sexta-feira, 1 de novembro de 2019

“Tenho medo de morrer por causa da crise climática”, diz estudante da UnB em Cúpula do Clima da ONU

Paloma Costa discursou na abertura da plenária principal. Socioambientalista e ativista climática defendeu os povos originários e tradicionais
Ao lado de Greta Thunberg, a estudante da UnB, Paloma Costa, foi um dos três jovens escolhidos entre mais de cem de todo o mundo. Foto: Divulgação

A edição 2019 da Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada em Nova Iorque entre 21 e 23 de setembro, teve reforço especial com a participação de jovens ativistas ambientais. Embora o Brasil tenha sido um dos países vetados pela ONU para discursar durante o evento, uma universitária brasileira de 27 anos deixou seu recado para o mundo.

Paloma Costa Oliveira, que estuda Direito na Universidade de Brasília, participou da mesa de abertura da plenária principal, no dia 23 de setembro, da Cúpula sobre a Ação Climática, evento mais aguardado do encontro, que contou com a presença de chefes de estado e autoridades governamentais.

“As pessoas ainda me perguntam se tenho medo de defender nossas florestas, porque defensores ambientais estão em perigo. Eu quero dizer que não tenho medo; tenho medo de morrer por causa da crise climática”, testemunhou em um dos trechos de sua fala. Ela foi escolhida entre mais de 130 representantes de diferentes países para falar ao lado do secretário-geral da ONU, António Guterres, e de outros dois jovens – a sueca Greta Thunberg e o indiano Anurag Saha Roy.
“Eu continuarei a educar a juventude, a defender os direitos humanos e ambientais, a ouvir os jovens e os povos indígenas”, bradou Paloma Oliveira. Foto: Arquivo pessoal

A ativista recebeu o convite com surpresa e ficou sabendo de sua participação a menos de uma semana do evento. “Eu sabia o que queria falar e tive um feedback positivo de líderes indígenas, jovens e representantes da causa. Foi muito significativo representá-los nesse espaço”, ressaltou.

Com discurso agregador, a estudante reforçou a necessidade de mobilização por parte de todos: “Uma grande líder indígena no Brasil disse recentemente que os povos indígenas têm resistido desde o início. E quanto a nós? Seremos capazes de resistir?” Em sua opinião, a juventude está engajada, mas ainda é preciso muito mais empenho de governantes, empresários e tomadores de decisão.

TRAJETÓRIA – Ainda na infância, Paloma Oliveira fez parte do grupo de escoteiros e relata que sempre sonhou em defender a natureza e as florestas. Hoje, a estudante de Direito, que já fez alguns semestres de Ciências Sociais também na UnB, tem um currículo expressivo na área ambiental.

Assessora do Instituto Socioambiental, ela também é coordenadora de clima da ONG Engajamundo, voltada à capacitação da juventude brasileira para participar de negociações internacionais de forma mais efetiva e inclusiva. Além disso, é cofundadora do projeto Ciclimáticos, que visita comunidades vulneráveis que já sofrem as consequências da mudança climática.

Na Universidade, ela participou de projeto de iniciação científica sobre a história das áreas protegidas, comparando o Brasil e os Estados Unidos, país pioneiro na criação de parques nacionais. Também fez intercâmbio no Chile, onde trabalhou na Corte Suprema e participou de pesquisa sobre aplicação de grandes empreendimentos em territórios indígenas.
Entre outros ativistas, Paloma Oliveira em uma das ações no Quilombo da Matinha, próximo à Feira de Santana, na Bahia. Foto: Arquivo pessoal

Prestes a concluir o curso de Direito, a universitária está analisando, no trabalho de conclusão de curso, a legislação vigente sobre o clima, relacionando à economia dos povos tradicionais. Sobre os planos e projetos, Paloma espera continuar estudando e produzindo ciência.

“Não existem iniciativas de mitigação e adaptação ao clima sem floresta e não existe floresta sem os povos tradicionais. Mas também não existe floresta sem ciência. A universidade é o espaço onde a gente pode discutir com diferentes especialistas e ter uma visão integrada”, pontua a socioambientalista.

