quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Lula requenta o truque de 2006 - ELIO GASPARI


FOLHA DE SP - 17/09


Nosso Guia quer confundir a Petrobras com a gestão do comissariado petista com que aparelhou a empresa


Lula fez uma involuntária defesa do voto útil, aquele que vai para qualquer lugar, desde que o PT vá embora. Foi para a frente do prédio da Petrobras e disse o seguinte:

"Já houve três pedidos de CPI só na Petrobras. Eu tenho a impressão de que essas pessoas pedem CPI para, depois, os empresários correrem atrás delas e achacarem esses empresários para ganhar dinheiro. (...) Se alguém roubou, esse alguém tem mais é que ser investigado, ser julgado. Se for culpado, tem que ir para a cadeia."

A Petrobras petista apareceu em várias CPIs. A primeira, de 2005, foi a do mensalão. Duas outras foram específicas e, com a ajuda do comissariado, deram em nada. Se Nosso Guia acha (e tem motivos para isso) que, incentivando-as, há "pessoas" achacando empresários que correm "atrás delas", não se conhece uma só fala de petista denunciando achacados ou achacadores. O relator da comissão que está funcionando é o petista Marco Maia.

O primeiro comissário apanhado em malfeitorias relacionadas com a Petrobras foi o secretário-geral do PT, Silvio Pereira. "Silvinho" fez um acordo com o Ministério Público e trocou o risco de uma condenação por 750 horas de trabalho comunitário. Ele ganhara um reles Land Rover de um fornecedor da Petrobras. Nem Lula nem o PT condenaram-no publicamente. Se o tivessem feito, teriam emitido um sinal. Afinal, dissera o seguinte: "Há cem Marcos Valério por trás do Marcos Valério". Ele está na cadeia. Salvo a bancada da Papuda, os demais estão soltos.

Em 2009, quando foi instalada a primeira CPI para tratar exclusivamente da Petrobras, o comissariado disse que a iniciativa tentava tisnar a imagem da empresa. Resultou que ela tisnou a imagem do instituto da CPI e os petrocomissários continuaram nos seus afazeres. Paulo Roberto Costa estava na diretoria da Petrobras desde 2004. Em oito anos, amealhou pelo menos US$ 23 milhões.

A CPI de hoje é abrilhantada também pelos petistas Humberto Costa, José Pimentel e Sibá Machado. Nenhum deles, nem Marco Maia, deve vestir a carapuça da fala de Lula, mas jamais apontaram um achacador. "Paulinho" foi preso em abril pela Polícia Federal e, em seu escritório, foram recolhidos abundantes provas de seus malfeitos. Ele prestou um depoimento à CPI em junho e o senador Humberto Costa considerou-o "satisfatório". "Paulinho" disse o seguinte: "A Petrobras não é uma empresa bandida nem tem bandidos em seus quadros". Tinha pelo menos um, hoje confesso: ele próprio.

Nessa comissão, como na anterior, a bancada governista não se deu conta do risco que corria. Descobriu-o há poucas semanas, quando "Paulinho" começou a colaborar com a Viúva. De saída, devolverá os US$ 23 milhões guardados em sua conta suíça, revelação ocorrida no dia seguinte ao seu depoimento. Nessa faxina não houve a colaboração do PT.

Durante a campanha eleitoral de 2006, o comissariado encurralou o tucanato, acusando-o de ter tentado privatizar a Petrobras. Era mentira, mas deu certo. Passados oito anos, Lula requentou o truque, mas há uma diferença: uma pessoa de boa-fé podia acreditar que os tucanos quisessem privatizar a Petrobras, mas fica-lhe difícil achar que falar em petrorroubalheiras possa prejudicar a empresa.
 

