- Escrito por Alice Branco
É muito legal quando começam a surgir estudos científicos
que conseguem comprovar porque uma planta funciona tão bem na medicina
popular - hoje este é o caso do alecrim. Já falamos, bastante, dos bons
efeitos do alecrim para melhorar a memória. Também já falamos de suas
outras qualidades medicinais.
Agora, vamos falar do ácido carnósico, um diterpeno, antioxidante potente e, talvez o maior responsável pela boa memória de quem usa alecrim.
Agora, vamos falar do ácido carnósico, um diterpeno, antioxidante potente e, talvez o maior responsável pela boa memória de quem usa alecrim.
O alecrim e seus componentes curativos
O alecrim vem
sendo usado, há séculos, na medicina popular da região mediterrânica de
onde é originário. Na Grécia se usa um ramo de alecrim atrás da orelha
sempre que se vai fazer um exame ou prova escolar, por exemplo.
Mas, o alecrim foi se espalhando pelo resto do mundo,
acompanhando os navios portugueses e espanhóis e chegou ao nosso
continente há, pelo menos, 5 séculos, tomando conta das hortas, da
cozinha e das boticas.
Alecrim faz bem para muitas coisas, não só para a memória
As propriedades medicinais e os
benefícios curativos do alecrim são reconhecidos pela medicina (popular,
fitoterápica e tradicional) como antisséptico, adstringente e estimulante do sistema nervoso.
Seu uso é indicado em casos de depressão, problemas gástricos, debilidade cardíaca, problemas de fígado, intestino, rins, pulmões e vesícula.
Estuda-se o seu uso em tratamentos de câncer da próstata, como antibiótico específico, em problemas como colite e no combate à inflamações acneicas.
Se você tiver lido esse nosso outro artigo sobre A RECEITA DO ELIXIR DE ALECRIM E SÁLVIA: CONTRA ESTRESSE E PERDA DE MEMÓRIA deve ter se perguntado qual a razão do bom efeito, não é? Eu me perguntei e fiquei entusiasmada ao encontrar a explicação.
O ácido carnósico e seu efeito na memória
Hoje se constata que é o ácido carnósico
e seu derivado, o carnosol, componentes ativos existentes na folha do
alecrim, são os responsáveis pela redução de tóxicos que poluem nosso
cérebro, pela sua função antioxidante e pela reativação dos centros de memória.
As novas pesquisas concluíram que o alecrim, através do nosso olfato, “alimenta o cérebro”
ou seja, cria condições para que nosso cérebro seja estimulado, busque
no organismo seus “elementos fundamentais”, reative conexões neuronais e
até, recupere células danificadas.
E o ácido carnósico, assim como o carnosol, também existem na sálvia (leia aqui e aqui) que compõe a receita do elixir de que falei no artigo indicado acima.
Esses benefícios resultam em aumento da capacidade de memória, na recuperação de memórias perdidas, em uma maior agilidade em raciocinar e tomar decisões.
A pesquisa
Os resultados desta pesquisa - os grupos de estudos inalaram, diariamente, óleo de alecrim - foram excepcionais: aumentou a capacidade de memorizar entre 60 a 75% no grupo de voluntários.
O óleo de alecrim e seus compostos
Supõe-se que um dos compostos do óleo de alecrim, responsáveis pela mudança no desempenho da memória possa ser o 1,8 cineol, também conhecido como eucaliptol, e que existe em uma variedade de plantas aromáticas - louro, cânfora, melaleuca, artemísia, manjericão, absinto, sálvia comum, Cannabis sativa, eucalipto, gengibre e abunda nas folhas verdes do alecrim.
O 1,8 cineol tem um cheiro agradável,
suave e fresco, que lembra a hortelã, e ação positiva em casos de
demência pois causa o aumento do neurotransmissor acetilcolina.
Como atua o alecrim na nossa mente?
Quando inalamos alecrim, ou o óleo de alecrim, a presença desses compostos, o 1,8 cineol, o carnosol, o ácido carnósico, evitam a quebra da acetilcolina por enzimas.
Quando ingerimos o alecrim, com este objetivo, uma grande parte dos
seus componentes são quebrados enzimaticamente, durante a digestão.
Pela inalação, pequenas moléculas passam
para a corrente sanguínea sem interferência enzimática - já dissemos
aqui que a inalação é uma das melhores formas de se fazer chegar ao
cérebro o que ele precisa?
O chá de alecrim e seus usos
O chá de folhas de alecrim é muito agradável ao paladar, refrescante e digestivo. O alecrim é considerado uma planta solar que, literalmente, te traz a energia do astro rei quando você o usa, em chá, óleo essencial ou tempero.
Receita de chá de alecrim
Você deve usar um punhado de folhas
verdes (ou a metade dessa porção caso sejam folhas secas) para um litro
de água fervente. Deixe abafado (tampado) por uns 10 minutos, coe as
folhas e tome durante o dia este chá quando buscar um efeito tranquilizante, calmante cardíaco, antidepressivo e clareador da mente.
Água aromatizada de alecrim
Outra forma de uso muito aconselhável é a água aromatizada de alecrim:
um ramo de alecrim verde, fresco deixe em um litro de água e vá tomando
durante o dia. Pode ser guardado na geladeira, tomado entre as
refeições e antes de deitar. A água aromatizada com o alecrim fresco tem
uma ação calmante nas tristezas e situações de luto e, é usada tradicionalmente pelos povos mediterrânicos, em casos leves de depressão. Após o uso, descarte o ramo verde.
Cultive seu pé de alecrim
Ter um pé de alecrim em casa é uma alegria
- suas flores minúsculas, azuis, rosas ou brancas, atraem abelhas e
outros polinizadores. Seus ramos verdes são cheirosos o ano todo e, com
eles você pode aromatizar sua casa, preparar água de alecrim (ótima para
tranquilizar o coração) e muito mais.
Vale a pena você ler mais sobre como cultivar, aqui e também, sobre o efeito inseticida do alecrim, ótimo para espantar pernilongos e mosquitos diversos, aqui.
Mais, muito mais sobre o uso do alecrim
Em outros artigos nossos (veja abaixo as indicações de leitura) você se lembrará dos bons efeitos do alecrim também para as alterações de humor, nos casos de estresse e confusão mental e,
saiba que, quanto mais cineol for absorvido, melhores serão os
resultados. Mas, sem exageros pois tudo o que é demais pode ter efeito
nefasto também - neste caso, o excesso pode provocar irritação no
intestino, nos rins e, em alguns casos, o aumento da pressão arterial em
pessoas predispostas (em outras pessoas, no entanto, o excesso pode
provocar o inverso, uma crise hipotensiva).