terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Do calor de 44 graus pro temporal no Rio, artigo de Beatriz Diniz


Do calor de 44 graus pro temporal no Rio, artigo de Beatriz Diniz




44°C, em Laranjeiras, RJ, 2/2/2019. Foto: Beatriz Diniz

[EcoDebateNo sábado 2/2 teve termômetro marcando 44 graus na zona Sul do Rio. Na noite de 6/2 desabou um temporal com enorme volume de água em poucas horas. A cidade entrou em estágio de crise e amanheceu mergulhada no caos depois da chuvona prevista. 


Ano passado, também em fevereiro, a cidade entrou em estágio de crise depois de temporal [confere aqui]. Isso quer dizer que a prefeitura teve um ano pra preparar cidade e moradores pra lidar com a realidade do clima extremo, chuva e calor mais fortes, e não preparou. Resultado: mais uma tragédia, 7 pessoas mortas [até 10/2], famílias desabrigadas, moradias destruídas [invadidas por água, lama, esgoto e lixo], quase 600 árvores caídas, alagamentos, deslizamentos, prejuízos ambientais, sociais e econômicos. 


Na “nova era” de tantas ôtoridades eleitas em nome de Deus tá faltando enxergar a natureza como criação divina e operar o milagre de respeitar as leis humanas de proteção ao meio ambiente, que valorizam a vida e propiciam que as pessoas vivam melhor. Chove desde que o mundo é mundo. Só que no já cotidiano das mudanças climáticas, governantes e parlamentares precisam investir em preparar as cidades e seus moradores pra chuva e calor mais intensos. 

Negar Ciência, aquecimento global e mudança do clima não faz deixar de existir o que de fato já tá rolando. E sim, é nas favelas e periferias que ignorância e irresponsabilidade das ôtoridades causam os maiores prejuízos.


Prefeito negacionista

“Tragédias inesperadas”, disse o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, sobre os impactos do temporal. Inesperadas porque negacionistas não reconhecem a Ciência. Inesperadas porque negacionistas não admitem fatos cientificamente comprovados. Inesperadas porque é mais fácil falar qualquer achismo depois do que fazer o necessário antes, como investir em prevenção de enchentes e contenção de encostas.

O prefeito culpa a chuva mas é incapaz de reconhecer a incompetência da própria “gestão”, que reduziu serviços públicos, como limpeza de bueiros e até varrição de lixo. A prefeitura aplicou apenas 22% do orçamento pra ações de controle de enchentes e contenção de encostas em 2017 e 2018, deixou de gastar R$ 564 milhões dos R$ 731 milhões disponíveis [acessa aqui matéria com esse levantamento do UOL nos dados do Portal da Transparência e da Lei Orçamentária Anual].


Apesar dos dados, o prefeito nega diminuição dos gastos em prevenção de enchentes e proteção de encostas. “Nesses meus 2 anos de governo eu não sei se teve um outro setor que nos preocupasse tanto quanto as contenções de encostas, fizemos mais de 40 ontem, 40 ano passado”. Crivella não sabe mesmo. De 2013 pra 2018: queda de 77% nos gastos com prevenção de enchentes e de 58% com proteção de encostas [olha aqui na reportagem do RJTV]. 

Crivella fala em nome de Deus, é pastor, mistura suas opiniões pessoais com a função de prefeito. Chuva é um fenômeno natural, pra religiosos então seria uma criação divina. Como pode transferir pra chuva a culpa pelo caos na cidade? Só que o fenômeno natural é agravado pela interferência humana registrada pela Ciência. Chega a ser pecado negar mudança do clima.

Prefeito negacionista tem o mesmo efeito que corrupto, rouba da gente políticas públicas que salvam vidas, que preparam cidades e moradores pra cuidar do ambiente e diminuir riscos de mortes e prejuízos ambientais, sociais e econômicos.

