terça-feira, 28 de junho de 2016

Pilot: fone de ouvido promete traduzir idiomas em tempo real



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Uma startup norte-americana afirma que resolverá um dos grandes problemas da humanidade: a dificuldade de se comunicar com pessoas que falam outros idiomas. A empresa pretende lançar um par de fones de ouvido inteligentes, o “Pilot”. A Waverly Labs, desenvolvedora do produto, fica sediada em Nova York.

O “Pilot” é bem similar a outros fones que funcionam por Bluetooth. A diferença é que tem entre suas funções a habilidade de traduzir outras línguas. A empresa afirma que o equipamento é capaz de fazer isso mesmo sem conexão com a internet, o que é interessante para pessoas que querem usar o gadget em uma viagem enquanto estão sem conexão.

As informações divulgadas pela empresa ainda são poucas, mas promete revelar mais detalhes técnicos em breve.

A partir de um vídeo de apresentação é possível deduzir que o “Pilot” funciona em parceria com um app. O smartphone, provavelmente, faz a tradução do que o fone capta e envia o áudio na língua nativa da pessoa de volta.

Não fica claro se é preciso usar dois smartphones ou se apenas um é capaz de lidar com a tradução para duas pessoas envolvidas na conversa.

No vídeo de apresentação, Andrew Ochoa, um dos fundadores da empresa, conta que teve a ideia de criar o “Pilot” depois de conhecer uma garota francesa – e ter tido dificuldades de conversar com ela.
Inicialmente, o produto será lançado com suporte para inglês, francês, espanhol e italiano. A empresa já disse que irá expandir as línguas, incluindo hindi, árabe, entre outras. A língua portuguesa não foi citada pelos desenvolvedores.


O “Pilot” deve ser lançado em ainda este ano. Antes disso, a Waverly Labs fará financiamento coletivo usando o site Indiegogo. O financiamento ainda não está no ar, mas deve iniciar em breve.
Segundo o site ScienceAlert, o preço do produto final deverá ser algo entre 250 e 300 dólares. Quem apoiar o projeto no Indiegogo poderá conseguir um par de fones por US$ 130.


Um pacote do “Pilot” deve vir com dois fones, para que seja possível manter uma conversa entre pessoas que falem os idiomas que têm suporte pelo app.

Confira abaixo um vídeo (em inglês) sobre o “Pilot”:

 https://youtu.be/ojzCYgli1t0

Fórum Mundial da Água vai envolver governos locais na busca de soluções hídricas


Publicado em junho 28, 2016 por


Brasília - Abertura do Kick-off Meeting, evento preparatório que marca a largada para o 8 Fórum Mundial da Água,que se realizará em 2018 em Brasília (Elza Fiuza/Agência Brasil)
Evento preparatório para o 8º Fórum Mundial da Água, programado para 2018 em Brasília, reúne representantes de diversos países. Foto: Elza Fiuza/Agência Brasil
O Fórum Mundial da Água, programado para março de 2018 em Brasília, quer envolver governos locais e parlamentares na busca de soluções de problemas envolvendo recursos hídricos. De acordo com o presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, apesar de não ter declarações vinculantes, o fórum produz resultados práticos importantes, que influenciam diretamente os municípios, além de ter a participação de parlamentares, responsáveis por estabelecer leis de regulação e aprovar os orçamentos para os diferentes setores.

“Estamos trabalhando com os governos locais. No âmbito da água e do saneamento, a força política importante são os municípios, porque em todo o mundo esse é um problema local”, disse, durante o evento de lançamento do fórum, ontem (27), na capital federal.

Braga explica que a questão do financiamento também será um ponto importante de discussão.


“Como achar soluções de financiamento que sejam benéficas para quem recebe e para quem doa. Vamos trabalhar com os bancos a importância do financiamento para esse setor”, afirmou, ao ressaltar que 2,4 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso à água potável de fonte confiável. “As Nações Unidas dizem que são 800 milhões, mas água no cano não significa que está limpa.”


Com o tema Compartilhando Água, a expectativa é reunir cerca de 40 mil pessoas em 2018 e, segundo o diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo, dar à agenda da água a mesma relevância política de outros temas públicos. “Temos uma imensa expectativa que esse fórum possa produzir um legado robusto para a gestão de recursos hídricos no país.”


