FOTOS: Envenenan al heroico perro que salvó vidas humanas tras terremotos en Italia
Publicado: 30 jul 2018 23:21 GMT
Kaos, un pastor alemán, ayudó a encontrar a
decenas de personas que se encontraban atrapadas entre los escombros
dejados por los sismos ocurridos en Italia en el año 2016.
Facebook / Fabiano Ettorre
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Considerado héroe en Italia después de que participara destacadamente en labores de rescate tras varios terremotos
ocurridos allí en 2016, Kaos, un pastor alemán, fue envenenado por
algún desconocido, señaló este sábado su dueño, Fabiano Ettorre, en su
cuenta personal de Facebook.
Este sábado 28 de julio, Ettorre denunció en su perfil de la red social la desaparición del perro, y menos de una hora después lo halló muerto en el jardín de su casa.
"Ciao
amico mio !!!!! Hai lasciato un vuoto incolmabile per mano di una
persona meschina .. continua il tuo lavoro lassù continua a cercare
dispersi, a salvare vite umane... Non provare odio per chi ti ha fatto
ciò, anzi se un domani avrà bisogno aiutalo sii superiore e quanto ti
guarderà negli occhi e vedrà che sei tu il suo Salvatore morirà
lentamente da solo.... Kaos ne abbiamo.viste tante ... aiutati tanti e
tanti non ci siamo riusciti... hai lavorato giorno e notte, quando è
servito non ti sei mai risparmiato .. sei stato un amico fedele abbiamo
condiviso e diviso casa.. divano .. tutto .. corri amico mio corri non
ti fermare un giorno ci abbracceremo nuovamente"
See Translation
"Me
han quitado la cosa más preciosa", escribió Ettorre al manifestar su
rabia contra la persona que fue capaz de cometer tal delito.
Poco
después, el hombre publicó un post más, que dedicó a su "amigo fiel",
con el que compartía "la casa y el diván". "Trabajará día y noche,
cuando preste sus servicios sin compadecerse de sí mismo", afirmó
Ettorre, y concluyó su mensaje con estas palabras: "Corre, mi amigo, no
te detendré, un día nos abrazaremos nuevamente".
El
hecho provocó una oleada de indignación en buena parte de la sociedad
italiana. Rinaldo Sidoli, portavoz de la organización Animalisti
Italiani, citado
por Rai News, aseveró que "no descansaremos hasta que se haga justicia"
y propuso reforzar el control sobre la venta de venenos y pesticidas,
presuntamente utilizados en ese caso.
"Kaos salvó humanos y ahora
esos seres humanos lo envenenaron", destacó Sidoli, al recordar que el
perro fue "un salvador acostumbrado a excavar entre los escombros y el
infierno". "El que puso fin a su vida de esa manera es un criminal
peligroso que debe ser detenido", remarcó Sidoli.
Sim, eu também estou de olho no céu, perseguindo o eclipse,
embora, de verdade mesmo, prefira ver a lua cheia, bonita, de cara para a
Terra, mostrando toda sua beleza e mistério.
Mas não posso deixar de pensar, neste momento de euforia
pelo espetáculo no céu, que aqui bem perto temos shows diários, de bichos e
plantas que nos rodeiam. E muitos, mas muitos deles, estão se extinguindo. Em
parte por causa de pesca ou caça predatória, em parte porque estão perdendo seu
habitat, portanto não encontram mais seu alimento. É triste, muito triste, e
depende muito de nós o fim dessa barbárie. Para nossa participação, no entanto,
é preciso algo que está faltando aos líderes da humanidade: consenso em torno
da causa.
Neste sentido, adivinhem? Trago uma notícia bem simpática,
publicada no site do Greenpeace dos Estados Unidos. Sob pressão da
sociedade civil, encabeçada pela ONG, a grande maioria das empresas de pesca de
krill decidiu parar sua produção pesqueira para proteger este importante
alimento de pinguins, focas e baleias do Oceano Antártico. A campanha “salve o
krill” teve 1,7 milhão de assinaturas de todo o mundo.
