quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Cinquenta mil moradores contra a alteraçao da LUOS !

Um crime ambiental sendo cometido pela CLDF???


CONTRA O USO COMERCIAL, DE SERVIÇOS E INDUSTRIAL DENTRO DAS RESIDENCIAS DO PARK WAY

COMUNIDADE DO PARK WAY CONTRA O USO COMERCIAL e INDUSTRIAL
DENTRO DAS RESIDENCIAS DO PARK WAY.

Moradores do Park Way,

O GDF quer incluir na LUOS (Lei de Uso e Ocupação do Solo) a implantação de atividades comerciais e industriais dentro das residências do Park Way. Assim, nosso bairro cujos condomínios eram para uso familiar exclusivo poderá ser alterado para uso misto, aberto para a instalação de fabricas, lojas e indústrias dentro das residências.

São mais de 500 as Atividades que podem ser enquadradas como Micro Empreendimentos Individuais (MEI) , entre elas açougue, abatedouros, britador, serralherias, carpintarias, conserto de motos, mecanico de automoveis que poderão ser instaladas dentro dos condominios.

A CONVENCÃO DE CONDOMINIO NÃO CONSEGUIRÁ IMPEDIR!

O micro empreendedor pode contestar a proibição na justica e o processo se arrastará por anos  enquanto a empresa ou a industria continuará funcionando e perturbando os vizinhos..

Defenda sua qualidade de vida

Se essa proposta for aprovada e incluída na LUOS nossa segurança e qualidade de vida poderão ficar seriamente comprometidas com a entrada e saída de caminhões trazendo insumos e mercadorias, com o barulho das maquinas funcionado, a circulação de pessoas estranhas ao condomínio, o cheiro das tintas, o congestionamento, a ocupação das áreas verdes com deposito e material para utilização nas fabricas.

Brasília nasceu planejada e setorizada para oferecer conforto e segurança para todos os moradores. O Park Way foi criado para ser o pulmão do Distrito Federal. Uma ilha verde de silencio e de ar puro. Contém córregos importantes para o abastecimento do Lago Paranoá. Para manter essas características foi declarado área de preservação ambiental, Reserva da Biosfera do Cerrado, APA do Gama Cabeça de Veado.

Vote CONTRA essa iniciativa do GDF de destruir o Park Way e a qualidade de vida dos moradores do DF.

Só assim poderemos preservar e proteger nossa segurança, nosso verde, nossos córregos, nossa tranqüilidade, nossos bichos e nosso ar puro.  

https://www.change.org/p/associa%C3%A7%C3%A3o-park-way-residencial-contra-o-uso-comercial-de-servi%C3%A7os-e-industrial-dentro-das-residencias-do-park-way

Por que a Caatinga vive explosão em número de queimadas

 





Por que a Caatinga vive explosão em número de queimadas

Bombeiros apagam incêndio na Caatinga no Ceará – SSPDS-CE

Nem Amazônia, nem Pantanal, nem Cerrado: o bioma brasileiro com maior crescimento no número de queimadas em 2021 até agora é a Caatinga.

Segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), houve até 1º de agosto 2.130 focos de fogo no bioma — o maior número em nove anos e uma alta de 164% em relação ao mesmo período de 2020.

Os focos se concentram no oeste do bioma, onde a Caatinga se encontra com o Cerrado na região de fronteira agrícola conhecida como Matopiba (nome formado pelas iniciais dos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

Especialistas atribuem o crescimento das queimadas à expansão da agricultura na região e à antecipação do período seco, fenômeno que pode estar ligado às mudanças climáticas e tende a se intensificar.

Entre 1985 e 2019, o tamanho da área desmatada na Caatinga cresceu 27,4%.

Hoje, há ainda 46,5% da vegetação nativa original do bioma, segundo o MapBiomas, plataforma que monitora o uso do solo no Brasil.

Fogo e desertificação

Como em outros biomas, o fogo é geralmente usado na Caatinga para “limpar” uma área antes do plantio.