Para o diretor-presidente da ANA, os Planos de Bacias Hidrográficas devem ser reconhecidos como instrumentos precisos para a gestão da água. “Mais da metade do nosso território tem planos de recursos hídricos, mas muitas vezes esses planos não têm repercussão direta sobre a aplicação de políticas públicas”, disse, ao explicar que é preciso fortalecer os órgãos gestores locais e regionais para promover a gestão descentralizada da água.

O Fórum Mundial da Água ocorre a cada três anos desde 1997. A 8ª edição será promovida de 18 a 23 de março de 2018, em Brasília. O primeiro evento preparatório para o fórum ocorre de hoje até quarta-feira (29) e reúne cerca de 800 representantes de diversos países para colher informações temáticas que nortearão as discussões do fórum.

Preparativos
Segundo o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, ao longo dos próximos dois anos, serão investidos em torno de R$ 80 milhões, sendo R$ 50 milhões da iniciativa privada e R$ 30 milhões divididos entre o governo federal e o do Distrito Federal. A verba servirá para a promoção de eventos oficiais do fórum e para incentivar o envolvimento da comunidade. “Só os dividendos políticos, sociais, educativos e econômicos já são superiores aos investimentos financeiros realizados.”

Rollemberg explicou que os recursos hídricos serão tema interdisciplinar permanente nas escolas públicas e particulares do Distrito Federal. “As ações já começaram, tivemos uma primeira oficina com professores, para que Brasília aproveite esta oportunidade de dar um salto qualitativo na conscientização das pessoas pelo compartilhamento e sustentabilidade da água”, disse.

Por Andreia Verdélio, da Agência Brasil, in EcoDebate, 28/06/2016

[CC BY-NC-SA 3.0][ O conteúdo da EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, à Ecodebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]

Crianças de Maceió criam ONG para ajudar animais abandonados

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O poder da educação pode transformar o mundo, disso eu nunca tive dúvida! E ver exemplos como este é realmente um bálsamo para a alma. Conheçam alguns estudantes de 6 a 10 anos de uma escola particular de Maceió, que se organizaram para ajudar animais de rua que sofrem maus tratos e fome.


Eles resolveram se organizar depois de terem uma aula de Ética e Cidadania, que mostrou um vídeo exibido no Fantástico, da Rede Globo, que mostram uma mulher espancando um cachorro até a morte na frente da filha de um ano.  “A partir daí resolvemos ajudar. Pensamos em várias coisas que poderíamos fazer pelos bichos e a ideia acabou surgindo”, conta Laura De Sá, de 10 anos que é presidente da ONG recém criada I Love Animais.


Depois de uma reunião eles decidiram focar nos animais de rua e também contribuir com ração, remédios e materiais de higiene para outras ONG’s. A solução para arrecadar dinheiro foi simples: vender águas e guloseimas na Rua Fechada, um espaço para a família que fica aberto aos domingos na orla da Pajuçara, em Maceió.
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Com camisetas customizadas do ‘I Love Animais’ eles percorrem um domingo sim e outro não pelo local. “Pensamos na Rua Fechada porque vai gente de todas as idades, sabe? A ideia foi legal porque muitos querem comprar água, já que faz muito calor. Levamos também pipoca e chocolate”, diz Bruna Saad,10 anos, e Júlia Beltrão, 9.


Apesar das guloseimas, não são os doces que cativam os compradores, mas sim a proposta das crianças. “Nós nos apresentamos para as pessoas e elas ficam curiosas. Já tiramos fotos com muita gente que fica interessada na nossa causa”, explicam Leonardo Palmeira, 10 anos, Larissa Vasconcelos, 10, e Eduarda Vilar, 9.


“Nós pensamos no futuro em conseguir um terreno para fazer nossa ONG como um local fixo. “Queremos ajudar todos os animais que pudermos. Quando vemos um cãozinho abandonado andando pelas ruas ficamos muito triste e queremos mudar logo essa situação. Eles são vida que nem a gente e têm direito de serem felizes”, contam Júlia Beltão, 9, e Diogo Saad de apenas 6 anos.


Assista a um vídeo feito pela TV local aqui.
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“A gente queria muito, muito mesmo que as pessoas tivessem a atitude de ajudar quem precisa. É importante cada um fazer a sua parte para um mundo melhor”, ressaltam as crianças.

