terça-feira, 7 de outubro de 2014

CPI da Petrobras volta a pedir acesso à delação de Costa




O presidente da CPI mista da Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), enviou na segunda-feira, 6, ao Supremo Tribunal Federal (STF) novo pedido de acesso à íntegra da delação premiada feita pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa. A decisão ocorreu após o ministro do STF ter homologado, na semana passada, as cláusulas do acordo com Costa, que lhe permitiu deixar a carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR) para cumprir pena em regime domiciliar no Rio de Janeiro.
Desde 29 de agosto, Costa revelou em sucessivos depoimentos o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobras. Ele envolveu os nomes de 32 deputados e senadores e um governador que teriam recebido propinas. No despacho que homologou o acordo, Teori Zavascki informa que "há elementos indicativos de possível envolvimento de várias autoridades detentoras de prerrogativa de foro perante tribunais superiores, inclusive parlamentares federais, o que atrai a competência do STF".


Logo após o anúncio da homologação do acordo, o presidente da CPI adiantou ao Broadcast Político que enviaria até ontem o ofício ao ministro do Supremo pedindo acesso à delação. No novo documento remetido ao STF, Vital cita um artigo de uma lei de 1952, que dispõe sobre o funcionamento das comissões parlamentares de inquérito, que determina que a CPI pode "determinar as diligências que reportarem necessárias" para suas investigações e reitera o teor do pedido já feito no dia 10 de setembro.


No pedido anterior, Vital e o relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS), argumentam que há "farta jurisprudência" do Supremo sobre os poderes de apuração das CPIs. "Dentre os requisitos legais à disposição das Comissões Parlamentares de Inquérito para desempenhar suas atividades, um dos mais relevantes é justamente a requisição de documentos, que, ressalte-se, não encontra nenhuma restrição legal ou jurisprudencial, nem no que se refere a processo judicial ou inquérito policial, ainda que estejam protegidos por segredo de Justiça", afirmaram, no pedido.

Há duas semanas, uma comitiva da CPI reuniu-se com Teori Zavascki, com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, para pedir às autoridades cópia das declarações de Costa. O grupo recebeu de Zavascki e Janot a promessa de que vão ter acesso. Mas não ficou claro no encontro em qual momento processual isso vai ocorrer: se após a homologação do acordo de delação ou somente em um momento posterior, na apresentação das denúncias criminais pelo Ministério Público Federal.

Um dia antes do encontro, o juiz federal do Paraná Sérgio Moro, responsável por conduzir os processos e inquéritos da Operação Lava Jato, havia negado pedido para a CPI ter acesso à delação.
Em caso de negativa de Teori Zavascki, a comissão ameaça entrar no próprio Supremo com um mandado de segurança a fim de que o plenário da Corte decida se a CPI tem ou não direito à íntegra dos depoimentos de Costa.

Fonte: Estadão Conteúdo  Jornal de Brasília

A tendência é apoiar Aécio, diz Presidente do PSB do PE



A decisão de Marina Silva em apoiar a candidatura de Aécio Neves (PSDB) no segundo turno da disputa presidencial deverá contar com o apoio do PSB de Pernambuco, reduto eleitoral do ex-governador Eduardo Campos.
 
 
As conversas entres os integrantes do diretório estadual se aceleraram nesta segunda-feira, 6, por meio de telefonemas e encontros realizados após a sinalização de que Marina, terceira colocada no primeiro turno presidencial, também irá apoiar os tucanos nesta reta final.

"A tendência forte é de apoiar Aécio Neves", afirmou ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes. Segundo ele, o partido foi procurado pela presidente Dilma Rousseff (PT) e por Aécio Neves, que ligaram para o governador eleito no Estado, Paulo Câmara (PSB).

Apesar do corpo a corpo feito pela presidente Dilma, pesa na avaliação dos integrantes do partido no Estado uma decisão anterior de se posicionar como oposição ao atual governo e aos ataques realizados pelo PT contra Marina durante o primeiro turno da disputa presidencial.
"A tendência é por conta de todo o processo eleitoral, como o PSB se colocou nesse processo em relação ao governo Dilma. E também a leitura que o PSB fez da desconstrução que a presidente Dilma fez de tudo que se conseguiu avançar no País hoje. É complicado a gente ir com ela", ressaltou o dirigente.

"Não é que o Aécio seja o nosso candidatos dos sonhos. Tanto é que apresentamos uma alternativa para acabar com essa polarização. Mas vale dizer que esse deverá ser o encaminhamento de Pernambuco. Temos que aguardar o encaminhamento do PSB enquanto nacional", acrescentou.
A executiva nacional do partido se reúne amanhã, em Brasília, para anunciar o apoio formal a um dos candidatos que disputam o segundo turno da corrida pelo Palácio do Planalto.

Um apoio em Pernambuco do PSB será estratégico para Aécio no Estado em que o grupo de Eduardo Campos conquistou os principais cargos nesta eleição numa disputa direta com PT. Entre eles o governo de Pernambuco, com Câmara, uma vaga ao Senado, com Fernando Bezerra (PSB), e oito cadeiras na Câmara dos Deputados. No Estado natal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT não conseguiu assegurar nenhuma vaga para o Congresso Nacional.

Além disso, um apoio do grupo de Eduardo Campos aos tucanos poderá diminuir a enorme distância de votos que separou Aécio e Dilma em Pernambuco. No primeiro turno, o tucano conseguiu apenas 5,9% dos votos no Estado. Marina Silva foi a vitoriosa com 48% contra 44,2% da presidente Dilma Rousseff (PT). "Se essa for a decisão final, vamos sair nas ruas para fazer campanha do Aécio", assegurou Sileno Guedes.

Fonte: Estadão Conteúdo Jornal de Brasília

Mano a mano pesado - DORA KRAMER


O ESTADÃO - 07/10


Olhando a composição do pódio, 2014 dá a impressão de repetir a primeira rodada de 2010 em termos de resultado: PT na frente, PSDB em segundo refletindo o mano a mano de sempre (agora pela sexta vez em 20 anos), a tentativa de terceira via de novo de fora e mais uma vez personificada por Marina Silva.

Descontadas pequenas variações para mais e para menos, os desempenhos numéricos também foram relativamente parecidos com os da eleição anterior. Dilma Rousseff piorou bem, mas manteve a liderança; Aécio Neves teve um ponto a mais que José Serra e Marina superou-se em apenas dois, ficando no patamar dos 20%.

O governo confirmou supremacia no Norte e Nordeste, o PSDB a preferência no Sudeste e Centro-Oeste. Terminam aí as semelhanças. No mais, o cenário é inteiramente diferente não só em relação a 2010, mas também na comparação com os de 2002 para cá em que no enfrentamento direto os petistas fortalecidos e unidos bateram tucanos acuados e divididos.

Isso não significa que o governo entra em campo enfraquecido para a batalha do segundo turno. Nem de longe. Continua contando com muitas vantagens. Só não pode mais contar com todas elas. Por exemplo, uma de fundamental importância: base de apoio social. Fator que já permitiu ao partido apresentar qualquer versão sobre seus comportamentos, inventar o que bem entender a respeito de seus adversários e sair incólume diante da sociedade.

Foi por receio da liderança de Luiz Inácio da Silva aliada à força de base do PT que em 2005 a oposição não quis confrontar o então presidente quando o publicitário Duda Mendonça disse na CPI dos Correios que havia recebido dinheiro "por fora" para fazer a campanha de Lula em 2002. Pelo mesmo motivo, as duas candidaturas presidenciais tucanas de 2006 e 2010 evitaram ataques frontais a ele na ilusão de que assim preservariam votos.

Era medo do PT. Geraldo Alckmin até tentou enfrentá-lo em debate do primeiro turno, mas foi mal visto pelo público. No segundo, caiu naquela armadilha das privatizações tentando se mostrar mais estatizante que o PT e foi o que se viu: vestiu um colete cheio de adesivos de estatais e espantou seu eleitorado.

A situação agora é outra. São Paulo deu a senha e o PT entendeu o recado: o cristal da inviolabilidade foi definitivamente trincado. E com o rompimento dessa blindagem, foi-se também a razão para a oposição ter medo do PT e, por que não dizer, de Lula. Isso leva o PSDB com muito mais desenvoltura ao embate, libera o ex-presidente Fernando Henrique para articular o apoio de Marina Silva e confere nitidez ao debate.

A votação de Aécio Neves no Estado surpreendeu os petistas, bem como a dianteira de José Serra sobre Eduardo Suplicy na eleição para o Senado.

Na avaliação de alguns deputados e do assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, ainda na noite de domingo, o partido não tem como escapar de fazer uma análise franca e detalhada sobre as razões do prejuízo que atingiu a bancada federal e de maneira bastante acentuada, a estadual.

No primeiro momento, todos concordam que o PT não soube avaliar corretamente a extensão do repúdio ao partido por não ter dado atenção aos efeitos que os desvios de conduta de alguns poderiam causar em todos na medida em que a cúpula e mesmo o governo não reagiu de maneira incisiva às denúncias de corrupção. Na opinião do deputado Arlindo Chinaglia, houve uma preocupação excessiva e exclusiva em enumerar os feitos do governo. "Abdicamos de fazer política."

A questão agora é se dá tempo de mudar o cenário, uma vez que São Paulo tem um peso extraordinário na contabilidade geral dos votos e que as votações de Aécio Neves e Marina Silva, somadas (55% contra 41%), indicam claramente que o desejo de mudança venceu o medo de romper o imobilismo. No quadro de muitas dúvidas só uma coisa é certa: o mano a mano será pesado.
 