O problema é que as chamas acabam intensificando a degradação do solo do bioma, que já é naturalmente pobre. E isso limita sua vida útil para a agricultura e estimula a busca por novas áreas quando ele se esgota. Além disso, muitas vezes o fogo foge do controle.

Segundo o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), 13% da Caatinga está em processo avançado de desertificação. E as queimadas são uma das principais causas dessa desertificação, ao lado do desmatamento, do pastoreio intenso e das mudanças climáticas.

A Caatinga é o quarto maior bioma brasileiro, abarcando 11% do território nacional e parte dos seguintes Estados: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais.

A região tem clima semiárido e vegetação adaptada a a secas intensas.

Em 2021, o Piauí foi o Estado com mais focos de incêndio na Caatinga (32,3%), seguido pela Bahia (26,1%), Ceará (16,8%), Pernambuco (8%), Rio Grande do Norte (6,8%), Paraíba (3,9%), Sergipe (2,2%), Alagoas (2,1%), Minas Gerais (1,4%) e Maranhão (1,1%).

Entre os dez municípios com mais focos, seis ficam no Piauí. O primeiro da lista, Floriano (PI), responde por um quarto de todas as queimadas ocorridas na Caatinga em 2021.

Convivendo com o Semiárido

Área preservada de Caatinga em São Raimundo Nonato, no Piauí – FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO

João Evangelista Santos Oliveira é o coordenador no Piauí da ASA (Articulação do Semiárido Brasileiro), uma rede de associações rurais que pregam a convivência com o Semiárido em oposição ao conceito de “combate à seca”, que por décadas norteou as políticas públicas para a região.

Segundo ele, o período chuvoso deste ano se encerrou mais cedo que o normal, o que tem facilitado a ocorrência de queimadas.

Oliveira diz que o fogo costuma ser ateado de forma intencional para preparar a terra para o plantio.

As queimadas, segundo ele, são provocadas tanto por pequenos agricultores, que seguem métodos tradicionais, quanto por grandes proprietários, que buscam expandir cultivos mecanizados de commodities agrícolas, como soja, milho e algodão.

Mas muitas vezes as chamas fogem do controle e atingem áreas vizinhas. Os incêndios são alimentados pela grande quantidade de folhas secas na vegetação nativa nesta época do ano.

Oliveira afirma que pequenos agricultores têm sido orientados a substituir os métodos tradicionais que empregam queimadas por técnicas agroecológicas.

“Estamos tentando desconstruir o mito de que, com as queimadas, os solos ficam férteis”, diz Oliveira, que é também o representante no Piauí da Cáritas, um braço da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Nas técnicas agroecológicas, a matéria orgânica não é queimada, e sim deixada sobre o solo, o que ajuda a mantê-lo úmido e amplia sua fertilidade.

Já o combate às queimadas ligadas à expansão da fronteira agrícola exige maior empenho dos órgãos de fiscalização, defende Oliveira.

Avanço do agronegócio no Piauí

Imagens de satélite mostram o avanço do agronegócio rumo ao interior do Piauí. No sudoeste do Estado, boa parte do Cerrado original já deu lugar a grandes plantações de soja, milho e algodão.

Oliveira diz que, quando as áreas de Cerrado disponíveis no Estado começaram a rarear, grandes proprietários rurais passaram a comprar terras mais a leste, na transição entre o Cerrado e a Caatinga.

“Agora, já começamos a ver soja na Caatinga”, ele diz.

Floriano (PI), município que lidera o ranking de queimadas na Caatinga em 2021, fica nessa faixa de transição.

Banhado pelo rio Parnaíba e com um subsolo rico em água, o município em tese teria condições de abrigar a agricultura mecanizada que já se difundiu pelo sul do Piauí.

Do alto, ainda não se veem na paisagem do município as grandes manchas delimitadas por linhas retas que sinalizam a agricultura mecanizada de larga escala.

As manchas mais próximas ficam na região de Bertolínia (PI), a 150 km a oeste de Floriano.

