https://www.youtube.com/watch?v=20LgrccGWUc
sexta-feira, 14 de outubro de 2016
Tietê-de-coroa: em busca de um pequeno desaparecido
- quarta-feira, 12 outubro 2016 14:16
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Desde 1994, está na lista de espécies criticamente ameaçadas de extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUNC, na sigla em inglês). Depois de um século sem registros confirmados, o passarinho foi visto novamente em 27 de outubro de 1996, pelo ornitólogo Ricardo Parrini, em uma região conhecida como Garrafão, a 500m de altitude. Até hoje, o canto dele não foi gravado, segundo informações do site Wikiaves.
Assim como para a maioria das aves brasileiras criticamente ameaçadas, o tietê-de-coroa enfrenta a perda e a destruição do seu habitat. “A criação de áreas protegidas visando resguardar os últimos refúgios onde habitam essas espécies é uma das ações básicas capazes de ajudar a evitar a sua extinção”, defende o idealizador do projeto, Luciano Lima, ornitólogo do Observatório de Aves do Instituto Butantan. “Para algumas delas, no entanto, o desconhecimento é uma ameaça ainda maior. Existem espécies tão raras que sequer sabemos se ainda temos exemplares vivos ou se já estão extintas”.
Esta é a primeira de duas expedições de 12 dias à região central do Rio de Janeiro entre a Serra do Mar e o Rio Paraíba do Sul, local onde a análise dos registros da espécie indica como mais provável de encontrar a ave. É também uma das regiões menos visitadas por ornitólogos e observadores de aves. A segunda expedição está prevista para o primeiro semestre de 2017. As viagens foram marcadas para diferentes estações do ano, para aumentar a possibilidade de encontrar o tietê-de-coroa.
*Com informações da Assessoria de Imprensa do Instituto Butantan
Precisamos gostar das árvores certas
- quarta-feira, 22 janeiro 2014 21:39
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A função da arborização de praças e ruas vai além da beleza cênica, pois gera conforto térmico e protege a fauna urbana. Pelo fato das áreas remanescentes de floresta nas cidades estarem praticamente isoladas umas das outras, estas "vias arbóreas" tornam-se verdadeiras avenidas para deslocamento da fauna entre os fragmentos.
No entanto, o que deveria ser uma vantagem, pode também ser um problema.
Grandes cidades brasileiras cometeram um equívoco grave no passado ao utilizarem espécies exóticas para compor a arborização urbana municipal. O problema é agravado por que boa parte delas não apenas é exótico como invasora.
Em um levantamento comparativo que relaciona a arborização urbana entre os anos de 1984 e 2010 na cidade de Curitiba, percebe-se que pouca coisa mudou. A proporção de espécies exóticas, nativas da Floresta com Araucária ou de outros biomas não mudou. Embora não sejam produzidas e utilizadas as exóticas invasoras na arborização urbana há mais de 5 anos, as árvores remanescentes continuam no mesmo lugar e ainda não foram totalmente substituídas.
Para exemplificar e ilustrar a problemática vou utilizar os dados referentes ao alfeneiro (Ligustrum lucidum), espécie exótica invasora, originária da China, que observo em diversos pontos da cidade. Em 1984, esta espécie correspondia a 14,81% das árvores amostradas, ao passo que em 2010, a mesma espécie (nos mesmos locais de amostragem) correspondeu a 12,18%, ou seja, uma redução ínfima para uma cidade que, desde 2008, já possui decreto definindo providências para espécies vegetais invasoras.
Exóticas invasoras
Corro
o risco de ser mal interpretado por algum transeunte, que ache que
estou degradando o local, enquanto tento exterminar as verdadeiras vilãs
da história.
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Além disso, outro fator preponderante é que na região Sul do Brasil, onde os invernos são rigorosos, com temperaturas muito próximas a zero grau, seus frutos estarão disponíveis em um período do ano escasso em alimentos para as aves.
Ou seja, estes alfeneiros, que observo floridos agora, irão produzir seus frutos no outono e inverno. Ao serem dispersos e germinarem, eles competem deslealmente com a vegetação nativa nos poucos remanescentes florestais nativos, crescendo com maior velocidade e se tornando dominantes.
No bosque de propriedade municipal em frente à minha casa, travo uma batalha contra as mudas de espécies exóticas que tendem a dominar o sub-bosque. Ele está se tornando cada vez mais aberto e ralo. Corro o risco de ser mal interpretado por algum transeunte que, por falta de informações, ache que estou degradando o local, enquanto tento exterminar as verdadeiras vilãs da história. Há alguns meses já não observo mais aves características de sub-bosque que costumava ver com frequência, como o pula-pula (Basileuterus culicivorus) e o cisqueiro (Clibanornis dendrocolaptoides).
Esta semana, um miguel-pintado (Matayba elaeagnoides) de aproximados 15 metros de altura foi suprimido em local próximo, na beira do remanescente, porque um dos seus galhos quebrou na última chuva. Mas isso não seria a razão da indignação, se um "majestoso" alfeneiro não permanecesse ao lado do local, todo florido e pronto para tomar o lugar na clareira que foi formada.
O esforço necessário para reverter esse quadro é enorme e depende da prática de políticas públicas locais, do papel consciente de cada um na utilização de elementos de arborização urbana adequados e do controle da regeneração de exóticas que substituem áreas de vegetação nativa.