Basta de PT - MARCO ANTONIO VILLA


O GLOBO - 07/10

Dilma foi a terceira pior presidente em termos de crescimento econômico. Só perdeu para Floriano Peixoto e Fernando Collor


Estamos vivendo um momento histórico. A eleição presidencial de 2014 decidirá a sorte do Brasil por 12 anos. Como é sabido, o projeto petista é se perpetuar no poder. Segundo imaginam os marginais do poder — feliz expressão cunhada pelo ministro Celso de Mello quando do julgamento do mensalão —, a vitória de Dilma Rousseff abrirá caminho para que Lula volte em 2018 e, claro, com a perspectiva de permanecer por mais 8 anos no poder. Em um eventual segundo governo Dilma, o presidente de fato será Lula. Esperto como é, o nosso Pedro Malasartes da política vai preparar o terreno para voltar, como um Dom Sebastião do século XXI, mesmo que parecendo mais um personagem de samba-enredo ao estilo daquele imortalizado por Sérgio Porto.

Diferentemente de 2006 e 2010, o PT está fragilizado. Dilma é a candidata que segue para tentar a reeleição com a menor votação obtida no primeiro turno desde a eleição de 1994. Seu criador foi derrotado fragorosamente em São Paulo, principal colégio eleitoral do país. Imaginou que elegeria mais um poste. Não só o eleitorado disse não, como não reelegeu o performático e inepto senador Eduardo Suplicy, e a bancada petista na Assembleia Legislativa perdeu oito deputados e seis na Câmara dos Deputados.

A resistência e a recuperação de Aécio Neves foram épicas. Em certo momento da campanha, parecia que o jogo eleitoral estava decidido. Marina Silva tinha disparado e venceria — segundo as malfadadas pesquisas. Ele manteve a calma até quando um dos seus coordenadores de campanha estava querendo saltar para o barco da ex-senadora.

E, neste instante, a ação das lideranças paulistas do PSDB foi decisiva. Geraldo Alckmin poderia ter lavado as mãos e fritado Aécio. Mas não o fez, assim como José Serra, o senador mais votado do país com 11 milhões de votos. Foi em São Paulo que começou a reação democrática que o levou ao segundo turno com uma vitória consagradora no estado onde nasceu o PT.

Esta campanha eleitoral tem desafiado os analistas. As interpretações tradicionais foram desmoralizadas. A determinação econômica — tal qual como no marxismo — acabou não se sustentando. É recorrente a referência à campanha americana de 1992 de Bill Clinton e a expressão “é a economia, estúpido”. Com a economia crescendo próximo a zero, como explicar que Dilma liderou a votação no primeiro turno? Se as alianças regionais são indispensáveis, como explicar a votação de Marina? E o tal efeito bumerangue quando um candidato ataca o outro e acaba caindo nas intenções de voto? Como explicar que Dilma caluniou Marina durante três semanas, destruiu a adversária e obteve um crescimento nas pesquisas?

Se Lula é o réu oculto do mensalão, o que dizer do doleiro petista Alberto Youssef? Imagine o leitor quando o depoimento — já aceito pela Justiça Federal — for divulgado ou vazar? De acordo com o ministro Teori Zavascki, o envolvimento de altas figuras da República faz com que o processo tenha de ir para o STF. E, basta lembrar, segundo o doleiro, que só ele lavou R$ 1 bilhão de corrupção da Refinaria Abreu e Lima. Basta supor o que foi desviado da Petrobras, de outras empresas e bancos estatais e dos ministérios para entender o significado dos 12 anos de petismo no poder. É o maior saque de recursos públicos da História do Brasil.

Nesta conjuntura, Aécio tem de estar preparado para um enorme bombardeio de calúnias que irá receber. Marina Silva aprendeu na prática o que é o PT. Em uma quinzena foi alvo de um volume nunca visto de mentiras numa campanha presidencial que acabou destruindo a sua candidatura. Não soube responder porque, apesar de ter saído do PT, o PT ainda não tinha saído dela. Ingenuamente, imaginou que tudo aquilo poderia ser resolvido biblicamente, simplesmente virando a face para outra agressão. Constatou que o PT tem como princípio destruir reputações. E ela foi mais uma vítima desta terrível máquina.

O arsenal petista de dossiês contra Aécio já está pronto. Os aloprados não têm princípios, simplesmente cumprem ordens. Sabem que não sobrevivem longe da máquina de Estado. Contarão com o apoio entusiástico de artistas, intelectuais e jornalistas. Todos eles fracassados e que imputam sua insignificância a uma conspiração das elites. E são milhares espalhados por todo o Brasil.

Teremos o mais violento segundo turno de uma eleição presidencial. O que Marina sofreu, Aécio sofrerá em dobro. Basta sinalizar que ameaça o projeto criminoso de poder do petismo. O senador tucano vai encontrar pelo caminho várias armadilhas. A maior delas é no campo econômico. O governo do PT gestou uma grave crise. Dilma foi a terceira pior presidente da história do Brasil republicano em termos de crescimento econômico. Só perdeu para Floriano Peixoto — que teve no seu triênio presidencial duas guerras civis — e Fernando Collor — que recebeu a verdadeira herança maldita: uma inflação anual de quatro dígitos. O PT deve imputar a Aécio uma agenda econômica impopular que enfrente radicalmente as mazelas criadas pelo petismo. Daí a necessidade imperiosa de o candidato oposicionista deixar claro — muito claro — que quem fala sobre como será o seu governo é ele — somente ele.

Aécio Neves tem todas as condições para vencer a eleição mais difícil da nossa história. Se Tancredo Neves foi o instrumento para que o Brasil se livrasse de 21 anos de arbítrio, o neto poderá ser aquele que livrará o país do projeto criminoso de poder representado pelo PT. E poderemos, finalmente, virar esta triste página da nossa história.


 

Aécio para Dilma: o povo tem medo é dos monstros do presente.



Na primeira agenda após passar para o segundo turno, o candidato do PSDB ao Planalto, Aécio Neves, rebateu críticas feitas pela presidente Dilma Rousseff (PT) e disse esperar "uma campanha limpa". Aécio falou sobre o assunto após reunião, em São Paulo, com o governador Geraldo Alckmin e o senador eleito José Serra. Ele disse que já se trata de um primeiro encontro para discutir o segundo turno. O tucano fez referência a uma fala da petista na noite desde domingo (5). 
Após o fim da apuração, ela disse que o país se lembraria dos " fantasmas do passado na hora de decidir o voto. Na fala, evocou polêmicas do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), como o discurso em que ele criticou aposentadorias precoces dizendo que quem deixa de trabalhar antes dos 50 anos é "vagabundo". 
Nesta segunda-feira (6), Aécio disse que ficou surpreso ao ver nos jos jornais a fala de Dilma. " Me surpreende a candidata oficial falar de fantasmas do passado. Na verdade, os brasileiros estão preocupados com os monstros do presente: inflação alta, recessão e corrupção." O tucano disse que, de sua parte, fara uma campanha limpa e que espera o mesmo de Dilma. "Respeitar o adversário é respeitar a democracia", concluiu.

Aécio confirmou ter recebido um telefonema de Marina esta manhã, mas disse que aguarda o "tempo de cada um" para definições de apoio. O tucano disse ter falado com o governador eleito de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), aliado de Eduardo Campos, para parabenizá-lo pela eleição. Câmara tende a defender voto em Aécio. 
O presidenciável disse ainda não ter conversado com a familia de Campos. Para Aécio, é preciso ter cautela antes de anunciar qualquer apoio. Ele afirmou que vê mais "convergências" do que "divergências" entre seu plano e o de Marina. Aliados da pessebista dizem que um apoio dela ao tucano se daria em bases "programáticas".(Folha Poder)
 

Visão argentina da estrutura economica brasileira


Mirada global

Brasil define lideranças para encarar uma guinada


Jorge Castro El Clarin

No dia 5 de outubro será o primeiro turno da eleição presidencial no Brasil, ponto culminante de uma campanha eleitoral de um mês e meio de duração - e de mudanças pela frente no maior país da América Latina.
Buenos Aires, 2 de setembro de 2014

Isso significa que, se nas primeiras duas semanas de campanha surgiu uma diferença significativa entre os três candidatos –Dilma Rousseff, Marina Silva, Aécio Neves–, uma tendência provavelmente irreversível, que anteciparia o nome do próximo mandatário, teria se instalado.

Quem for escolhido –inclusive Dilma em um segundo mandato– se verá forçado a inovar, modificando profundamente o statu quo, tanto econômico quanto político, perante a alternativa de aprofundar a atual situação de depressão, que fez com que nos últimos cinco anos o nível de expansão médio tenha sido de 1,5% anual (que seria +0,7% em 2014), somado a uma queda da taxa de crescimento potencial (5/10 anos), que agora é menos de 2% anual –estancamento estrutural de longo prazo–, o que no capitalismo em sua fase de globalização é sinônimo de crescente irrelevância.





China

Brasil foi (junto com a Austrália) o país do mundo mais favorecido pelo boom da demanda de matérias primas da China nos últimos 10 anos.


Esse posicionamento lhe permitiu crescer entre 2002 e 2010 o dobro (+5% por ano) que nas duas décadas prévias, quando a explosão da crise da dívida externa (governo Ernesto Geisel/1974-1979) o submergiu na profunda depressão atual.