O atirador da presidente - EDITORIAL O ESTADÃO




Causando estragos a torto e a direito na campanha presidencial, a entrada em cena de Marina Silva como candidata do PSB e a sua imediata disparada nas pesquisas de intenção de voto reduziram as chances do tucano Aécio Neves de ser o contendor da presidente Dilma Rousseff no segundo turno e fizeram descarrilar a estratégia petista de campanha. 
Tendo se preparado, antes da tragédia que matou o pernambucano Eduardo Campos, para soltar os cachorros em cima do senador mineiro - tornando a enveredar pelo caminho seguido pelo partido em 2006 contra Geraldo Alckmin e em 2010 contra José Serra -, o comando da operação Dilma+4 trabalhava, não obstante, com a hipótese realista de que, na segunda volta, ele aglutinaria com força total o sentimento de rejeição à herdeira de Lula, agravado pela convicção de que, ao cabo de 12 anos, o PT no poder já deu o que tinha para dar.

Com o quadro eleitoral de ponta-cabeça, os condutores da campanha dilmista parecem ter chegado à conclusão de que só lhes restava uma alternativa para enfrentar a reviravolta - transformar desde logo a disputa em um segundo turno. A nova tática solaparia os ganhos obtidos por Marina, a ponto de fazê-la perder a parada de 5 de outubro, com o que ela começaria debilitada o embate para o verdadeiro tira-teima de três semanas adiante, depois de lhe terem servido o pão que o diabo amassou. Na prática, a mudança significaria duas coisas - ou duas faces de uma coisa só: antecipar tanto o início da "campanha negativa", a temporada de agressões à rival, como a subida aos palanques, dia sim, o outro também, do ex-presidente patrono de Dilma. Com a esperteza adicional de que ele e não mais a sua afilhada é quem apertaria o gatilho para "desconstruir" a imagem de Marina.

Uma segunda novidade reforçaria o plano de não deixar para amanhã as baixarias que podem ser cometidas hoje. Trata-se das revelações atribuídas ao ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, nos depoimentos que tinha se oferecido a dar ao Ministério Público e à Polícia Federal (PF) para ver reduzidas ou anuladas as penas a que está sujeito pelos crimes cometidos na estatal, em conexão com o tráfico de divisas do cambista seu parceiro Alberto Youssef. 


A sociedade foi desbaratada pela Operação Lava Jato, da PF. Na sequência de suas "delações premiadas", Costa teria citado mais de 30 beneficiários do esquema, entre eles o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, o do Senado, Renan Calheiros, e pencas de outros políticos também alinhados com Dilma. Ela sentiu o golpe e perdeu o prumo. Tentando abrigar-se da tormenta, alegou, em um assomo de cinismo, que "não tinha a menor ideia de que isso ocorria dentro da empresa".

Mais uma missão para Lula. Secar o escândalo torrencial, fazendo um cavalo de batalha com o fato de o programa de Marina citar somente uma vez o pré-sal, enquanto valoriza outras fontes de energia. (Nas imagens da propaganda dilmista, a posição da adversária literalmente tira a comida da mesa dos brasileiros.) E eis que anteontem o ex-presidente, enfiado em um macacão laranja da Petrobrás, comandou um ato de campanha travestido de manifestação sindicalista de solidariedade à empresa, diante da sua sede no centro do Rio. O palanqueiro se desdobrou. 

Ora equiparou as denúncias de corrupção na estatal a um "erro qualquer", ora disse que a CPI da Petrobrás serve para "achacar empresários", ora ainda se pôs a dar lições a Marina. Ela deveria proibir os seus economistas de falar, porque "um fala mais bobagem que o outro", e deveria saber que "se tem cargo que você não pode terceirizar é o de presidente da República".

A tarefa de fazer terrorismo eleitoral ele terceirizou para um veterano da violência, o líder do MST, João Pedro Stédile, de quem Dilma mantém prudente distância. O ferrabrás ameaçou infernizar um eventual governo da ex-ministra que amalgamava a causa ecológica com a dos sem-terra. "A dona Marina que invente de colocar a mão na Petrobrás", trovejou, "que voltaremos aqui todos os dias." Resta ver se a ideia de pôr Lula a bater já agora na candidata não se voltará contra Dilma quando ela mais precisará de eleitores.