Em sua concepção, é fundamental trazer para a academia o saber originário tradicional, pois só assim será possível transformar o conhecimento em ações e políticas públicas. “Eu aprendi muito com os professores, especialmente com o projeto O Direito Achado na Rua. É preciso ser disruptivo com certos sistemas, não acredito mais na forma como estão sendo tomadas as decisões, não vejo futuro sem universidade, sem educação.”

DESAFIOS – Embora considere a dificuldade de ser defensor socioambiental no Brasil atualmente, em função de constante risco e ameaças, ela entende que advogar pela causa não é uma opção se vivemos numa crise climática. “O que me deixa muito triste é que acabou toda a governança voltada para clima, não há controle do desmatamento, nem aplicação das normas climáticas”, lamenta.

Para Paloma, no contexto global, “ninguém está se comprometendo com metas ambiciosas de fato". "Fico desapontada com os tomadores de decisão, pois parece que eles não veem a gravidade do problema e não são capazes de escutar os povos da floresta, que desde o início têm uma relação sustentável com a natureza.”
Paloma Oliveira participou, em julho, da reunião preparatória sobre mudanças climáticas da ONU, realizada em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Foto: Arquivo pessoal  

Apesar da descrença nos governos atuais, Paloma Costa acredita que as novas gerações são mais conscientes. “É muito difícil encontrar pessoas da minha idade que sejam céticas como vemos em indivíduos mais velhos. Grande parte dos jovens tem se mobilizado de várias formas, com mudanças de hábitos e propondo alternativas ecologicamente viáveis.” 

O caminho seria a educação climática no ensino básico e também no superior. “Um problema sistemático no Brasil hoje é que o conhecimento sobre a situação climática não é levado a sério e não está inserido na nossa base educacional”, sinaliza. Ela aproveita para deixar um recado àqueles que ainda não sabem o que fazer: “Basta se conscientizar individualmente e não desistir, pois é possível se mobilizar em todas as esferas sociais, seja no núcleo familiar, escolar ou social”.
ATENÇÃO – As informações, as fotos e os textos podem ser usados e reproduzidos, integral ou parcialmente, desde que a fonte seja devidamente citada e que não haja alteração de sentido em seus conteúdos. Crédito para textos: nome do repórter/Secom UnB ou Secom UnB. Crédito para fotos: nome do fotógrafo/Secom UnB.

Amazônia deixará de produzir chuva daqui a dois anos, diz pesquisadora


Amazônia deixará de produzir chuva daqui a dois anos, diz pesquisadora


196


Por causa do aumento do desmatamento e das queimadas a floresta deixará de produzir chuva suficiente para se sustentar (Foto: Reprodução/G1)


A economista Monica de Bolle, pesquisadora sênior do Instituto Peterson de Economia Internacional, em Washington, deu uma declaração polêmica e preocupante de que a Floresta Amazônica vai entrar num ponto de inflexão daqui a dois anos e deixará de produzir chuva. Ou seja, por causa do aumento do desmatamento e das queimadas a floresta deixará de produzir chuva suficiente para se sustentar e vai se transformando lentamente numa vegetação mais seca, liberando bilhões de toneladas de carbono na atmosfera. 


As consequências desse tipo de cenário são desastrosas, as árvores param de sequestrar o carbono, há mudança de clima e isto trará mais eventos de seca ou de tempestades furiosas na América do Sul. A pesquisadora, que também é chefe do programa de estudos latino-americanos da Universidade Johns Hopkins, fez mais do que um anúncio. Ela lançou um alerta ao mundo, e pediu que todos prestassem atenção às políticas do presidente Jair Bolsonaro, que não para de dizer que a floresta, para ele, só faz sentido se promover progresso e desenvolvimento para o país. Tal política, segundo Monica, estaria contribuindo para o aquecimento global e para um desastre sem precedentes na floresta.


Carlos Nobre, um dos principais cientistas climáticos e também pesquisador sênior do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, disse que a degradação das terras já tem provocado sérios problemas. Ele questionou o cálculo de Monica, segundo o qual o desmatamento estimado quadruplicaria de quase 18 mil quilômetros quadrados neste ano para quase 70 mil quilômetros quadrados até 2021. “Estamos vendo, sim, um aumento no desmatamento, não estou questionando isso. Mas parece-me muito improvável o cálculo feito pela pesquisadora. Este aumento projetado do desmatamento é mais um cálculo econômico do que ecológico”, disse o cientista.