Nesse período, a China se transformou em seu principal sócio comercial (2009) e mais de 60% de suas exportações foram matérias primas (62% em 2013), enquanto que sua participação nas vendas globais de commodities não petrolíferas passou de 5% em 2002 para 9% em 2012.

Classe média

Agora, o boom da demanda de matérias primas da China terminou ou pelo menos fez uma pausa até retomar o ritmo com a urbanização e o aparecimento da nova classe média.


O resultado é que para cada ponto de desaceleração da economia chinesa (neste ano cresce 7,5%), a capacidade de crescimento do Brasil diminui de forma mais do que proporcional. Isso deixa a economia brasileira submetida ao seu nível estrutural de produtividade, que é inferior a 1% anual nos últimos cinco anos, e que se expandiu entre 1990 e 2013 a uma taxa média de 1,2% por ano.

Esse não é um problema de desequilíbrio macroeconômico, mas de profundo atraso estrutural. O desenvolvimento capitalista é um fenômeno qualitativo –a passagem dos setores de baixa produtividade aos de produtividade mais elevada (novas indústrias)– e não uma mera expansão de caráter quantitativo, usualmente denominada crescimento econômico.





Seja Dilma, Marina ou Aécio o próximo presidente do Brasil, é forçoso que coloque 100% de sua atenção no deslocamento da proteção das indústrias no mercado doméstico ao fortalecimento sistemático de sua competitividade/produtividade na economia global.


O Brasil precisa de uma guinada de 180° em sua orientação estratégica, que obrigue as empresas brasileiras a inovar, investir e se transnacionalizar.

O que breca o Brasil não é a conversão plena da economia global em um sistema hiperconectado e superintensivo de conhecimento avançado, mas suas barreiras internas; consequência de uma história de 50 anos do “projeto varguista” de substituição de importações.

Futuro

Agora o mundo mudou e o Brasil ainda não. Por isso o país se encontra diante de um ponto de inflexão, que coincide com a eleição de outubro. As gigantescas manifestações de junho do ano passado mostraram a incorporação de 40 milhões de brasileiros que abandonaram a pobreza e se agregaram à nova classe média nos últimos 10 anos, dentre eles sete milhões de estudantes universitários, que são seus filhos.


Há um enorme vazio político e uma carência fenomenal de líderes. Estão dadas todas as condições para que comece um ciclo de mudança em um dos grandes países do século 21.


terça-feira, 7 de outubro de 2014

Pobre jornalismo brasileiro. Precisou um jornalista espanhol para dizer com precisão e leveza o que levou Aécio à vitória.

 
Em artigo publicado no El País, mais importante jornal espanhol, intitulado " O segredo da virada de Aécio Neves", Juan Arias escreve o que os jornalistas brasileiros sabem, mas têm medo de escrever, patrulhados pela esquerda nojenta que domina as redações. Leia abaixo. 

Aécio Neves não só foi a surpresa final deste primeiro turno das eleições presidenciais brasileiras como também sua vitória, maior do que a prevista em todas as pesquisas, deve-se a ele pessoalmente. Tratou-se quase de um fenômeno em termos de psicologia: sua capacidade de reação frente a uma derrota anunciada e de alguma forma já aceita até por seu partido.

Neves cresceu em vez de se apequenar quando o terremoto Marina Silva o esmagou de tal forma que ele foi inclusive aconselhado a desistir. Arregaçou as mangas e anunciou que seria o vencedor capaz de disputar um segundo turno contra a Presidenta candidata Dilma Rousseff, que era tudo o que o partido dela, o PT, não desejava.

Sua posição de terceiro na disputa, um candidato em quem ninguém apostava diante da força da ecologista Silva, o levou a reagir inclusive nos debates, que acabou vencendo.

Não sei se conscientemente ou não, o que garantiu a vitória a Neves foi o fato de ter aparecido em todas as suas manifestações exteriores, entrevistas e debates, como o mais brasileiro de todos os candidatos. Revelou isso de modo cristalino em sua despedida de um minuto e 40 segundos no último e mais importante dos debates televisivos, o da TV Globo, com 50 milhões de telespectadores.

Apesar de aparecer naquele momento como derrotado em todas as pesquisas, Aécio, ao contrário das suas duas adversárias principais, Rousseff e Silva, dirigiu-se à audiência com coração brasileiro, exalando confiança, ou seja, sem dureza, sem agressividade, agradecendo o carinho recebido em suas peregrinações pelo país, revelando sua vontade de prosseguir na disputa, e com a certeza da vitória.

Apresentou-se como candidato de todos os brasileiros, aos quais ofereceu certezas e capacidade de Governo, assim como a segurança de que possuía a receita para levantar o país da sua atual frustração. Emocionou-se e apelou à esperança hasteando a bandeira da mudança que a rua pedia. Foi naquela hora o único que acabou sendo aplaudido pela plateia presente.

Ex-senador e ex-governador do segundo Estado mais populoso do país, Minas Gerais, revelou em suas discussões com a candidata que liderava as pesquisas, Rousseff, sua capacidade dialética e uma forma firme, mas ao mesmo tempo brasileira, ou seja, não raivosa, de enfrentar suas adversárias políticas.

Aécio sempre foi criticado, quando na oposição, por não saber bater de frente com o governo. Atribuíam isso a esse espírito mineiro, mais propenso ao diálogo e aos acordos do que à guerra. Com esse espírito desarmado, enfrentou uma campanha levada a cabo sob o signo dos golpes baixos, sem se deter nem mesmo diante da mentira e das desqualificações pessoais.

Neves nunca caiu nessa armadilha e prosseguiu firme em seu esquema, convencido de que, apesar de ter sido quase selada sua derrota, ele continuava acreditando com fé firme em dar a volta por cima.Os votos reais, contrariamente ao que as pesquisas anunciavam até os levantamentos de boca de urna, o colocam a seis pontos da Dilma, muito pouco quando se pensa em como ele estava ao iniciar a aventura.

Dilma, que conseguiu menos votos do que na primeira vez em que foi escolhida, em 2010, agora enfrentará Neves, que aparece como surpresa ganhadora e que poderia contar a seu favor com até 60% dos votos da perdedora Marina.

Ele, que já foi surfista, lançou o slogan de que a “onda da razão” havia se erguido no mar da campanha, contra a onda do sentimento. Seu êxito consistiu em saber, com teimosia, querer ganhar. Também contribuiu para isso sua campanha propositiva e de esperança, as duas fibras do atual coração brasileiro: o afeto e ausência do medo e o sentimento dos brasileiros que, em junho de 2013, haviam começado a usar a razão para exigir um Brasil melhor, que é o que prometeu criar o candidato mineiro, prudente e ao mesmo tempo tenaz. 
 
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Lá como aqui.Cristina na ONU.

Humor Político

Todas as conspirações levam a Roma


Alejandro Borensztein


Se tem uma coisa que a gente vai sentir saudade quando a 'década ganha', como o governo diz, acabar e tivermos atingido o desenvolvimento, são as viagens da Chefe Cristina Kirchner para Nova York para participar da Assembleia Anual nas Nações Unidas.

E desta vez, ainda por cima, ela até deu um pulinho em Roma no sábado para almoçar com o Papa. Um luxo. Só faltou uma escala em Barcelona para ver o Messi no domingo e teria sido perfeito.

No entanto, o clima era muito mais tenso do que de costume. A tradicional paranoia do kirchnerismo está atravessando um dos seus piores momentos: eles estão com delirium tremens político e veem abutres voando até na cozinha. Se geralmente eles costumam ver conspirações por tudo quanto é canto, agora eles simplesmente só veem isso.


“Olá”, – disse o chanceler argentino Héctor Timerman a uma vendedora do free shop do aeroporto –, “eu sou o Excelentíssimo Senhor Chanceler da República Argentina e quero um bom vidro de perfume “Tocade” de Madame Rochas para dar de presente para a minha presidente”.

“Não tem mais, não entregam”, respondeu a vendedora. O Chanceler se enfureceu.

“Olha aqui sua abutra ressentida, eu não tenho culpa de você ter que passar a vida neste free shop do caramba enquanto eu mostro o meu talento pelo mundo afora para que as proletárias de merda como você tenham uma vida melhor, cê tá me entendendo?? Então vai lá e me traz um vidro agora mesmo ou eu vou te aplicar a lei de abastecimento, ok??!! A garota olhou fixo para ele e disse: “Eu vou te trazer todos os perfumes que você quiser quando você me trouxer todos os iranianos para depor, tá ok? Falando nisso, como vai aquela história do memorandum, hein cara?”.

O Chanceler recuou na hora e tudo ficou por isso mesmo porque naquele momento chegou o pessoal de La Cámpora ( ala jovem do kirchnerismo) que pela primeira vez estava acompanhando a Chefe em uma viagem daquelas. Apareceram os apoiadores do governo, que integram a linha política chamada La Campora, “el Cuervo” Larroque, “Wado” de Pedro, José Ottavis e Hernán Reibel, todos de coletes “azzurros”. Eles andavam pelas gôndolas do free shop com suas cestinhas cheias gritando “Cristina, Cristina, Cristina coração, aqui estão os rapazes com os cremes da Lancôme!!”.

Aos poucos todos foram chegando. Os assessores presidencial Carlos Zannini, Oscar Parrilli, Scoccimarro, funcionários de todas as hierarquias, prefeitos da Grande Buenos Aires e convidados de todos os tipos. Na última hora apareceram três freirinhas que andavam grudadinhas e que antes de entrar no avião tiraram uma selfie.