Mas o grande número de queimadas em Floriano pode ser um indício de que o agronegócio está chegando: o fogo pode estar sendo usado para “limpar” terras a serem ocupadas pelas grandes lavouras, diz Oliveira.

Embora alguns associem esse modelo apenas a progresso e desenvolvimento, ele diz que a chegada do agronegócio tende a acirrar conflitos por água, concentrar terras em poucas mãos e contaminar solos e rios com agrotóxicos.

Pequenos focos em grande quantidade

Plantação de palma em área recém-queimada em Alagoas – IMA-AL

O desmatamento e as queimadas na Caatinga foram tema de uma audiência na Câmara dos Deputados, em 13 de maio de 2021.

O evento teve a presença do geólogo Washington Franca Rocha, professor do Programa de Pós-Graduação em Modelagem em Ciências da Terra e do Ambiente na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), na Bahia.

Rocha coordena um sistema de monitoramento de desmatamento e queimadas na Caatinga desenvolvido em parceria com a organização MapBiomas.

Segundo ele, 80,2% dos focos de queimada na Caatinga entre 2000 e 2019 ocorreram em “formações savânicas”, tipo de vegetação semelhante à do Cerrado.

Rocha afirma que, diferentemente dos incêndios na Amazônia e no Pantanal, as queimadas na Caatinga costumam ocorrer em pequenos focos, mas em grande quantidade — o que pode refletir o menor tamanho médio das propriedades rurais no bioma.

Ele disse que as queimadas contribuem com o processo de desertificação na Caatinga.

“Quando falamos de desertificação, nos vem a imagem de montes de areia, mas o processo de desertificação é invisível”, diz ele.

“É uma quebra de produtividade ecológica, na qual o solo não consegue mais sustentar a vida. Aquele cenário da areia é o estado mais avançado, onde a desertificação já é irreversível”, afirma.

Normalmente, diz ele, o processo de desertificação na Caatinga segue o seguinte caminho:

1 – A vegetação nativa é desmatada;

2 – Ateia-se fogo para preparar a área para o plantio de capim;

3 – A área é usada como pastagem para bois, que a pisoteiam intensamente;

4 – Com o solo bastante compactado pelos animais, nem mesmo o capim consegue se desenvolver mais, e a área é abandonada.

Rocha afirma que as mudanças climáticas estão deixando o bioma mais quente e seco, o que deve “ampliar a desertificação e criar megaincêndios”.

Ele diz que as mudanças já estão alterando a fauna da região: espécies de aves que antes viviam somente na Caatinga estão se deslocando para o Cerrado.

Outra participante da audiência na Câmara foi Francisca Soares de Araújo, professora de Biologia na Universidade Federal do Ceará (UFC).

Araújo disse que, com as mudanças climáticas, prevê-se o aumento da temperatura média e uma redução de 30% no volume de chuvas no Semiárido — fenômenos que já estão em curso, segundo ela.

A bióloga diz que as mudanças exigem o abandono de atividades econômicas dependentes de água.

Segundo Araújo, técnicas agrícolas podem até ser adaptadas para produzir num cenário de escassez e garantir alguma oferta de alimento aos moradores, mas não se pode esperar que a agricultura ou a pecuária sustentem a região.

Ela diz que o insucesso do modelo econômico atual tem feito com que muitos homens busquem trabalho em outras partes do país.

“Hoje na zona rural, predominam mulheres e idosos que vivem de subsídios governamentais, porque não há recursos naturais suficientes.”

Araújo defende mudanças na legislação para que as famílias que vivem na região possam vender energia solar produzida em suas propriedades.

“Enquanto os governantes não pensarem em alternativas fora do pensamento tradicional, o Semiárido caminhará cada vez mais para a degradação”, diz.

Fonte: BBC

98% das colônias de pinguim-imperador podem ser extintas até 2100 com o derretimento do gelo – a proteção da Lei das Espécies Ameaçadas pode ajudá-los? 03/08/2021 Redação Ambientebrasil Traduções

 

98% das colônias de pinguim-imperador podem ser extintas até 2100 com o derretimento do gelo – a proteção da Lei das Espécies Ameaçadas pode ajudá-los?