Difícil tentativa de agradar o empresariado - EDITORIAL O GLOBO


O GLOBO - 17/09


Baixo crescimento, inflação, desequilíbrio externo e nas contas públicas são problemas os quais empresários não confiam que possam ser resolvidos por Dilma


O governo acaba de tomar mais uma decisão tópica na tentativa de amenizar as dificuldades do setor produtivo, pressionado por aumento de custos salariais, uma taxa de câmbio programada para combater a inflação — portanto, valorizada — e as dores de cabeça de sempre com a infraestrutura e a burocracia. Apenas para citar algumas agruras do empresariado.

De aviso prévio em contagem regressiva, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a redução do Imposto de Renda, de 34% para 25%, sobre o lucro de subsidiárias de grupos nacionais no exterior. Visa a mitigar uma das grandes dificuldades enfrentadas por pessoas jurídicas e físicas, a carga tributária.

Na realidade, o objetivo da candidata à reeleição é, a menos de um mês do primeiro turno das eleições, dar um aceno aos empresários, já há algum tempo descrentes da capacidade de o governo Dilma Rousseff corrigir os erros cometidos na política econômica. Daí sua cautela, expressa na baixa taxa de investimento na economia — 17% do PIB, aproximadamente, quando são necessários cerca de 25% para o país crescer numa velocidade de cruzeiro de 4% a 4,5% ao ano, o ideal.

O aceno amistoso é inútil, mais ainda neste momento em que fica cada vez mais evidente que o PT deverá enfrentar a eleição presidencial mais difícil desde 1998, quando Lula foi derrotado pela segunda vez consecutiva por Fernando Henrique (PSDB).

Já era tempo de o Planalto ter percebido que ações dirigistas, tópicas, são inócuas. Ao ampliar a desoneração da folha de pagamentos, parecia que o governo havia se curvado ao bom senso. Mas não.


A história deste governo Dilma é a história do desdobramento de uma política econômica "desenvolvimentista", cujas fundações começaram a ser lançadas na fase final do primeiro governo Lula, quando, em 2005, José Dirceu deixou a Casa Civil, devido ao mensalão, sendo substituído por Dilma. O afastamento da Fazenda de Antonio Palocci, no ano seguinte, colocou neste ministério Guido Mantega, o executor disciplinado de ideias da economista Dilma.

Eleita presidente, ela teve espaço livre para arriscar o tal "novo marco macroeconômico", o suprassumo do intervencionismo: juros no chão, câmbio desvalorizado e pé no acelerador dos gastos. Tudo na base do voluntarismo, nos atos de vontade de quem manda.

O poder, no entanto, não é suficiente para mudar a realidade, mostra de maneira copiosa a História. Foi assim que o país chegou à incômoda mistura de virtual estagnação com inflação elevada e resistente, além de contas externas no vermelho e as internas caminhando na mesma direção, tanto que piruetas contábeis são realizadas para maquiar a preocupante realidade. Não será um alívio tributário isolado que retocará este cenário.

Dodô e Mario Fernandes são as grandes novidades da segunda convocação de Dunga


Jogadores convocados irão para o Superclássico das Américas contra a Argentina e para amistoso contra o Japão

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Dunga faz sua segunda convocação no comando da Seleção em 2014
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Dunga faz sua segunda convocação no comando da Seleção em 2014
 
Nesta quarta-feira (17), o técnico Dunga fez a sua segunda convocação, na sede da CBF, desde que chegou à Seleção Brasileira em agosto. Nos dois primeiros jogos depois da volta do técnico, contra a Colômbia e contra o Equador, o Brasil venceu os confrontos, ambos por 1 a 0.

