Publicado: 20 de janeiro de 2015 às 10:20 - Atualizado às 10:23
ibaneis rochaO presidente da OAB do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, não esperou completar um mês do governo de Rodrigo Rollemberg para cobrar medidas efetivas nas áreas de transportes, saúde, educação e segurança na capital do país. Em nota divulgada nesta terça-feira (20), a entidade diz que a paciência da população chegou ao seu limite, após enfrentar o descalabro da gestão anterior e continuar esperando as promessas eleitorais.
Por mais desorganizadas que possam ter sido deixadas as contas, não se pode admitir a falta de insumos básicos nos hospitais, onde falta de tudo, desde agulhas até algodão, é o que diz a nota, lembrando que no DF se misturam má administração, irresponsabilidade e descaso para com a população. Para a OAB/DF, o novo governo precisa urgentemente restabelecer a confiança da sociedade.

Segue a nota, na íntegra:


NOTA
“Vinte dias decorridos desde a posse do novo governo, a população do Distrito Federal continua em clima de incerteza e tendo de enfrentar uma situação de caos que atinge praticamente todos os setores essenciais da administração, notadamente na segurança pública, na saúde e na educação.


Dentro de sua missão institucional, buscando enfrentar e propor soluções aos desafios emergentes da sociedade, a Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB/DF) vem a público cobrar dos gestores públicos redobrados esforços no sentido de dar objetividade às ações destinadas a atender à população naquilo que é essencial.


Por mais desorganizadas que possam ter sido deixadas as contas pela administração anterior, não se pode admitir a escassez (para não dizer a total falta) de insumos como algodão, agulhas e antibióticos nos hospitais; das condições materiais e de pessoal para o reinício do ano escolar; e do clima de insegurança que apavora principalmente a população mais pobre.


O Distrito Federal viu dobrar, triplicar talvez, a sua população nos últimos anos, ao mesmo tempo em que os problemas, incluindo aí o sistema de transporte, um dos piores do país, foram se acumulando assustadoramente, em escala exponencial. Com a mais alta renda per capita nacional e contando com o aporte de recursos federais do Fundo Constitucional, o DF revela-se um caso exemplar onde se misturam irresponsabilidade, má-gestão e descaso para com um patrimônio que é, hoje, de toda a Humanidade.


Dar objetividade às ações significa restabelecer a confiança da sociedade por meio de medidas urgentes, práticas e desprovidas de ambições meramente políticas. É triste, mas real, a constatação: de todas as paixões que agitam a sociedade, a mais funesta, a mais aética, a mais sanguinária é a ambição do poder.


O DF chegou ao seu limite da tolerância, sob pena de no curto prazo se transformar na antítese do sonho de Juscelino Kubitschek e de todos os que com ele comungaram a ideia de Brasília, a capital da esperança.


Brasília, 20 de janeiro de 2015


Ibaneis Rocha

Presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB/DF)”


LEIA E APRENDA COM O ERRO DAS OUTRAS CAPITAIS, GDF!!!! O insustentável crescimento de São Paulo, agressão ao meio ambiente e crise hídrica, artigo de José Eustáquio Diniz Alves


[EcoDebate] A cidade de São Paulo completa 461 anos no dia 25 de janeiro de 2015. Originária da pequena Vila de Piratininga, se tornou o município mais populoso e mais rico do Brasil. O desenvolvimento humano foi impressionante, mas a crise hídrica que se abate sobre os paulistanos, a imobilidade urbana, a desigualdade social e os elevados níveis de violência mostram que algo está errado com o modelo adotado. A “cidade que não pode parar” vê seu futuro comprometido diante de um dia a dia poluído, devorador de recursos, gerador de lixo e que segue um rumo insustentável.

O município de São Paulo (SP) tinha 31.385 habitantes em 1872, ultrapassou um milhão em 1940, superou 10 milhões de pessoas no ano 2000 e chegou próximo de 12 milhões de habitantes em 2014. A região metropolitana de SP tem mais de 20 milhões de habitantes (sete vezes a população do Uruguai). Nos últimos 150 anos, na média, houve melhoria da renda, da educação, da esperança de vida, etc.

