Bryan
Johnson
DALLAS, Texas, EUA, 2 de agosto de
2013 — Vladimir Putin declarou na semana passada que ele observa “com
preocupação” que “em muitas das regiões do mundo, principalmente no Oriente
Médio e no norte da África, tensões religiosas estão aumentando, e os direitos
das minorias religiosas estão sendo violados, incluindo cristãos e cristãos
ortodoxos”.
O presidente russo fez a declaração
em uma reunião com líderes cristãos ortodoxos em Moscou. Ele pediu à comunidade
internacional para tomar medidas no sentido de preservar os direitos das
populações cristãs pelo mundo e evitar a violência que eles sofrem
repetidamente em dezenas de nações pelo globo.
A reunião foi realizada com líderes
de todas as 15 igrejas ortodoxas para celebrar o 1.025º aniversário da adoção
oficial do Cristianismo pelo Príncipe Vladimin em 988 D.C. Os líderes ortodoxos
se manifestaram contra o que chamaram de uma crescente supressão secularista
das liberdades cristãs nas nações ocidentais como Reino Unido e França, onde o
casamento entre pessoas do mesmo sexo foi legalizado e empresários cristãos
foram ameaçados com cadeia e forçados a pagar multas por se recusarem a
participar de cerimônias de “casamento” homossexual.
O diretor de assuntos ecumênicos da
Igreja Ortodoxa Russa, o metropolita Hilarion, alertou sobre a “secularização
disfarçada de democratização” e de uma “poderosa energia que hoje luta para
finalmente se apartar do cristianismo, que controlou seus impulsos totalitários
durante 17 séculos”.
“Mais cedo ou mais tarde”, disse
Hilarion, “ela luta inconscientemente para construir uma ditadura plena que exige
total controle sobre cada membro da sociedade. Não caminhamos para isso quando
‘pela segurança’ concordamos com passaportes eletrônicos obrigatórios,
identificação biométrica para todos e câmeras fotográficas em todo lugar?”
Essas declarações ocorrem ao mesmo
tempo em que a Rússia atrai a atenção do mundo por uma lei que proibiu a
propaganda homossexual para menores, e continua a pagar multas todos os anos ao
Tribunal Europeu dos Direitos Humanos por proibir paradas gays em Moscou. Em
junho de 2012, os tribunais de Moscou aprovaram um banimento de 100 anos de
paradas gays.
A comunidade cristã evangélica que
ainda identifica a Rússia com o comunismo, com as tensões da Guerra Fria e com
a brutalidade do stalinismo levará um choque se Putin seguir em frente com suas
declarações. Eles enfatizam que o mundo mudou. Depois da “guerra contra o
terrorismo”, os EUA não são mais vistos como guardiões da justiça e da
liberdade. Agora um dos seus
tradicionais inimigos se posiciona para defender ideais que os EUA não mais
valorizam.
No Irã, pastores cristãos como
Saeed Abedini e Youcef Nadarkhani foram agredidos e torturados nos últimos dois
anos, além de ameaçados de execução. Em uma entrevista recente ao Christian
Broadcasting Network, um sobrevivente da Eritréia que foi torturado, “Philip”,
revelou histórias detalhadas de sua própria experiência em campos de tortura no
deserto de Sinai. “Em alguns casos, fomos torturados simplesmente porque éramos
cristãos”, afirma. “Fui pendurado por três dias, a circulação das minhas mãos
foi cortada e a carne começou a literalmente escorrer das minhas mãos”.
Essas histórias não são novidade. A
horrível perseguição aos cristãos foi generalizada desde que os novos
convertidos foram jogados aos leões no Império Romano. A surpresa é que esse
tipo de história estava saindo da Rússia há não muito tempo, quando o ateísmo
era a doutrina oficial da União Soviética e Ivan Moiseyev, aos 20 anos, foi
morto a pancadas no Exército Vermelho.
O que mudou desde então? Putin deu
uma pista quando declarou que a igreja na Rússia tem sido um “compasso moral” para
muitos que estão procurando ajuda, fazendo alusão ao século recente de miséria
e luta que o povo russo suportou. Ele também admitiu que o papel da igreja foi
desempenhado na “cultura e na educação”, acrescentando que “A adoção do
cristianismo se tornou um ponto crucial no destino da nossa pátria”.
