quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Meio ambiente: Quando mudar pode deixar as coisas piores que estão

 

Meio ambiente: Quando mudar pode deixar as coisas piores do que já estão

Com informações da New Scientist - 23/07/2018


Faca de muitos gumes

Todos conhecem as questões ambientais e sua urgência, e muitos já concordam em fazer sua parte.

Infelizmente, aderir à última moda no movimento ambientalista nem sempre é o caminho adequado para salvar o planeta.

Por exemplo, cortar a carne e os laticínios da sua dieta é uma abordagem válida para reduzir sua pegada ambiental, mas afastar-se do mundo animal não parece ser a melhor opção quando se trata do seu guarda-roupa.

Acontece que as alternativas para as peles e o couro podem simplesmente redirecionar os danos para as criaturas marinhas, porque essas alternativas são feitas de outro ecovilão: o plástico. Os indícios ainda são iniciais, mas apontam que, para o vestuário, alguns tecidos animais podem ser a escolha menos prejudicial para o meio ambiente.

Já se demonstrou também que trocar as sacolas plásticas descartáveis por uma sacola de algodão reutilizável só passa a fazer diferença depois que você a usar 131 vezes. Isso se deve à grande carga ambiental do algodão, que também é o grande responsável pela pegada ambiental das roupas, sem contar seu histórico devastador no uso de agrotóxicos.

Os biocombustíveis também têm sido largamente aclamados como uma alternativa ambientalmente correta aos derivados do petróleo, mas os dados mostram que cultivar plantas para transformá-las em combustível para carros leva ao desmatamento e ao aumento das emissões de carbono.

Trocamos as lâmpadas incandescentes, que gastavam muita energia, por lâmpadas fluorescentes compactas, mas nunca houve um estudo sobre o ciclo de vida dessa substituição, o que deveria ter incluído reciclar seu material eletrônico - o que já sabemos é que "democratizamos" o perigoso mercúrio por todo o planeta.

Também tentamos eliminar os gases usados em geladeiras e ar-condicionados que destroem a camada de ozônio, mas a emenda saiu pior do que o soneto, e os gases que salvaram camada de ozônio agora são acusados de ameaçar o clima, sem contar que também provocam chuva ácida.

Apenas análises iniciais sobre as propostas de geoengenharia, por sua vez, mostram que a geoengenharia climática vai afetar sobretudo os países mais pobres e pode ser um beco sem saída, já que não poderia ser interrompida.

Então o que devemos fazer? Continuar procurando alternativas. Dá trabalho, mas, a longo prazo, é a única escolha que vale a pena fazer.

Guerra contra o plástico está nos distraindo de ameaças mais urgentes, alertam especialistas

 

Guerra contra o plástico está nos distraindo de ameaças mais urgentes, alertam especialistas

Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/11/2020






Guerra contra inimigo errado

Uma equipe de importantes especialistas ambientais lançou um alerta de que a "guerra contra os plásticos" sendo atualmente travada no mundo todo está eclipsando ameaças muito maiores ao meio ambiente.

O painel de 13 especialistas afirma que, embora os resíduos de plástico sejam de fato um problema, sua proeminência na preocupação da mídia e do público em geral com o meio ambiente está ofuscando ameaças maiores como, por exemplo, as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade.

O argumento é que muito do discurso em torno dos resíduos plásticos é baseado em dados que nem sempre são representativos dos ambientes que foram amostrados - por exemplo, recentemente se comprovou que não há tanto plástico nos oceanos quanto se temia.

Os autores alertam que a poluição do plástico passou a dominar a preocupação do público com o meio ambiente e tem sido explorada politicamente, por exemplo, por meio de imagens emotivas da vida selvagem envolvida com lixo plástico e de manchetes alarmistas.

E isto é sério porque a aversão da população ao plástico pode encorajar o uso de materiais alternativos que têm efeitos potencialmente mais nocivos, algo que já aconteceu no caso dos gases projetados para salvar a camada de ozônio e que agora ameaçam o clima, e das lâmpadas fluorescentes compactas, que disseminaram o mercúrio por todo o planeta.

Alternativas que pioram as coisas

A equipe destaca que o plástico não é o único tipo de material poluente oriundo da atividade humana que contamina o meio ambiente. Outros exemplos incluem as fibras têxteis naturais, como algodão e lã, partículas carbonáceas esferoidais (restos de combustíveis fósseis) e partículas de desgaste dos freios de veículos - todas presentes em locais diferentes, onde podem ter efeitos ambientais adversos.