Rio tinha estratégia de resiliência
A cidade maravilhosa tinha uma estratégia de resiliência, foi lançada em maio de 2016 pelo ex-prefeito Eduardo Paes. Uma estratégia pioneira [Rio Resiliente] pra enfrentar efeitos das mudanças climáticas e desafios urbanos. Foi a primeira cidade no Hemisfério Sul a lançar um programa específico pra resiliência. A prefeitura tava investindo na resiliência do Rio desde 2009. Paes foi líder do C40 [grupo de prefeitos de megacidades dedicados a preparar cidades e pessoas pro maior desafio que a humanidade precisa enfrentar: mudanças climáticas] e proveu a cidade com legislação, estudos e programas. Agora dá pra notar que faltou dialogar com a sociedade. 

O prefeito Crivella passou a gestão do Rio Resiliente pra Subsecretaria de Planejamento e Gestão Governamental em 2017, antes sob responsabilidade do Centro de Operações. No entanto, no site da prefeitura nem com a busca se consegue achar alguma menção à estratégia de resiliência da cidade. O site Rio Resiliente não existe mais. No Facebook tem a página Rio Sustentável e Resiliente, do escritório de planejamento da Prefeitura do Rio, com publicação mais recente de 4/2, sem nenhuma informação de serviço ou educação e sem link de referência governamental. 

A cidade do Rio ainda integra o C40. A sociedade ainda não tem nem como imaginar o que isso representa. Uma busca por C40 no site da prefeitura dá zero ocorrência. Apesar de ter assinado compromisso de desenvolver planos ambiciosos de ação climática até 2020, é pra “inglês ver”, pra constar, pra prefeitura não passar o vexame internacional de pedir pra sair. Prova disso é o segundo temporal caótico na “gestão” Crivella sem qualquer avanço em conservação, prevenção e educação ambiental, só a mesma reação que sobrecarrega Comlurb, Defesa Civil, CET-Rio e Bombeiros.


Tempo, clima e resiliência
O janeiro de 2019 na cidade do Rio foi 4.9 graus mais quente que a média normal no período. Foi o janeiro mais quente em 97 anos. Não é difícil notar que algo mudou, já que não é um pequeno aumento da temperatura. 


O que mudou foi o clima. E a mudança no clima causa mudanças no tempo. É bom a gente entender a diferença entre clima e tempo pra não ficar repetindo ignorâncias que negacionistas costumam falar [ainn tá tão frio hoje, explica ae o aquecimento global agora]. 

Tempo é o estado da atmosfera em local e momento determinados. Clima é a condição média da atmosfera observada por longo período. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia [INMET]: Tempo é o estado físico das condições atmosférica em um determinado momento e local [a influência do estado físico da atmosfera sobre a vida e as atividades do homem]; Clima é o estudo médio do tempo para o determinado período ou mês em uma certa localidade [características da atmosfera observadas continuamente durante um certo período].


Por isso, tem dia de tempo quente em mês de clima frio e dia de tempo frio em mês de clima frio. E como o clima no mundo mudou, com o aquecimento do planeta comprovado cientificamente, é imprescindível que na gestão das cidades sejam considerados os riscos das mudanças climáticas [chuva e calor mais intensos] e incorporados conceito e construção da resiliência. 


No estudo Rio Resiliente Diagnóstico e Áreas de Foco [parte da Estratégia de Resiliência] tão indicadas as principais ameaças pra cidade relacionadas às mudanças climáticas: Chuvas intensas, ondas e ilhas de calor, ventos fortes, elevação do nível do mar, secas, dengue e outras epidemias. 

Alguns dos principais desafios pro Rio se tornar uma cidade resiliente são relativos ao clima. A definição de resiliência tá logo no sumário desse documento público elaborado pela prefeitura do Rio [na última gestão do Eduardo Paes]: “Resiliência é a capacidade de indivíduos, comunidades, instituições, empresas e sistemas se adaptarem e crescerem para sobreviver, não importando que tipo de estresses e choques venham a experimentar. A resiliência permite que as pessoas se recuperem mais fortes, depois de tempos difíceis, e vivam melhor nos bons tempos.”


Outro desafio apontado no diagnóstico é a atuação de grupos criminosos. A “gestão” do Crivella, além de ignorar uma estratégia crucial pra cidade, é permissiva, omissa, e faz de conta que as milícias não tão expandindo construções irregulares na cidade. 