Mas a cidade se enriqueceu às custas da pauperização do meio ambiente e da depleção dos seus recursos naturais. A críse hídrica atual é o resultado de 460 anos de descaso com as fontes de água e com a vegetação que brota ao redor e protege o precioso líquido. Os rios da cidade foram degradados, enterrados vivos e transformados em esgoto. O volume das atividades antrópicas ultrapassou os limites da sustentabilidade, especialmente nos últimos 60 anos. O aquecimento global é mais um vetor da crise.

Reportagem de Gustavo Angimahtz, no Huffington Post Brasil (01/10/2014), mostra o crime de ecocídio contra os rios de Pinheiros. São três os rios mais expressivos da região, sendo que todos nascem no espigão entre as ruas Cerro Corá e Paulista e todos já estão canalizados. A canalização é fator que aumenta as enchentes, já que faz parte do ciclo de um rio o período de cheia e de vazante, levando sedimentos e constantemente modificando a paisagem. Porém, ao canalizar um curso d’água, os gargalos naturais da cidade são obstáculos a serem transpostos com uma chuva forte.

Segundo Angimahtz: “O menor dos córregos, Belini, nasce pouco acima da praça Panamericana, no Alto de Pinheiros. É um rio relativamente curto, que corta por Alto de Pinheiros, avenida Pedroso de Moraes e passa rente ao Parque Villa-Lobos para então desaguar no Pinheiros. Totalmente encoberto, tudo o que se vê dele é uma boca de cano no rio Pinheiros. Observando um pouco mais à direita do mapa, o rio das Corujas, mais caudaloso, nasce na travessa Raul Seixas, na Vila Madalena, em uma região com muitas minas d’água. Ainda pode ser percebido na praça de mesmo nome, onde corre a céu aberto por um curto espaço para logo correr por galerias e canos direto para o rio Pinheiros” (…) “Mais à direita no mapa, o maior rio da região, o Verde, nasce em múltiplos focos de nascentes, numa formação geológica chamada anfiteatro – pois parece com a arquibancada de um anfiteatro, alta e em curva -, em milhares de pontos diferentes do bairro. As minas d’água do Verde formam dois córregos que se juntam na Rebouças”.


O jornalista mostra que existem vários projetos para reduzir a poluição e as enchentes, mas ressalta: “Para que a sociedade se dê conta da importância dos rios que por ela passam, é preciso muito mais que um projeto de despoluição”. Na verdade, a especulação imobiliária e a ocupação desordenada e exagerada do território transformou a “selva de pedra” em um conjunto urbano hostil ao meio ambiente, que sujou, estreitou, canalizou e enterrou os rios da cidade e agora passa por um grande crise hídrica. A malha urbana virou túmulo dos rios e nascentes.


O pior é que os governantes atuais parecem que não aprendem com os erros do passado. Por exemplo, o prefeito de São Paulo – Fernando Haddad – tem sido alvo de protestos, pois revogou, em dezembro de 2013, um decreto de utilidade pública de uma área de 994 mil metros quadrados nas margens da Represa Billings e que é usada há 40 anos como área de lazer. O decreto revogado era requisito à implantação do Parque dos Búfalos, uma demanda dos 70 mil habitantes do bairro. A revogação abre espaço para especulação imobiliária que quer construir 14 condomínios com 3.800 apartamentos, que vão gerar mais adensamento populacional numa área de mata atlântica e de fartos recursos hídricos, incluindo 8 nascentes.


A legislação que favorece o desmatamento avança em nível nacional e estadual. A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou, no final do ano passado, o Projeto de Lei Nº 219/2014, que institui o Programa de Regularização Ambiental (PRA) previsto no Código Florestal nacional, possibilitando a flexibilização da preservação ambiental no Estado. Tal iniciativa (de origem do deputado ruralista Barros Munhoz – PSDB), deve consolidar a diminuição da proteção de nascentes e olhos d’água, reduzindo a faixa de preservação permanente para apenas 15 metros em áreas consolidadas. Além disto, também permite que os ruralistas possam compensar o desmatamento em São Paulo com reflorestamento em outros estados (Santini, 2014). A lógica da dominação da natureza se espalha e avança mesmo com todos os sinais de que o rumo do modelo de produção e consumo é insustentável.