Leia a matéria na íntegra aqui. Fotos: Roberta Cólen/ G1

O mapa da Pegada Ecológica, artigo José Eustáquio Diniz Alves


Publicado em junho 24, 2016 por



pegada ecológica per capita, países, 2012

[EcoDebate] A Global Footprint Network apresenta duas medidas úteis para se avaliar o impacto humano sobre o meio ambiente e a disponibilidade de “capital natural” do mundo. A Pegada Ecológica serve para avaliar o impacto que o ser humano exerce sobre a biosfera. A Biocapacidade avalia o montante de terra e água, biologicamente produtivo, para prover bens e serviços do ecossistema à demanda humana por consumo, sendo equivalente à capacidade regenerativa da natureza.

Em 2012, o mundo tinha uma população 7,1 bilhões de pessoas, com uma pegada ecológica per capita de 2,84 hectares globais (gha) e uma biocapacidade per capita de 1,73 gha. O déficit ambiental global era de 64%. Para que o mundo vivesse sem déficit a pegada ecológica deveria ser igual à biocapacidade, isto é, 1,73 gha.

A pegada ecológica cresce em função do aumento do consumo e das atividades econômicas. Em geral, a pegada ecológica é maior para os países mais ricos, com alto IDH, ou grandes produtores de petróleo. Em 2012, os países com as maiores pegadas ecológicas per capita eram: Luxemburgo (15,8 gha), Aruba (11,9 gha), Qatar (10,8 gha), Austrália (9,3 gha), EUA (8,2 gha), Canada (8,2 gha), Kuwait (8,1 gha), Singapura (8,0 gha), Trinidad e Tobago (7,9 gha), Oman (7,5 gha), Bahrain (7,5 gha) e Suécia (7,3 gha).

No mapa, só os países bem clarinhos tinham pegada ecológica igual ou menor do que 1,73 gha. Já os países mais escuros tinham pegada ecológica superior a 6,7 gha. Nota-se que nenhum país da América Latina e África possuía pegada ecológica elevada. Os dois países mais populosos do mundo tinham pegada ecológica de 1,2 gha na Índia e 3,4 gha na China. O Brasil tinha pegada de 3,1 gha em 2012 (acima da média mundial de 2,8 gha).

Já o mapa da pegada ecológica total muda de figura, pois é preciso multiplicar a pegada per capita pela população. Observa-se que a Índia tem uma pegada ecológica per capita muito baixa, mas como tem uma população muito grande (que deve ultrapassar a China e se tornar o país mais populoso do mundo a partir de 2025) a Pegada Ecológica total é enorme. Não por coincidência, são os 3 países mais populosos do mundo (China, Índia e EUA) que possuem as pegadas ecológicas totais mais elevadas.

China = 1,4 bilhão de habitantes, com pegada ecológica per capita de 3,4 gha. A pegada ecológica total era de 4,8 bilhões de gha. A biocapacidade per capita chinesa era de 0,9 gha em 2012. O déficit ambiental era de 260%.

Índia = 1,24 bilhão de habitantes, com pegada ecológica per capita de 1,2 gha. A pegada ecológica total era de 1,4 bilhão de gha. A biocapacidade per capita chinesa era de 0,5 gha em 2012. O déficit ambiental era de 160%.

pegada ecológica total, países, 2016

Estados Unidos = 318 milhões de habitantes, com pegada ecológica per capita de 8,2 gha. A pegada ecológica total era de 2,6 bilhões de gha. A biocapacidade per capita chinesa era de 3,8 gha em 2012. O déficit ambiental era de 120%.

Nota-se que o déficit ambiental total dos EUA é menor do que o da China. E a diferença fundamental é o tamanho da população. A China tinha em 2012 a maior população do mundo e uma pegada ecológica média. O resultado é a utilização de 4,8 bilhões de hectares globais, utilizando 39% da biocapacidade total do Planeta.


Os Estados Unidos (EUA) tinham uma população bem menor do que a China, mas uma pegada ecológica per capita muito alta. O impacto global dos EUA era de 2,6 bilhões de gha, representando 21% da biocapacidade total do mundo. A Índia tinha em 2012 a segunda maior população do planeta, mas uma pegada ecológica per capita bem abaixo da média mundial. O resultado é uma pegada ecológica global de 1,4 bilhão de gha, representando 12% da biocapacidade total da Terra.