Os pinguins-imperador prosperam nas costas da Antártica em condições geladas que qualquer ser humano consideraria extremas. No entanto, eles têm uma zona estreita de conforto: se houver muito gelo marinho, as viagens para trazer comida do oceano se tornam longas e árduas, e seus filhotes podem morrer de fome. Com pouco gelo marinho, os filhotes correm o risco de se afogar.

A mudança climática agora está colocando esse delicado equilíbrio e, potencialmente, todas as espécies em risco.

Em um novo estudo, meus colegas e eu mostramos que, se as atuais tendências de aquecimento global e as políticas governamentais continuarem, o gelo marinho da Antártica diminuirá a uma taxa em que reduziria drasticamente o número de pinguins imperadores a ponto de boa parte de todas as colônias se tornarem quase extintas em 2100, com pouca chance de recuperação.

É por isso que o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA está propondo listar o pinguim-imperador como “ameaçado” de acordo com a Lei de Espécies Ameaçadas. A proposta será publicada no Federal Register em 4 de agosto de 2021, iniciando um período de comentários públicos de 60 dias.

Quando o gelo marinho fica muito fino, ele pode estourar cedo e os filhotes de pinguins podem se afogar. Fonte: Sylvain Cordier / DigitalVision via Getty Images.
Quando o gelo marinho fica muito fino, ele pode estourar cedo e os filhotes de pinguins podem se afogar. Fonte: Sylvain Cordier / DigitalVision via Getty Images.

A maior ameaça que os pinguins-imperador enfrentam são as mudanças climáticas. Isso interromperá a cobertura de gelo marinho de que dependem, a menos que os governos adotem políticas que reduzam os gases de efeito estufa que causam o aquecimento global.I

Os pinguins imperadores não vivem em território dos EUA, então algumas das medidas da Lei das Espécies Ameaçadas destinadas a proteger os habitats das espécies e prevenir a caça não se aplicam diretamente. No entanto, ser listado na Lei de Espécies Ameaçadas ainda pode trazer benefícios. Isso poderia fornecer uma maneira de reduzir os danos causados ​​pelas frotas pesqueiras dos EUA que podem operar na região. E, com as ações esperadas do governo Biden, a listagem pode eventualmente pressionar as agências dos EUA a tomarem medidas para limitar as emissões de gases de efeito estufa.

Marchando para a extinção

Eu vi um pinguim-imperador pela primeira vez quando visitei Pointe Géologie, na Antártica, durante meu doutorado. Assim que pus os pés na ilha, antes que nossa equipe desfizesse nosso equipamento, meus colegas e eu fomos visitar a colônia de pinguins-imperador localizada a apenas algumas centenas de metros da estação de pesquisa francesa – a mesma colônia apresentada no filme “A Marcha dos Pinguins”.

Sentamos bem longe para observá-los pelos binóculos, mas depois de 15 minutos alguns pinguins se aproximaram de nós.

As pessoas pensam que são desajeitados, quase cômicos, com seu andar manco, mas os imperadores caminham com uma graça pacífica e serena pelo gelo do mar. Ainda posso senti-los puxando meus cadarços, seus olhos brilhando de curiosidade. Espero que meus filhos e as gerações futuras tenham a chance de conhecer esses mestres do mundo congelado.

Os pesquisadores estudam os pinguins-imperador nos arredores de Pointe Géologie, em Terre Adélie, desde os anos 1960. Essas décadas de dados agora estão ajudando os cientistas a avaliar os efeitos da mudança climática antropogênica sobre os pinguins, seu habitat de gelo marinho e suas fontes de alimento.

Os pinguins se reproduzem em gelo rápido, que é o gelo marinho preso à terra. Mas eles procuram comida dentro do bloco de gelo – blocos de gelo do mar que se movem com o vento ou com as correntes oceânicas e podem se fundir. O gelo marinho também é importante para o descanso, durante a muda de penas anual e para escapar de predadores.