A cidade de São Paulo é ponta de lança do desenvolvimento brasileiro. Mas, por trás da lógica da expansão urbana existe uma natureza doente que tem sofrido agressões crescentes nos últimos 4 séculos. Abaixo do concreto e do asfalto há uma enorme bacia hidrográfica que foi totalmente desconfigurada. A cidade cresceu em torno das nascentes dos pequenos fluxos d’água, enquanto os rios Tietê e Pinheiros eram fronteiras ao urbano e estavam nos limites da cidade. Mas agora a cidade sem limites engoliu e maltratou toda a sua rede de rios e córregos. Além do asfalto e do concreto impedir a infiltração da água de chuva, os poços artesianos – legais ou clandestinos – estão acelerando o processo de depleção dos aquíferos. As águas dos lençóis freáticos podem resolver o problema no curto prazo, mas no longo prazo devem ser mais um vetor da crise no futuro.


Artigo de Júlio Ottoboni, no Envolverde (2014), mostra que São Paulo pode entrar em num ciclo de desertificação e de extermínio de suas reservas hídricas existentes no subsolo. Com o volume de águas de superfície em diminuição, as reservas subterrâneas estão ficando, em boa parte, comprometidas por contaminação dos esgotos, pesticidas ou mesmo pela falta de potabilidade. 



O autor mostra que desde 1998, pesquisadores da USP e outras entidades alertam para a exploração demasiada e sem critérios das águas subterrâneas, principalmente na agricultura. No trecho paulista, o Aquífero Guarani é explorado por mais de mil poços e isso ocorre numa faixa no sentido sudoeste-nordeste. Já a área de recarga ocupa cerca de 17.000 Km², onde se encontram a maior parte dos poços e grande parte dos problemas de contaminação.


Na cidade de São Paulo, vários condomínios estão colocando placas nas grades avisando que não utilizam água da Sabesp e “Temos poço artesiano, Grato”, como se isto resolvesse a escassez de água. Todvaia, o diretor do Centro de Pesquisa de Águas Subterrâneas da Universidade de São Paulo, Reginaldo Bertolo, em entrevista concedida ao IHU (14/01/2014), deixa claro que abrir um poço artesiano não resolve o problema de abastecimento. Pelo contrário, pode colocar em risco reservas subterrâneas de água, ameaçando até mesmo rio e lagos em épocas de menos chuva. Além disso, é necessário que se adotem critérios técnicos para assegurar a potabilidade da água.


Como se vê, o maltrato é geral não só no solo, mas também no subsolo. Além de respeitar os aquíferos, o encontro dos rios Tietê e Pinheiros deveria ser um local “sagrado” e rodeado de parques e de biodiversidade ecossistêmica. Mas virou um local degradado e recortado por diversos viadutos que canalizam o fluxo de carros que sobrepassam o encontro das águas, que na verdade se tornou o encontro de dois esgotos a céu aberto. O Complexo Viário Heróis de 1932 (mais conhecido como Complexo do Cebolão), interliga a Marginal Tietê, a Marginal Pinheiros e a Rodovia Castelo Branco, sendo o “marco zero” para a contagem da quilometragem das duas Marginais, marginais que ocuparam o espaço de respiração dos rios e que deveria ser preenchido pelas matas ciliares.



Os cidadãos de São Paulo, da chamada “terra da garoa”, convivem com uma situação esdrúxula: têm medo de muita ou pouca precipitação, pois chuva em abundância provoca alagamentos e chuva escassa provoca falta de água potável. Os paulistanos não sabem o que esperar do céu e o governador Geraldo Alckmin ainda não sabe se tem ou não tem racionamento, enquanto a situação de abastecimento se agrava a cada dia.