Para que o mundo saia do vermelho do déficit ambiental e passe para o verde do superávit ambiental será preciso diminuir a pegada ecológica (consumo), ou a população ou os dois ao mesmo tempo. O que não dá é para continuar sobrecarregando o Planeta com o crescimento demoeconômico e a ampliação do déficit ambiental. O caminho atual leva ao abismo e, como diria Cartola: “Abismo que cavaste com os teus pés”.

José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br

in EcoDebate, 24/06/2016
"O mapa da Pegada Ecológica, artigo José Eustáquio Diniz Alves," in Portal EcoDebate, ISSN 2446-9394, 24/06/2016, https://www.ecodebate.com.br/2016/06/24/o-mapa-da-pegada-ecologica-artigo-jose-eustaquio-diniz-alves/.

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Apenas 4,5% das escolas públicas têm infraestrutura completa prevista em lei, diz estudo


Publicado em junho 27, 2016 por


educação

Apenas 4,5% das escolas públicas do país têm todos os itens de infraestrutura previstos em lei, no Plano Nacional de Educação (PNE), de acordo com levantamento feito pelo movimento Todos pela Educação. As condições de infraestrutura são mais críticas no ensino fundamental, etapa que vai do 1º ao 9º ano: 4,8% das escolas possuem todos os itens. No ensino médio, a porcentagem sobe para 22,6%.


O levantamento foi feito com base no Censo Escolar de 2015 e levou em consideração o acesso a energia elétrica; abastecimento de água tratada; esgotamento sanitário e manejo dos resíduos sólidos; espaços para a prática esportiva e para acesso a bens culturais e artísticos; e, equipamentos e laboratórios de ciências. Foi considerada ainda a acessibilidade às pessoas com deficiência.


Entre os itens mais críticos estão o laboratório de ciências – presente em apenas 8,6% das escolas públicas de ensino fundamental e 43,9% de ensino médio – e a quadra esportiva – presente em apenas 31% de todas as escolas públicas. Fatores básicos, como acesso à água tratada e esgoto sanitário, ainda não são universais, sendo verificados, respectivamente, em 91,5% e 37,9% das escolas públicas.


“O percentual de escolas bem equipadas é super baixo. Em muitos casos estão questões básicas como água potável e esgotamento. Esse percentual não melhora notavelmente. O investimento nas escolas sem dúvida vai estar prejudicado com crise econômica”, diz a superintendente do Todos Pela Educação, Alejandra Meraz Velasco.


Os itens são determinados no PNE, Lei 13005/2014, que estabelece metas e estratégias a serem cumpridas pelo país da educação infantil a pós-graduação, até 2024. O PNE estabelece também uma estratégia intermediária, de dois anos de vigência (prazo que terminou na última sexta-feira), quando o país deveria ter definido parâmetros mínimos de qualidade dos serviços da educação básica. Esses parâmetros seriam utilizados como referência para infraestrutura das escolas, recursos pedagógicos, entre outros insumos relevantes, bem como instrumento para adoção de medidas para a melhoria da qualidade do ensino. No entanto, isso não foi feito.


“Esses parâmetros servirão de referência para a infraestrutura e demais insumos. A partir deles, poderíamos definir outra questão do plano, que é o financiamento com o CAQi [Custo Aluno-Qualidade inicial]”, diz Alejandra. Os itens já expressos na lei deverão estar presentes nas escolas até 2024. A definição clara de parâmetros de qualidade, no entando, poderá orientar melhor a infraestrutura e os gastos com educação.


Segundo Alejandra, enquanto alguns aspectos do PNE – como o financiamento e a Base Nacional Comum Curricular – têm mais destaque, o básico, que é definir uma cesta de insumos necessários, não tem sido discutido. Na opinião dela, trata-se de um assunto complexo e que varia conforme cada localidade do país. “Vai depender de itens que são necessários em diferentes lugares, de condições climáticas distintas. Isso que não vem sendo discutido, como lidar com a desigualdade no pais. Têm redes mais estruturadas, têm outras que precisam começar do zero, mesmo dentro das grandes metrópoles”.


Estrutura x Qualidade
Não há uma comprovação unânime entre os estudiosos de que melhor infraestrutura significa necessariamente maior qualidade da educação. Para o professor da Universidade de Brasília Joaquim Soares Neto, no entanto, esse fator faz diferença no contexto brasileiro.