A vida das pessoas, as perdas das pessoas
A explicação do tempo pro temporal é da previsão meteorológica: ventos trazendo umidade do mar pro continente, fortes correntes de vento, rajadas de mais de 100kms por hora, formação de nuvens de tempestade, linha de estabilidade grande e lenta, riscos de alagamentos e deslizamentos. Tudo previsto pro momento e pro local determinados.

A explicação do clima pro temporal é o alerta ignorado da realidade dos extremos: o planeta tá mais quente, o aquecimento mudou o clima, a mudança climática faz chuva e calor serem mais intensos. Tudo comprovado em registros de séculos e em estudos científicos constantes e atuais.
Portanto, não basta reagir às previsões do tempo, é preciso agir pelo clima. E agindo pelo clima também se prepara as cidades pro que a previsão do tempo anuncia e se melhora a reação. No entanto, pro prefeito do Rio é o bastante limpar bueiro em alguns meses e reclamar de que tem sempre muito lixo: “tamo fazendo operação de limpa bueiro há 3 meses, mas, é sempre muito lixo” [confere aqui a declaração do Crivella na reportagem do RJTV].

Se “é sempre muito lixo” na cidade, é óbvio que 3 meses de limpada de bueiro não resolve. Muito lixo vira menos lixo com coleta seletiva, reciclagem, compostagem, reposição de lixeiras públicas e educação ambiental, além da varrição. Na Rocinha, que foi em parte evacuada no temporal, a prefeitura destruiu a sede do projeto Olho no lixo, que fazia o manejo correto de recicláveis e aumentava a retirada de materiais do ambiente [o terreno do projeto, cedido pelo governo estadual, foi desapropriado pela prefeitura sem autorização e sem pedido de cessão]. A prioridade do prefeito na Rocinha foi melhorar a aparência da fachada dos imóveis de frente pra via porque tava “muito feinha”.

Preparar as cidades pro clima extremo, chuva e calor mais intensos, não é trabalho de um dia, é constante, é todo dia. E é com a participação cidadã dos moradores informados e motivados pra cuidar do lugar em que mora, a casa comum a toda gente. Quando moradores percebem a atuação da prefeitura, atendendo a interesses coletivos, fica mais fácil motivar o envolvimento no cuidar dos ambientes em que a gente mora, transita, trabalha.

É sempre no segmento mais pobre das populações que cai o peso das perdas em vidas e em bens materiais comprados com muito esforço em trabalho e financiamento. É injusto e doído. Dias depois dos estragos, a prefeitura sequer atendeu a todas as localidades atingidas. A prefeitura só enviou equipes pro Vidigal depois que a atriz Roberta Rodrigues postou vídeo nas redes sociais mostrando a situação dramática e a falta dos serviços públicos necessários da Comlurb, da Defesa Civil.

A combinação de urbanização e mudanças climáticas exige políticos preparados pra prover as cidades com resiliência e adaptação. A combinação de urbanização e mudanças climáticas requer que a imprensa amplie e qualifique a cobertura da pauta ambiental, sobre meio ambiente, clima e sustentabilidade. 

E no contexto da “nova era” de ôtoridades negacionistas, que deturpam fatos e inventam conspirações contra a soberania nacional sem a menor vergonha da falta de honestidade, ambientalistas e produtores de conteúdo especializado em meio ambiente e sustentabilidade precisam ampliar seu alcance e chegar, nos cidadãos, em especial nos moradores de favelas e periferias. Por isso, aliás, meu primeiro artigo pro Voz das Comunidades foi sobre as iniciativas extraordinárias em meio ambiente e sustentabilidade empreendidas nas favelas cariocas [acessa aqui pra ler].


Beatriz Diniz é Jornalista especializada em Gestão Ambiental, Sustentabilidade nas Cidades, Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Socioambiental Empresarial, especialista em Marketing de Conteúdo e Comunicação de Propósito.

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 12/02/2019
"Do calor de 44 graus pro temporal no Rio, artigo de Beatriz Diniz," in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 12/02/2019, https://www.ecodebate.com.br/2019/02/12/do-calor-de-44-graus-pro-temporal-no-rio-artigo-de-beatriz-diniz/.