A população de pinguins em Pointe Géologie diminuiu pela metade no final da década de 1970, quando o gelo marinho diminuiu e mais pinguins-imperador machos morreram, e a população nunca se recuperou totalmente de grandes falhas de reprodução – algo que tem ocorrido com mais frequência.

O número de pares reprodutores de pinguins-imperador em Pointe Géologie deve diminuir significativamente em um mundo com altas emissões de gases de efeito estufa. O gráfico usa o cenário climático RCP 8.5 de futuro com altas emissões. Fonte: Jenouvrier et al., 2020, CC BY-ND.
O número de pares reprodutores de pinguins-imperador em Pointe Géologie deve diminuir significativamente em um mundo com altas emissões de gases de efeito estufa. O gráfico usa o cenário climático RCP 8.5 de futuro com altas emissões. Fonte: Jenouvrier et al., 2020, CC BY-ND.

Para avaliar se o pinguim-imperador poderia se qualificar para proteção sob a Lei de Espécies Ameaçadas, o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA encorajou uma equipe internacional de cientistas, especialistas em políticas, cientistas do clima e ecologistas a fornecer pesquisas e projeções das ameaças representadas pelas mudanças climáticas ao pinguim-imperador e sua sobrevivência futura.

Colônias em declínio em 2100

Os pinguins-imperador estão adaptados ao seu ambiente atual, mas a espécie não evoluiu para sobreviver aos rápidos efeitos das mudanças climáticas que ameaçam remodelar seu mundo.

Décadas de estudos por uma equipe internacional de pesquisadores foram fundamentais para estabelecer a necessidade de proteção.

A pesquisa seminal em que estive envolvida em 2009 alertou que a colônia de Pointe Géologie estará marchando para a extinção no final do século. E não será apenas aquela colônia. Meus colegas e eu, em 2012, examinamos todas as colônias conhecidas de pinguins-imperador identificadas em imagens do espaço e determinamos que todas as colônias estarão em declínio até o final do século se os gases do efeito estufa continuarem em seu curso atual. Descobrimos que os comportamentos dos pinguins que podem ajudá-los a se adaptar às mudanças nas condições ambientais não podem reverter o declínio global previsto.

Mudanças ambientais importantes, como a formação tardia e a perda precoce do gelo marinho no qual as colônias estão localizadas, já estão aumentando o risco.

O status projetado das colônias de pinguins-imperador em 2100 e a mudança média anual das concentrações de gelo marinho entre os séculos 20 e 21. Fonte: Natalie Renier / WHOI, Jenouvrier et al. 2021.
O status projetado das colônias de pinguins-imperador em 2100 e a mudança média anual das concentrações de gelo marinho entre os séculos 20 e 21. Fonte: Natalie Renier / WHOI, Jenouvrier et al. 2021.

Um exemplo dramático é o recente colapso da Baía Halley, a segunda maior colônia de pinguins imperadores na Antártica. Mais de 10.000 filhotes morreram em 2016, quando o gelo do mar se desfez mais cedo. A colônia ainda não se recuperou.

Ao incluir esses eventos extremos, projetamos que 98% das colônias serão extintas até 2100 se as emissões de gases de efeito estufa continuarem em seu curso atual, e a população global diminuirá em 99% em comparação com seu tamanho histórico.

Cumprir a meta de Paris pode salvar os pinguins

Os resultados do novo estudo mostraram que se o mundo cumprir as metas do acordo climático de Paris, mantendo o aquecimento abaixo de 1,5 graus Celsius em comparação com as temperaturas pré-industriais, isso poderia proteger habitat suficiente para interromper o declínio dos pinguins imperadores.

Mas o mundo não está no caminho certo para cumprir o Acordo de Paris. De acordo com uma estimativa, pelo Climate Action Tracker, os caminhos atuais das políticas dos países têm mais de 97% de probabilidade de exceder 2 °C. Com os anúncios governamentais recentes considerados, o aumento é estimado em cerca de 2,4 °C.