“Na realidade brasileira, infraestrutura está sim relacionada com qualidade de ensino. Temos uma grande desigualdade de infraestrutura e infelizmente as escolas menos equipadas atendem os alunos mais carentes. Os alunos vêm com uma dificuldade devido a diversos fatores e ainda chegam em escolas menos preparadas”, diz. Soares, que é membro do Conselho Nacional de Educação (CNE) e já foi presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Em 2013, Soares divulgou um estudo no qual cria uma escala para os itens de infraestrutura presentes na escola. Segundo o levatamento, a maior parte das escolas brasileiras (84,5%) apresenta uma estrutura elementar ou básica. Isso significa que tem apenas itens como água, banheiro, energia, esgoto e cozinha.

Na outra ponta, 0,6% das escolas apresenta uma infraestrutura considerada avançada, com sala de professores, biblioteca, laboratório de informática, quadra esportiva, parque infantil, além de laboratório de ciências e dependências adequadas para atender a estudantes com necessidades especiais.

Por Mariana Tokarnia, da Agência Brasil, in EcoDebate, 27/06/2016

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Antropoceno, Parte 1/3, artigo de Roberto Naime


Publicado em junho 28, 2016 por





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[EcoDebate] “A influência da humanidade no Planeta Terra nos últimos séculos tornou-se tão significativa a ponto de constituir-se numa nova época geológica


A afirmação é de Paul Crutzen, Prêmio Nobel de Química. Muitos anos antes o geólogo russo Ter Stepanian já havia previsto está efeméride.


A revolução neolítica há cerca de 10.000 anos transformava a espécie humana de coletora em produtora de alimentos. O ser humano deixava de garantir sua subsistência apenas pela caça e pela coleta de alimentos silvestres, como fazem os outros animais.


A espécie humana passa então a interagir com os meios físico e biológico, a partir do desenvolvimento da agricultura e da criação de animais. E mais tarde esta interação se revoluciona com o desenvolvimento da metalurgia do cobre, do bronze e do ferro.


A ocupação agrícola das bacias hidrográficas dos Rios Tigre e Eufrates, na antiga Babilônia, pela civilização suméria, representa um marco antropológico distintivo desta nova etapa da história da humanidade. Diferenciada pela sua disposição e capacidade de alterar as regras naturais do meio ambiente.


Ao final do século XVIII, a Revolução Industrial traz, como seu conteúdo mais espetacular, uma energia desenvolvimentista nunca vista antes, estabelecendo definitivamente as bases de uma relação utilitarista com a natureza, que perdura até hoje e cujos efeitos na área energética, por exemplo, são espetaculares e discutidos em capítulo próprio.


A dimensão geológica, que se diferencia das demais ocorrências pelo fator tempo, afinal o planeta Terra tem 4,5 bilhões de anos e qualquer processo geológico leva milhares ou milhões de anos para produzir seus efeitos notáveis.


Pois a ação humana consegue se igualar aos efeitos dos processos geológicos na magnitude e importância das modificações e de seus efeitos, mesmo em períodos de tempo muito mais curtos e reduz com isto, a capacidade de auto-regeneração dos sistemas.


Vários cientistas, como o famoso geólogo russo Ter Stepamian (1970), propõem que o período de tempo denominado Holoceno, do Quaternário superior, e que corresponde ao tempo medido desde a última glaciação, há cerca de 15.000 anos, seja considerado como a transição para um proposto período Quinário ou Tecnógeno.


Agora chamado de Antropoceno, tendo como característica diferenciadora a presença cada mais marcante e predominante da ação do homem (“processos tectogênicos”), sobre os demais processos naturais e inclusive geológicos.


Esta modificação é ressaltada inclusive pelo fato de que não existem mais áreas genuinamente Quaternárias intocadas pelo homem.


As modificações extensas produzidas pelo homem decorrem dos empreendimentos que modificam a natureza, desde os períodos nômades, quando os bandos viviam de caça, pesca e extrativismo, até as complexas sociedades urbanas, organizadas em metrópoles ou megalópoles altamente informatizadas, da forma que conhecemos hoje.


Por isso, a sociedade humana merece uma abordagem específica, pela complexidade que apresenta, pelas características que tem, pela profundidade das transformações que gera.