Trata-se de um crustáceo que se parece com o camarão e teve
a má sorte de cair nas graças de humanos preocupados com a saúde. Ocorre que se
descobriu que o óleo de krill trabalha como um importante coadjuvante na luta
contra o colesterol, glicemia e na prevenção de doenças inflamatórias. Foi o
que bastou para que começasse um abuso em busca de mais esta riqueza que a
natureza oferta para a humanidade. Claro, não podia dar certo, e o
desaparecimento do krill começou a incomodar quem lida com o tema e sabe da
importância dele.
Pressionadas, as empresas da Associação de Empresas
Colheitas de Krill Responsável (ARK) - Aker BioMarine, CNFC, Insung, Pescachile
e Rimfrost – reagiram bem e rápido. Elas representam 85% da indústria pesqueira
de krill na Antártica.
“Através do nosso compromisso, estamos mostrando que é
possível que as zonas sem peixes e a pesca sustentável coexistam. Nossa
intenção com este compromisso é apoiar o trabalho da CCAMLR no estabelecimento
de uma rede de áreas marinhas protegidas baseadas na ciência em larga escala na
Antártica”, disse Kristine Hartmann, da Aker BioMarine, a maior empresa de
pesca de krill do mundo.
As empresas também se comprometeram a apoiar o processo
científico e político para a criação de uma rede de áreas marinhas protegidas
em larga escala na Antártida, incluindo as áreas onde elas operam atualmente. É
uma iniciativa e tanto, que deve ser aplaudida. Porque é disso que se trata,
verdadeiramente, quando se fala que a produção – e o consumo – devem baixar
para que se possa pensar a sério em proteger o meio ambiente para evitar as
catástrofes ambientais, entre outras coisas. São os ares de uma nova (e
bem-vinda) economia.
Mas, na contramão dessa grande decisão, vem uma péssima
notícia. Segundo reportagem publicada hoje no jornal britânico “The Guardian”,
desde que o arquipolêmico presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assumiu
o poder, os políticos de seu partido, Republicano, têm tentado eliminar a Lei
de Espécies Ameaçadas, em vigor há mais de quarenta anos naquele país. A
agência de notícias Associated Press também publicou sobre o assunto, mostrando
que as mudanças propostas podem acelerar o processo de extinção de várias
espécies, entre elas o lobo cinzento e o salmão. A ideia, no fundo, é aumentar
a decisão do Estado nas questões de conservação.
Há mais de 1.600 espécies ameaçadas de extinção, listadas na
Lei, que entrou em vigor em 1973 e é considerada em todo o mundo modelo de
legislação de defesa da vida selvagem. As alterações propostas, segundo John
Cavelli, vice-presidente da Sociedade para a Conservação da Vida Selvagem,
representam "um claro desejo de enfraquecer a Lei de Espécies Ameaçadas,
acrescentando obstáculos e lixo inútil que, no final, representará maior perigo
para as espécies ameaçadas.
Em sua defesa, um comunicado do Serviço de Pesca e Vida
Selvagem dos EUA disse que “As alterações não terão impacto nas espécies
atualmente classificadas como ameaçadas e permitirão ainda proteger, caso a
caso, aquelas que no futuro sejam assim classificadas".
É difícil acreditar que haja, na administração atual dos
Estados Unidos, um real desejo de proteger os bichos. Só para citar um exemplo
do que estou falando, em novembro do ano passado, Trump foi alvo de uma
saraivada de críticas quando, através do Serviço de Vida Selvagem decidiu voltar a permitir que os
elefantes africanos do Zimbábue e da Zâmbia sejam mortos e levados como
troféus. Dessa maneira ele pensava em conseguir fundos para programas de
conservação de espécies. O governo anterior, de Barack Obama, proibira a
entrada no país de troféus de caça de elefantes.
Temos assim, em pouquíssimo tempo, de maneira quase
concomitante, duas decisões importantes para a biodiversidade. De um lado,
empresas mostram que são responsáveis em não mais permitir a pesca predatória
de um pequeno crustáceo na Antártida, independente do que isso possa
influenciar em seu resultado orçamentário. De outro lado, o presidente da nação
mais rica decide flexibilizar uma lei criada um ano depois da primeira
Conferência do Meio Ambiente, realizada em Estocolmo, possivelmente à mercê de
resultados econômicos fáceis de serem conseguidos com a caça aos bichos.
