quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Tecnologia de impressão 3D dá vida a lagartixa raríssima (Gecko?), em risco de extinção, para que mais pessoas a conheçam e lutem por sua proteção

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Tecnologia de impressão 3D dá vida a lagartixa raríssima, em risco de extinção, para que mais pessoas a conheçam e lutem por sua proteção

Tecnologia de impressão 3D dá vida a lagartixa raríssima, em risco de extinção, para que mais pessoas a conheçam e lutem por sua proteção

Até 2011, acreditava-se que a lagartixa-de-pés-de-folha (Phyllodactylus pulcher) estava extinta na natureza. Por isso mesmo pouquíssimo se sabia sobre essa criatura minúscula, com pouco mais de 60 centímetros de comprimento, que tinha hábitos noturnas, possivelmente se alimentava de insetos e só era encontrada na ilha de Barbados, no Caribe, e em nenhum outro lugar do mundo.

Todavia, há cerca de uma década, foi encontrada uma pequena população dessa espécie de lagartixa, com apenas 250 indivíduos, na região de Culpepper, na borda de penhascos rochosos perto do mar. Desde então especialistas em conservação têm tentado conhecer mais sobre seus hábitos e comportamento para poder protegê-la da extinção.

Barbados é uma das ilhas mais povoadas do Caribe e esses répteis enfrentam não apenas a perda de habitat, mas também, o aumento do nível dos oceanos provocado pelo aquecimento global e a introdução de espécies invasoras.

Mas como envolver o grande público na preservação de espécies tão ameaçadas se as pessoas nunca viram esses animais? Como engajar a sociedade na luta por elas somente através de campanhas em que são divulgadas fotos? Ou então em visitas a museus onde espécimes foram coletados e empalhados?

E aí que entra a tecnologia da impressão 3D. Quando o Museu Nacional de Barbados demonstrou interesse em sediar uma exposição permanente sobre esse réptil, pesquisadores da mais antiga organização de conservação da vida selvagem do mundo, a Fauna & Flora International (FFI) entrou em ação.

“De repente nos vimos numa situação difícil. De jeito nenhum iríamos coletar indivíduos de uma população global composta por menos de 250 lagartos adultos. Felizmente, a tecnologia veio em nosso socorro”, revelou Isabel Vique, diretora do Programa Caribe da FFI.

O que se fez, através de imagens digitalizadas da Phyllodactylus pulcher foi imprimir réplicas dela em três dimensões. O resultado é impressionante!

“Tendo visto tanto as réplicas quanto os reais, posso garantir que elas são incrivelmente realistas”, diz a Laure Joanny, pesquisadora da FFI.

Tecnologia de impressão 3D dá vida a lagartixa raríssima, em risco de extinção, para que mais pessoas a conheçam e lutem por sua proteção

A réplica foi feita utilizando vários softwares diferentes
(Foto: Luis Carrera)

Para os especialistas, na área da conservação, vale aquele velho ditado popular “O que os olhos não veem, o coração não sente”.

Tecnologia de impressão 3D dá vida a lagartixa raríssima, em risco de extinção, para que mais pessoas a conheçam e lutem por sua proteção

Os diversos répteis que serão expostos no Museu Nacional de Barbados
(Foto: Luis Carrera)

Desde a redescoberta da lagartixa-de-pé-folha foi desenvolvido um programa de proteção para a espécie. Junto ao governo de Barbados, e em parceria com diversas organizações ambientais, como a FFI e a Re:wild (apoiada pelo ator e ativista Leonardo DiCaprio), foi criado um santuário para a espécie, livre de animais invasores e predadores da pequena lagartixa. Também houve o lançamento de uma campanha de educação ambiental para tornar mais conhecido esse réptil pela população em geral.

Tecnologia de impressão 3D dá vida a lagartixa raríssima, em risco de extinção, para que mais pessoas a conheçam e lutem por sua proteção

A lagartixa-de-pés-de-folha real, na vida selvagem
(Foto: Jenny Daltry/Fauna & Flora International)

*Com informações e entrevistas publicadas no site da Fauna & Flora International

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Foto de abertura: Luis Carrera

Pesticidas provocam lesão no cérebro das abelhas e fazem com que elas não consigam voar em linha reta

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Pesticidas provocam lesão no cérebro das abelhas e fazem com que elas não consigam voar em linha reta



Pesticidas provocam lesão no cérebro das abelhas e fazem com que elas não consigam voar em linha reta
Pesticidas provocam lesão no cérebro das abelhas e fazem com que elas não consigam voar em linha reta

Já eram muitos os danos conhecidos causados pelos pesticidas em abelhas, como por exemplo, afetar a capacidade de polinização e reprodução. Agora, um novo estudo acrescenta mais um ainda: a exposição a essas substâncias provoca lesões no cérebro desses insetos e faz com que eles percam a habilidade de voar em linha reta.

A descoberta, feita por um grupo de pesquisadores de universidades do Reino Unido, Estados Unidos e Canadá, foi relatada em um artigo científico, divulgado na quarta-feira (17/08), na publicação Frontiers in Insect Science.

“As abelhas usam informações de movimento visual de campo amplo para calcular a distância que voaram da colmeia e essa informação é comunicada às demais operárias através da dança de seu corpo. Inseticidas para tratamento de sementes, incluindo neonicotinóides e novos como o sulfoxaflor, apresentam efeitos prejudiciais em abelhas selvagens e manejadas, mesmo quando presentes em quantidades subletais”, alertam os autores do artigo.