Dessa vez, o time convocado vai para o Superclássico das Américas enfrentar a Argentina e para o amistoso contra o Japão. O jogo entre Brasil x Argentina acontece no dia 11 de outubro no Estádio Ninho do Pássaro, em Pequim, às 20h05 (09h05 de Brasília). Já o amistoso da Seleção Brasileira será disputado no dia 14 de outubro, em Cingapura, às 18h45 do local (7h45 de Brasília).

Convocados que atuam no futebol brasileiro desfalcarão suas equipes nas rodadas 27 e 28 do Brasileiro e nos jogos de volta das quartas de final da Copa do Brasil, agendados para os dias 15 e 16 de outubro.
As principais novidades foram a convocação do jovem lateral-esquerdo da Inter de Milão, Dodô, que começou sua carreira no Corinthians e além dele, Mario Fernandes, do CSKA.

Confira a lista de convocados do técnico Dunga:
GOLEIROS:
Jefferson - Botafogo
Rafael Cabral - Napoli
ZAGUEIROS:
David Luiz - PSG
Marquinhos - PSG
Gil - Corinthians
Miranda - Atlético de Madri
LATERAIS:
Mario Fernandes - CSKA
Felipe Luis - Chelsea
Dodô - Inter de Milão
Danilo - Porto
MEIO-CAMPO:
Luiz gustavo - Wolfsburg
Elias - Corinthians
Fernadinho - Manchester City
Ramires - Chelsea
MEIA-ATACANTES E ATACANTES:
Oscar - Chelsea
Everton Ribeiro - Cruzeiro
Robinho - Santos
Ricardo Goulart - Cruzeiro
Willian - Chelsea
Neymar - Barcelona
Philippe Coutinho - Liverpool
Diego Tardelli - Atlético-MG

Comércio fecha as portas e lojas viram alvo de arrastão


]As portas de aço das Casas Bahia na frente do Theatro Municipal, loja sempre cheia de consumidores, estavam abaixadas - cena impensável às 11 horas de um dia útil. A situação era vista por todo o corredor da Rua Barão de Itapetininga, alastrando-se pelas transversais - Conselheiro Crispiniano, Marconi e Dom José de Barros - e pelas paralelas 24 de Maio e 7 de Abril. Tudo fechado. Não parecia uma terça-feira em pleno horário comercial. O medo havia tomado conta do centro da capital paulista, que chegou a registrar alguns arrastões.


Bancas de revista, lanchonetes, docerias, a Galeria do Rock, o Shopping Light... Não havia onde entrar na terça-feira, 16, de manhã, durante a confusão iniciada pelo confronto entre Polícia Militar e manifestantes durante reintegração de posse na Avenida São João. Bombas de efeito moral dos policiais e golpes com barra de ferro (de parte dos manifestantes, em portas fechadas) assustavam quem foi surpreendido e passava pelas ruas da região.


O aposentado Antonio Louro, de 76 anos, procurava a entrada da Estação República do Metrô, no meio da confusão, quando uma bomba de efeito moral estourou ao lado de sua perna. Lacrimejando e desnorteado, ele buscava algum abrigo em meio ao comércio fechado da Barão de Itapetininga. “Eles (policiais) arremessaram a bomba sem nem ver em quem estavam jogando.” Naquela rua, porém, não havia refúgio aberto.


Arrastões
Mesmo fechadas, duas lojas de telefonia celular - uma da Claro, outra da Oi -, na Barão de Itapetininga, foram saqueadas durante a confusão. Celulares e monitores acabaram furtados e as portas, arrombadas. Funcionários ouvidos horas depois do incidente ainda não tinham calculado o prejuízo dos dois arrastões. Fachadas de outros estabelecimentos comerciais apareceram quebradas - a loja do McDonald’s na Barão teve uma das três portas de aço toda amassada.


Por volta das 9 horas, a maioria dos estabelecimentos permanecia fechada. Com o avanço da Tropa de Choque, atirando a esmo bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, os comerciantes mantiveram-se trancados dentro das lojas. “Mesmo assim, o gás lacrimogêneo conseguiu entrar. E aqui dentro tinha duas clientes grávidas, sem ter como sair. Todo mundo quase desmaiou com aquele cheiro”, disse Marlene Marques, de 46 anos, atendente de uma farmácia. Outros comerciantes e consumidores relataram cenas semelhantes.