Muitos autores como Ter Stepaniam 1970 e outros enfatizam que devido ao fato de que nos períodos atuais a capacidade de modificação dos meios pelo homem é imensa e desmedida, denominam o período atual que vivemos como Tecnógeno, cuja principal característica e não mais permitir que a natureza seja capaz de se recuperar por si própria, mesmo em longos períodos de tempo.


Outro fato é o diagnóstico de que hoje não existem mais áreas sem interferência humana, de uma forma ou de outra, ainda que sejam áreas de preservação natural. Esta propriedade também caracteriza o Tecnógeno.


Segundo o Relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) de março de 2014, durante o século XXI os impactos das mudanças climáticas deverão reduzir o crescimento econômico, tornar mais difícil a redução da pobreza, agravar a insegurança alimentar e criar novas “armadilhas” de pobreza, principalmente em áreas urbanas e regiões castigadas pela fome.


Um aumento maior na temperatura do planeta acarretará danos consideráveis à economia mundial. As populações mais pobres serão as mais afetadas, pois a intensificação dos eventos climáticos extremos, dos processos de desertificação e de perdas de áreas agricultáveis levará à escassez de alimentos e de oferta de água potável, à disseminação de doenças e a prejuízos na infra-estrutura econômica e social.


A concentração de gases que produzem efeito estufa na atmosfera atingiu seus níveis mais elevados desde 800 mil anos, o que dá uma noção do impacto atual na biosfera.


Segundo os cientistas do IPCC, as mudanças climáticas trariam impactos graves, extensos e irreversíveis, se não forem “controladas”, o que supõe medidas impositivas e obrigatórias a serem adotadas.


Há um certo consenso de que o aumento da temperatura global não deve ultrapassar 2ºC, sob pena de consequências imprevisíveis no que se refere a eventos climáticos extremos, como secas, inundações, desertificação, calor intenso, redução da produção agrícola e aumento no preço dos alimentos.


Desde a Conferência Rio-92, a ação dos “céticos do clima”, muitos deles ligados ao poderoso lobby da indústria do petróleo, conseguiu barrar os avanços que seriam necessários para evitar a situação alarmante em que nos encontramos hoje. O atraso foi tamanho que há, entre os cientistas, os que temem uma elevação de temperatura de até 4ºC.


Um novo período, o Antropoceno, vem emergindo desde a Revolução Industrial e sua característica é a hegemonia e centralidade das ações humanas sobre as mudanças ambientais globais.
Referências:


TER STEPANIAN, G. Beginning of the Technogene. Bulletin IAEG, nº 1, ago. 1970.
http://www.oeco.org.br/colunas/colunistas-convidados/antropoceno-as-ameacas-a-humanidade/

Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.
Sugestão de leitura: Celebração da vida [EBook Kindle], por Roberto Naime, na Amazon.

in EcoDebate, 28/06/2016
"Antropoceno, Parte 1/3, artigo de Roberto Naime," in Portal EcoDebate, ISSN 2446-9394, 28/06/2016, https://www.ecodebate.com.br/2016/06/28/antropoceno-parte-13-artigo-de-roberto-naime/.

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Frente Parlamentar Ambientalista: CONVITE


CONVITE

O Coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado federal Ricardo Tripoli (PSDB/SP) e o Observatório do Código Florestal convidam para evento sobre os 4 anos do Código Florestal, Panorama Nacional, avanços e desafios.  Na oportunidade será debatido a implementação do CAR e Pra nos Estados do bioma Cerrado. 

Data: 30/06/2016 (quinta-feira)
Horário: 09h
Local: Auditório Freitas Nobre, Subsolo, anexo IV, Câmara dos Deputados, Brasília/DF.
Gentileza confirmar sua presença através do e-mail: contato@frenteambientalista.com ou no telefone 61- 98198-6532 com Jordania.
Contamos com a sua presença e participação!

 

A Frente Parlamentar Ambientalista tem como objetivo apoiar políticas públicas, programas e demais ações governamentais e não governamentais que promovam o desenvolvimento sustentável e está aberta a novas adesões.