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Um pequeno número de culturas está dominando globalmente e isso é uma má notícia para a agricultura sustentável

Um pequeno número de culturas está dominando globalmente e isso é uma má notícia para a agricultura sustentável


Um novo estudo sugere que, globalmente, estamos cultivando mais os mesmos tipos de culturas, e isso apresenta grandes desafios para a agricultura sustentável em escala global.

University of Toronto Scarborough*

Brasnorte, MT, Brasil: Árvore em meio a plantação de soja. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O estudo, feito por uma equipe internacional de pesquisadores liderados pelo professor assistente Adam Martin, usou dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) para analisar quais plantações foram cultivadas onde em fazendas industriais de larga escala de 1961 a 2014.

Eles descobriram que, dentro das regiões, a diversidade de culturas na verdade aumentou – na América do Norte, por exemplo, 93 cultivos diferentes agora são cultivados, em comparação com os 80 anos da década de 1960. O problema, diz Martin, é que, em escala global, agora estamos vendo mais dos mesmos tipos de culturas sendo cultivadas em escalas muito maiores.

Em outras palavras, grandes fazendas industriais na Ásia, Europa, América do Norte e do Sul estão começando a parecer as mesmas.

“O que estamos vendo são grandes monoculturas de culturas comercialmente valiosas sendo cultivadas em grande número ao redor do mundo”, diz Martin, que é ecologista do Departamento de Ciências Físicas e Ambientais da Universidade de T Scarborough.

“Fazendas industriais tão grandes estão freqüentemente cultivando uma espécie de cultura, que geralmente é apenas um único genótipo, em milhares de hectares de terra.”

Soja, trigo, arroz e milho são ótimos exemplos. Somente estas quatro culturas ocupam quase 50% das terras agrícolas do mundo, enquanto as restantes 152 cobrem o resto.

É amplamente assumido que a maior mudança na diversidade agrícola global tomou parte durante a chamada troca de Columbia dos séculos XV e XVI, onde espécies de plantas comercialmente importantes estavam sendo transportadas para diferentes partes do mundo.

Mas os autores descobriram que na década de 1980 houve um aumento maciço na diversidade de culturas globais, já que diferentes tipos de culturas estavam sendo cultivadas em novos lugares em escala industrial pela primeira vez. Na década de 1990, essa diversidade se estabilizou, e o que aconteceu desde então é que a diversidade entre as regiões começou a declinar.

A falta de diversidade genética nas culturas individuais é bastante óbvia, diz Martin. Por exemplo, na América do Norte, seis genótipos individuais compreendem cerca de 50% de todas as culturas de milho plantadas.

Esse declínio na diversidade global de culturas é um problema por vários motivos. Por um lado, afeta a soberania alimentar regional. “Se a diversidade de culturas regionais está ameaçada, isso realmente reduz a capacidade das pessoas de comer ou comprar comida que é culturalmente significativa para elas”, diz Martin.

Há também uma questão ecológica; acho que a fome da batata, mas em escala global. Martin diz que, se há um crescente domínio de algumas linhagens genéticas de culturas, o sistema agrícola global torna-se cada vez mais suscetível a pragas ou doenças. Ele aponta para um fungo mortal que continua a devastar as plantações de banana ao redor do mundo como um exemplo.

Ele espera aplicar a mesma análise em escala global para analisar os padrões nacionais de diversidade de culturas como um próximo passo para a pesquisa. Martin acrescenta que há um ângulo político a ser considerado, já que as decisões do governo que favorecem o cultivo de certos tipos de culturas podem contribuir para a falta de diversidade.

“Será importante observar o que os governos estão fazendo para promover tipos diferentes de culturas sendo cultivadas, ou a nível de políticas, eles estão favorecendo as fazendas a cultivar certos tipos de culturas de rendimento”, diz ele.