Não é à toa que as questões do desenvolvimento sustentável,
tão paradoxais, sejam ainda difíceis de serem absorvidas pela maioria dos
cidadãos. A falta de um consenso entre personagens tão importantes da história
econômica da civilização confunde mesmo os que se interessam e querem
participar mais ativamente da luta da humanidade para evitar catástrofes.
Sendo assim, melhor mesmo olhar para o céu, buscar a beleza
lá longe. E esquecer quão próximas estão decisões equivocadas sobre a
biodiversidade e, por exemplo – para citar apenas um exemplo – as ondas de
calor que estão fritando os europeus. Ou... fazer, cada vez mais, pressão como
sociedade civil para reverter o quadro de inércia ou de improbidade que se vê
por parte de líderes com relação ao meio ambiente.
Beijing wants to develop tourist routes in the Arctic region,
the Russian Federal Agency for Tourism has told TASS. Chinese tourists,
it says, are attracted to the area by its unique natural environment and
complex ecosystem.
“China does not have
Arctic territories, and thus this kind of tourism is of special interest
for China – both from the point of view of studies, and from the point
of view of new impressions, of new tourism products,” said the agency’s Deputy Head Nikolai Korolev.
He
added that Chinese tourism operators have visited the Arkhangelsk
Region where they studied the local market to see how they could
organize trips for Chinese travellers.
According to the Russian official, China has a clear understanding of what the Russian Arctic is like. “Chinese
representatives told us they realize that the Arctic region has a
complicated and unique ecology. They understand that organizing trips
there would be in connection with keeping that unique natural region,
and thus the Chinese are ready to implement tourism technologies, to
settle issues of control over their tourists’ staying there,” he said.
Despite
being a non-Arctic state, China is increasingly active in the polar
region. It became an observer member of the Arctic Council in 2013.
Beijing announced plans in January to extend the ambitious Belt and Road
Initiative to the Arctic by developing shipping routes.
The
Arctic route from Southeast Asia to Europe cuts transportation time in
half compared to traditional routes through the Suez and Panama canals.
The Arctic shipping routes are likely to “become important transport routes for international trade.”
According to Beijing, it would encourage enterprises to build
infrastructure and conduct commercial trial voyages, paving the way for
Arctic shipping routes that would form a “Polar Silk Road.”
Land
territories in the Arctic cover an area of around 8 million sq km, with
sovereignty belonging to Russia, Denmark, Finland, Iceland, Norway,
Sweden, Canada and the United States. The Arctic Ocean is more than 12
million sq km, where coastal and other countries share maritime rights
and interests according to international law.
Campanha internacional pressiona Brasil a proibir testes em animais
O Brasil é o maior mercado mundial de indústria cosmética, e proibir
testes em animais nesse comércio brasileiro marcaria avanço contra a
crueldade animal
Seis estados brasileiros já proibiram o uso de animais em testes
para produtos e ingredientes cosméticos: Pará, Amazonas Paraná, São
Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul. Segundo os ativistas, o
Brasil é um dos maiores mercados de cosméticos do mundo, portanto seria
um enorme avanço o país aderir à proibição.
Pressão internacional
De acordo com a organização de direitos animais Cruelty Free International,
que vem trabalhando com políticos locais sobre a questão: “O relatório
sugere várias alterações ao Decreto Federal 70/2014 sobre testes
cosméticos em animais, originalmente proposto em 2014 pelo senador
Ricardo Izar depois de trabalhar estreitamente com nossa equipe de
especialistas. Se adotadas pelo Senado, as mudanças propostas se
basearão na versão original do projeto de lei encabeçada pela Cruelty
Free International”.
Testes em animais estão a um passo da proibição no Brasil, e projeto de lei está em votação (Foto: Divulgação)
Uma campanha da instituição contra crueldade animal e da marca de cosméticos The Body Shop é responsável pela criação de uma petição
que está incentivando nações a proibirem as brutalidades dos testes em
animais, abolindo essa prática como um todo quando em referência à
indústria de cosméticos.
Michelle Thew, presidente-executiva da Cruelty Free International,
disse em comunicado: “Saudamos muito os passos significativos que o
Brasil está dando para acabar com a crueldade dos cosméticos. Não há
espaço para essa prática desatualizada e desnecessária no século 21.