A crise hídrica de São Paulo não decorre de escassez ou da avarez da natureza, mas sim da forma como os paulistanos maltratam suas fontes d’água e seus recursos naturais. Foi grave São Paulo não se preocupar com a água, mas, ironicamente, a água também não se preocupa com São Paulo. Por ironia, depois de tanto desmatamento e agressões humanas à natureza, os recentes temporais têm derrubado centenas de árvores na capital paulista (mostrando a falta de manejo adequado da prefeitura).

Na verdade, todo o modelo de produção e consumo adotado no mundo está provocando uma crise ecológica e mudanças climáticas que vão impactar cada vez mais a vida das pessoas, colocando em xeque o processo de avanço do progresso humano.

2015 pode ser o ano em que a megalópole moderna descubra que é impossível viver e manter o atual estilo de vida sem grandes reservas de água potável, que, por sua vez, dependem de fontes arcaicas geradas pela infiltração da chuva no solo, chuva que nasce da transpiração da vegetação e das árvores. Como disse Beto Guedes: “A lição sabemos de cor, só nos resta aprender”. Quem sabe os paulistanos, paulistas e brasileiros aprendam com as torneiras vazias em função de uma grande seca, que em grande parte é autoinfligida.

As autoridades municipais, estaduais e nacionais deveriam esquecer as mentiras propagadas nas últimas eleições e aproveitar o aniversário de São Paulo para decretar estado de emergência diante da crise hídrica, diante da crise energética e diante de um sistema de produção e consumo que está no rumo insustentável e pode entrar em colapso em muito pouco tempo.

Como escrevi em artigo anterior (Alves, 25/01/2012), a cidade de São Paulo seria mais alegre, mais bonita, mais agradável e mais ecológica se sua rica bacia hidrográfica estivesse minimamente próxima do que já foi no passado antes da ocupação portuguesa. Ao invés da especulação imobiliária e da imobilidade urbana, a maior cidade do Brasil ganharia muito se pudesse recuperar e conviver “com suas matas ciliares, com as águas limpas, com os peixes, com as demais plantas aquáticas, com as aves, enfim, com a vida em toda a sua diversidade e esplendor”.


Para citar este artigo: "O insustentável crescimento de São Paulo, agressão ao meio ambiente e crise hídrica, artigo de José Eustáquio Diniz Alves," in Portal EcoDebate


23/01/2015, http://www.ecodebate.com.br/2015/01/23/o-insustentavel-crescimento-de-sao-paulo-agressao-ao-meio-ambiente-e-crise-hidrica-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/.

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NEM ELE AGUENTA! JOSÉ DIRCEU PREPARA SUA MUDANÇA PARA O EXTERIOR


EX-MINISTRO CONDENADO POR CHEFIAR O MENSALÃO PLANEJA VIVER NO EXTERIOR
Publicado: 23 de janeiro de 2015 às 0:01 - Atualizado às 0:31jose dirceu by dida sampaio ec 02
Ex-minsitro José Dirceu confidenciou a correligionários do PT que quer sair do Brasil. Foto: Dida Sampaio/Estadão 
Ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, que cumpre pena de prisão domiciliar, José Dirceu segredou a dirigentes do PT que pretende sair do Brasil tão logo sua situação legal o permitir.
 Ele planeja fixar residência na Europa, e gosta muito das opções França e Portugal.
Mas também considera uma temporada em Havana, animado com o reatamento de
relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos.
Preso desde novembro de 2013, Zé Dirceu deseja voltar a viver como cidadão comum, livre
, o que no Brasil, segundo ele, não seria possível.
Dirceu quer acompanhar de perto o crescimento da filha mais nova, 6 anos, seu xodó.
A distância dela o martirizou, nos 11 meses de prisão.
O desejo de José Dirceu de ir para o exterior surpreendeu dirigentes do PT, com os quais
 tem articulado o comando de nova facção no PT.
Como aprecia os sabores locais, sobretudo os vinhos (Barca Velha é o seu favorito), é
provável de Zé Dirceu escolha Portugal para morar. Leia na Coluna Cláudio Humberto.