O mecânico Francisco Ferreira da Silva, de 38 anos, comia um sanduíche em uma lanchonete quando uma bomba de gás da polícia explodiu na porta. “Foi fumaça para todos os lados. Uma das atendentes passou mal.” Dois dos mais tradicionais centros de compras da região, o Shopping Light e a Galeria do Rock, passaram diversas horas fechados ao público. Somente por volta das 12 horas, algumas lojas começaram a reabrir no centro, para depois fecharem de novo, com a volta dos tumultos no fim da tarde.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Luciana Genro é entrevistada por Danilo Gentili e usa um dos principais truques do marxismo

truques do marxismo



gentiligenro
Ontem, 15/09, Danilo Gentili entrevistou Luciana Genro no programa The Noite. Na verdade, como já havia passado da meia-noite, a entrevista foi exibida hoje, 16/09. Como me “cobraram” este post, precisava dizer minha opinião.

No geral, as ideias de Luciana Genro foram o delírio de sempre, que nunca vai funcionar em lugar algum. Mas hoje em dia ela está em posição confortável, pois ninguém irá atacá-la. Se fosse contradita por algum leitor mais experiente deste blog, seria reduzida a pó.
O ponto positivo dela (e eu sempre a elogiei por isso) é a assertividade. Ela é segura de suas ideias e realmente comunica à plateia acreditar no que diz. Por isso, ela consegue responder com agilidade. Mesmo que, como já disse, ela defenda ideias merecedoras de indicação para hospício, como sugerir a taxação de fortunas, o que só faria investidores fugirem do Brasil. Ela pode até argumentar que taxação de fortunas ocorre na Europa. É verdade, mas em vários lugares onde isso ocorreu, eles conseguiram afugentar investidores. Pergunte aos franceses.
Então, as ideias de Luciana para a economia beiram o ridículo.
Na hora de argumentar sobre as drogas, ela foi firme, mesmo que sua proposta contenha a atrocidade de pedir estatização da fabricação de maconha. Mas o assunto até que não durou muito…
A parte mais interessante veio quando Roger teve a oportunidade de questioná-la sobre os milhões de mortos do comunismo, além das contradições da esquerda caviar. Ela, é claro, como de costume sempre consegue dizer com rapidez e até uma expressão angelical (mas firme) que “não se encaixa em nenhuma das categorias” (ou seja, não é uma comunista genocida nem uma esquerdista caviar).
Daí surgiu o momento em que Gentili a questionou em maiores detalhes. Veja a transcrição:
No programa, que foi ao ar na noite de segunda (15), o apresentador disse que “lugares horríveis, como China, Cuba e Coreia do Norte seguiam Marx”. Luciana rebateu dizendo que nesses locais as pessoas não seguiam o pensador e disse que Gentili prefere o sistema capitalista porque está em uma situação privilegiada.
“Se tu tivesse na ocupação que visitei hoje, morando em um barraco, tu ia achar que ele fracassou também”, afirmou a candidata.
“Eu ia é estar sendo fuzilado se fosse comunista!”, retrucou Gentilli
“Isso não é comunismo, Danilo. Se tu estudasse um pouco mais ia conhecer o assunto”, finalizou a presidenciável.
Pela Internet, a extrema-esquerda comemorou as respostas de Luciana Genro como se fosse um gol. Para eles, é uma vitória dizer “vá estudar”, mesmo que se não consiga comprovar as alegações. Como Gentili fez uma entrevista elegante (e não um bate-boca no estilo Rafinha Bastos), a coisa ficou por isso mesmo.
Aqui vão quatro links de textos que já publiquei no passado que, se assimilados, jamais permitirão que um esquerdista capitalize com esse truque do “socialismo ideal X socialismo real”:
Se as rotinas são tão claras como vimos nos links acima, por que Luciana se deu bem? Simples: por que controla o frame. Daí é só mostrar segurança, posicionar-se sempre como defensora dos oprimidos e em prol de um mundo mais justo, e, é claro, demonizando os opositores. Sem se esquecer, é claro, de dizer o que o povo vai ganhar com as implementações de suas ideias, como ela fez. Guerra política é isso.