O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) informou que no último mês de agosto a Amazônia Legal perdeu 522 km² de floresta por conta do desmatamento. A devastação foi 220% maior, em comparação com 2011, quando a floresta perdeu 163,35 km² no mês de agosto. Os dados foram contestados pelo presidente Bolsonaro que, no entanto, não apresentou outros números cientificamente provados.

Por Cíntia Ferreira*


*Com informações do G1

Imaflora: regularização fundiária por autodeclaração acentua conflitos

Imaflora: regularização fundiária por autodeclaração acentua conflitos



28 Outubro 2019   |   0 Comments
Por WWF-Brasil

O governo federal deve editar em breve uma Medida Provisória para regularizar, por meio de autodeclaração, imóveis rurais de todo o país. A estimativa é de que haja 800 mil sem títulos e o governo espera regularizar 750 mil ainda em 2019, após a aprovação da norma.

Para o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), é válido o esforço do governo de propor a regularização fundiária – essencial para o funcionamento adequado de diversas políticas agrárias, agrícolas, ambientais e sociais - porém a opção pela autodeclaração vai acentuar conflitos e disputas, questionamento de títulos e aumentar ainda mais a insegurança jurídica sobre a propriedade.

Em nota técnica (baixe a íntegra do documento no box ao lado), o Imaflora, em parceria com o Grupo de Governança de Terras da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o GeoLab (USP/ESALQ) afirma que embora a solução da situação fundiária no Brasil deva ser enfrentada em grande escala e com agilidade, deve contemplar também a complexidade do tema, a transparência e o diálogo com todas partes interessadas.

O Imaflora explica ainda que a “regularização por autodeclaração pode beneficiar um grupo social muito restrito e, não necessariamente, os que mais necessitam de soluções. Pode também induzir e facilitar ainda mais a grilagem de terras públicas, acentuar problemas ambientais, aumentar o desmatamento e dificultar o funcionamento de diversas políticas públicas”.

Por que a autodeclaração não é a melhor opção?
Veja abaixo a análise do Imaflora:
  • Autodeclaração como possibilidade: Não é possível estimar o número, a distribuição e o perfil de imóveis que necessitam de regularização. Sem o conhecimento da quantidade de imóveis que seriam alvo da política, sua distribuição e perfil, não é possível dimensionar o seu efeito nem o tamanho do esforço necessário para validar as informações autodeclaradas. Oferecer a autodeclaração como possibilidade a todos os interessados em regularização fundiária não permite a priorização do processo de regularização em regiões específicas ou perfis prioritários.
  • Ausência de sistema robusto para validação: Qualquer instrumento simples e flexível de cadastro autodeclarado sobre os limites de propriedades precisa ser acompanhado de um robusto e sofisticado sistema técnico para a sua validação. Este exige um alto grau de automação, combinado com uma equipe técnica e analítica de alto nível e em quantidade suficiente. Não temos conhecimento de que tal estrutura de sistemas e pessoal esteja disponível na escala necessária para enfrentar a complexidade da situação fundiária brasileira. Também parece impróvavel haver capacidade de investimento para se alcançar a condição necessária.
  • Pode favorecer aqueles com mais recursos: O processo de regularização fundiária por autodeclaração, mesmo que simplificado e flexível, exige um mínimo de tecnologia e habilidades dos usuários para se cadastrar no sistema. Isto tende a favorecer detentores de imóveis grandes, empresariais e com maiores recursos financeiros, humanos e tecnológicos; em detrimento de agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais (PCTs). Desta forma, um sistema autodeclarado pode aumentar as desigualdades no processo de regularização fundiária.
  • Comparação com a autodeclaração do Imposto de Renda: A comparação frequentemente utilizada com o Imposto de Renda, que também tem base autodeclarada e apresenta elevada eficiência e agilidade na validação pela Receita Federal é indevida. No caso do Imposto de Renda há décadas de experiência acumulada e estruturas analíticas em termos de pessoal e infraestrutura muito superiores àqueles normalmente encontrados nos órgãos do governo ligados à governança de terras. O objeto de análise do Imposto de Renda é também, do ponto de vista analítico, mais simples do que a validação da posse da terra, por esta envolver uma dimensão espacial e a validação do domínio.
  • Pouco rigor na definição das propriedades: A titulação tem o georeferenciamento das parcelas apenas como uma de suas etapas. A titulação e a regularização fundiária exigem um processo mais rigoroso, que inclui conhecer a geografia e o histórico dos imóveis e a sua cadeia dominial.

