quinta-feira, 4 de maio de 2023

Para cumprir meta de reflorestamento, Brasil precisaria plantar 8 bilhões de árvores

 



https://oeco.org.br/noticias/para-cumprir-meta-de-reflorestamento-brasil-precisaria-plantar-8-bilhoes-de-mudas/

Para cumprir meta de reflorestamento, Brasil precisaria plantar 8 bilhões de árvores

Desafio tem de ser encarado em escala industrial, diz especialista. Apenas 0,68% do compromisso de reflorestar 12 milhões de hectares já foi cumprido de forma ativa

CRISTIANE PRIZIBISCZKI · 

3 de maio de 2023

 

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou recentemente a retomada do compromisso de reflorestar 12 milhões de hectares de vegetação nativa no país, assumido no âmbito do Acordo de Paris, em 2015, mas nunca de fato implementado. Falta ele detalhar, no entanto, como seu governo pretende cumprir essa meta desafiadora. Para especialista, será necessária a estruturação de uma “indústria de recuperação florestal no país”.

Desde o início de 2016, quando o Acordo de Paris passou a vigorar, o Brasil restaurou ativamente, por meio do plantio de árvores nativas, apenas 79 mil hectares, ou 0,65% da meta brasileira, segundo cálculos do Observatório da Restauração e Reflorestamento


A iniciativa, coordenada pela Coalização Brasil, Clima, Florestas e Agricultura, diferencia as áreas em restauração – quando há o plantio ativo de mudas e que contabilizam os 79 mil hectares citados acima – e as áreas em regeneração natural, que somam hoje cerca de 11 milhões de hectares.

Segundo Sérgio Leitão, diretor executivo do Instituto Escolhas, se toda a área prevista no compromisso brasileiro fosse reflorestada de forma ativa, seriam necessárias 8 bilhões de árvores. 

“O anúncio do presidente Lula é fundamental para que a gente tenha uma perspectiva de que vamos sair desse índice absolutamente irrisório, insignificante, indigente que temos [de reflorestamento], diante de uma meta de 12 milhões de hectares”, diz.

Leitão ressalta que, para dar conta da meta, seria necessário um esforço conjunto de vários órgãos estatais na estruturação de um “sistema de recuperação florestal” no país, onde os Ministérios da Fazenda, Agricultura e Meio Ambiente, o BNDES e outros bancos de fomento na Amazônia atuassem ativamente.

“Nós não fizemos nenhum investimento para estruturar um sistema de recuperação de florestas tropicais, não existem mudas, não existem sementes, não existe financiamento. E isso, se não for feito, é impossível que o país dê conta. Quando a gente fala 12 milhões de hectares de floresta, nós estamos falando de oito bilhões de árvores, nós estamos falando de plantar uma área do tamanho da Inglaterra”, diz.

Atualmente, o Instituto Escolhas – voltado para a geração de estudos e pesquisas em economia e meio ambiente – trabalha na análise de quanto a tarefa demandaria em termos financeiros. Em 2015, quando a meta de restauração foi anunciada, essa cifra estava em R$ 52 bilhões.

Além do ponto de vista climático, investimentos em reflorestamento também significam geração de empregos e movimentação da economia, diz Leitão. Em meados de março, o Instituto Escolhas lançou um estudo mostrando o impacto da restauração florestal em estados amazônicos.

No Pará, por exemplo, a recuperação de 5,9 milhões de hectares de florestas tem o potencial de geração de R$ 13,6 bilhões em receita, geração de 1 milhão de empregos e redução de 50% no índice de pobreza no estado.

Enquanto isso, no Maranhão, a recuperação de 1,9 milhão de hectares de florestas poderia gerar R$4,6 bilhões de receita, criar 350 mil empregos diretos e reduzir em 21,5% o índice de pobreza no estado.

“É necessário um conjunto de esforços para que o Brasil estruture uma indústria de recuperação florestal. Ou a gente encara isso como uma atividade em escala industrial, ou ela [restauração] nunca irá acontecer”, finaliza Leitão.

*O título foi atualizado às 18h46: o correto é oito bilhões de árvores e não mudas.

 

O extraordinário mundo dos insetos como você jamais viu!

 https://conexaoplaneta.com.br/blog/o-incrivel-mundo-dos-insetos-como-voce-jamais-viu/



O extraordinário mundo dos insetos como você jamais viu!

