domingo, 20 de maio de 2018

Algo no mar além dos navios de carga

Algo no mar além dos navios de carga

Pela primeira vez, indústria de navegação de carga se compromete a reduzir emissões carbono


O "Titan", um imenso navio de cargas, chega ao porto de Hamburgo. As emissões de CO2 do setor equivalem às da Alemanha. Foto Daniel Reinhart/DPA
O “Titan”, um imenso navio de cargas, chega ao porto de Hamburgo. As emissões de CO2 do
setor equivalem às da Alemanha. Foto Daniel Reinhart/DPA
Gostamos de imaginar, do ponto de vista de uma praia limpa e de águas transparentes, que estamos de frente para talvez o único mundo ainda ideal, não tocado por perigosas mãos humanos. Na verdade, precisamos desta fantasia para mantermos parte da nossa sanidade. No entanto, logo chegam as informações sobre a destruição da Barreira de Corais da Austrália, causada pela poluição, emissões de CO2 e consequente acidificação dos oceanos. Ou da imensa ilha de plástico que cobre uma vasta área do Pacífico.  Mesmo assim seguimos sonhando. Porque sonhar é o que nos resta.
Não bastassem as emissões de CO2, a quantidade de esgoto não tratado jogada no mar pelos navios de luxo chega a 4 bilhões de litros por ano. Foram mais que 24 milhões de passageiros em 2016, em comparação com apenas 1.4 milhão em 1980
Mais um pesadelo, contudo, invade os devaneios, não porque já não estivesse là, à espreita, mas porque saiu das páginas de tediosos relatórios científicos: a indústria mundial de nevagação de carga, pela primeira vez, concordou em fazer cortes nas emissões de dióxido de carbono. Isso aconteceu depois de uma semana de negociações em um encontro da União Marítima Internacional, em Londres. O compromisso foi o de reduzir as emissões de carbono do setor em 50 por cento até 2050, tomando como base o ano de 2008.
Não é uma pequena ambição. Os 62 mil navios que singram os mares alimentando a economia mundial emitem, juntos, tanta poluição quanto a Alemanha.
Navios, assim como aviões, tinham ficado fora dos acordos de Kyoto e de Paris para a redução de emissões por serem atividades internacionais, enquanto estes tratados dizem respeito a compromissos nacionais.
Teve quem chiasse. O chefe da delegação dos EUA, Jeffrey Lantz, deixou clara a oposição de seu país: “Notamos que para chegarmos a reduções significativas, o setor intercional de navegação dependeria de inovações tecnológicas e melhoras na eficiência energética”. O Brasil também reclamou, mas dada a dimuição atual de sua importância no cenário mundial, isso não é relevante.
Navios vão ter de operar com menor velocidade para gastar menos combustível. Novos designs aparecerão, e os motores terão de ser mais limpos, impulsionados talvez por hidrogênio ou baterias. Ou mesmo vento.
Os navios de passageiros emitem, diariamente, uma quantidade de CO2 equivalente a de 1 milhão de automóveis. Foto Berk Ozkan/Anadolu Agency
Os navios de passageiros emitem, diariamente, uma quantidade de CO2 equivalente a de 1
 milhão de automóveis. Foto Berk Ozkan/Anadolu Agency
Em anos recentes, o setor de navegação, que transporta quase quatro quintos das cargas no mundo, tem sido responsável por mandar anualmente para atmosfera cerca de 800 milhões de toneladas de C02.


Ou 2.3 por cento do total global. E isso pode significar 101 bilhões de toneladas de hoje a 2075.
A principal razão da produção de toda esta sujeira é o fato de os motores dos navios serem alimentados por combustível pesado com alto teor de enxofre. O efeito é particularmente perverso. “É o fundo do barril, o resíduo da refinagem. E o produto mais pesado e sujo produzido em refinarias em todo o mundo”, diz Bjarne Schieldrop, analista de commodities. Padrões atuais permitem que combustíveis marítimos tenham um conteúdo de enxofre de 3.5 por cento, muitas ordens de magnitude maior que o permitido para a gasolina nos Estados Unidos.