Eu simplesmente gostaria que mais pessoas da direita entrassem em campo preparados dessa forma. Como ela se preocupa com esses fatores, consegue se sair bem em entrevista. Tenho certeza que a imagem dela saiu melhorada após o programa de ontem (ou hoje). E atenção: eu não estou pedindo que a direita minta como Luciana, mas que controle o frame da forma que ela faz.

Em tempo: No final da entrevista, Gentili pediu para Luciana contar uma piada. Ela disse que não sabia contar piada, mas preferia pedir o voto do eleitor. Gentili retrucou: “Bem, isso é uma piada”. Mandou bem.

Em tempo 2: Aliás, circulou uma imagem pela Internet (que ilustra esse post) fazendo Luciana perder a esportiva. Ela disse: “Gentili confirma que realmente precisa estudar. Apologia ao nazismo é crime. 
 
O holocausto nazista matou milhões. Minha familia tem origem judia e não admito brincadeira com esta tragédia da humanidade. Mais uma vez Danilo Gentili passa dos limites!”. 
 
Mas a verdade é que a imagem é sensacional e totalmente verdadeira. Tanto Hitler como Genro são exemplos de adeptos de ideologias que mataram milhões de pessoas e só podem se defender falando “vai estudar”, sem conseguir comprovar a inocência, seja do internacional socialismo, seja do nacional socialismo.

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Hipocrisia política ressurge no auge das campanhas eleitorais


Publicado em por Redação -NOTIBRAS
TV-CAPA
Gostaria de acrescentar minha voz ao coro das pessoas com liberdade de pensamento, que não se deixam levar por tradições culturais que imponham valores morais e sociais considerados absolutos. Vladimir Safatle (“Bem vindo ao século 19″, Folha, 26/8), retomando a crítica ao conservadorismo do colega Gregório Duvivier, escreve sobre o silêncio covarde dos políticos que, para não perder votos de gente religiosa, em suas campanhas eleitorais não enfrentam problemas polêmicos, como o uso de anticonceptivos, planejamento familiar, descriminação do aborto, homo afetividade, eutanásia, entre outros.

A hipocrisia está no fato de que essas práticas, condenadas por ideologias, persistem na vida cotidiana. Todas as religiões consideram (nunca entendi por que!) pecado mortal o prazer sexual fora do casamento, mas as igrejas são constantemente freqüentadas por casais adúlteros, divorciados, sodomitas ou por jovens que fazem amor sem assumir o compromisso matrimonial. O que dizer, então, da corrupção governamental?
Na propaganda eleitoral todos são contra a corrupção, mas no exercício do poder é difícil encontrar um político impoluto, pois, quem não é corrupto, é conivente ou omisso. E o povo continua reelegendo os que se enriquecem às custas do dinheiro público.
Na verdade, parece que o conceito de moral no Brasil está retrocedendo, em lugar de avançar, como requeria o evolucionismo humano. Que saudade da moral do movimento hippie dos anos sessenta, que apregoava a afirmação dos valores individuais, ao mesmo tempo em que impunha o respeito ao próximo: “Façam amor, não façam guerras nem crianças” (não tendo condições de educá-las com dignidade); “Minha liberdade termina onde começa a sua”.  Nenhuma democracia se sustenta com base numa sociedade hipócrita.
Salvatore D’ Onofrio

A democracia fragilizada - RÔMULO BINI PEREIRA O ESTADO DE S.PAULO - 17/09




Mais uma vez uma grande decepção se delineia para o povo brasileiro. Em depoimentos à Polícia Federal, o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa declarou que políticos da base de apoio ao governo central participavam de um esquema de corrupção envolvendo aquela empresa e grandes empreiteiras. O fato implica nomes de expressão no cenário político atual e põe o nosso governo no centro de um escândalo idêntico ou até maior que o "mensalão".