Uma vez a bordo, não demorou muito para que a Chefe se tocasse de que as três freirinhas eram os políticos da base governista no Congresso, Julián Domínguez, Aníbal Fernández e o também cristinista Mariotto, que entraram de penetras para conseguir uma foto com o Papa e a bênção presidencial para suas respectivas candidaturas para presidente e governador. Bênção que, pelo visto no discurso de Máximo Kirchner, filho de Cristina,, ELA não vai dar nem se eles se fantasiarem de Perón, Evita e John William Cooke.

A Chefe olhou para eles de lado e falou: “Não sejam ridículos, pelo menos tirem a touca e o véu que em Roma está fazendo um calor danado”.

Decolamos, cantamos “sou soldado do pinguim”, comemos e, para dormir rápido, colocaram o vídeo de uma entrevista do Jorge Coscia com o Ricardo Forster. Cinco minutos depois todo mundo já estava roncando.

Em Roma, em vez de aterrissar no Aeroporto de Fiumicino, nós fomos para o Aeroporto Militar de Ciampino para que a Chefe não tivesse que encontrar os aviões da American Airlines.


Timerman desceu rapidinho do avião e assim que viu o primeiro cara de uniforme, botões dourados e boné chegou perto e disse: “Io sono il Eccellentísimo Cancelliere della República Argentina in missione ufficiale per la causa popolare” e esticou a mão para cumprimentar. O cara deu a mão para ele e disse: “E aí meu velho, eu sou o motorista da embaixada. Os da delegação oficial italiana são aqueles ali atrás”.

E cochichou: “Eu trampava na Salada para uma pequena fábrica que falsifica tênis da Nike e agora trampo aqui porque o Guillermo Moreno, ex-secretário de Comércio Interior, e agora morando em Roma, me trouxe”
.
E justamente a primeira pessoa que apareceu foi o 'Guille' (polêmico ex secretário de Comércio Interior) , que é adido econômico da embaixada em Roma, distribuindo camisetas com a inscrição “Corriere della Sera Mente”. Ele estava furioso porque a notícia da chegada da presidente não tinha aparecido nem na página 20 do jornal. Outro jornal abutre.

Logo depois chegamos no Hotel Eden. Incrível. A suíte presidencial custava 2.500 euros mais tax (sem café da manhã), mas por causa do risco argentino de calote queriam cobrar 4.000.

“Tá tudo bem”, disse o Aníbal, “você usa o cartão e paga em pesos com um dólar a 8,50 mais 35%. Ou seja, a 11,50, quando na verdade o dólar está a 15 pesos. E se Deus quiser, quando a gente voltar na semana que vem os abutres já vão ter subido o dólar para 16 ou 17. Um puta dum negócio. Eu adoro o Kicillof. A gente tem que começar a viajar mais”.

Parrilli resolveu o assunto pagando adiantado em dinheiro e passando uma conversinha no concierge para ver se conseguia não pagar o tax: “Non precisamos de notinha, capisci?”. A Companheira Chefe foi recebida com flores. Ainda bem que ELA não viu a placa que tem na entrada do hotel lembrando a reinauguração de 1995 e que diz: “L’albergo è stato ufficialmente riaperto dalla baronesa Margaret Thatcher il 25 marzo 1995”. O Zannini não se conformava: “Puta que o pariu, justo neste hotel… estamos com um azar do abutre!”.

No dia seguinte de manhã o ambiente era pura ansiedade e emoção. O Larroque comentava feliz: “Ainda bem que o Papa argentino que escolheram é o Francisco, imagina se tivessem escolhido o Bergoglio, que era nosso inimigo!”.

A delegação queria chegar logo no Vaticano para tirar fotos com o Papa. A foto mais interessante foi uma de Francisco com o núcleo duro do governo kirchnerista: a Chefe, Zannini e os rapazes de La Cámpora. Uma freirinha comentou: “È raro… In questa foto, l’ unico veramente peronista è il Papa”.

A foto com toda a delegação parecia um escanteio de um jogo segunda divisão. Todos dando cotoveladas e se agarrando para ficar mais perto do Papa. Em um momento dado Francisco se virou e gritou: “Parem de se agarrar ou eu apito pênalti, ok?” O almoço deles foi muito tranquilo. ELA explicou para o Papa o que ele tinha que fazer para que o mundo funcionasse melhor e o Papa explicou para ELA que uma coisa são os fundos abutres que tentam receber dinheiro da Argentina e outra coisa é o resto da humanidade e do Planeta Terra.

Foi tudo muito rápido. Logo depois, todos nós já estávamos de novo a bordo do avião. Musiquinha militante, comidinhas e um videozinho do Orlando Barone contando a vida dele e a relação dele com a poesia, para que todo mundo dormisse rápido.

Em silêncio atravessamos o Atlântico rumo a Nova York. Nos esperava o luxo do Mandarim Oriental Hotel, bem na esquina sudoeste do Central Park, no Columbus Circle, ali onde se ergue, desafiante, a estátua de Cristóvão Colombo em Manhattan.

Conhecendo a comitiva, eu imagino que alguém do governo já deve ter pedido para tirarem a estátua de lá. Não sei se os americanos entenderam. Esses abutres conspiram em tudo quanto é lugar. (continuará)

O portunhol na produção das artes


BrasilxArgentina


Soledad Domínguez, especial para o Clarín em Português

O portunhol está presente na música e nas falas dos turistas. Neste texto, fica claro que ele também faz parte de uma forma muito mais ampla na nossa cultura.
Buenos Aires, 30 de setembro de 2014


(acima Caetano Veloso no Maracanã onde assistiu a Argentina jogando na Copa do Mundo. Ele é citado aqui no texto de Soledad Domínguez)



O mais grande do mundo”, “sublinear”, “habló de lo filme”, “más nada”, “preconcepto” são algumas das nomenclaturas e traduções apressadas do português para o espanhol.


Elas são entendidas como filtrações –muitas vezes cômicas- e ‘erros interlinguísticos’, corrigidos por professores de idioma.


Mesmo assim, elas transitam livres nas falas de turistas, de estudantes e acadêmicos, nas redes sociais e nas vozes do Kevin Johansen e Paulinho Moska cantando Por las ruas, pelas calles.... Todas representam formas de estabelecer vínculos, diálogos e interação transnacional.



O portunhol, esse idioma regional sem regras semânticas, está inscrito no imaginário sul-americano. Assim como as canções que combinaram as duas línguas “Soy loco por tí America”, gravada por Caetano Veloso (1968) e “Los justicieros” (1966) por Os Mutantes. No comic, “Los três amigos” (1987), com desenhos de Angeli, Glauco y Laerte.



No cinema, “El provocador. Primeiro filme em portunhol” (2011), de Pablo Navarro Espejo. Nos últimos anos, o festival El Vecinal, um encontro musical de artistas da América do Sul.


Brasil tem uma extensão de 16.886 quilômetros de fronteira e limita com sete países da América Latina de fala espanhola. O contato entre as duas línguas, desdobra-se em vários portunhóis binacionais e até trinacionais, como é no caso da tríplice fronteira Brasil-Argentina-Paraguai.


Lá, ruas dos três países se cruzam. Espanhol, português e guarani se confundem e se transbordam um para o outro. As pessoas se cumprimentam em portunhol-guaranhol-espanhol. Mba´eicha´pa?, como você está?, como estás?



(acima, Kevin Johansen, de camiseta azul, e o cartunista argentino Liniers. Kevin gravou com Paulinho Moska eles também falaram em portunhol)


Portunhol Selvagem


Para dentro e para fora dessa tríplice fronteira se expandiu o ‘portunhol selvagem’, uma prática cultural, ou melhor, uma comunidade artística-literária que faz prosa e poesia na mistura de idiomas.


“É um projeto estético e linguístico ideado pelo escritor brasileiro (de família paraguaia) Douglas Diegues que convoca uma serie de manifestações através da invenção de uma língua poética em portunhol”, aponta a doutoranda Maria Eugenia Bansescu da UNR/CONICET (Argentina). O conceito ‘portunhol selvagem’ é do próprio Douglas, em homenagem às selvas primitivas da região.

Ele mora na cidade de Ponta Porã, no estado de Mato Grosso do Sul, a 35 quilômetros de Cerro Corá, onde teve fim a guerra da Tríplice Aliança. Ali o guarani ainda está vivo. É “um experimento selvagem que brota como flor misma de las lenguas que moram dentro du meu pensamentu, u português, o espanhol, algo do guarani y do guaranhol, mesclados” explica o escritor.


É o resultado das linguagens híbridas nascidas nas ruas, nas fronteiras, apropriando-se de ações erráticas como fonte inspiradora de criação, sem preconceitos nem proibições.


Nesse contexto, acrescenta a pesquisadora Maria Eugenia, o adjetivo ‘selvagem’ estaria associado também ao modo de insurreição e negociação cultural frente às convenções linguísticas e do mercado editorial.


Douglas lançou em 2002 seu primeiro livro ‘Dá gusto andar desnudo por estas selvas’ (Travessa dos Editores, Curitiba, 2002) e ‘Triple frontera dreams’ (Katarina Kartonera 2010 y Eloisa Cartonera, 2012).