Esperamos ver um sucesso votação deste relatório no Senado e a adoção
rápida e abrangente da legislação como um todo”.
Contexto no Brasil
Ao aderir à proibição dessa prática, o Brasil se uniria a 37 outros
países, incluindo toda a União Européia, Israel, Índia, Noruega, Suíça,
Taiwan, Nova Zelândia e Guatemala. Legislação semelhante está sendo
debatida em todo o mundo, incluindo nos Estados Unidos, Canadá,
Austrália, Chile e África do Sul.
“A lei no Brasil exige uma proibição imediata dos testes de produtos
cosméticos acabados em animais, além da proibição de testar ingredientes
cosméticos dentro de um prazo de três anos. Também, a proibição de usar
dados de testes em animais para autorizar novos cosméticos para o
mercado brasileiro.”, ressaltou Michelle.
O Brasil está, portanto, a um passo de um novo avanço dos direitos
animais, e a pressão internacional tem boa parcela de responsabilidade
nessa causa. O movimento livre de crueldade animal está sendo amplo em
todo o mundo, e ativistas pressionam os governos para tomarem mudanças
condizentes com uma sociedade moderna e livre de exploração animal.
Plástico é maior causa da morte de baleias cachalote no Mediterrâneo
Estudos indicam que cerca de 90% do lixo que flutua pela região é
composto por plástico, e os animais que vivem lá acabam ingerindo o
material sem querer
A maior parte das baleias cachalote
encontradas mortas desde 2001 carregava em seus estômagos uma
quantidade absurda de plásticos. Os exames post-mortem realizados nos
animais indicaram que elas sofreram uma morte lenta e muito dolorosa.
Das 24 carcaças observadas nas pesquisas conduzidas pelo Pelagos Cetacean Research Institute em Atenas, na Grécia, nove apresentavam as características descritas acima.
Reprodução | The Times
O biólogo marinho Alexandros
Frantzis, chefe da equipe, contou em entrevista à revista The Times que
em um macho jovem foram encontrados mais de 100 itens de plástico,
incluindo sacolas de mercado. Uma delas, de um restaurante de kebabs, a
cerca de 800 km de distância do local. As baleias cachalote são uma espécie
em proteção no Mediterrâneo e, esse não foi um caso isolado. No mês
passado, uma foi encontrada encalhada na encosta da Espanha e carregava
30 kg de plástico no estômago, enquanto em 2014, foram encontrados o
equivalente a 2,5 metros de plástico ingeridos por outro animal.
“É alarmante, mas não é
surpreendente,” admite Dr. Frantzis. “A tendência é que fique pior por
causa da quantidade de plástico despejada no mar Egeu que só cresce.”
Outras espécies também são afetadas pelo plástico ao redor da Terra. Cerca de 89% dos resíduos que degradam o oceano são plásticos. A Nat Geo iniciou uma campanha
neste mês de conscientização sobre os impactos do nosso lixo nos
ecossistemas marinhos. Ela pretende banir o uso de plástico nas
embalagens da revista, e postar uma série de fotos chocantes com imagens
de animais interagindo com objetos plásticos descartados por nós, a km
de distância, em seus habitats naturais.
Seguindo os mesmos passos, a Grécia
introduziu uma sobretaxa para o uso de sacolas plásticas neste ano, mas
ainda não foi adotada por outras nações da União Europeia, como a França
e a Itália.
O parlamento britânico, por sua vez, já anunciou que não irá mais aceitar plásticos de uso único no país. Estudos comprovam que mais de 90% do
lixo que flutua no Mediterrâneo ou estão no fundo do mar é composto por
plástico. A concentração de microplásticos na região, incluindo
fragmentos que medem menos de 5 mm, ocupam cerca de 1,2 milhões de km²
do mar Mediterrâneo. Essa é uma das maiores proporções calculadas no
mundo, até hoje.
No dia 28 de julho o Tribunal de
Comércio Internacional dos EUA ordenou a proibição de importações de
frutos do mar oriundos do México. A proibição visa evitar que as redes
utilizadas para capturar frutos do mar enrosquem e matem as vaquitas,
espécie de cetáceo mais ameaçada do planeta.