Segundo os cientistas, que fizeram testes em laboratórios com diversos grupos de abelhas, os efeitos do contato com os pesticidas incluem déficits na navegação de voo e capacidade de retorno e diminuição da sobrevivência das abelhas operárias.

O mesmo já tinha sido detectado anteriormente com gafanhotos, mas agora também foi comprovado que o mesmo ocorre com abelhas, polinizadoras importantíssimas para a produção de alimentos: cerca de 80% das plantas se reproduzem por meio da polinização.

Através de análises com técnicas moleculares, notou-se ainda que as abelhas expostas aos pesticidas apresentam um grande número de células mortas em partes dos lobos ópticos do cérebro.

“Os inseticidas neonicotinóides e sulfoximina ativam os neurônios no cérebro do inseto e nem sempre são reciclados com rapidez suficiente para evitar a toxicidade”, explica Rachel Parkinson, cientista da Universidade de Oxford e principal autora do estudo. “Para entender completamente o risco desses inseticidas para as abelhas, precisamos explorar se os efeitos que observamos também ocorrem nas abelhas que voam livremente. A maior preocupação é que – se as abelhas não conseguirem superar qualquer deficiência durante o voo – pode haver profundos efeitos negativos em sua capacidade de forragear, navegar e polinizar flores silvestres”.

Em 2018, a Europa proibiu uso do neonicotinóide, o agrotóxico mais usado no mundo todo. O grande diferencial dessa sustância para outros tipos é ela ser sistêmica, ou seja, se espalhar por toda a planta: folhas, flores, ramos, raízes e até, néctar e pólen. Em geral, ela é colocada na semente e a partir daí, toda a planta fica com vestígios dela.

*Com informações adicionais do blog Frontiers Science News

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Foto: domínio público/pixabay

 Bichos  https://conexaoplaneta.com.br/blog/cientistas-querem-ressuscitar-o-extinto-tigre-da-tasmania-e-assim-sonham-em-trazer-a-vida-outras-especies-perdidas/#fechar


Cientistas querem ‘ressuscitar’ o extinto tigre-da-tasmânia e assim sonham em trazer à vida outras espécies perdidas

Cientistas querem 'ressuscitar' o extinto tigre-da-tasmânia e assim sonham em trazer à vida outras espécies perdidas

Em setembro do ano passado, escrevi sobre como o extinto tigre-da-tasmânia voltou à vida num breve vídeo, com pouco mais de 60 segundos. Foi quando um filme de 1936, com Benjamin, o último indivíduo que restou da espécie, foi remasterizado e colorido.

O tigre-da-tasmânia (thylacine) foi declarado oficialmente  há 86 anos. Tendo como habitat a Tasmânia, uma ilha no extremo sul da Austrália e também, a parte continental do país, na verdade, esse marsupial parecia mais um cão selvagem do que um tigre, mas ganhou seu nome por causa das listras que possuía nas costas e no rabo.

Assim como outras espécies endêmicas australianas, que já não existem mais, o tigre-da-tasmânia começou a caminhar para a extinção após a chegada dos colonizadores europeus. Eles estimularam a caça desses animais, que também foram impactados pela introdução de predadoresperda de habitat e doenças.

Agora, uma nova notícia e bastante polêmica, que parece mais saída de um filme de ficção científica (ou terror), revela que cientistas da Universidade de Melbourne querem “ressuscitar” o tigre-da-tasmânia A instituição fez uma parceria com uma companhia de engenharia genética de Dallas, nos Estados Unidos, para tentar gerar, em laboratório, um indivíduo da espécie usando tecnologia de edição de DNA.

“Podemos dar um grande salto para conservar os marsupiais ameaçados da Austrália e enfrentar o grande desafio de ‘desextinguir’ os animais que perdemos”, diz Andrew Pask, principal responsável pelo projeto Thylacine Integrated Genetic Restoration Research (TIGRR) Lab. “Muitos dos desafios poderão ser superados por um exército de cientistas trabalhando nos mesmos problemas simultaneamente, conduzindo e colaborando em muitos experimentos para acelerar as descobertas. Com essa parceria, agora teremos o exército que precisamos para fazer isso acontecer”.

Segundo o pesquisador, os esforços se concentrarão no estabelecimento de tecnologias reprodutivas adaptadas aos marsupiais australianos, como fertilização in vitro e gestação sem “barriga de aluguel”.

“Estamos buscando o desenvolvimento desse marsupial desde a concepção até o nascimento em um tubo de ensaio, o que é concebível, dado o curto período de gestação dos marsupiais infantis e seu pequeno tamanho”, explica Pask.

De acordo com a Colossal, a empresa baseada no Texas, com a edição de genes CRISPR – o corte e edição de sequências de DNA -, será possível produzir um código genético a ser desenvolvido em organismos vivos.

“Com essa parceria, acredito que em dez anos poderemos ter nosso primeiro filhote de tigre-da-tasmânia vivo após quase um século da extinção da espécie”, prevê o professor da Universidade de Melbourne.

A comunidade científica internacional enxerga a notícia com ceticismo. Muitos criticam o projeto e dizem que ele seria apenas um sonho de ficção científica ou a tentativa de gerar atenção para os envolvidos.

Cientistas querem 'ressuscitar' o extinto tigre-da-tasmânia e assim sonham em trazer à vida outras espécies perdidas

Benjamim, o último indivíduo da espécie thylacine, morto em 1936

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Foto: divulgação Universidade de Melbourne