Os outros porta-vozes são escritores que desde a década de ’90 se somaram a esta proposta. E relacionados a eles, os chamados Poetas das três fronteiras, os paraguaios Jorge Kanese, Edgar Pou, Cristino Bogado e o argentino Marcelo Silva. Wilson Bueno, Xico Sá, Joca Reiners Terrón e Rolando Bressane.


Contos, novelas e poemas em portunhol selvagem, como única escritura. Mas todos com seu estilo próprio. Nenhum deles se parece com ninguém.


“Cada vez que alguém começa a falar em portunhol é um novo portunhol, é selvagem como todo recém nascido”, diz Joca.


O primeiro do grupo a produzir obra foi o paranaense Wilson Bueno com ‘Mar paraguayo’ (1992), com prólogo do poeta argentino Néstor Perlingher. É ele que trará a próxima novidade com seu livro “Mascate”, que incluirá também vocábulos em árabe.


Será vendido através da primeira editora cartonera do Paraguai YIYI Jambo -inspirada na precursora e argentina Eloísa Cartonera- que utiliza cartão reciclado para a montagem dos exemplares. Produção artesanal e limitada. 


Rolando Bressane, autor de  “Cada vez que ella dice xis” (Yiyi Jambo, Assunção, 2008) fez a primeira reportagem nesta língua para O Estado de São Paulo (http://alias.estadao.com.br/noticias/geral,hablando-serio,122244).


O mato-grossense Joca Terrón passou parte da infância e adolescência em cidades fronteiriças do Paraná e Mato Grosso do Sul. “O portunhol falado pelos habitantes de regiões do Brasil próximas de países de língua espanhola, tem a ver com a porosidade delas e o uso da língua só reflete isso”, explica. Joca produziu uma peça de teatro chamada “Bom Retiro 958 Metros”, em São Paulo onde diversas personagens falavam em portunhol.

Publicou Transportunhol borracho (Dulcineia Catadora, São Paulo, 2008), traduzindo a poesia de grandes nomes como Raymond Carver, Jim Dodge, H.M Enzensberger ao portunhol.

Xico Sá é outro dos representantes, autor de Caballeros solitários rumo ao sol poente e La mujer és un gluebo da muerte.


Pouco se conhece da produção desses escritores “porque o portunhol é uma língua sem Estado, e ele não permite que se fale. Ele não é oficial. Eu gosto de escrever em portunhol porque não gosto de ser o bom aluno”, reflete irônico Douglas Diegues.


Em outros campos como o das artes visuais, a artista conceitual argentina Ivana Martínez Vollaro, reuniu em 2005 a mais de 100 artistas num projeto chamado Portunhol, onde as palavras e expressões “erradas” foram um disparador de criação e comunicação.


Nos anos ’60, o artista argentino Xul Solar tinha criado o neocriollo, uma espécie de língua do futuro de Sudamerika, muito próxima ao que seria o portunhol.


(O artista plástico Xul Solar também valorizou o porteunhol de alguma forma, cita a autora)


No que diz à literatura, a pesquisadora Maria Eugenia nos lembra que na América latina, teve algumas obras chave de interferências linguísticas como Galáxias de Haroldo de Campos no Brasil e alguns contos de Horacio Quiroga na Argentina, contextualizados na fronteira com o Paraguai.


Mais recentemente, que ‘movimento’ artístico estaria aparentado com o portunhol selvagem? Myriam Avila, professora da faculdade de letras da Universidade Federal de Minas Gerais diz que “o impulso rasquache nas artes plásticas praticadas nos Estados Unidos pelos chamados latinos nas últimas décadas do século XX, é aparentado ao que move poetas como Douglas Diegues na América do Sul”.


Vale lembrar que o rasquache transformou-se num estilo de arte após enfrentar críticas à sua conotação inicial negativa associada, no México, às classes baixas.


O portunhol ainda é concebido como uma língua de negociação e de intercâmbio entre territórios culturais, enquanto o portunhol selvagem aponta para o fato de que toda língua se encontra em uma terra de ninguém.

“Ele é uma língua de sobrevivência, de precariedades. Não reconhece territórios, gramáticas nem normas e não se restringe aos vocabulários português e espanhol. É uma língua-moradora-de-rua”, aponta a professora Myriam.


E por outro lado, essas manifestações ajudam a pensar criticamente sobre algumas das transformações históricas do mundo contemporâneo, como as migrações e a proliferação de fronteiras”, completa a pesquisadora Maria Eugenia.


Como disse o poeta Manuel de Barros - próximo às vanguardas europeias de inícios do século XX-: “eszribo la lengua que aprendi primero”. A da integração.

 

 

ARMADILHAS DO IDIOMA

Cuidado com o portunhol




Fortes semelhanças entre o português e o espanhol geram muitas vezes palavras definidas como sendo do "portunhol". Veja aqui a lista que estamos preparando.

Por Marcia Carmo


Aguinaldo: No Brasil, é um nome próprio masculino. Na Argentina, sinônimo do 13º salário. Fica divertido para um brasileiro quando aqui trabalhadores erguem faixas dizendo: "Queremos aguinaldo" ou "Nosso aguinaldo está atrasado" ou ainda "Queremos aguinaldo completo".

Bañero: Significa salva-vidas. Na praia, se estiver se afogando e precisar da ajuda de um salva vidas, grite então 'banhero' e para ir realmente ao banheiro, pergunte por 'baño' (leia-se banho). Exemplo: 'Donde está el baño?' ('Onde fica o banheiro?'). E a palavra "salva-vidas" o que significa em espanhol? Em espanhol é  o nosso 'pneu' (aquela excesso em torno da cintura).

Borracho: em espanhol é alguém que bebeu demais. E em português também é ébrio. Mas para nós brasileiros é mais comum, hoje, o uso de "bebado" ou "bebum". Soube de argentinos que riram quando leram a nossa 'borracharia' no Brasil. Imaginaram ser lugar de encontro de 'borrachos'. Em tempo: para eles, a nossa 'borracharia' é 'taller' (leia-se tajer) ou ainda 'taller mecánico' (leia-se tajer mecânico). 

Borrachera: bebedeira, borracheira. Mas como no caso do "borracho", que está no dicionário Aurélio, como nos alertou uma leitora da Colômbia, é muito mais comum usarmos bebedeira quando alguém bebe demais no Brasil. No popular, "encheu a cara". 

Chimento: parece o nosso 'cimento', mas é 'bisbilhotice'

Chisme: fofoca

Corpiño: (leia-se 'corpinho') Não é como falamos no Brasil uma pessoa esbelta. Mas 'sutiã'. Um amigo brasileiro disse em Buenos Aires para uma garçonete bonitona. "Você tem trinta anos, mas com 'corpinho' de vinte". E ela, argentina, pensou que ele se referia ao tamanho de seu busto e não ao seu corpo perfeito.

Cubiertas: se você pedir uma "cubierta" porque está sentindo frio, ninguém vai entender nada. 
Cubierta é pneu de automóvel. 

Cubiertos: não é uma coberta ou cobertor. São talheres. E a nossa coberta? Para eles, é 'frazada'.

Embarazada: grávida

Equipo: Time de futebol.

Esposas: algemas

Exquisito: essa palavra nos confunde porque trata-se de um "falso amigo" - mesma palavra e signficado totalmente diferente nos dois idiomas. Em português, "esquisito" é sinônimo de algo estranho, excêntrico. Em espanhol, o adjetivo é empregado para definir uma pessoa ou um prato, por exemplo. Delicioso e gostoso à mesa. E pessoa com grana ou influente, como indica o título do livro do escritor argentino Adolfo Bioy Casares - "Diccionario del argentino exquisito".

Fuego: em português é 'fogo'. Mas essa é só uma das palavras que ajudam a fortalecer a inevitável existência do portunhol. É ampla a lista para as palavras nas quais temos apenas que trocar 'o' por 'ue'. Outro exemplo, a nossa 'roda' para eles é 'rueda'.

Hincha: (leia-se 'incha') torcedor.

Hinchada: (leia-se 'inchada') torcida e, como no Brasil, também alguém com alguma parte do corpo machucada. 

Gran barata: Não é uma barata (cucaracha) grande. Mas uma baita liquidação (liquidación) em alguma loja.

Groso: (leia-se grosso). Para nós, brasileiros trata-se de uma pessoa sem classe, um bruto. Para os argentinos, o adjetivo é sinônimo de alguém "poderoso" ou "genial". Assim, uma mulher "grosa" é poderosa. 

Mala: em português é o que usamos para levar roupas e outros objetos em uma viagem. A palavra é também associada a uma pessoa chata, insuportável. Na Argentina, mala é uma pessoa má. 'Una mala persona'. E o que para nós brasileiros é 'um mala', para eles é alguém 'pesado' (chato). Para eles, argentinos, quando alguém é chato demais é, então, 'muy pesado' - sinônimo do nosso 'muito mala'.

Mestizas- gemeas.  O Aécio tem filhas mestizas isso é gêmeas.


Pan dulce: é como os argentinos (e outros do idioma espanhol) chamam o que para nós é o panetone.

Pelado:para nós, brasileiros, é uma pessoa sem roupa - pelado, pelada. Para nossos vizinhos, é sinônimo de 'careca'. E para eles quando alguém tira a roupa toda está 'desnudo' ou 'desnuda'. No Rio de Janeiro e em outras cidades brasileiras, 'pelada' é também um jogo de futebol entre amigos. 'Vamos jogar uma pelada'.