Cerveró provocou prejuízo proposital à Petrobras para ganhar dinheiro



 

Petroloão
Cerveró provocou prejuízo de US$ 700 milhões em Angola para desviar recursos

Publicado: 20 de janeiro de 2015 às 0:22 - Atualizado às 0:23

Nestor Cerveró levou a Petrobras a investir em negócio na África que só seria vantajoso para ele próprio (Foto: Jonathan Campos/AE)

 
O ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró foi apontado na Polícia Federal por suposto prejuízo proposital em um negócio de exploração de petróleo em Angola, na África, que teria gerado um dispêndio de US$ 700 milhões. 




O caso passou a ser investigado após depoimento prestado sob sigilo por um funcionário de carreira da estatal, no Rio, que procurou os policiais um mês após ser deflagrada a Operação Lava Jato, em março de 2014.



O informante citou o nome de Cerveró – preso na Operação Lava Jato – em um negócio de US$ 700 milhões, que contrariou pareceres internos, e teria gerado prejuízo proposital como forma de desviar recursos públicos.


Funcionário de carreira com 30 anos de serviços prestados à Petrobras, o informante procurou os delegados para denunciar indícios de crimes e “má gestão proposital” na estatal.


“Um dos projetos que teve como objetivo o prejuízo internacional da Petrobras foi o bloco de exploração em Angola”, afirmou o informante em depoimento de quatro horas, realizado no dia 28 de abril de 2014, no Rio.


Conta ele que quando foi aberto leilão internacional para compra dos direitos de exploração de blocos petrolíferos em Angola, a estatal analisou o negócio. 


“Diversos pareceres de geólogos da Petrobras foram redigidos analisando o potencial de exploração de cada um deles. Estes pareces apontavam indícios de que a Petrobras não deveria sequer praticar do leilão, pois não havia indícios de lucros ou rentabilidade na exploração de tais áreas.”


Com base nesses pareceres, a Petrobras não entrou no leilão. “Alguns anos depois, a Petrobras decidiu comprar 50% dos direitos de exploração deste poços arrematados no leilão pelo mesmo valor que a empresa inicial arrematou a totalidade”.


A empresa vencedora teria pago US$ 500 milhões pelo negócio na época do leilão. O custo de 50% do direito aos blocos, no entanto, custou à Petrobras “exatamente a mesma quantia paga anos antes por 100% dos direitos” – US$ 500 milhões.


“Existem indícios de que o dinheiro repassado à ganhadora do leilão foi uma forma de desvia-lo da Petrobras e sugere que se investigue se houve retorno deste capital ao Brasil ou a contas controladas pelo envolvidos, no exterior”, registra a PF, em documento anexado em novembro aos autos da Lava Jato, conforme revelou o Estado.


Na época, reportagem mostrou que o informante havia apontado o envolvimento de Cerveró e do lobista Fernando Antônio Falcão Soares, o Fernando Baiano, em suposto desvio de propina na refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.


Perfurações
Ao todo, o relatório de Informação Policial 18/2014 registra acusações do funcionário de carreira em seis supostas fraudes para desvios de recursos. Prestes a se aposentar, ele decidiu contar o que sabia, sem ter seu nome revelado. Delegados da Lava Jato mantém contato direto com o informante.


No negócio em Angola, que teria envolvido a Diretoria de Internacional sob o comando de Cerveró, ele relata que a irregularidade não foi só na compra.
O informante declarou que a Petrobras, depois da compra de 50% dos direitos de exploração, decidiu então “perfurar três poços (em Angola) com o objetivo de prospecção da capacidade produtiva do bloco recém-adquirido”.


“Cada um dos poços tem um custo de perfuração de aproximadamente US$ 80 milhões a US$ 120 milhões”, revelou o funcionário.


Segundo o documento, os três poços foram perfurados e “mostraram-se secos”. 

“Confirmando os pareceres técnicos dos geólogos da empresa que analisaram o mapeamento do subsolo do terreno e apontaram tecnicamente que era inviável explorar tais áreas, pois não havia petróleo disponível naquela região.”



Os resultados teriam sido usados “nas decisões futuras da empresa em continuar explorando tais áreas, e assim, todo investimento foi descartado”. 