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Marcos Cruz
Consultor 
62 9908-5020
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Onça-pintada morta economiza US$ 2,5 mil por ano; onça-pintada viva gera US$ 110 mil


Tese de Doutorado de pesquisador brasileiro respeitado mundialmente comprova senso comum de ambientalistas e empreendedores do turismo sustentável. As 65 onças-pintadas vivendo no Corredor Ecológico do Rio Cuiabá geraram receita de US$ 7 milhões num ano.
Onça-pintada: maior atrativo de safáris de observação
 Uma onça-pintada causa prejuízo anual de US$ 2,5 mil dólares, atacando rebanhos de gado. Mas gera receita de US$ 110 mil em safáris de observação. Estas são conclusões resumidas de estudo inédito do pesquisador Fernando Rodrigo Tortato, apresentadas durante o painel “O novo Pantanal Mato-grossense”, evento da programação do Núcleo de Conhecimento da edição deste ano da Feira Internacional de Turismo do Pantanal — FIT Pantanal 2016.
Fernando Rodrigo Tortato, bacharel e licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Regional de Blumenau, com Mestrado em Ecologia e Conservação da Biodiversidade pelaUniversidade Federal de Mato Grosso, está concluindo um Doutorado na mesma área nesta última instituição. Também está associado à organização não-governamental internacional Panthera, em um projeto de preservação da onça-pintada, um carnívoro selvagem brasileiro.
Para desenvolver sua tese de Doutorado sob o título de “Conflito entre a conservação de onças-pintadas no Pantanal, sua potencialidade turística e seus impactos econômicos sobre rebanhos bovinos no Corredor Ecológico do Rio Cuiabá”, Fernando Rodrigo Tortato focou suas pesquisas num espaço que concentra apenas 65 onças-pintadas, população estabelecida por acompanhamentos de longo prazo, desenvolvidos por instituições de renome mundial.