Picada: para os brasileiros, a palavra é logo associada a 'picada de mosquito'. Para os argentinos, ela pode ser uma 'picada' de automóveis - quer dizer, para nós brasileiros, 'um pega'. Para nossos vizinhos, 'picada' é também sinônimo de pedir uma entrada de queijos e outros frios para acompanhar um vinho ou uma cerveja em um bar ou restaurantes. Poderia ser quase o nosso, 'vamos beliscar' alguma coisa. 

Presunto: palavra comum para nós brasileiros, na hora de preparar o sanduíche, presunto é "jamón" (leia-se ramón) em espanhol. Causa surpresa quando vemos nos jornais ou na tela da TV quando escrevem aqui na Argentina: "Presunto violador" preso pela polícia. Quer dizer, suposto violador. Para nós brasileiros, uma pessoa também pode "virar presunto" (cadáver). Mas a frase é pouco elegante.

Propina: gorjeta. E o que para nós brasileiros é propina, para eles é "coima".

Saco: casaco. Para um brasileiro costuma ser, no mínimo, estranho ouvir quando eles perguntam se "ese saco es suyo" (leia-se: esse saco é sujo?). Quer dizer, se o casaco é seu. É comum que pensem outra coisa, mais maldosa. Mas é só mais uma das armadilhas do portunhol. 

Sorbete: (leia-se sorvete). Significa canudo. E nosso sorvete é "helado".

Suciedad: aos nossos ouvidos brasileiros a palavra pode ser confundida com "sociedade". Mas em espanhol sociedade é também sociedade. E "suciedad" significa algo muito menos nobre: sujeira.

Tarado:  em português, a palavra é empregada para definir um homem louco por sexo e, neste sentido, perigoso e sem escrúpulos. Em espanhol, um tarado é simplesmente um bobo, imbecil ou idiota. 

Taza: xícara.

Vaga: no Brasil, é uma vaga na garagem, no estacionamento (playa) ou para matricular o filho na escola. Mas para os argentinos, é uma pessoa preguiçosa. 

Vaso: copo


E por quê o português e o espanhol são tão parecidos?


Entrevista: Camila do Valle, do Rio de Janeiro, com doutorado em lusofonia, estudiosa do portunhol, ex-presidente da Fundação Centro de Estudos Brasileiros, em Buenos Aires:


“Até o século XIII era um só idioma (na Península Ibérica). Mas o maior fantasma de Portugal sempre foi a Espanha, que era o reino de Castela. Portugal tinha muito medo de ter que submeter a sua coroa à coroa de Castela. Para se diferenciar da Espanha, Portugal começou a fortalecer toda a sua história, que foi escrita do jeito que as pessoas falavam dentro daquela fronteira de Portugal. Foram contratados cronistas dos reis para escrever um idioma como aquele povo falava. Eles começaram a produzir uma diferenciação da língua entre o português e o que era falado na Espanha. A língua foi chamada de galego português”.


Vem daí o portunhol?


“Claro. A língua é o uso e há muita chance de o portunhol de fato começar a se desenvolver, porque existe este histórico que vem do século treze e de idiomas que têm raízes próximas. Se formos mais atrás ainda, vamos parar no latim. Sendo que o português veio do latim vulgar, vulgo, vulgar, no sentido do povo. Era o povo que falava esse latim errado gramaticalmente e que se tornou o português. No século treze, por exemplo, ‘fror’ era a forma correta de falar ‘flor’. Mas como as pessoas não sabiam falar “fror” e falavam “flor” erradamente o que se estabeleceu, depois, foi “flor”. O idioma é vivo, democrático. E o portunhol algo a ser levado a sério”.


VIZINHOS

Mito derrubado: brasileiros e argentinos nem sempre se entendem em portunhol


Giselle Sousa Días, enviada especial do Clarín a Florianópolis

Muitas palavras soam parecidas, mas significam outra coisa e no Brasil elas são chamadas de “falsos amigos”. Chaves para evitar cair no ridículo.


Quando a pessoa chega ao Brasil deve saber que o portunhol às vezes ajuda e que outras vezes pode deixá-la a ver navios ou fazendo um papelão.


Se você for comprar um biquíni não peça “um novo corpiño” (leia-se corpinho) porque seu corpinho*, embora esteja um pouco flácido e barrigudo, não está tão mal.


Se você, argentino, contar sua melhor piada e te responderem “que engraçado” não olhe para o cabelo (com uma espécie de creme): eles estão te dizendo apenas que algo tem "graça", é “gracioso”.

 
Se você quiser xavecar com classe, não comece a frase dizendo “presuntamente” (em português “supostamente”) porque aqui presunto é o salgado usado no sanduiche.


O verão começou, os argentinos chegaram e aí começa o mito: esse que diz que todo mundo se entende falando portunhol.



Essas palavras que soam parecidas, mas significam coisas diferentes e às vezes opostas, são chamadas aqui de “falsos amigos”. Elas provocam tantas confusões - às vezes engraçadas e outras trágicas - que motivaram Claudio Budnikar, um argentino de San Antonio de Padua, que mora em Florianópolis há 11 anos, a criar o Hispano-luso (está no facebook): uma espécie de dicionário que tenta esclarecer quais são as palavras e frases que costumam gerar confusões.


“Vou pondo lá todas as confusões que eu vou escutando na rua. Tem algumas engraçadas: uma vez, uma garota brasileira disse na frente de um grupinho de argentinos que se sentia embaraçada (em espanhol, embarazada é grávida) por uma situação que não queria explicar.


Os argentinos, que não sabiam que aqui embaraçada significa envergonhada, começaram a rir e lhe disseram: ‘Não precisa explicar, nós sabemos qual é a situação que leva à gravidez’. E houve outras trágicas, como a do turista argentino que entrou desesperado em um bar porque um amigo estava se afogando e gritava: ‘Un banhero, un banhero!’.


E os clientes, pensando que ele estava fazendo nas calças, lhe mostravam a porta do banheiro: o toalete”. Mas ele estava buscando um salva-vidas (que na Argentina é chamado de bañero).


Aqui em Florianopólis a gente escuta os argentinos inventando muito: que a cartinha (carta, menu), que o vacinho (vaso, copo), que o tenedorcinho (tenedor, garfo). Ninguém pede o cardápio para o garçom, nem o copo nem o garfo. Muitos garçons sabem e muitos outros não: salsa é aquela que se dança e não a que vem com a comida, portanto se você pedir raviólis com salsa, você está pedindo massa e que mudem a música. (Aos brasileiros, salsa em espanhol é molho).


Antes de vir, então, anote: se você for comer fora e o garçom disser alguma coisa sobre a cadeira não fique traumatizado, ele está te oferecendo um assento. E se a alegria grudar em você e você quiser ser muito amável e disser “a comida está exquisita” (deliciosa)”, você está dizendo na cara da pessoa que deu a vida por te atender bem: “garçom, a comida está esquisita”.


Além disso, os brasileiros não dizem “apellido”, mas “sobrenome”, portanto se você chegar ao hotel e tiver que preencher uma ficha não coloque: el colorado (o ruivo), el lechón (gordinho) ou el narigueta (narigudo). Dificilmente isso coincida com o seu documento.
Se te acusarem de “surdo” (canhoto), o é que eles estão dizendo que você é surdo.


Aquele cartaz de “borracharia” (os argentinos lembram de borrachera) não é a entrada do bar: é a entrada para uma borracharia para os automóveis.

Dez bilionários "brasileiros" nasceram em outro país; conheça

Estrangeiros



Verônica Mambrini e Maria Carolina Abe do UOL, em São Paulo

Dez dos 150 bilionários brasileiros, na verdade, são estrangeiros. Nascidos fora do país, se naturalizaram e construíram seus negócios no Brasil.


Alguns fugiram de crises em sua terra natal, como os sírios que vieram na década de 1950, ou os franceses Régis e Ghislaine Dubrule, que buscavam oportunidades melhores do que encontravam na Europa em crise com o petróleo.

Nesse grupo, há também famílias que já estavam no país, como os Klein e os Matsunaga. Mesmo estabelecidos aqui, tiveram filhos nascidos na Alemanha e no Japão, respectivamente.


Veja a lista completa.

Joseph Safra

Nascido em Beirute, em 1938, o libanês veio para o país nos anos 1950 e hoje é naturalizado brasileiro. Seu pai, Jacob Safra, era banqueiro em Beirute, e ele tornou-se co-fundador do banco Safra por aqui. Seu patrimônio é estimado em R$ 35,98 bilhões.

Sasson Dayan


Sasson é libanês naturalizado brasileiro, e começou sua carreira no setor bancário no Líbano. Na década de 1950, migrou para o Brasil e fundou o banco Daycoval, especializado em crédito para empresas de médio porte. Sua fortuna é avaliada em R$ 1,66 bilhão.

Chaim Zaher

Nascido no Líbano, Zaher veio para o Brasil com a família, aos 6 anos. Em Araçatuba (SP), um dos primeiros empregos do imigrante naturalizado brasileiro foi como porteiro de escola. Hoje, ele é dono de um dos maiores grupos educacionais no Brasil, o grupo SEB. Vendeu parte do grupo (COC, Dom Bosco, Pueri Domus e NAME) para a britânica Pearson e fundiu a UniSEB, de educação à distância, com a Estácio. Tem patrimônio estimado em R$ 1,48 bilhão.

Patrick larragoiti

Francês naturalizado brasileiro, é herdeiro do grupo SulAmérica, fundada pelo seu avô, o espanhol Joaquim Sanchez Larragoitti, em 1959. Acumula uma fortuna avaliada em R$ 1,08 bilhão.