Caso medidas sérias não sejam tomadas, a espécie desaparecerá. (Foto: Reprodução / Greenpeace)
Especialistas acreditam que a
população de vaquitas diminuiu de 567 em 1997 para apenas 15
remanescentes na natureza hoje. A crítica situação da espécie criou uma
urgência para protegê-la da extinção na natureza.
De acordo com a organização que promove a conscientização e a conservação do animal, Viva Vaquita, o destino da espécie está ligado ao ecossistema do Golfo da Califórnia, no México.
Animais marinhos, que não são alvos de pescadores, ficam frequentemente emaranhados em redes e morrem afogados. Felizmente, na última semana o governo mexicano anunciou uma proibição de redes de emalhar no habitat das vaquitas, em uma tentativa de salvar esses mamíferos da extinção. “A proibição de frutos do mar
pescados no Golfo da Califórnia é a medida vital que a vaquita precisa
desesperadamente”, disse a advogada do Conselho de Defesa dos Recursos
Naturais norte-americano, Giulia Good Stefani, que discutiu o caso no
tribunal.
A decisão é parte de um processo
aberto em março pelo Conselho de Defesa dos Recursos Naturais, pelo
Animal Welfare Institute e pelo Centro pela Diversidade Biológica, e
confirma o mandato do Congresso de que os Estados Unidos deveriam
proteger não apenas os mamíferos marinhos domésticos, mas também baleias
estrangeiras, golfinhos e botos.
Apesar das recorrentes ameaças de
Trump à vida selvagem, caso sua administração falhe em impor a
proibição, a desobediência configurará uma violação direta do pedido de
um juiz federal.
A proibição em todo o Brasil da exportação em navio de animais vivos
para fins de consumo recebeu, até o momento, mais de 21 mil apoios na página da “Ideia Legislativa”, localizada dentro do site do Senado Federal.
As Ideias Legislativas que recebem 20 mil apoios em até quatro meses
são encaminhadas para a Comissão de Direitos Humanos e Legislação
Participativa (CDH) e formalizadas como Sugestões Legislativas, nos
termos do art. 6º, parágrafo único, da Resolução nº 19 de 2015 e do art.
102-E do Regimento Interno do Senado. Na CDH, as Ideias Legislativas
são debatidas pelos senadores e, ao final, recebem um parecer.
(Foto: Divulgação)
O texto no site diz: “em conformidade com a Constituição e a
Declaração da Unesco dos Direitos Animais, de 1978, fica expressamente
proibida, em todo o território nacional, a exportação de animais vivos
para abate no exterior. Seu transporte, fome, medo, sede, sujeira e
falta de espaço caracterizam ato de extrema crueldade. Entendendo que os
animais sentem dores e medo, tem sentimentos, comunicam-se e tem
consciência de sua existência como atestou para além de qualquer dúvida a
Declaração de Cambridge, é um dever do Estado assegurar sua dignidade e
impedir que sejam objeto de crueldade. Tutelados que são pela
Constituição, é dever do poder público protegê-los (art. 225, mais
especificamente o § 1º, inciso VII)”.
A exportação de animais vivos para fins de consumo tem sido também o
principal tema da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp)
há seis semanas devido ao PL 31 ou PL dos Bois, do deputado estadual
Feliciano Filho (PRP), que está pronto para ser votado e que segue na
luta para ser pautado pelo presidente da “casa”.
Há mais de um mês cerca de 300 ativistas da causa animal têm
frequentado a Alesp, abordado os deputados, acompanhado os trabalhos no
plenário e travado uma batalha nas redes sociais pela aprovação do PL
dos Bois. Para o próximo domingo (5) está agendada uma manifestação na frente do Masp da Av Paulista, a partir das 11h.
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil/Agência Brasil ABr
A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) lançou no sábado (28), durante a 12ª edição do congresso da entidade, um dossiê atualizado sobre o uso de agrotóxicos no país.
Denominado Dossiê Científico e Técnico contra o Projeto de Lei do Veneno (PL
6.299/2002) e a favor da proposta que institui a Política Nacional de
Redução de Agrotóxicos (Pnara), o documento foi produzido pela Abrasco e
pela Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), em meio às discussões
sobre o projeto aprovado na comissão especial da Câmara dos Deputados
no dia 26 de junho.