E, caso você esteja vendo o mar da perspectiva do deck de um navio de cruzeiro, relaxado, com seu drinque na mão, pense nisso: estas máquinas usam o mesmo petróleo sujo dos cargueiros. Cento e cinquenta toneladas por dia, cada um deles, em média, jogando no ar tanta matéria particulada quanto um milhão de automóveis geram no mesmo tempo.

A maioria destes barcos de luxo não teve filtros instalados, o que melhoraria ainda que marginalmente seu impacto sobre o meio ambiente. A ONG europeia


Transport and Environment, que defende meios de transporte mais limpos para o continente, relata que eles causam cerca de 50 mil mortes prematuras por ano, com custos anuais de cerca de 70 milhões de dólares.


Não bastasse isso, a quantidade de esgoto não tratado jogada no mar por todos estes navios é de cerca de 4 bilhões de litros por ano. Foram mais que 24 milhões de passageiros em 2016, em comparação com apenas 1.4 milhão em 1980. Não há sinais de desaceleração da atividade. Pior. Amostras de ar do deck superior do Oceana no ano passado mostraram 84 mil partículas ultrafinas por centímetro cúbico. Isso equivale à poluição de uma cidade como Xangai, ou Nova Déli.
Saúde!

Escrito por José Eduardo Mendonça

Veja a diferença entre habitat e nicho ecológico


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Veja a diferença entre habitat e nicho ecológico

Habitat e nicho ecológico são conceitos extremamente importantes para o estudo da ecologia e não devem ser confundidos. Veja a diferença destes termos

O estudo de um ser vivo sempre engloba o conhecimento de seu habitat e seu nicho ecológico. Ambos os conceitos são extremamente importantes para o estudo da ecologia e não devem ser confundidos.

O que é habitat?

O termo habitat refere-se ao local em que uma determinada espécie vive ou habita. Cada espécie está adaptada para viver em determinado local, que é o seu habitat, sendo o ambiente ideal para que ocorram a sua reprodução, alimentação e sobrevivência.

O habitat do mico-leão-dourado, por exemplo, é a Mata Atlântica.
Veja a diferença entre habitat e nicho ecológico
Foto: Depositphotos

O que é nicho ecológico?

Muitas pessoas podem imaginar que a expressão nicho ecológico faz referência ao local onde a espécie se desenvolve mais facilmente, mas, como já vimos anteriormente, este é o habitat. Mas então o que é nicho ecológico?

Quando falamos em nicho ecológico, fazemos referência ao modo de vida de um determinado animal, as suas relações com o ambiente, seu modo de reprodução, forma de alimentação, seus hábitos, quem são os seus predadores naturais e forma de sobrevivência, dentre outras características. Pode-se dizer que o nicho é o papel ecológico do animal na comunidade em que ele vive.

O papagaio-da-cara-roxa, de nome científico amazona brasiliensis, é uma espécie encontrada na Mata Atlântica, ou seja, este é o seu habitat. Com relação ao seu nicho ecológico, podemos dizer que esta espécie vive ao pares, é bastante ativa durante a manhã e, no final do dia, e a sua alimentação consiste de frutos, folhas e flores.

Relação entre os dois termos

Para facilitar o estudo e a memorização das diferenças entre os dois conceitos, muitos autores gostam de fazer uma relação entre os termos “habitat” e “nicho ecológico” e a nossa vida cotidiana. Neste sentido, o habitat seria o endereço de um animal na natureza, enquanto o nicho ecológico poderia ser considerado como o seu trabalho em um determinado ecossistema.

Leia o exemplo a seguir para entender melhor as diferenças fundamentais entre os termos:
O mico-leão-dourado (leontopithecus rosalia) é uma espécie que pode ser encontrada apenas na região da Mata Atlântica. É comum que este animal seja visto em grupos familiares e a maioria vive cerca de oito anos. A sua dieta é constituída por frutos, alguns animais vertebrados e invertebrados, geralmente insetos.

O mico-leão-dourado também é responsável pela dispersão de uma grande quantidade de sementes ao comerem os frutos e, desta maneira, se torna muito importante nesse bioma.

No exemplo acima, podemos concluir que a Mata Atlântica é o habitat do mico-leão-dourado e, quando abordamos o seu modo de vida, alimentação e reprodução, estamos falando de seu nicho ecológico.