Régis e Ghislaine Dubrule

O casal des franceses naturalizados brasileiros criaram a Tok&Stok em 1978. Eles fugiam da crise do petróleo, que abalou a economia europeia, e Régis havia conseguido emprego no Brasil. Ele saiu da empresa para criar a loja de móveis com a ajuda da mulher. O patrimônio do casal é estimado em R$ 1,06 bilhão.

Miguel Krigsner

Boliviano, descendente de judeus alemães e naturalizado brasileiro. Esse é o perfil de Krigsner, fundador de O Boticário. Chegou ao Brasil com a família em 1961, aos 11 anos, e fundou a loja que viraria a segunda maior empresa de cosméticos do Brasil em 1977, dois anos depois de se formar. Tem patrimônio de R$ 6,45 bilhões.

Michael Klein

Filho mais velho de Samuel Klein, fundador da Casas Bahia, Michael nasceu na Alemanha, e naturalizou-se brasileiro. Sua fortuna é de R$ 4,51 bilhões, segundo a "Forbes Brasil".

Elie Horn

O judeu sírio naturalizado brasileiro fundou a Cyrela, maior incorporadora do país. Chegou ao Brasil aos 11 anos, e hoje sua fortuna é estimada em R$ 3,03 bilhões.


Liu Ming Chung

O empresário do ramo de papel nasceu em Taiwan e é naturalizado brasileiro. Vive fora da China, seu país de origem, desde 1990, e viveu no Brasil nas décadas de 70 e 80. Tem patrimônio de R$ 1,95 bilhão.

Mitsuo Matsunaga

Genro de Yoshizo Kitano, fundador da Kitano (que deu origem à Yoki), Mitsuo Mastunaga nasceu no Japão e se naturalizou brasileiro. Sua fortuna é estimada em R$ 1,63 bilhão.



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Nova técnica petista: criar perfis fake, simular racismo e desaparecer. Jogo sujo sem limites.

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Haja saco para a falta de escrúpulos dos membros do MAV-PT.

Agora surgiram com um novo truque: criar perfis fake para simular comportamento racista, tentando imputar culpa nos eleitores do adversário. O problema é que, enquanto investigamos, o perfil simplesmente desaparece.

Fiquem de olho nas credenciais e histórico de pessoas se portando dessa forma, pois como no caso que veremos abaixo, estamos tratando de MAV’s petistas tentando criar factóides para depois fazer o jogo do vitimismo.

Veja o exemplo de que falei:

fakeperfil
Observe como a tramóia é fácil de ser executada: neste caso temos um perfil de Twitter surgido do nada e que, evidentemente, já desapareceu.

É imperativo tomarmos a postura de denunciar esse tipo de atitude e automaticamente exigirmos as evidências de autenticidade diante de comportamentos assim.

É fato que os petistas vão apelar ao submundo dessa vez. Criar perfis falsos para simular acusações de oponentes é parte do jogo petista para essa eleição.

Repito: fiquem de olho! A guerra política, pelo lado do PT, está chegando ao nível da barbárie.

Tese petista: “Aécio perdeu em MG, portanto não pode ser presidente”. Vamos validar a tese?

aecipimenta
Essa é outra que você com certeza vai encontrar pelas redes sociais. A tese é bem simples e descrita desta forma: Aécio perdeu em MG, logo está mal avaliado pelos seus antigos eleitores e não pode ser presidente”. Como de costume, esse é mais um discurso legitimamente petista, gente que, conforme sabemos, acha a verdade um bem tão “precioso” que deve ser economizada ao máximo.

Para que um partido use este tipo de discurso é preciso ser realmente baixo em termos de política. A coisa é tão baixa, tão rasteira que simplesmente não passa de uma desculpa esfarrapada baseada em uma distinção de emergência.

Pena que faltou eles dizerem que a derrota foi por uma cabeça, em uma época em que os Correios se tornaram notícia pelo aparelhamento da companhia, ou seja, ocorreu um jogo sujo para ajudar os petistas. Foi o próprio deputado Durval Ângelo do PT que afirmou que se não fossem os petistas dos Correios, Dilma não conseguiria liderar as pesquisas (ele disse que antes tinham 30%, resultando em 40%, por causa de “dedo dos correios”). Por isso, MG nem conta como derrota, especialmente por conta desta marmelada.

Relembre:

Vale lembrar que neste estado o sucessor de Aécio, Antonio Anastasia, ganhou para senador com 56% dos votos. Na sujeira do aparelhamento dos Correios, muito provavelmente focaram na presidência e no governo do estado e se esqueceram do Senado. Surge um forte argumento em prol da noção de que sem o aparelhamento, o PT não teria chances em MG.

Como lembrou o leitor Paulo de Tarso Irizaga, o PT “perdeu na cidade do Lula, perdeu em São Paulo, onde fica a sede do partido, e perdeu no DF, a casa da Dilma. Como se não bastasse, foi o partido que mais perdeu parlamentares nessas eleições. Os tucanos foram aqueles que mais ganharam parlamentares. Os deputados mais votados foram aqueles que se colocam como mais anti-petistas”.

O território onde está escrito “perdeu em sua Terra, não serve” realmente não é mais propício para os petistas.

E aí, PT, vamos falar de corrupção?

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Ver o PT falar de “combate à corrupção” é similar a ver o Fernandinho Beira Mar falar de “combate às drogas”, como bem lembrou Augusto Nunes dia desses. Por isso é particularmente bizarro observar que o PT, psicoticamente, resolveu investir neste tipo de discurso.


Basicamente um petista começará dizendo o seguinte: “O PSDB tinha engavetador geral da república, nós não…”.

No que ele pode ser rebatido com: “O PT poderia ter reaberto qualquer inquérito que quisesse e não fez, por que não tinha provas. Essa é a diferença que faz toda a diferença: o PT lançava acusações sem provas contra o PSDB para esconder as condenações do PT, que tem criminosos condenados (na Papuda) e dois presos (Costa e Youssef) confessando tudo.”


Eles também poderão alegar o seguinte: “Mas o primeiro mensalão foi o mensalão mineiro.”

Resposta: “Chega a ser grotesco ver um partido querer dizer que ‘aprendeu’ a fazer mensalões com qualquer outro partido. O nível de corrupção do PT não é típico de qualquer outro partido tradicional do Brasil. É o nível de Josef Stalin, Fidel Castro e daí por diante. Por exemplo, hoje a filha de Hugo Chavez tem 800 milhões de dólares no exterior. Isso se chama saqueamento de estado em torno de projetos particulares de poder. Nenhum outro partido do Brasil, além do PT, partiu para tal dimensão de abuso do estado desta forma”.


Outro truque deles: “Existe um indicador de políticos cassados mostrando que o PSDB e DEM lideram o ranking de corrupção”. Rebatida: “Como sempre, os petistas dependem de dados maquiados. Esse indicador não fala de corrupção em geral, mas de processos unicamente eleitorais, e, exatamente por isso, há muito risco de cassações políticas. Por isso, casos como o mensalão não estão aí. Para piorar, esse índice de maneira muito suspeita “cortou” todos os casos de cassações ocorridos após 2007. Qual a explicação para esse “ajuste”?”


E ainda existe o seguinte ardil: “Ah, existe a privataria tucana?”. Rebata com:”Mais um truque vergonhoso do PT, pois ‘privataria tucana’ é um termo criado por marqueteiros do PT referindo-se a uma acusação que não existe, em termos judiciais. A não ser que eles chamem livros de militantes do PT de ‘processos judiciais’, o que é coisa digna de maluco”.


Mais uma? Sim, mais uma. Petralhas dizem: “Aécio Neves é réu em uma ação por improbidade administrativa pelo TJMG”. Vamos lá? Vamos: “Mais uma mentira do PT, pois a alegada ação foi arquivada. Aliás, petistas devem ter algum tipo de transtorno, pois confundem ação com condenação. Condenação é aquilo que aconteceu com os líderes do PT que estão na Papuda”.


Outro ainda disse: “Aqui está uma listinha dos 10 maiores casos de corrupção do Brasil. Todos do PSDB. O mensalão está em décimo.”. Resposta: “O PT é um partido delirante e fora da realidade. Aparece com uma lista do nada, sem qualquer condenação, nem mesmo inquéritos, e inventa números aleatórios sem fontes. A coisa é de tão baixo nível que a Sra. Dilma devia levar isso para debate na TV para ver o que vai acontecer com ela”.