De acordo com o vice-presidente da ABA, Paulo Petersen, o dossiê
reúne documentos relacionados aos dois projetos. “Compilamos um conjunto
de manifestações de instituições acadêmicas e públicas, da sociedade
civil e internacionais, como a ONU, e fizemos um comentário geral. Ele
referenda, a partir de organizações científicas,
manifestações científicas, mas que estão influenciando a arena
política”.
Conforme Paulo Petersen, o chamado PL do Agrotóxico muda a legislação
anterior, de 1989, tirando as possibilidades de regulação pública na
área de liberação de novos produtos e na identificação e comunicação,
“de modo a tornar ainda mais oculto os efeitos dos agrotóxicos sobre a
saúde coletiva e sobre o meio ambiente”.
Pelo projeto, a liberação de novos agrotóxicos deixaria de passar
pela Anvisa, Ministério da Saúde e Ibama, que avaliam os riscos à saúde
ambiental e à saúde pública, e passaria a ter uma
predominância do Ministério da Agricultura, que tem uma perspectiva
muito mais econômica. Também substitui o termo “agrotóxico” por
“pesticida” ou “defensivos agrícolas”.
“O princípio da precaução, que deve prevalecer no uso do conhecimento
científico para liberação de produtos e certas tecnologias sobre a
natureza, vai sendo comprometido. Na verdade, é um grande desmonte
da uma legislação anterior que está funcionando e é uma referência
internacional. O discurso de que estamos modernizando,
desburocratizando, vai na contramão de toda uma discussão na sociedade,
na academia e no mundo”.
O dossiê contém manifestações contrárias à flexibilização no uso dos
agrotóxicos de instituições como o Instituto Nacional do Câncer (Inca),
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Sociedade Brasileira
para o Progresso da Ciência (SBPC) e Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e Agricultura (FAO).
Pesquisador da Abrasco e professor da Escola Nacional de Saúde
Pública da Fiocruz, Marcelo Firpo afirmou que a discussão deve ser feita
em torno do que é realmente relevante para o país.
“Sem dúvida, o progresso econômico, o desenvolvimento da economia, o
pagamento das dívidas públicas e a redução do déficit da balança
comercial são relevantes. Mas qual é o preço disso diante da morte e da
doença de crianças, jovens, adultos, velhos e trabalhadores, que morrem
em função de substâncias perigosa?”, questionou Firpo.
Marcelo Firpo, pesquisador da Abrasco – Tomaz Silva/Agência Brasil
Segundo ele, as mudanças propostas na regulamentação dos agrotóxicos
representam um retrocesso no processo civilizatório, na garantia da
saúde e da vida dos cidadãos. “É preciso esclarecer a sociedade o valor
e os efeitos para a vida das pessoas, das famílias e para o sistema de
saúde em decorrência do uso excessivo e que tornou o Brasil o maior
consumidor mundial de agrotóxicos”, acrescentou.
A favor dos agrotóxicos
Entidades favoráveis à maior flexibilização para os agrotóxicos no
país chamam o projeto de “Lei do Alimento mais Seguro”. O Sindicato
Nacional da Indústria de produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) e a
Associação Nacional de Defesa Vegetal (ANDEF) divulgaram nota em que
contestam a informação de que o Brasil seria o maior consumidor de
agrotóxicos do mundo.
De acordo com dados da FAO e da consultoria Phillips McDougall, o
Brasil é o 13º país em uso defensivo agrícola por quantidade de produto
agrícola produzido. Itália, França, Espanha, Alemanha, Inglaterra,
Polônia, Japão, Coreia, Austrália, Canadá, Argentina e Estados Unidos se
utilizam demais defensivos que o Brasil.
Segundo essas entidades, o “Brasil – um dos maiores produtores
agrícolas mundiais – consegue fazer uso racional de defensivos agrícolas
e produzir muito mais usando uma quantidade menor de defensivos que
países considerados de primeiro mundo, mesmo em condições climáticas que
favorecem a incidência de pragas e tendo múltiplas safras ao longo do
ano, o que não acontece em países de clima temperado”.
Sobre o PL 6.299, a nota diz que a alteração “não exclui o rigor
científico e a transparência no processo de registros, que são
essenciais para segurança e desenvolvimento da indústria nacional”.