“Desta forma, o prejuízo total deste projeto foi de cerca de US$ 700 milhões, sendo US$ 500 milhões para adquirir 50% dos direitos e outros US$ 200 milhões em perfuração de poço que já se sabia serem secos”, acentua o documento.



O informante apontou ainda como responsável pelo negócio o ex-gerente Luis Carlos Moreira da Silva. Segundo ele, Nestor Cerveró criou o cargo de gerente executivo internacional de desenvolvimento de negócios “em tempo recorde”. O nome do ex-gerente já foi citado também no caso Pasadena. Em julho, ele foi ouvido sobre o caso na CPI da Petrobras.


“Durante a gestão de Moreira, à frente do cargo criado por Cerveró, alguns negócios teriam sido desenvolvidos contrariando diversos pareceres técnicos.”
A Petrobras foi procurada para falar sobre o caso, mas ainda não se pronunciou.
Luis Carlos Moreira da Silva não foi localizado para comentar o caso. Em julho do ano passado, quando foi ouvido na CPI da Petrobras sobre o caso Pasadena, ele considerou o negócio legal.


A defesa de Nestor Cerveró nega o envolvimento dele em qualquer irregularidade.




Corrupção Lula, PT e o Planalto silenciam sobre denúncia de empreiteiro



Ele, o PT e o Planalto não respondem à revelação de que o dinheiro roubado da Petrobras financiou seu projeto de poder


Publicado: 23 de janeiro de 2015 às 8:2
lula
O ex-presidente é quem concebeu no PT o tal “projeto de poder” que, segundo o empreiteiro, era financiado pelo dinheiro roubado,


O Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT informaram, por meio de suas assessorias de imprensa, que não comentariam a denúncia de que a corrupção na Petrobrás pagava apoio ao governo no Congresso, feita por meio de documento entregue pela defesa do empresário Gérson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix.



Lula, que desde o início do Operação Lava Jato não se pronuncia publicamente sobre as investigações, criticou em dezembro, em um evento partidário, os vazamentos e os ataques ao PT. Segundo ele, a reclamação não era contra as investigações, mas em relação à interpretação das denúncias.



A presidente Dilma Rousseff, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, no início de setembro do ano passado, afirmou que, se houve desvios na Petrobrás, “a sangria foi estancada” em seu governo. No ano passado, diante das denúncias da Operação Lava Jato, a Secretaria de Finanças do PT emitiu nota para rebater declaração do executivo Augusto Ribeiro, da Toyo Setal, de que o pagamento de propina foi feito, entre outras formas, por meio de doações oficiais à legenda.


“Reiteramos que o PT somente recebe doações em conformidade com a legislação eleitoral vigente”, citava a nota. “No caso específico, o próprio depoente reconhece em seu depoimento que foi orientado pela secretaria de Finanças do PT a efetuar as doações na conta bancária do partido. Os recibos foram declarados na prestação de contas apresentada ao TSE. Ou seja, todo o processo ocorreu dentro da legalidade.”


Líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP) disse na quinta-feira, 22, que é preciso separar a corrupção na Petrobrás da prática legal de doações de campanha. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


José Dirceu e o irmão estão novamente nas páginas policiais



Jorge Roriz

Jornalismo em Defesa do Brasil.



 

A Justiça Federal mandou quebrar o sigilo bancário e fiscal do ex-deputado e ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, informou nesta noite de quinta-feira, 22, o Jornal Nacional, da Rede Globo. A decisão, segundo a reportagem, também vale para o irmão de Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, e para a empresa deles, a JD Assessoria e Consultoria Ltda.


O Jornal Nacional citou que o Ministério Público Federal (MPF) viu indícios de que a JD recebeu recursos de empreiteiras ligadas ao esquema de corrupção na Petrobras, desvendado pela Operação Lava Jato.


Segundo a decisão da Justiça, citada pela Rede Globo, a JD Assessoria e Consultoria recebeu, entre 2009 e 2013, R$ 3.761.000,00 das construtoras Galvão Engenharia, OAS e UTC Engenharia. As três empreiteiras tiveram executivos presos no início de dezembro.