Referência:
Martin AR, Cadotte MW, Isaac ME, Milla R, Vile D, Violle C (2019) Regional and global shifts in crop diversity through the Anthropocene. PLoS ONE 14(2): e0209788. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0209788

Tradução e edição de Henrique Cortez, EcoDebate.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 08/02/2019
"Um pequeno número de culturas está dominando globalmente e isso é uma má notícia para a agricultura sustentável," in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 11/02/2019, https://www.ecodebate.com.br/2019/02/11/um-pequeno-numero-de-culturas-esta-dominando-globalmente-e-isso-e-uma-ma-noticia-para-a-agricultura-sustentavel/.

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Alimentação e saúde mental, artigo de Roberto Naime

Alimentação e saúde mental, artigo de Roberto Naime


cérebro
Cérebro. Imagem: Por Yurchanka Siarhei / Shutterstock.com

[EcoDebate] A alimentação e a saúde mental são muito mais relacionadas do que se imagina. São muitas as causas relacionadas com as alterações da química cerebral e que se refletem com os transtornos psiquiátricos, como depressão, esquizofrenia, déficit de atenção e mal de Parkinson ou de Alzheimer.

Um dos muitos fatores está na deficiência de nutrientes da alimentação, que pode ocorrer durante a gestação ou já na fase adulta. O baixo consumo de frutas, hortaliças e grãos, que podem frequentemente serem substituídos por refeições pobres em vitaminas, sais minerais e fibras e ricos em gorduras saturadas e alimentos refinados, como o açúcar e a farinha de trigo é motivo essencial.


Numerosas evidências mostram que fatores nutricionais desempenham um papel importante na determinação do quanto o cérebro envelhece e experimenta desordens neurodegenerativas. Sem a menor dúvida, as motivações hegemônicas se relacionam com alimentação inadequada.

Fibras alimentares estão associadas a maiores taxas de atenção e diminuição da sensibilidade ao estresse, assim como ajudam a manter estáveis os níveis de glicemia, levando a melhora da qualidade de vida e do desempenho intelectual.

Flavonóides pelo alto poder antioxidante, são essenciais ao equilíbrio fisiológico do Sistema Nervoso Central ao inibir o estresse oxidativo. Apresentam ótimas respostas no tratamento de esquizofrenia e depressão.

Ômega 3 são ácidos graxos poli-insaturados, encontrados em peixes de águas geladas, que atuam na sinalização celular, determinação da plasticidade sináptica e modulação de substâncias com atividade neuro-modulatória e neurotransmissora. Existem registros de bons resultados na sua aplicação no tratamento nos casos de esquizofrenia.

Vitamina B12 é importante para a manutenção neurológica, sendo capaz de retardar o aparecimento de sintomas de demência senil, melhora na linguagem e cognição quando usada de forma preventiva.

Em adolescentes, sua deficiência pode induzir ao desenvolvimento de sintomas de deficiências cognitivas.

A vitamina D contribui na prevenção de enfermidades neurodegenerativas e neuro imunes. O ferro promove correta oxigenação e produção de energia nos tecidos que formam as funções cerebrais. Sua carência pode ser vista em crianças com Síndrome de Hiperatividade com Déficit de Atenção, além de estar associado ao quociente de inteligência em crianças.

Manganês, cobre e zinco participam de mecanismos enzimáticos de proteção contra os radicais livres e que evitam a indução de alterações do funcionamento do Sistema Nervoso Central (SNC).

Entre os melhores alimentos para o cérebro estão aqueles que contêm o elemento químico selênio, com destaque para a castanha-do-pará, salmão, farelo de trigo, semente de girassol seca, ostra crua, fígado bovino, camarão cru entre outros.

Em vez de tratamentos, manter boa alimentação pode ser fundamental, principalmente em organismos predispostos a serem afetados por distúrbios mentais. Uma boa e saudável alimentação também pode ser um fator importante para o desempenho cotidiano de vida.