O Projeto Pró-Espécies: Todos contra a extinção

Pró-Espécies divulga relatório de auditoria do ano 2018



31 Outubro 2019   |   0 Comments
 
O Projeto Pró-Espécies: Todos contra a extinção contratou por meio de um processo seletivo a empresa Nexia Teixeira Auditores para realizar auditoria independente referente ao primeiro ano do projeto. O relatório é referente ao período de 19 de abril a 31 de dezembro de 2018.

O relatório de auditoria tem como objetivo avaliar todos os processos de contratações e movimentações financeiras no âmbito do Projeto Pró-Espécies. Este é um compromisso estabelecido entre todos os envolvidos na iniciativa, a saber: (i) agência implementadora, (ii) agência executora, (iii) coordenação técnica, e (iv) parceiros do Projeto por meio de um processo de transparência.

Dentre os destaques que foram apresentados no relatório estão o Relatório do Auditor Independente e notas explicativas sobre o demonstrativo das movimentações financeiras, recomendações para melhoria dos controles interno e procedimento contábeis e procedimento de auditoria efetuados.


Sobre o Projeto Pró-Espécies

A Estratégia Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas Pró-Espécies: Todos contra a extinção é financiada pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF, da sigla em inglês para Global Environment Facility Trust Fund), coordenada pelo Departamento de Conservação e Manejo de Espécies do Ministério do Meio Ambiente (MMA), implementada pelo Funbio, e tem o WWF-Brasil como agência executora.

O Projeto Pró-Espécies trabalha em conjunto com 13 estados do Brasil (MA, BA, PA, AM, TO, GO, SC, PR, RS, MG, SP, RJ e ES) para desenvolver estratégias de conservação em 24 territórios, totalizando 9 milhões de hectares. O projeto prioriza a integração da União e estados na implementação de políticas públicas, assim como procura alavancar iniciativas para reduzir as ameaças e melhorar o estado de conservação de pelo menos 290 espécies categorizadas como Criticamente em Perigo (CR) e que não contam com nenhum instrumento de conservação.

Entre os parceiros estão o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e Órgãos Estaduais de Meio Ambiente.

https://d3nehc6yl9qzo4.cloudfront.net/downloads/gef_proespecies_relatorio_final_de_auditoria_ano_2018.pdf

No Dia Mundial das Cidades, conecte-se com o que há de melhor onde você vive



No Dia Mundial das Cidades, conecte-se com o que há de melhor onde você vive



29 Outubro 2019   |   0 Comments
 
 
Atualmente, cerca de 70% das pessoas do planeta vivem em cidades no mundo. No Brasil, este número já chega a 80% e a previsão é que essa porcentagem aumente ainda mais nos próximos anos. Como resultado, as cidades respondem por 65% da demanda global de energia e são responsáveis ​​por 75% das emissões globais de dióxido de carbono. Ao mesmo tempo, 9 em cada 10 pessoas no mundo respiram ar poluído.

Preservar a natureza e usufruir do bem-estar relacionado é algo que não pode estar dissociado da vida urbana. Pessoas precisam de ar limpo, saneamento básico, rios saudáveis e qualidade de locomoção onde elas vivem. As cidades são sinônimo de praticidade, de desenvolvimento, trocas culturais mas precisam da natureza dentro e ao redor delas para prosperar.

Neste #DiaMundialdasCidades, comemorado em 31 de outubro, o WWF convida as pessoas do mundo todo a comemorar os benefícios que a natureza nos proporciona nas cidades em que vivemos. Que tal aproveitar esta data para reconhecer iniciativas, pessoas e organizações que investem nas cidades com natureza? Fazer a nossa parte para manter nossa casa verde é um dos preceitos de estar #ConectadoNoPlaneta.