Portanto, parece que o pinguim-imperador é o proverbial “canário na mina de carvão”. O futuro dos pinguins imperadores e de grande parte da vida na Terra, incluindo a humanidade, depende, em última análise, das decisões tomadas hoje.

O ecologista marinho Philip Trathan, do British Antarctic Survey, contribuiu para este artigo.

Fonte: The Conversation / Stephanie Jenouvrier
Tradução: Redação Ambientebrasil / Maria Beatriz Ayello Leite
Para ler a reportagem original em inglês acesse:
 https://theconversation.com/emperor-penguins-may-be-headed-for-threatened-status-under-endangered-species-act-theyre-at-risk-from-climate-change-165468

Entenda o que pode estar por trás dos incêndios que devastam a Turquia

 


Entenda o que pode estar por trás dos incêndios que devastam a Turquia

INICIADO NO FIM DE JULHO, FOGO EM FLORESTAS ATINGIU AO MENOS 32 PROVÍNCIAS NO PAÍS, CAUSANDO MORTES, DESALOJANDO MORADORES E OBRIGANDO TURISTAS A ABANDONAREM RESORTS

Helicóptero trabalha para combater chamas em Bodrum, na província turca de Mugla (Foto: Reprodução/Twitter @ahmetarasbodrum)

Desde o final de julho, diversas províncias no sudoeste da Turquia enfrentam incêndios florestais que já deixaram pelo menos oito mortos, além de centenas de feridos e desabrigados. Com quase 95 mil hectares queimados, esse é o pior episódio de queimada registrado no país desde 2008.

Segundo o ministro da Agricultura e Florestas, Bekir Pakdemirli, 32 províncias foram atingidas, sendo que 111 focos de fogo já foram controlados e cinco continuam se propagando nas regiões de Antália e Mugla, dois grandes destinos turísticos da Turquia.

Na cidade de Bodrum, em Mugla, mais de 4 mil turistas e funcionários foram obrigados a deixar os hotéis onde estavam. Muitos foram resgatados pela guarda costeira e saíram de barco, já que as chamas cercaram resorts localizados no litoral do Mar Egeu.

De acordo com o Ministério da Saúde turco, mais de 850 pessoas já receberam atendimento médico após terem contato direto ou indireto com o fogo, devido a queimaduras ou à inalação de fumaça.

Ainda não se sabe o que iniciou os incêndios. Apesar de serem comuns durante o verão na Turquia, os fenômenos estão ocorrendo em proporções maiores do que o esperado neste ano. Entre 2008 e 2020, por exemplo, houve em média 43 queimadas florestais por ano, enquanto 2021 já acumula 133 episódios de destruição pelo fogo.

Registro do incêndio florestal no bairro de Güvercinlik, na cidade costeira de Bodrum (Foto: Reprodução/Twitter @ahmetarasbodrum)

Especialistas acreditam que a frequência e a intensidade das chamas estejam associadas às mudanças climáticas e sejam impulsionadas pelo aumento das temperaturas e ventos fortes. No dia 20 de julho, por exemplo, foi registrada a temperatura de 49,1ºC na cidade de Cizre; neste domingo (1º), fez 41ºC na Antália. Além da Turquia, países europeus próximos devem ultrapassar os 42ºC a partir desta segunda-feira (2), segundo a previsão meteorológica.

Como consequência, o risco de futuras queimadas florestais se alastrarem pelo sul da Europa deve aumentar, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (IPCC, na sigla em inglês), que se prepara para lançar o próximo relatório da organização no dia 9 de agosto.

Para controlar os focos de incêndio restantes na Turquia, neste domingo o país solicitou ajuda à União Europeia (EU), que já informou ter mobilizado três aviões da Croácia e da Espanha para ajudarem no combate ao fogo. “Os nossos pensamentos estão com o povo turco que perdeu os seus entes queridos e com os bravos socorristas que estão fazendo o seu melhor para combater os incêndios mortais”, diz o Comissário para Gestão de Crises da UE, Janez Lenarčič, em comunicado. “Estamos prontos para fornecer mais assistência.”

Fonte: Galileu