Hoje se possui conhecimento sobre como as substâncias químicas reguladoras da atividade cerebral são formadas e a partir desta informação se investigam os alimentos que podem contribuir tanto para esta regulação,

O cérebro precisa de uma dieta equilibrada para manter bom desempenho de seu funcionamento. Então, para pensar, memorizar, lembrar e assim por diante, devem ser ingeridos alimentos que contêm os nutrientes que mantenha a boa “performance” mental

Existem vitaminas e minerais já referidos, que estão diretamente envolvidos na saúde mental como, na concentração, memória, desempenho mental e humor. Se o organismo não estiver adequadamente nutrido, será muito mais difícil para que a mente se mantenha em equilíbrio e o cérebro obtenha máximo rendimento.

Manter uma dieta balanceada e rica em nutrientes é um hábito que traz grandes benefícios para a saúde física e mental. Consumir peixe pode te ajudar a prevenir doenças mentais.

As evidências das relações que existem entre a dieta e a saúde mental está crescendo a um ritmo acelerado.

Além disso, as evidências indicam que a alimentação desempenha um papel importante no desenvolvimento e a prevenção de problemas de saúde mental.

Em uma recente investigação, se descobriu que consumir peixe semanalmente pode ajudar a diminuir o risco de desenvolver mal de Alzheimer e outras doenças mentais.

Se deseja que as informações e reflexões manifestadas possam auxiliar a todos, principalmente aos indivíduos que já apresentam pré-disposições genéticas a serem afetados por doenças mentais a desenvolverem padrões de alimentação mais satisfatórios.

r. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

Sugestão de leitura: Civilização Instantânea ou Felicidade Efervescente numa Gôndola ou na Tela de um Tablet [EBook Kindle], por Roberto Naime, na Amazon.

Referência:
http://www.utfpr.edu.br/servidores/novo-portal/nutriinforma-2012/saudemental.pdf

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 12/02/2019
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Amazônia: Primeiro a motosserra, depois o fogo; o vento vem enfim encerrar a saga

Amazônia: Primeiro a motosserra, depois o fogo; o vento vem enfim encerrar a saga


Tempestades de vento intensificam a degradação de florestas

Nova pesquisa do IPAM detalha como as árvores altas que sobreviveram, ainda que combalidas, ao desmatamento e às queimadas padecem por fim às tempestades, que estão a cada dia mais fortes e frequentes.
Do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM)
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As tempestades de vento são distúrbios que ocorrem naturalmente na Amazônia, porém podem amplificar os impactos na floresta do desmatamento e o fogo. Um artigo científico publicado na revista “Journal of Ecology”, com autoria de cientistas do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), explora as sinergias entre a derrubada de florestas, fogo e tempestade de vento como causas da degradação na Amazônia. As áreas mais fragmentadas e as já atingidas previamente por fogo são as que mais sofrem com os efeitos das tempestades de vento.

O estudo quantificou as respostas da vegetação a uma tempestade de alta intensidade que durou cerca de 30 minutos e ocorreu no sul da Amazônia em um experimento de fogo em grande escala em 2012. Os dados coletados antes e após a tempestade indicaram que os danos foram maiores para grandes árvores, em áreas perto da borda da floresta, e em áreas queimadas em anos anteriores.

A área experimental fica na Fazenda Tanguro, em Mato Grosso, onde o IPAM  desenvolve o Projeto Tanguro, e consiste em três parcelas de 50 hectares estabelecidas em 2004, sendo uma que nunca foi queimada (mantida como controle), uma queimada anualmente e outra queimada em intervalos de três anos. Os resultados mostraram que a tempestade de vento podou, quebrou e arrancou árvores.

Nas parcelas queimadas anualmente, 13% das árvores foram danificadas; na queimada a cada três anos foram 17% e, na parcela de controle, apenas 8%.

Quatro anos após a tempestade de vento, cerca de 85% das árvores atingidas pelo vento nas áreas queimadas e 57% na parcela controle morreram. Outro estudo, publicado em 2018 com participação de um pesquisador do IPAM, mostrou um aumento na taxa de mortalidade de árvores em florestas tropicais de diversas partes do mundo devido ao aumento da temperatura, secas longas e piores, ventos mais fortes, entre outros fatores.