Pérdida de humedales en América es la mayor amenaza para aves migratorias: ONU

Pérdida de humedales en América es la mayor amenaza para aves migratorias: ONU

Este sábado 12 de mayo se celebra el Día Internacional de las Aves Migratorias. Por ello, Alberto Pacheco Capella, de ONU Medio Ambiente, advirtió que la pérdida excesiva de manglares y el cambio climático "está teniendo un gran impacto".

Tomada de Pixabay-Referencia
América es muy importante para la migración de aves, que en este continente enfrentan muchas amenazas "principalmente por cambios en el hábitat y la pérdida de humedales" dijo a Efe Alberto Pacheco Capella, de ONU Medio Ambiente.

"En Mesoamérica cambia el uso de suelo, con ello se pierden humedales y hábitats sensibles en donde llegan estas aves migratorias durante otoño y primavera", explicó Pacheco, coordinador regional de Biodiversidad y Ecosistemas, con base en Panamá.

El cambio de uso de suelo para desarrollos urbanos, turísticos, ganaderos o agrícolas están eliminando los humedales además de las zonas de descanso de las aves y esto "ya está teniendo un impacto", determinó Pacheco.

Explicó que los corredores de la zona del Pacífico, Centroamérica y del Caribe, ligados con el del Atlántico, "son importantes porque cada uno tiene especies de aves específicas que migran a través de ellos".

Pacheco destacó como ejemplo la región selvática del Darién, en Panamá, frontera con Colombia, considerada una de las zonas más lluviosas del planeta y a la que llegan a reposar las aves y sirve como punto de conexión de las migraciones del norte con las del sur.

"La pérdida excesiva de manglares y el cambio climático está teniendo un gran impacto sobre Mesoamérica particularmente en el Corredor Seco" afectando su característica ecosistema, indicó el experto.

El llamado Corredor Seco, mayormente la región que comprende Guatemala, Honduras y el Salvador, vive una de las sequías más graves de los últimos 10 años, según datos de la Organización de las Naciones Unidas para la Alimentación y la Agricultura (FAO).

Otra importante amenaza la constituye "el comercio ilícito de aves en todo Latinoamérica, aves amazónicas destinadas para el mercado asiático", dijo Pacheco sobre algunos de los factores que se ven con bastante preocupación.

La "Convención de Especies Migratorias (CMS por sus siglas en inglés) designó en su reunión de 2017 en Filipinas un plan de acción para la conservación de las rutas migratorias identificando zonas de importancia biológica en todo el mundo.

"La cumbre de la CMS fue muy buena porque hubo ese consenso por parte de los países, porque tienen que tomar acciones, y los países se están comprometiendo", enfatizó Pacheco.

"Nos interesa la ruta del Pacífico, América Central y la del Atlántico", agregó, porque las aves que migran alrededor de esos corredores se clasifican en cantoras, playeras, acuáticas y rapaces.

La comunidad científica ya está determinando las zonas de importancia biológica para las especies migratorias y los Gobiernos tendrán que designar áreas de protección, enfatizó.

Pacheco pidió a los Gobiernos estar "más conscientes de las consecuencias" del aumento del turismo, de la agricultura y del uso de pesticidas en zonas migratorias.

Rafael Parra Calderón, de la Iniciativa para la Conservación de las Aves de América del Norte, dijo a Efe que en México y el norte del continente la situación es similar porque la perdida de hábitat lleva a las aves a buscar nuevos lugares para alimentarse y anidar.

Las aves pueden morir si no encuentran alimento y sus poblaciones verse diezmadas sin sitios de anidación; además juegan un papel muy importante como polinizadores y controladores de plagas de mosquitos en las ciudades, apostilló.

"Muchas especies migratorias llegan a nuestros jardines", indicó Parra al destacar la importancia que puede tener la participación ciudadana para reunir información para conocer mejor a las aves.

Parra Calderón considera que el Día Internacional de las Aves Migratorias, que se celebra este 12 de mayo, es "una oportunidad para hacer conciencia, conocer y observar".

Pacheco lo consideró un llamado para reconocer que nuestros hábitos de consumo tienen impacto en el ambiente, como el uso de plástico que acaba por convertirse en parte de la cadena alimenticia de las aves migratorias.

"Podemos hacer un cambio. Están las leyes e instrumentos, falta la voluntad política, y nosotros como ciudadanos podemos forzar esa voluntad política", concluyó.