O incrível mundo dos insetos como você jamais viu!

Eles são olhudos, peludos e multicoloridos. Mas como também são minúsculos, nem conseguimos ver a beleza e a diversidade incríveis dos milhões de insetos que vivem ao nosso redor. Mas graças ao olhar apurado de fotógrafos e lógico, suas máquinas com lentes que conseguem ampliar esse diminuto universo, é possível vê-los de forma diferente!

E existem concursos de fotografia especializados apenas nesses pequenos animais, como é o caso da Insect Week Photography Competition, promovida pela Royal Entomological Society, a sociedade de entomologia do Reino Unido.

Há poucos dias a entidade divulgou os grandes vencedores da edição 2022 da competição. E algumas imagens são realmente impressionantes! Foram enviadas 700 fotografias, vindas de 34 países.

A grande vencedora foi o registro abaixo, de um casal de moscas (Eutolmus rufibarbis) acasalando. O autor é Pete Burford, do Reino Unido.

O incrível mundo dos insetos como você jamais viu!

Já na categoria “Menos de 18 anos”, a ganhadora foi a imagem coloridíssima que abre este post. Gustav Parenmark, de 16 anos, flagrou uma libélula de cauda azul (Ischnura elegans) na Suécia.

“É uma honra ser o vencedor nesta categoria, ter a oportunidade de mostrar os preciosos insetos da Terra e, com sorte, fazer com que as pessoas os apreciem mais. Os insetos são muitas vezes esquecidos e é importante mostrar que são criaturas incríveis e extremamente importantes para os nossos ecossistemas”, disse o jovem.

A partir do de 19 de junho as inscrições já estão abertas para o Insect Week Photography Competition 2023. Para concorrer basta acessar este link. O concurso inclui também ilustrações e desenhos de insetos.

Confira abaixo algumas das outras imagens de destaque deste ano

O incrível mundo dos insetos como você jamais viu!

Uma pequena libélula (Ischnura posita), nativa da América do Norte
Autor: Benjamin Salb

O incrível mundo dos insetos como você jamais viu!

Um besouro-tigre malhado (Cicindela sexguttata)
Autor: Benjamin Salb

Uma formiga-leão ((Euroleon nostras) após uma tempestade
Autor: Dennis Teichert

Uma mosca das dunas (Philonicus albiceps) comendo um besouro (Cteniopus sulphureus)
Autor: Jamie Spensley

Um grilo (Saga hellenica), que se alimenta de outros insetos, esperando sua próxima presa
Autor: Panagiotis Dalagiorgos

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Fotos: divulgação Royal Entomological Society

MP do Pará arquiva inquérito contra ‘Projeto Saúde e Alegria’, que atua em Alter do Chão

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MP do Pará arquiva inquérito contra ‘Projeto Saúde e Alegria’, que atua em Alter do Chão

Depois de quatro anos de investigações sobre possíveis fraudes na contabilidade do Projeto Saúde e Alegria (PSA), o Ministério Publico do Pará declarou que não há “falsidade documental nas contas”. O inquérito foi aberto em novembro de 2019, devido a incêndio em Alter do Chão (em setembro), que levou à invasão da ONG e à detenção de quatro brigadistas voluntários (um deles, do PSA), acusados de envolvimento no crime, mas logo liberados.

Já, na época, os ataques da polícia ao PSA e aos brigadistas apontavam para motivação política, o que levou à intensa mobilização de ativistas e da sociedade. A tentativa de criminalização era clara. Em coletiva de imprensa, os brigadistas desabafaram: “Só queremos que nossas vidas voltem ao normal“.

De acordo com o conselheiro do MP, Marco Antônio Ferreira das Neves, “não tendo sido identificado os ilícitos de natureza cível e tributária”, o órgão concluiu a “inexistência de indícios de fraudes documentais”.

O inquérito da Polícia Federal contra os brigadistas foi arquivado em 9 fevereiro de 2021 por falta de provas pelo juiz federal Felipe Gontijo Lopes, da 2ª Vara Federal de Santarém.

Agora, finalmente, o inquérito sobre fraudes fiscais acabou. Foram analisados cerca de oito mil documentos – entre registros e prestações de contas – de dez anos de atuação.

