19 de Dezembro de 2013 - 07:00
Por MARIO EUGENIO SATURNO
Tecnologista sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
Os Estados Unidos da América estão reformando o sistema de saúde
pública e concentram seus esforços na prevenção de doenças, porém, uma
das causas de doenças graves e até mesmo de morte permanece ignorada: a
poluição sonora.
Pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Michigan e da Rede para o Direito Sanitário Público afirmam que a poluição sonora não afeta só a audição, mas contribui para o desenvolvimento de doenças cardíacas, hipertensão, distúrbios do sono, estresse e problemas de aprendizagem. É inacreditável que esse perigo ambiental seja tão ignorado.
Em artigo publicado na Environmental Health Perspectives, os cientistas Rick Neitzel e Monica Martelo analisam a poluição sonora que afeta cerca de 104 milhões de pessoas.
Há uma crença de que os problemas de audição causados por exposição ao ruído sejam autoinfligidos, mas os cientistas desmistificaram essa hipótese. Em Nova York, por exemplo, 90% dos usuários de transporte coletivo urbano de massa podem estar em risco de perda permanente da audição por ruído causado por trem, ruídos ocupacionais e uso do MP3 player.
A Agência de Proteção Ambiental estabelece limites para a exposição ao ruído para um período de 24 horas em áreas residenciais de 55 decibéis (dBA) e de 70 dBA para evitar a perda de audição. Muita gente fica exposta a níveis de ruído além destas marcas devido a um efeito cumulativo de tráfego rodoviário e ferroviário, transporte aéreo, atividades ocupacionais e industriais, música amplificada, atividades recreativas e armas de fogo.
As evidências mostram que as pessoas expostas ao ruído indesejado desenvolvem uma resposta: acreditam que não há nada que possa ser feito para mudar o ambiente, quando, na verdade, existem muitas opções disponíveis.
Os cientistas incluíram também diversas recomendações para a Estratégia Nacional de Prevenção dos EUA, uma organização que representa 17 agências federais responsáveis por metas de prevenção sob o "Affordable Care Act", uma lei de proteção dos pacientes no que se refere aos serviços de saúde: exercer o controle de ruído através de regulamentação direta, estabelecendo níveis de emissões máximas.
Exigir a divulgação das emissões de produtos, tais como brinquedos para crianças. Melhorar a divulgação de informações sobre os perigos do ruído. Realizar mais pesquisas para compreender plenamente o impacto do ruído sobre a população. Aprovar regulamentos que não são cobertos pela Agência de Proteção Ambiental. Adotar políticas de compras para reduzir o ruído causado por comunidades de construção, veículos de emergência e equipamentos de manutenção. Tomar medidas para a construção ou reforma de habitações que protejam as pessoas de ruído.
Embora não seja novidade no Brasil, este problema vem sendo desprezado também, e a atitude norte-americana é uma oportunidade para os atores políticos atuarem na prevenção e, com isso, economizarem bilhões de reais a longo prazo e manterem os cidadãos saudáveis por muito mais tempo.
Pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Michigan e da Rede para o Direito Sanitário Público afirmam que a poluição sonora não afeta só a audição, mas contribui para o desenvolvimento de doenças cardíacas, hipertensão, distúrbios do sono, estresse e problemas de aprendizagem. É inacreditável que esse perigo ambiental seja tão ignorado.
Em artigo publicado na Environmental Health Perspectives, os cientistas Rick Neitzel e Monica Martelo analisam a poluição sonora que afeta cerca de 104 milhões de pessoas.
Há uma crença de que os problemas de audição causados por exposição ao ruído sejam autoinfligidos, mas os cientistas desmistificaram essa hipótese. Em Nova York, por exemplo, 90% dos usuários de transporte coletivo urbano de massa podem estar em risco de perda permanente da audição por ruído causado por trem, ruídos ocupacionais e uso do MP3 player.
A Agência de Proteção Ambiental estabelece limites para a exposição ao ruído para um período de 24 horas em áreas residenciais de 55 decibéis (dBA) e de 70 dBA para evitar a perda de audição. Muita gente fica exposta a níveis de ruído além destas marcas devido a um efeito cumulativo de tráfego rodoviário e ferroviário, transporte aéreo, atividades ocupacionais e industriais, música amplificada, atividades recreativas e armas de fogo.
As evidências mostram que as pessoas expostas ao ruído indesejado desenvolvem uma resposta: acreditam que não há nada que possa ser feito para mudar o ambiente, quando, na verdade, existem muitas opções disponíveis.
Os cientistas incluíram também diversas recomendações para a Estratégia Nacional de Prevenção dos EUA, uma organização que representa 17 agências federais responsáveis por metas de prevenção sob o "Affordable Care Act", uma lei de proteção dos pacientes no que se refere aos serviços de saúde: exercer o controle de ruído através de regulamentação direta, estabelecendo níveis de emissões máximas.
Exigir a divulgação das emissões de produtos, tais como brinquedos para crianças. Melhorar a divulgação de informações sobre os perigos do ruído. Realizar mais pesquisas para compreender plenamente o impacto do ruído sobre a população. Aprovar regulamentos que não são cobertos pela Agência de Proteção Ambiental. Adotar políticas de compras para reduzir o ruído causado por comunidades de construção, veículos de emergência e equipamentos de manutenção. Tomar medidas para a construção ou reforma de habitações que protejam as pessoas de ruído.
Embora não seja novidade no Brasil, este problema vem sendo desprezado também, e a atitude norte-americana é uma oportunidade para os atores políticos atuarem na prevenção e, com isso, economizarem bilhões de reais a longo prazo e manterem os cidadãos saudáveis por muito mais tempo.