O pesquisador do IPAM Divino Silvério, que liderou o trabalho, explica que os resultados são importantes por mostrarem alguns dos processos que levam à grande mortalidade de árvores nas florestas atingidas pelo fogo, mesmo vários anos após a ocorrência dos incêndios. “O fogo torna os troncos mais frágeis e mais fáceis de ser quebrados pelo vento”, afirma Silvério. Ao mesmo tempo, prossegue, a passagem do fogo reduz a densidade das árvores e a camada de raízes no solo que dá sustentação aos troncos. Esses processos tornam as árvores remanescentes muito mais expostas aos ventos. “Mesmo ventos não tão intensos já são suficientes para causar o tombamento das árvores”, afirma o cientista.

Silvério diz também que o fogo tende a matar preferencialmente as árvores menores, deixando para trás as árvores maiores – justamente as que ficam mais expostas aos ventos intensos. Uma vez que a maior parte do carbono das florestas está estocado nas árvores grandes, e que estas são atingidas preferencialmente pelos ventos fortes, grande quantidade da biomassa estocada nas florestas é perdida neste processo.

Tudo indica que as alterações climáticas em curso aumentem a frequência e a intensidade de tempestades de vento, assim, a interação deste fator com outros processos de degradação causados pelo homem, colocam em xeque a estabilidade da floresta.

O Projeto Tanguro é um esforço científico com o objetivo de conciliar a produção de alimentos e a integridade ambiental com as mudanças climáticas globais e locais. Ele é composto por um grupo interdisciplinar de pesquisadores, sob a coordenação do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e com a colaboração da Amaggi, cuja Fazenda Tanguro, localizada em Querência (MT), serve como centro de experiências do projeto.

Colaboração de Karinna Matozinhos, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 12/02/2019

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Estudo confirma que a biodiversidade de insetos está ameaçada em todo o mundo

Estudo confirma que a biodiversidade de insetos está ameaçada em todo o mundo


pesquisa

• Mais de 40% das espécies de insetos estão ameaçadas de extinção.
• Lepidoptera, Hymenoptera e escaravelho (Coleoptera) são os táxons mais afetados.
• Quatro táxons aquáticos estão em perigo e já perderam uma grande proporção de espécies.
• A perda de habitat pela conversão para a agricultura intensiva é o principal motor dos declínios.
• Poluentes agroquímicos, espécies invasoras e mudanças climáticas são causas adicionais.


A biodiversidade de insetos está ameaçada em todo o mundo. Aqui, apresentamos uma revisão abrangente de 73 relatórios históricos de declínios de insetos de todo o mundo e avaliamos sistematicamente os fatores subjacentes.

Nosso trabalho revela taxas dramáticas de declínio que podem levar à extinção de 40% das espécies de insetos do mundo nas próximas décadas. Em ecossistemas terrestres , Lepidoptera , Hymenoptera e escaravelhos (Coleoptera) parecem ser os táxons mais afetados, enquanto que quatro grandes táxons aquáticos (Odonata, Plecoptera , Trichopterae Ephemeroptera) já perderam uma proporção considerável de espécies.

Os grupos de insetos afetados incluem não apenas especialistas que ocupam nichos ecológicos específicos , mas também muitas espécies comuns e generalistas. Concomitantemente, a abundância de um pequeno número de espécies está aumentando; estas são todas espécies adaptáveis e generalistas que ocupam os nichos vagos deixados pelos que estão em declínio.

Entre insetos aquáticos , habitats e generalistas dietéticos, e espécies tolerantes a poluentes estão substituindo as grandes perdas de biodiversidade experimentadas em águas dentro de ambientes agrícolas e urbanos.

Os principais determinantes do declínio de espécies parecem estar em ordem de importância:

i) perda de habitat e conversão para agricultura intensiva e urbanização ;
ii) poluição, principalmente por pesticidas e fertilizantes sintéticos;
iii) fatores biológicos, incluindo patógenos espécies introduzidas; e
iv) mudança climática .

Este último fator é particularmente importante em regiões tropicais, mas afeta apenas uma minoria de espécies em climas mais frios e em regiões montanhosas de zonas temperadas.


