quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Egípcios plantam floresta no deserto usando efluentes de esgoto



Os pesquisadores criaram um modelo de floresta que mescla espécies nativas e exóticas de grande valor.

Plantar árvore no deserto já soa estranho, usando efluente de esgoto fica ainda mais confuso. Mas, essa é a estratégia usada por um programa de pesquisa no Egito. O trabalho teve início na década de 90, com o intuito de promover a ecologização de 36 pontos diferentes no deserto. A floresta Serapium é um dos frutos deste trabalho.


O processo de florestamento está localizado em uma bacia de drenagem para efluentes de esgoto a duas horas de Cairo. O local recebe o esgoto de mais de 500 mil habitantes, tornando-o ideal para abastecer todo o plantio que cresce em suas margens.


Os pesquisadores criaram um modelo de floresta que mescla espécies nativas e exóticas de grande valor, como o eucalipto e o mogno. O solo é coberto por folhas e possui tubos de irrigação que levam água e nutrientes às árvores. O abastecimento é feito duas vezes ao dia e cada árvore recebe, em média cinco litros de água.


Como este é um recurso escasso no deserto nada de água potável é usado no processo. Todo o sistema é abastecido com os efluentes de esgoto, que passam por duas fases de tratamento antes de serem liberados na plantação. Na primeira etapa são retirados os resíduos sólidos e na segunda são incluídos micróbios e oxigênio, para decompor os materiais orgânicos.


O que chega às árvores é um líquido com alta concentração de fosfato e composto de azoto, que funcionam como excelentes fertilizantes naturais. Por conta disso, o processo deixa o crescimento das árvores muito mais rápido do que o tradicional, mesmo estando em condições climáticas tão adversas. Um eucalipto, por exemplo, leva 15 anos para crescer no Egito e alcançar o mesmo tamanho que na Alemanha levaria, em média, 60 anos.


Apesar de ser um processo com alto teor de nutrientes para o solo, ele não é adequado para o cultivo de alimentos. Neste caso, os efluentes teriam que passar por uma terceira fase de tratamento antes de seu usado nas hortas. Mas, esta é uma opção para tornar o deserto uma área produtiva, elevando a economia local, ao mesmo tempo em que colabora para o controle da desertificação.



Já que, segundo a Organização para a Alimentação e Agricultura da ONU, a FAO, considera que os desertos se espalham a um ritmo de 23 hectares por minutos.

Para conhecer mais sobre este processo, assista ao vídeo abaixo, produzido pela agência alemã Deutsche Welle:

 https://youtu.be/EOSFKGay5Hg

Fonte: Ciclo Vivo

Diversidade faz Amazônia resistir ao clima

quarta-feira, 31 de agosto de 2016


Floresta com tipos diferentes de planta se recupera melhor após ser submetida a aquecimento moderado, conclui pesquisa, que amplia entendimento da importância da biodiversidade.

Um grupo internacional de cientistas pôde, pela primeira vez, demonstrar em larga escala que florestas com maior diversidade de características e funcionalidades de plantas têm também maior potencial de adaptação a mudanças no clima, utilizando a Amazônia como estudo de caso. O estudo, publicado no periódico Nature Climate Change nesta segunda-feira (29), reforça a importância da preservação da biodiversidade como instrumento de políticas públicas contra o agravamento da crise climática.

“É nítido que a biodiversidade não é um benefício adicional, e sim um aspecto fundamental para a sobrevivência a longo prazo das grandes reservas de biomassa da Terra, como a floresta amazônica”, afirmou Boris Sakschewski, do Instituto de Pesquisa de Impactos Climáticos de Potsdam, que liderou o trabalho. “A diversidade vegetal pode permitir que o maior ecossistema tropical do mundo se ajuste a certo nível de mudança climática – árvores que hoje são espécies dominantes, por exemplo, poderiam dar lugar a outras que seriam mais adaptadas às novas condições.”

Para estudar como a diversidade funcional de plantas contribui para a resiliência de florestas tropicais, o grupo primeiro investigou uma pequena área de floresta no Equador, com base em sua resposta, realizou simulações em computador para toda a bacia amazônica. “É um modelo bastante interessante e que traz a mensagem de que, além da diversidade de espécies numa floresta, devemos olhar para a diversidade de características e funcionalidades das plantas para a manutenção do serviço cumprido por elas”, afirma o ecólogo Daniel Piotto, da Universidade Federal do Sul da Bahia.