Você pode participar de forma simples, abrindo os olhos para sua cidade. O que de bom ela tem e o que precisa melhorar? É esse o convite que nós, do WWF-Brasil, fazemos neste Dia Mundial das Cidades. Olhe para a sua cidade com outros olhos, enxergando realmente os problemas e, principalmente, as belezas e poste nas suas redes sociais marcando o WWF-Brasil e as hashtags #DiaMundialdasCidades e #VidaUrbanaeSaudavel. Vale foto de ciclovia, de transporte público, de parques, hortas urbanas, telhados verdes e o que mais fizer sentido. Enxergar desafios e oportunidades é o primeiro passo. Depois, você pode aproveitar algumas dicas do final deste texto – ou participar de alguma das iniciativas que você descobriu fotografando – e fazer a sua pequena mudança.

As cidades e as emissões
As cidades de todo o mundo estão na linha de frente da crise climática, sentindo os impactos de temperaturas recordes, aumento do nível do mar e de eventos extremos. Enquanto nos Estados Unidos a Califórnia enfrenta por mais um ano os enormes incêndios que só estão começando e a Europa sofre com recordes positivos e negativos de temperatura, o Brasil sofre cada vez mais com tempestades e secas, gerando transtornos para a agricultura e a população.

Para evitar ou amenizar problemas como esses, precisamos reconhecer que as pequenas ações que tomamos hoje são fundamentais para garantir um futuro sustentável, próspero e saudável para todos que chamam este planeta de lar.

No WWF-Brasil, algumas iniciativas, seja no campo ou na cidade, buscam tornar a vida na cidade mais saudável. Alguns exemplos são o Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal, uma aliança entre diferentes setores da sociedade para a conservação das cabeceiras do Pantanal que visa o abastecimento hídrico do bioma, bem como dos 25 municípios da região, no Mato Grosso; Campanha Sem Desperdício, que trabalha a conscientização da população para o consumo consciente, diminuindo o uso desnecessário de recursos e a geração exacerbada de resíduos; a disseminação da energia solar renovável, como é o caso do Selo Solar (voltado à população geral) ou do projeto Brasília Solar (em que fomos parceiros do governo do distrito Federal); e o reconhecimento e incentivo a governos subnacionais a incorporarem sustentabilidade, como é o caso do Desafio das Cidades (iniciativa do WWF global, em parceira com o Iclei).

Bons exemplos ao redor do mundo
No #DiaMundialdasCidades, vamos nos inspirar em exemplos como estes e trabalhar juntos para criar espaços urbanos sustentáveis ​​e resilientes que forneçam segurança e oportunidades para todos.
Uma ideia interessante é o conceito de cidades esponja, desenvolvido pelo arquiteto chinês Kongjian Yu, que está projetando cidades mais verdes que podem absorver a água da chuva, em vez de drená-la. Ao restaurar as margens dos rios e áreas úmidas, ele mostra que é possível construir terraços ecológicos por meio de tecnologias inovadoras, criando cidades que fluem em harmonia com a água.

O investimento em saúde e educação em todo o mundo é outro ponto importantíssimo para auxiliar na conscientização da população global e na redução da tensão nos recursos.

Aqui na América Latina, um dos destaques nesta área é a prefeitura de Independencia, na cidade de Santiago, no Chile. A prefeitura se comprometeu a reduzir suas emissões em 30% até 2030, em relação aos níveis de 2015. Para aumentar a conscientização, está construindo um parque  sustentável com viveiro, espaços de lazer e jardins urbanos em um dos bairros mais populosos da cidade. O parque será projetado para educar moradores de todas as idades sobre sustentabilidade e dará conselhos práticos para ajudá-los a fazer escolhas ambientais responsáveis. Está programado para incluir uma escola maternal, jardins urbanos, espaços de lazer e muito mais. Não é à toa que a prefeitura levou o prêmio de votação nacional da campanha Nós Amamos as Cidades (We Love Cities) do Desafio das Cidades pelo Planeta.

A cidade de Uppsala, na Suécia, foi finalista no One Planet City Challenge 2018. A cidade, que tem o carvão como principal fonte energética, tem como objetivos tornar-se livre de combustível fóssil até 2030; contribuir para a recuperação ecológica global.