Se esse esforço coletivo, que inclui o poder público municipal, os educadores, as universidades e os cidadãos não ocorrer em um futuro próximo, nossas áreas de vegetação nativa urbana serão colonizadas por espécies exóticas invasoras - uma das maiores causas de perda de biodiversidade no planeta.
*Nicholas Kaminski é Biólogo, mestre em Engenharia Florestal e Técnico do ConBio.
Os pássaros também gostam da cidade
- segunda-feira, 25 novembro 2013 20:11
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As alterações impostas sobre a natureza pela expansão urbana facilitam a abundância de aves mais generalistas, ao passo que aquelas espécies de aves mais seletivas na utilização de recursos ou do ambiente tendem a desaparecer ou se tornar raras. Bem-te-vis, sabiás e avoantes acabam sendo muito mais conhecidos e detectados pela população por ocorrerem em quantidades maiores que um sanhaço-papa-laranja ou um arredio-oliváceo, menos comuns, mas que estão e sempre estiveram no ambiente urbano.
Mas uma das razões para que essa riqueza passe despercebida aos nossos olhos é que ela é pouco estudada. Não há na cidade o mesmo apelo das pesquisas em áreas naturais mais conservadas, de espécies ameaçadas ou endêmicas.
Mas se quisermos conservar e melhorar a avifauna urbana, devemos manter também a variedade (heterogeneidade) de ambientes dentro das cidades, mantendo parques e bosques nativos, jardins com elementos da flora atrativos à avifauna (desde que não sejam exóticos). Aí está a chave para a manutenção desta riqueza.
O projeto Condomínio da Biodiversidade, idealizado pela SPVS mapeou na cidade de Curitiba mais de 900 áreas de vegetação nativa no município. Essas áreas, além de manter a diversidade biológica, provêm outros serviços ambientais, como regulação do microclima e proteção do solo e da água. Alie isto aos parques, bosques e praças da cidade e os pequenos jardins que cada um tem em casa e já começamos a explicar a diversidade ornitológica de Curitiba.
O livro Aves de Curitiba - Coletânea de Registros (2009) demonstrou que 366 espécies nativas ocorrem no município, incluindo 7 espécies introduzidas e já aclimatadas. Embora algumas aves que já foram características nestes locais, caso do caneleirinho-de-boné-preto (Piprites pileata), não sejam mais encontradas na região, a população ainda tem o "luxo" de observar pequenas revoadas de papagaios-do-peito-roxo (Amazona vinacea), cuiú-cuius (Pionopsita pileata), observar grimpeirinhos (Lepthastenura setaria) forrageando nos ramos de araucárias ou receber a visita ilustre de um pavó (Pyroderus scutatus), que aparece nas fruteiras de canelas (Ocotea spp.) e capororocas (Myrsine coriacea), árvores nativas da Floresta com Araucária.
Essas visitas também podem acontecer no nosso quintal. Este mês, chegando em casa (a meros 3 km do centro de Curitiba), minha filha de cinco anos, que já está familiarizada com os pássaros que nos visitam, me perguntou: "Pai, que passarinhão preto é aquele na árvore?". Era um jacu (Penelope obscura), que atraído pelos frutos do butiá (Butia eriospatha), palmeira nativa da Floresta com Araucária, virou atração no pequeno bosque em frente de casa.
Mas isso não é exclusividade da capital Paranaense. É só pesquisar sobre a lista das aves de São Paulo para se deparar com uma riqueza notória e nem um pouco imaginada para a quarta maior metrópole do mundo.
E cada vez mais a atividade de birdwatching ganha simpatizantes e forma grupos de observadores pelo Brasil. Basta um jardim com plantas nativas ornitófilas, um binóculo e um pouco de disposição para observar a diversidade das aves na vizinhança.
Nicholas Kamiski é Biólogo, mestre em Engenharia Florestal e Técnico do ConBio. |
Conheça o Condomínio da Biodiversidade
- segunda-feira, 25 novembro 2013 20:09
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Recebeu este nome por manifestar a integração de interesses dos participantes - "condôminos" - em prol da conservação da natureza em ambientes urbanos.
Ao longo dos anos, o ConBio visitou mais de mil propriedades particulares realizando o extensionismo conservacionista – ensinando boas práticas de manejo e conservação; apoiou a criação de novas Unidades de Conservação, especialmente as Reservas Particulares do Patrimônio Natural Municipal (RPPNM); promoveu e difundiu a conservação da Floresta com Araucária e estabeleceu parcerias com o setor público e privado.
A partir de hoje, em parceria com ((o))eco, a equipe do Conbio vai contar suas histórias e como podemos avançar na proteção da biodiversidade urbana.
Programa que incentiva RPPNs municipais está na final do 15º Prêmio von Martius
Por Sabrina Rodrigues
- quarta-feira, 12 outubro 2016 14:41
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O ConBio é um programa que incentiva e apoia a criação de áreas protegidas privadas, chamadas pela legislação brasileira de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). Só que no caso do ConBio, as RPPNs são municipais e ficam em Curitiba, Paraná. A iniciativa já visitou mais de 1.300 propriedades particulares para realizar avaliações ambientais e ensinar técnicas de manejo e conservação. Além disso, ao longo dos seus 16 anos de existência, o ConBio capacitou mais de 1.200 professores da rede pública de ensino em educação para conservação.
O ConBio é um dos programas desenvolvidos pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), sediada em Curitiba. Criada em 1985, no Paraná, a SPVS é especializada em conservação. Atua em projetos de administração de RPPNs e é conhecida pelo acompanhamento e contagem da população do papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis).
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