Onça-pintada: prejuízo de US$ 163 mil num ano

 Fora daquela área voltada à preservação ambiental, mas no entorno da mesma, há diversas fazendas, somando rebanhos de gado em números significativos. Naquela mesma região, estão estabelecidas sete pousadas, procuradas por turistas de todo o mundo, em sua grande maioria interessados em participar de safáris de observação de aves, anfíbios, mamíferos, répteis etc. — além de conhecer as paisagens e degustar da culinária típica e exótica local.
Definindo um período de 365 dias para o levantamento dos dados, apurou todos os casos comprovados de reses abatidas por ataques de onças-pintadas. Na apresentação feita noCentro de Eventos do Pantanal, situado na Cidade Verde de Cuiabá, capital do Estado do Mato Grosso, ele revelou apenas o valor total desta perda econômica para os criadores: em torno de US$ 163 mil. Acabei esquecendo de perguntar a quantidade de reses foram mortas.
Não sou conhecedor do assunto, mas acredito que US$ 2,5 mil seja o rendimento alcançado pelos criadores com pelo menos três animais, quando vendidos para os abatedouros. Assim, multiplicando três cabeças de gado pelas 65 onças-pintadas teremos 195. Acredito ser bem pouco em relação à quantidade de animais que se vê pastando pelas vastidões lá existentes. É representativo, mas acho incapaz de levar alguém à falência em virtude dessa situação.
 Onça-pintada: receita de US$ 7 milhões em 365 dias
 Fernando Rodrigo Tortato também apurou que aquelas sete pousadas recepcionaram 4.800 turistas no mesmo intervalo de tempo. Tabulando apenas valores documentados, capazes de serem comprovados a qualquer tempo, as diárias vendidas e os custos de passeios, alcançou o montante de US$ 7 milhões. Dividindo este faturamento pelos 65 indivíduos presentes na área de estudo, chegou àqueles US$ 110 mil — aqui, expressos em números arredondados.
Comprovou, a partir deste seu estudo desenvolvido sob critérios científicos, validados por qualquer outra instituição de pesquisas que se der ao trabalho de auditá-lo, aquilo que o senso comum de pessoas envolvidas na preservação de animais e na exploração do turismo de modo sustentável afirmam a todo momento: um exemplar vivo vale bem mais que este mesmo exemplar morto. Neste caso, em torno de 45 vezes: 110 mil dividido por 2,5 mil.
Assim que Fernando Rodrigo Tortato concluir a redação final da tese e apresentá-la à banca examinadora do Programa de Pós-Graduação da Universidade de Mato Grosso, recebendo aprovação, seu conteúdo será tornado público. A partir desse momento, servirá de base para levantamentos aprofundados semelhantes, tanto dentro do Brasil quanto fora dele, com o escopo ampliado para outras espécies ameaçadas ou não de extinção pela ação do homem.
 Onça-pintada: melhor bem viva que bem morta
 A conclusão a que Fernando Rodrigo Tortato chegou é um bálsamo para aqueles vivendo do turismo responsável na região do Pantanal. Talvez até influencie alguns criadores de gado de corte por lá. Mas, para a grande maioria, acaba não significando coisa alguma. Ali, no dia a dia, enfrentando dificuldades mil a todo instante, seguirão mantendo aquela velha opinião: onça-pintada boa é onça-pintada morta — mantendo suas reses menos ameaçadas.
Burocratas poderão propor uma solução simples para um problema complicado: tributar receita do turismo para criar um fundo com o objetivo de compensar fazendeiros. É o tipo daquela ideia luminosa de gabinete totalmente dissociada do mundo real. Logo, o índice de ataques de onça-pintada causando mortes de animais vai crescer assustadoramente, pois haverá um novo caminho ilegal para se apropriar de recursos dos pagadores de impostos.
Outra turma virá com a velha cantilena do aumento da fiscalização, como se fosse possível colocar um fiscal a cada quilômetro quadrado de uma área com centenas de milhares de quilômetros quadrados. É sempre o mais do mesmo. A solução para isso sairá justamente da conclusão de estudos semelhantes a este agora encerrado pelo pesquisador Fernando Rodrigo Tortato: monetizar a preservação, valorizar a onça-pintada vivendo no Pantanal.
 Onça-pintada: monetização como solução
 O caminho, me parece, está em conciliar os diversos interesses. As partes precisam colocar sobre a mesa seus problemas, suas visões de mundo, suas pretensões, suas propostas, suas condições e por aí vai. Debatendo-se o assunto, pode-se chegar a um consenso capaz de satisfazer a todos. No meu entender, algo factível de ser realizado sem burocracia, carimbo, determinação, papel, parecer ou qualquer outra coisa envolvendo fiscal, Governo e Justiça.
Apesar da caça de animais silvestres estar proibida no Brasil há cerca de 50 anos, sabe-se que a matança não parou. De Norte a Sul, de Leste a Oeste, todo dia são relatados casos de caçadores encontrados pela Polícia Ambiental equipados com armamento dos mais rústicos aos de última geração. Se esta situação é comum nas áreas mais urbanizadas, imagine-se a realidade naquelas mais afastadas, distantes, como é o caso do Pantanal no Oeste brasileiro.
Outra prática das mais deletérias vem do tráfico. Devido à nossa biodiversidade, somos das maiores vítimas mundiais desse problema. Mesmo com o forte trabalho de conscientização desenvolvido a toda hora pelas escolas do ensino fundamental ao nível superior, entidades as mais diversas, meios de comunicação e muito mais, este mal mantém-se até no seio das sociedades mais avançadas — imagina então naquelas buscando meios de sobrevivência.
É de se perguntar por qual razão uma pessoa de renda razoável na América do Norte ou na
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Europa aceita pagar até mesmo quantias exorbitantes para manter em casa, aprisionados, seres inofensivos, naturais de outros ambientes, como um papagaio ou uma coruja, por exemplo? Ou investir verdadeira fortuna para, depois de cruzar o planeta, atirar num leão, como fez há pouco o dentista norte-americano, linchado no mundo virtual e quase no real?

Onça-pintada morta economiza US$ 2,5 mil por ano; onça-pintada viva gera US$ 110 mil
Um único exemplar de onça-pintada, vivendo livre nas matas das vastas áreas do Pantanal do Oeste brasileiro, já representa uma receita de US$ 110 mil por ano. Mas este valor pode crescer bem mais com a ampliação do turismo moderno, explorado de modo sustentável, baseado em safáris de observação de aves, anfíbios, mamíferos, répteis e outras riquezas, como o acervo de paisagens deslumbrantes e os sabores da culinária típica e exótica local
 O estudioso e pesquisador Fernando Rodrigo Tortato produziu um trabalho que traduziu em números simples a importância da preservação da onça-pintada vivendo livre nas planícies do Pantanal do Estado do Mato Grosso, uma das maiores heranças que ele vai deixar para o futuro de sua linda filhinha. Só assim ela e milhões de crianças nascendo mundo afora nos dias atuais terão possibilidades de, quando adultas, conhecerem espécies agora ameaçadas de extinção pela ação do homem — e que podem ser salvas também pela ação do homem

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Mara Moscoso
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