Caetano Scannavino, coordenador geral do Projeto Saúde e Alegria, declarou ao site Brasil de Fato: “Poderia até dizer que foi a maior auditoria e fiscalização de uma ONG na história, com a apreensão e investigação de notas fiscais, contratos, livros, hard disks e notebooks contábeis, enfim, todo o nosso depósito de arquivos administrativos dos últimos dez anos do PSA”.

E acrescentou: “Se havia alguma motivação em criminalizar organizações da sociedade civil, o que se deu foi o contrário, com essas acusações infundadas resultando num certificado de excelência nas nossas contas. É mais uma comprovação de que ONGs são, sim, sérias” .

A região do Lago Verde, em Alter do Chão – também conhecida como Capadócia – é alvo de grilagem há cerca de 14 anos e os moradores suspeitavam que o incêndio de setembro de 2019 poderia teria sido causado por grileiro(s), como Silas Soares e seu filho Gilson, PM acusado de homicídio, atuam ali há quase dez anos.
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Fonte: Brasil de Fato e Carta Capital

Foto: Eugênio Scannavino/Projeto Saúde e Alegria

“Floresta Racionada”: documentário denuncia impacto da pecuária sobre animais no Mato Grosso

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“Floresta Racionada”: documentário denuncia impacto da pecuária sobre animais no Mato Grosso

"Floresta Racionada": documentário denuncia impacto da pecuária no Mato Grosso sobre animais

Mato Grosso é o único estado a ter três dos principais biomas do Brasil: Amazônia, Cerrado e Pantanal, uma condição única. Todavia, ao mesmo tempo que abriga essa biodiversidade tão distinta, ele também é o maior produtor de grãos do país, concentrando 30% do cultivo nacional. Só em 2022, a safra foi estimada em 90 milhões de toneladas de milho e soja.

impacto dessa atividade intensiva sobre o meio ambiente e a fauna da região é o tema central do minidocumentário “Floresta Racionada”, uma parceria entre a organização não-governamental de jornalismo investigativo Repórter Brasil e a Proteção Animal Mundial.

Tendo como base um relatório da Repórter Brasil divulgado no fim do ano passado, o curta-metragem de pouco mais de 13 minutos ouve especialistas, que falam sobre como a pecuária está transformando o habitat de centenas de espécies, algumas em perigo crítico de extinção, como é o caso do zogue-zogue do Mato Grosso, só encontrado no estado e em nenhum outro lugar do mundo, justamente na área conhecida como Arco do Desmatamento.  

“Quando o meio ambiente sofre uma degradação, nós sofremos também”, afirma Elaine Dione, professora médica veterinária da Universidade Federal do Mato Grosso, e uma das profissionais entrevistadas para o minidocumentário.

Foi ela que deu os primeiros cuidados ao Xamã, que aparece na imagem que abre este post. O filhote de onça-pintada foi resgatado sozinho, numa propriedade particular na região de Sinop. Ele tinha cerca de dois meses, estava desnutrido e desidratado. Acredita-se que tenha se perdido da mãe, já que um incêndio florestal de grandes proporções havia ocorrido naquela área (leia mais sobre sua história aqui)

Elaine explica que, quando não morrem nas queimadas – muitas delas provocadas de propósito para transformar a floresta em pasto -, muitos animais acabam tendo consequências irreversíveis. Alguns jamais serão devolvidos à vida livre e precisarão ficar para sempre em cativeiro.

Além da médica veterinária, o curta conta ainda com a participação do sociólogo Ricardo Abramovay, do coordenador técnico do MapBiomas Marcos Rosa e do biólogo do Instituto Ecótono Gustavo Canale.

“Para além de alertar o público sobre os impactos socioambientais decorrentes desse processo, como o desmatamento ilegal e o desrespeito a comunidades tradicionais, o filme tem por objetivo central denunciar a crueldade no tratamento dispensado aos animais”, diz a Proteção Animal Mundial. “E isso engloba não só os animais silvestres vítimas de queimadas, por exemplo, mas também aves, suínos e bovinos criados em condições absolutamente questionáveis para alavancar um dos principais setores do agronegócio nacional”.

Confira abaixo “Floresta Racionada” na íntegra:

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Foto de abertura: divulgação Proteção Animal Mundialhttps://conexaoplaneta.com.br/blog/floresta-racionada-documentario-denuncia-impacto-da-pecuaria-sobre-animais-no-mato-grosso/#fechar