Ademais, ainda temos as listinhas que os petistas fazem, dizendo “X motivos para não votar no PSDB”, citando alguns casos de “corrupção”, mas nenhum deles relacionado a Aécio Neves e quase sempre sem qualquer condenação. Mas já que é para brincar de listinha, qualquer adversário do PT pode ganhar, pois eles precisam se explicar por essa listinha que está rolando via Internet:

01) Escândalo do PETROLÃO
02) Caso Celso Daniel
03) Caso Toninho do PT
04) Escândalo dos Grampos
05) Contra Políticos da Bahia
06) Escândalo do Propinoduto (também conhecido como Caso Rodrigo Silveirinha)
CPI do Banestado
07) Escândalo da Suposta Ligação do PT com o MST
08) Escândalo da Suposta Ligação do PT com a FARC
09) Escândalo dos Gastos Públicos dos Ministros
10) Irregularidades do Fome Zero
Escândalo do DNIT (envolvendo os ministros Anderson Adauto e Sérgio Pimentel)
11) Escândalo do Ministério do Trabalho
Licitação Para a Compra de Gêneros Básicos
12) Caso Agnelo Queiroz (O ministro recebeu diárias do COB para os Jogos Panamericanos)
13) Escândalo do Ministério dos Esportes (Uso da estrutura do ministério para organizar a festa de aniversário do ministro Agnelo Queiroz)
14) Operação Anaconda
Escândalo dos Gafanhotos (ou Máfia dos Gafanhotos)
15) Caso José Eduardo Dutra
Escândalo dos Frangos (em Roraima)
16) Várias Aberturas de Licitações da Presidência da República Para a Compra de Artigos de Luxo
17) Escândalo da Norospar (Associação Beneficente de Saúde do Noroeste do Paraná)
18) Expulsão dos Políticos do PT
19) Escândalo dos Bingos (Primeira grave crise política do governo Lula) (ou Caso Waldomiro Diniz)
20) Lei de Responsabilidade Fiscal (Recuos do governo federal da LRF)
21) Escândalo da ONG Ágora
22) Escândalo dos Copos (Licitação do Governo Federal para a compra de 750 copos de cristal para vinho, champagne, licor e whisky)
23) Caso Henrique Meirelles
24) Caso Luiz Augusto Candiota (Diretor de Política Monetária do BC, é acusado de movimentar as contas no exterior e demitido por não explicar a movimentação)
25) Caso Cássio Caseb
26) Caso Kroll
27) Conselho Federal de Jornalismo
28) Escândalo dos Vampiros
29) Escândalo das Fotos de Herzog
30) Uso dos Ministros dos Assessores em Campanha Eleitoral de 2004
31) Escândalo do PTB (Oferecimento do PT para ter apoio do PTB em troca de cargos, material de campanha e R$ 150 mil reais a cada deputado)
32) Caso Antônio Celso Cipriani
Irregularidades na Bolsa-Escola
33) Caso Flamarion Portela
34) Escândalo de Cartões de Crédito Corporativos da Presidência
35) Irregularidades do Programa Restaurante Popular (Projeto de restaurantes populares beneficia prefeituras administradas pelo PT)
36) Abuso de Medidas Provisórias no Governo Lula entre 2003 e 2004 (mais de 300)
37) Escândalo dos Correios (Segunda grave crise política do governo Lula. Também conhecido como Caso Maurício Marinho)
38) Escândalo do IRBEscândalo da Novadata
39) Escândalo da Usina de Itaipu
40) Escândalo das Furnas
41) Escândalo do Mensalão (Terceira grave crise política do governo. Também conhecido como Mensalão)
42) Escândalo do Leão & Leão (República de Ribeirão Preto ou Máfia do Lixo ou Caso Leão & Leão)
43) Escândalo da Secom
44) Esquema de Corrupção no Diretório Nacional do PT
45) Escândalo do Valerioduto
46) Escândalo do Brasil Telecom (também conhecido como Escândalo do Portugal Telecom ou Escândalo da Itália Telecom)
47) Escândalo da CPEM
48) Escândalo da SEBRAE (ou Caso Paulo Okamotto)
49) Caso Marka/FonteCindam
50) Escândalo dos Dólares na Cueca
51) Escândalo do Banco Santos
52) Escândalo Daniel Dantas – Grupo Opportunity (ou Caso Daniel Dantas)
53) Escândalo da Interbrazil
54) Caso Toninho da Barcelona
55) Escândalo da Gamecorp-Telemar (ou Caso Lulinha)
56) Caso dos Dólares de Cuba
57) Doação de Terninhos da Marísia da Silva (esposa do presidente Lula)
58) Escândalo da Nossa Caixa
59) Escândalo da Quebra do Sigilo Bancário do Caseiro Francenildo (Quarta grave crise política do governo Lula. Também conhecido como Caso Francenildo Santos Costa)
60) Escândalo das Cartilhas do PTEscândalo do Banco BMG (Empréstimos para aposentados)
61) Escândalo do Proer
62) Escândalo dos Fundos de Pensão
63) Escândalo dos Grampos na Abin
64) Escândalo do Foro de São Paulo
65) Esquema do Plano Safra Legal (Máfia dos Cupins)
66) Escândalo do Mensalinho
67) Escândalo das Vendas de Madeira da Amazônia (ou Escândalo Ministério do Meio Ambiente).
68) Escândalo de Corrupção dos Ministros no Governo Lula
69) Crise da Varig
70) Escândalo das Sanguessugas (Quinta grave crise política do governo Lula. Inicialmente conhecida como Operação Sanguessuga e Escândalo das Ambulâncias)
71) Escândalo dos Gastos de Combustíveis dos Deputados
72) CPI da Imigração Ilegal
73) CPI do Tráfico de Armas
74) Escândalo da Suposta Ligação do PT com o PCC
75) Escândalo da Suposta Ligação do PT com o MLST
76) Operação Confraria
77) Operação Dominó
78) Operação Saúva
79) Escândalo do Vazamento de Informações da Operação Mão-de-Obra
80) Escândalo dos Funcionários Federais Empregados que não Trabalhavam
81) Mensalinho nas Prefeituras do Estado de São Paulo
82) Escândalo dos Grampos no TSE
83) Escândalo do Dossiê (Sexta grave crise política do governo Lula)
84) ONG Unitrabalho
85) Escândalo dos Fiscais do IBAMA do Rio de Janeiro
86) Caso Pinheiro Landim
87) Crise no Setor Aéreo
88) Caso Rosemary
89) Operação Hurricane (também conhecida Operação Furacão)
90) Operação Navalha
91) Operação Xeque-Mate
92) Operação Moeda Verde
93) Caso Renan Calheiros
94) Operação Sétimo Céu
95) Operação Hurricane II (também conhecida Operação Furacão II)
96) Caso Joaquim Roriz (ou Operação Aquarela)
97) Operação Hurricane III (também conhecida Operação Furacão III)
98) Operação Águas Profundas (também conhecida como Caso Petrobras)
99) Escândalo do Corinthians (ou caso MSI)
100) Escândalo na Copa do Mundo 2014 (Foi isento pelo PT aproximadamente 1,1 Bilhão de impostos para a FIFA).
É aquele ditado: não sabe brincar, não desce pro play.

Vamos falar de corrupção, PT?

Dossiê “Dilma + Polícia Federal”







Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por João Vinhosa

Nos últimos tempos, tenho produzido e divulgado matérias da maior gravidade, envolvendo a presidente Dilma Rousseff, a Polícia Federal e a Petrobras. 

A seguir, os títulos de algumas delas:


 “Dilma colocou a Polícia Federal na berlinda”; 
“Dilma, a Polícia Federal e a Petrobras”; 
“Desmascarando Dilma”; 
“Dilma e as investigações da Polícia Federal”; 
“Carta aberta ao Corregedor Geral da Polícia Federal”; 
“Carta aberta ao Corregedor Geral da Polícia Federal (II)” e 
“Dilma: mentirosa ou omissa?”.

Nesta oportunidade, informo que tais matérias passarão a fazer parte de uma coleção que – juntamente com os documentos integrantes do depoimento por mim prestado à Polícia Federal em 29 de setembro de 2011 – se intitulará Dossiê “Dilma + Polícia Federal”.


A propósito, citado depoimento inclui um categórico relatório constituído de 11 folhas e 21 anexos, denunciando diversos aspectos do autêntico crime de lesa-pátria em que se transformou a Gemini – sociedade altamente lesiva à Petrobras, arquitetada no tempo em que Dilma acumulava os cargos de Ministra de Minas e Energia e Presidente do Conselho de Administração da Petrobras.

O mais impressionante é que, passados três anos, nunca fui questionado sobre as comprovações contidas em meu depoimento. Nem mesmo sobre o fraudulento Acordo de Quotistas da Gemini firmado em janeiro de 2004, que legaliza superfaturamentos contra a Petrobras.

Por falar em tal Acordo, além de ser destaque em meu depoimento, ele motivou o vídeo “Saia do armário, Dilma (III)”. Lá se encontra a receita de como superfaturar amparado em um Acordo feito sob medida para a rapinagem.

Apresentado o Dossiê “Dilma + Polícia Federal”, só me resta concluir o presente texto. Para tanto, me apoiarei na seguinte afirmativa de Dilma: “A Polícia Federal hoje vai e investiga todos, doa a quem doer, porque o compromisso de meu governo é numa luta incansável contra a corrupção”.

Conclusão: caso a Polícia Federal se omita diante de minhas acusações, lícito torna-se concluir que a atual Presidenta da República está mentindo quando fala em “investiga todos, doa a quem doer”.

Finalizando, apresento o link das diversas matérias citadas e informo que o presente texto está sendo encaminhado ao Corregedor Geral da Polícia Federal Cláudio Gomes, à Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), à Federação Nacional dos Policiais Federais (FENAPEF), ao deputado Delegado Francischini e ao deputado Delegado Protógenes.

https://www.youtube.com/watch?v=x-L-9VGAIYw (Dilma e as investigações da Polícia Federal)

https://www.youtube.com/watch?v=_H9p19Wq7W0 (Carta aberta ao Corregedor-Geral da PF II)

https://www.youtube.com/watch?v=302F6USwq7s (Saia do armário, Dilma! (III))

http://www.maracutaiasnapetroroubobras.com/documentos


/Depoimento_Vinhosa_a_PF_em_29-09-2010.pdf



João Vinhosa é Engenheiro.