Um repensar das práticas agrícolas atuais, em particular uma séria redução no uso de pesticidas e sua substituição por práticas mais sustentáveis, baseadas na ecologia, é urgentemente necessário para retardar ou reverter tendências atuais, permitir a recuperação de populações de insetos em declínio e salvaguardar os serviços ecossistêmicos vitais. eles providenciam. Além disso,remediação eficaz tecnologias devem ser aplicadas a águas limpas e poluídas em ambientes agrícolas e urbanos.

Referência:
Worldwide decline of the entomofauna: A review of its drivers
FranciscoSánchez-Bayo, Kris A.G., Wyckhuys
Biological Conservation
Volume 232, April 2019, Pages 8-27
https://doi.org/10.1016/j.biocon.2019.01.020

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 12/02/2019

"Estudo confirma que a biodiversidade de insetos está ameaçada em todo o mundo," in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 12/02/2019, https://www.ecodebate.com.br/2019/02/12/estudo-confirma-que-a-biodiversidade-de-insetos-esta-ameacada-em-todo-o-mundo/.

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A caça dos sonhos da TESS!

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Queridos amigos e amigas,

Tess matou essa girafa por diversão.

Essa foto dela sorrindo ao lado do cadáver viralizou no mundo inteiro -- mas agora, temos uma chance preciosa de transformar essa tragédia num salva-vidas para as girafas no mundo inteiro!

Em algumas semanas, países de todo o mundo se reunirão para uma importante cúpula que discutirá a vida selvagem no planeta. E pela primeira vez, cinco países africanos propuseram a inclusão das girafas na lista de espécies protegidas. Essa proposta seria um divisor de águas, pois é o primeiro passo de uma ação global para salvá-las. E ela é urgentemente necessária: a população de girafas já diminuiu em 40%.

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Para todos os governos da CITES:
"Pedimos que V. Exas adicionem as girafas à lista de espécies protegidas pela CITES, lancem e financiem um Plano de Proteção para Girafas em toda a África, para recuperar suas populações, proteger seu habitat, e que apoiem as comunidades locais que convivem com nossas amigas mais altas do reino animal."

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Estamos apenas começando a aprender como as girafas são animais altamente inteligentes e emotivos. Essa foto causou revolta mundial -- pessoas no mundo todo concordam que animais merecem ser tratados com dignidade e respeito.

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Até agora, as girafas receberam pouca atenção. Mas com sua população caindo vertiginosamente, é hora de soar o alarme, fazer essa petição se tornar viral e pressionar para que nossos governos ajam em nosso nome.

Clique aqui para dar às girafas a proteção que elas merecem!

A vida na Terra é tão preciosa, mas para qualquer lado que olharmos, vemos espécies magníficas desaparecendo. É uma tragédia, e ainda não temos a completa dimensão dela. Estamos apenas começando a descobrir como elas são essenciais para os ecossistemas ao seu redor. Nós já defendemos elefantes e orangotangos -- chegou a hora de fazer o mesmo pelas girafas.

Com esperança e determinação,

Christoph, Sarah, Martyna, Rewan, Joseph, Rosa, Jenny e toda a equipe da Avaaz

MAIS INFORMAÇÕES:

Caçadora gera revolta ao postar foto ao lado de girafa negra morta (Veja)
https://veja.abril.com.br/mundo/cacadora-gera-revolta-ao-postar-foto-ao-lado-de-girafa-negra-morta/

Cientistas fazem primeiras descobertas sobre a comunicação das girafas (Anda)
https://anda.jusbrasil.com.br/noticias/238650939/cientistas-fazem-primeiras-descobertas-sobre-a-comunicacao-das-girafas

Em 'extinção silenciosa', população de girafas cai 40% em 30 anos (Globo)
https://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/meio-ambiente/em-extincao-silenciosa-populacao-de-girafas-cai-40-em-30-anos-20608801

A União Europeia deve esticar o pescoço pelas girafas (Euractiv) (Em inglês)
https://www.euractiv.com/section/global-europe/opinion/the-eu-must-stick-its-neck-out-for-the-giraffe/

O som das girafas - Gigante gracioso dos pastos africanos passam noites zumbindo mas com as outras (DailyMail) (Em inglês)
https://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-3249335/Giraffes-HUM-night.html