O modelo biogeoquímico desenvolvido, que simula ambientes florestais diversos, mostrou que essa diversidade pode permitir que a floresta se ajuste a novas condições climáticas e mantenha seu potencial de sumidouro de carbono: enquanto árvores acima de 30 m, atuais maiores contribuintes para a biomassa do ambiente, seriam reduzidas no médio prazo, a vegetação do sub-bosque, de tamanho médio e árvores mais jovens, teria oportunidade de receber mais luz e se regenerar para as novas condições. No modelo, essa mudança melhorou o equilíbrio de carbono e a taxa de sobrevivência das árvores, o que causou recuperação de biomassa e estrutura para as espécies.

A notícia, porém, não representa um alívio de preocupações: enquanto, num cenário de cumprimento das metas do Acordo de Paris e emissões moderadas, a taxa de recuperação seria em torno de 84% após alguns séculos, o dano causado por emissões em massa, sem respeito ao acordo ou aumento de ambição das propostas sobre a mesa, permitiria que apenas 13%. da área se recuperasse pelas mesmas condições.

O novo estudo é mais um de uma série de trabalhos recentes mostrando relações importantes entre biodiversidade florestal e clima. Desde o ano passado, por exemplo, pesquisas chefiadas pelo ecólogo paraense Carlos Peres, da Universidade de East Anglia (Reino Unido), e pelo biólogo Mauro Galetti, da Unesp de Rio Claro, têm mostrado, entre outras coisas, que a caça de mamíferos como queixadas e antas ajuda a reduzir a dispersão de árvores grandes, diminuindo a fixação de carbono pelas matas na Amazônia.


Fonte: Envolverde

Temperatura da Terra está subindo em níveis sem precedentes, diz NASA





Para os cientistas, é praticamente impossível que fiquemos dentro da meta de 1,5oC.


Cresce a cada dia a preocupação dos cientistas com o aumento na temperatura global. Apesar de oAcordo de Paris estabelecer metas para manter o aquecimento global dentro do limite de 1,5oC, os pesquisadores estão céticos quanto a isso. Gavin Schmidt, um dos principais cientistas da NASA neste assunto, garante que o planeta está aquecendo a um ritmo muito acelerado e não experimentado nos últimos mil anos.



Segundo ele, é “muito improvável” que o mundo fique dentro dos limites de temperatura acordado e necessário para evitar desastres causados pela elevação dos níveis dos oceanos. Apenas neste ano, por exemplo, a temperatura já atingiu 1,38oC acima dos níveis registrados no século 19, que servem como referência para os cientistas e para o Acordo Climático de Paris.


Nós estamos vivendo em um ritmo constante de quebras de recorde nas temperaturas. O ano de 2015 foi o mais quente até agora, antes dele, havia sido 2016. Apenas neste ano, o mês de julho já é o mais quente desde 1880, quando as medições modernas tiveram início.


A meta de não ultrapassar os 1,5oC tem como principal objetivo proteger as nações insulares, que podem ser inundadas pela elevação dos oceanos. Mas, conforme as pesquisas mais recentes, se as emissões forem mantidas nos níveis atuais, este limite será ultrapassado em apenas cinco anos.


Para entender o que acontece com a temperatura do planeta, a NASA, usou reconstruções feitas pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA). Segundo as análises, a temperatura global aumentou de quatro a sete graus em um período de cinco mil anos.


No entanto, apenas ao longo do último século o aumento dos termômetros já foi dez vezes mais rápido do que esses registros antigos. E a tendência é ficar ainda pior. A NASA estima que a velocidade com que as temperaturas subirão nos próximos cem anos deve ser até 20 vezes mais rápida do que a média histórica.



Os pesquisadores acreditam que, apenas o dióxido de carbono já emitido a partir da geração de energia, transportes e agricultura, já seja suficiente para elevar o nível dos oceanos em quase um metro até o final deste século.


Fonte: Ciclo Vivo