Afirma ainda que “modernizar a legislação não significa flexibilizar ou
facilitar o registro de defensivos agrícolas, mas sim incluir critérios
objetivos na avaliação, respeitando metodologias científicas, que
assegurem a competitividade da agricultura brasileira”.
Nota Técnica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
revela que, “muitas vezes”, o debate sobre o uso de substâncias químicas
“têm pouco embasamento científico”. “A filosofia de risco zero não é
adequada, pois mesmo uma substância que aparentemente seja segura, como a
água, quando consumida em quantidade exagerada pode levar a risco de
vida”, diz a nota do Ministério.
“Nesse sentido, os pesticidas são ferramentas essenciais à produção
agrícola brasileira e à manutenção do seu alto nível produtivo. A
necessidade do uso dessas ferramentas torna ainda mais evidente sua
utilização de forma correta, segundo as orientações estabelecidas por
ocasião do registro do produto, no sentido de minimizar possíveis riscos
de sua utilização”, defende a pasta. Conforme o ministério, as mudanças
são para modernizar os termos e procedimentos, incluindo o aumento
das multas, de R$ 19 mil reais para até R$ 2 milhões, no caso de não
cumprimento da legislação.
Segundo os dados preliminares do Censo Agropecuário 2017, divulgado quinta-feira
(26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
1.681.001 produtores rurais utilizaram agrotóxicos no ano passado,
representando um aumento de 20,4% em relação a 2006.
O 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, o Abrascão 2018,
terminou ontem (29), no campus de Manguinhos da Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz).
Por Akemi Nitahara, da Agência Brasil, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 30/07/2018
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A destruição de manguezais põe em risco a biodiversidade e a produção de alimentos em zonas costeiras
ONU
Formação de mangue em Cuba. Foto: Flickr (CC)/Anusa Kreft
Em mensagem para o Dia Internacional de Conservação do Ecossistema de Mangues, lembrado em 26 de julho, a diretora-geral da UNESCO,
Audrey Azoulay, alerta que manguezais estão ameaçados, sobretudo por
conta do desenvolvimento das zonas costeiras. “Estima-se que, em 40
anos, a cobertura global de mangues foi reduzida pela metade”, afirmou a
chefe da agência da ONU. Destruição ambiental põe em risco a
biodiversidade e o ser humano.
“Os mangues constituem uma proteção contra tempestades, tsunamis e o
aumento do nível do mar. Eles impedem a erosão da costa, regulam a
qualidade da água costeira, mantêm áreas de pesca e contribuem para
melhorar a segurança alimentar de muitas comunidades costeiras”,
ressaltou a dirigente.
Audrey disse ainda que esses ecossistemas “também fornecem um habitat
para espécies marinhas em perigo”. “Além disso, seus mecanismos
naturais para armazenar o carbono da atmosfera, conhecidos como
‘estoques de carbono azul’, que realizam o sequestro de carbono e
auxiliam a mitigar os efeitos dos distúrbios climáticos ao longo das
costas”, completou a chefe da UNESCO.
Algumas das reservas da biosfera e geoparques da agência da ONU
contam com mangues em seus territórios. Nessas localidades, o organismo
internacional trabalha para acumular conhecimento sobre essas formações
naturais, além de melhorar sua gestão e preservação. A UNESCO também
visa criar estratégias para promover o desenvolvimento sustentável de
tribos indígenas instaladas nesses ecossistemas.
Outra frente de atuação da instituição é a Iniciativa Carbono Azul,
que tem a participação da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da
UNESCO. Realizado em conjunto com a ONG Conservation International e a
União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), o projeto
busca combater as mudanças climáticas, protegendo e recuperando
ecossistemas marinhos. Um dos focos do programa são os mangues,
pântanos-de-maré e os prados marinhos.
Em 2018, o Equador sedia as comemorações globais da data em prol da
proteção dos mangues, que estão presentes na Reserva da Biosfera do
Arquipélago de Colón, em Galápagos. Audrey convidou a comunidade
internacional a se inspirar no país latino-americano e a “renovar os
nossos esforços para apoiar a preservação de um ecossistema que é
essencial para o nosso planeta e para seus habitantes”.
Da ONU Brasil, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 30/07/2018
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