Esses materiais são frequentemente muito mais abundantes do que os microplásticos e alguns, como vidro, alumínio, papel e fibras naturais, estão associados a "plásticos alternativos" que são comercializadas como soluções para a poluição do plástico tradicional, mas na realidade são um passo para o lado, que não muda as práticas de consumo que estão na raiz do problema. Os impactos ecotoxicológicos de alguns desses materiais são menos conhecidos do que a poluição por plásticos e microplásticos, mas podem ter impactos significativos, diz a equipe.

Os autores do artigo apelam à mídia para garantir que as realidades da poluição do plástico não sejam deturpadas, particularmente na divulgação pública do problema, e exortam os governos a minimizar o impacto ambiental do consumo excessivo, por mais inconveniente que seja, por meio do projeto dos produtos, e da gestão de resíduos verdadeiramente circular.

"Estamos vendo um engajamento sem precedentes por parte do público com as questões ambientais, particularmente a poluição do plástico, e acreditamos que isso representa uma oportunidade em uma geração para promover outras questões ambientais potencialmente maiores. Este é um momento chave para destacar e abordar áreas como a 'cultura de jogar fora' da sociedade e reformular a gestão dos resíduos. Porém, se continuarmos a priorizar o plástico, essa oportunidade será perdida - e com grande custo para o nosso meio ambiente," ressaltou o professor Tom Stanton, da Universidade de Nottingham, no Reino Unido.


 

Veja um bilhão de anos do movimento tectônico da Terra em 40s

 https://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=veja-bilhao-anos-movimento-tectonico-terra-40s&id=010125210209#.YDYLcVQzaUk


Veja um bilhão de anos do movimento tectônico da Terra em 40s

Redação do Site Inovação Tecnológica - 09/02/2021

Tectônica de placas acelerada

Uma equipe internacional de geólogos criou um   ídeo que mostra em 40 segundos o movimento ininterrupto das placas tectônicas da Terra no último bilhão de anos.

O vídeo revela um planeta em movimento constante conforme as massas de terra se movem ao redor da superfície do planeta, por exemplo, mostrando que a Antártica já esteve no equador.

"Apresentamos, pela primeira vez, um modelo de placa inteira contínua abrangendo 1 bilhão de anos [atrás] até os dias atuais, incluindo um modelo revisado e melhorado para o Neoproterozóico-Cambriano (1000-520 milhões de anos) que se conecta com os modelos do Fanerozoico, abrindo assim os tempos pré-Gondwana para análises quantitativas e outros refinamentos regionais," escreveu a equipe.

Mais do que uma curiosidade educativa, o trabalho fornece uma estrutura de pesquisa para a compreensão da habitabilidade do nosso planeta e até mesmo para localizar recursos metálicos críticos para viabilizar um futuro de baixo carbono.

"Em uma escala de tempo humana, as coisas se movem em centímetros por ano, mas, como podemos ver na animação, os continentes estiveram em todos os lugares no tempo. Um lugar como a Antártica, que vemos como um lugar frio,inóspito e gelado hoje, na verdade já foi um ótimo destino de férias no equador," disse Michael Tetley, da Universidade de Sydney, na Austrália.

"O planeta Terra é incrivelmente dinâmico, com sua superfície composta de placas que se chocam constantemente de uma forma única entre os planetas rochosos conhecidos. Essas placas se movem na velocidade do crescimento das unhas, mas quando um bilhão de anos se condensam em 40 segundos o que se revela é uma dança hipnotizante. Os oceanos se abrem e fecham, os continentes se dispersam e se recombinam periodicamente para formar supercontinentes imensos," acrescentou seu colega Sabin Zahirovic.

Berço que balança

Este modelo de um bilhão de anos permitirá que os cientistas entendam melhor como o interior da Terra se convecta, se mistura quimicamente e perde calor por meio do espalhamento do fundo do mar e do vulcanismo.

O modelo também ajudará a entender como o clima mudou, como as correntes oceânicas se alteraram e como os nutrientes fluíram das profundezas da Terra para estimular a evolução biológica.

"Colocando em termos simples, este modelo completo ajudará a explicar como nosso lar, o planeta Terra, se tornou habitável para criaturas complexas. A vida na Terra não existiria sem as placas tectônicas. Com este novo modelo, estamos mais perto de entender como este lindo planeta azul se tornou nosso berço," disse o professor Dietmar Müller.