Por que os líderes russos de
repente passaram a reconhecer o valor inestimável das virtudes cristãs para seu
país, as mesmas virtudes que eles condenaram por tantos anos? É simples. O povo
russo aprendeu da maneira difícil sobre a devastação cultural e o declínio
resultantes da rejeição dos felizes princípios que sustentaram o mundo
ocidental por tantos séculos.
A Rússia é uma nação que sentiu o
gosto do fruto das políticas antiéticas autodestrutivas que tantos do mundo
ocidental passaram a rotular de “progressistas”.
Eles já tentaram desmantelar a
instituição natural da família, substituindo-a pelo controle estatal. Como resultado,
estão sofrendo uma crise demográfica, com a mais alta taxa de aborto no mundo.
Os russos realizam mais abortos que partos.
Eles já experimentaram o projeto de
desconstruir a fé dos indivíduos e substituí-la por uma sociedade coletivista e
subserviente, onde as pessoas não devem nada a um Deus eterno e imutável, mas
tudo a um Estado temporário e em constante evolução. Isso não serviu a qualquer
tipo de libertação cultural.
Hoje em dia, a Rússia é devassada
pelo alcoolismo, com um consumo de álcool per capita anual de 15,76 litros, uma
das mais altas do mundo, e uma expectativa de vida terrivelmente baixa. De
acordo com um Relatório Nacional de Desenvolvimento Humano da ONU, crianças do
sexo masculino nascidas na Rússia em 2006 tinham uma expectativa de vida de
pouco mais de 60 anos. O país tem uma taxa de suicídio de 27,1 a cada 100.000
habitantes. Em 2009, o suicídio tirou 38.406 vidas na Rússia. Ela também tem
sido repetidamente classificada como a nação europeia mais corrupta, empatada
com o Irã, com a Guiana e com o Cazaquistão.
O país também é bastante visado
como fonte, destino e trânsito de pessoas traficadas para exploração sexual e
de trabalho por países vizinhos. Segundo um relatório da ONG World Vision de
2006, a Rússia está se tornando um novo destino para turismo sexual infantil, e
estima-se que entre 2 e 2,5% dos russos que se prostituem são menores.
Com todas essas tristes
estatísticas para mostrar por seus experimentos com o estatismo e a rejeição
das virtudes cristãs, é surpresa que Putin agora esteja demonstrando um gesto
de boa vontade para a igreja russa e buscando restaurar o que foi perdido?
Será que as recentes declarações de
Putin sinalizam uma transformação de caráter cristã? Provavelmente não. O que
eles sinalizam é um medo que cresce à medida que a Rússia escorrega cada vez
mais fundo nas consequências cruéis do buraco negro da ausência de fé em Deus.
E talvez sinalizem uma amizade crescente com as virtudes da cultura cristã.
Enquanto a Europa Ocidental e os
EUA tendem lentamente para neutralizar o Cristianismo, e por fim para rejeitar a
ética clássica e cristã, a Rússia e a Europa Oriental mergulharam nesse caos de
imoralidade anos atrás, e ao que parece, estão saindo do outro lado um pouco
mais sábias e sóbrias.
Mas será que estão se tornando mais
sábios que os EUA?
Leitura
recomendada:
Guerra
civil na Síria devastando população cristã
COMENTARIOS
Eu digo: não é preconceito nenhum. Conhecemos as práticas, e optamos por não apoiá-las. Isso não é preconceito, e sim liberdade de opinião, democracia.
Camila
Aí é possível perceber a postura parcial-unilateral-tendenciosa que estas midias de comunicação de massa(televisão, rádio, jornal) adotam quando divulgam muitas notícias ou estudos sobre vários assuntos inclusive quando se trata da homossexualidade.
Queria desabafar com vocês aqui. Tenho ficado bastante angustiado quando eu olho pras pessoas, e não vejo a verdade verdadeira nelas (Jesus). Pq qnd a gente se apega mesmo em Cristo, a palavra mostra mesmo o que há de errado em nós e no mundo, tira a gente do engano. Gente, realmente isto é o que a gente pode ter de mais precioso nesse mundo.
Até vi gente que utiliza o personagem de Dragonball Z, Goku, parodiando Jesus.
O diabo infelizmente está conseguindo enganar muita gente. E a má representação cristã de ambos, protestantes e católicos só ajuda na constante ridicularização do Cristianismo.
Camila
Com uma referência, eles falariam ainda mais alto.
Postei no Face e alguém questionou a veracidade desses dados.