O que você pode fazer?
Soluções sustentáveis ​​para alguns dos nossos maiores desafios são a única maneira de construir um futuro melhor. Então, que tal começar com pequenos passos?

A escolha pelo uso do transporte público ou por de meios de mobilidade ativa (como bike, caminhada, skate) ajuda não só na qualidade de ar, como na redução das emissões de gases de efeito estufa e na diminuição do sedentarismo.

O incentivo à criação de áreas verdes ajuda a amenizar a temperatura, atraem biodiversidade, melhoram a qualidade do ar e reduz o ruído das ruas. Os jardins e hortas urbanos mantêm as pessoas ativas, ajudam a aliviar o estresse e aumentam nosso senso de bem-estar.

O uso consciente de recursos, como água ou energia, é importantíssimo também para uma vida com qualidade nas cidades, evitando a possibilidade de racionamentos ou mesmo os altos valores nas respectivas contas. A coleta de água de chuva, muito popular há alguns anos em São Paulo, é uma iniciativa simples que contribui para economizar água, assim como o reaproveitamento da água da máquina de lavar.

A proteção de florestas e nascentes, mesmo fora das cidades, tem relação direta com a água que chega nas nossas torneiras. No litoral, os manguezais podem atuar como amortecedores naturais entre o mar e a terra, reduzindo as inundações.

Nos centros urbanos, paredes e telhados verdes ajudam a reduzir os custos de refrigeração e a aliviar os efeitos das mudanças climáticas, como as ondas de calor.

E essas são só algumas das possibilidades de tornar a nossa vida nas cidades uma vida saudável. Mas, para isso, é necessário a colaboração de todos. E, você, vai participar? #VidaUrbanaeSaudável #ConectadonoPlaneta

Chile decide cancelar a COP25 em Santiago: WWF responde

Chile decide cancelar a COP25 em Santiago: WWF responde



30 Outubro 2019   |   0 Comments
 
 
Em resposta ao anúncio do governo chileno de que o país não poderá mais sediar a COP25, programada para acontecer entre os dias 2 e 13 de dezembro em Santiago, no Chile, Manuel Pulgar-Vidal, Líder Global de Clima e Energia do WWF, disse:

“Expressamos nossa preocupação com a triste notícia de que o governo chileno decidiu não sediar as conversações anuais sobre o clima da ONU (COP25), que começarão em algumas semanas. A ação climática urgente está intimamente ligada à vulnerabilidade social, à justiça ambiental e a uma transição justa. Nós transmitimos nossa solidariedade com o povo do Chile e agradecemos a todos os chilenos e outras pessoas ao redor do mundo que estão trabalhando duro para tornar a COP25 um sucesso."

"Esperamos uma resposta rápida do secretariado da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Esperamos que, neste momento de crise climática, anuncie planos atualizados para a COP25 em breve, para que continuemos com todos os esforços para direcionar urgentemente o mundo para uma rota sem emissões."

"Incentivamos os líderes mundiais a continuarem apoiando o processo e a demonstrar esse apoio, reforçando as promessas de seus próprios países para garantir um 2020 extremamente ambicioso."

Ricardo Bosshard, diretor do WWF Chile, disse:
 
“Nunca antes no Chile vimos tanta consciência ambiental e preocupação com justiça e equidade no acesso, uso e gestão sustentável de nossos recursos naturais. A condução da COP25 no país foi um sonho para aqueles que trabalham pela conservação e lamentam profundamente sua suspensão, mas entendemos completamente as razões e o contexto em que essa decisão ocorre.”
 
Bosshard concordou que esta decisão não deve reduzir a urgência de continuar pressionando as questões ambientais e sociais, “tanto na COP quanto em outras instâncias internacionais, bem como em nossas leis, em nossa governança ambiental e no nosso dia a dia como cidadãos conscientes."
 
A atual crise climática é um desafio global que reproduz e exacerba as atuais desigualdades sociais; portanto, ainda é muito importante trabalhar por uma ação climática urgente e ambiciosa, que acreditamos que deve continuar dentro das prioridades para construir um Chile mais justo e um planeta no qual podemos viver em harmonia com a natureza”, acrescentou.