Advogados renomados e regiamente pagos certamente entrarão nesse processo e, com base em trâmites jurídicos longos, prolongarão no tempo os possíveis julgamentos finais. O povo brasileiro, conforme experiências vividas no passado, já se manifesta com a costumeira assertiva: "Não vai dar em nada!" - selo de descrédito em nossas instituições. É neste ambiente conturbado que a eleição presidencial e as legislativas se aproximam. Com o auxílio de marqueteiros e homens de comunicação social, prevê-se um verdadeiro "vale-tudo", recomendado até mesmo por lideranças políticas que nos governam.

A propaganda eleitoral mostra ainda o nível daqueles que comporão o nosso Congresso e as Assembleias Legislativas. Com exceções, são participações hilárias em que predominam excentricidades, direitos inatingíveis e assistencialismos exacerbados. São representantes de 32 partidos com os costumeiros objetivos de aproveitamento de futuros cargos públicos ou de benesses dos governos central ou estaduais. Agora, com este novo escândalo, está bem claro que a "base governamental" sempre teve como objetivo evidente o apoio ao governo central em troca de favores e dinheiro público. Fatos que causam indignação e revolta no nosso povo, que não merece um Legislativo encabrestado pelo Executivo. Assim, a pobreza política do nosso país continuará!

E o que se pode dizer do nosso Poder Judiciário? Com o êxito alcançado nos julgamentos do "mensalão" e da atuação ímpar de seu antigo presidente, tornou-se uma esperança para os brasileiros. Entretanto, a presença ideológica e partidária em todos os seus níveis, uma execução penal complexa e prolixa, ininteligível para a maioria do povo, são alguns dos aspectos que comprometem a sua credibilidade. Sem contar o predomínio da ab-rogação do mérito e as inúmeras indicações políticas que ferem o artigo 101 da Constituição da República. Neste país continental, com 200 milhões de habitantes, onde imperam a permissividade e a impunidade, necessitamos de um Judiciário que marque sua presença não só com justiça e isenção, mas também com celeridade e punições mais severas no rigor da lei.

Talvez em razão dos fatos apresentados, as indagações quanto às posições das Forças Armadas no atual sistema democrático em que vivemos se avolumam nas redes sociais. "Só Deus e os militares nos poderão salvar!" é o que se lê e se ouve nestes tempos de descrédito. E isso se repete agora, como já ocorreu em épocas pretéritas.

O desmando dos governos, a corrupção em todos os níveis das instituições, a situação econômica frágil, a Justiça comprometida, o nepotismo, as mordomias, a falta de segurança são aspectos que, entre outros, fazem o povo clamar. Aliás, tal clamor não vem somente da "zelite", como diz um político e filósofo popular. Vem também das classes mais simples do povo.

Mesmo com uma campanha difamatória conduzida por alguns órgãos de imprensa, ideólogos e intelectuais de esquerda e ainda integrantes do mundo artístico, os militares continuam com a sua credibilidade em alta, acima até de entidades religiosas; e estão se transformando em "válvula de escape" do clamor popular, fora e dentro dos quartéis. Como fazem parte da sociedade, os militares tudo ouvem, pelo menos, por enquanto, permanecendo o silêncio obsequioso que adotaram. Esse silêncio, entretanto, está provocando situações preocupantes. Nos programas dos candidatos presidenciais pouco se diz a respeito das Forças Armadas.

Como se não fossem bastantes as ações unilaterais da Comissão da Verdade, agora surge o parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo procurador-geral da República defendendo a revisão da interpretação atual da Lei da Anistia. Quanto a esta nova interpretação - contrária à definição propalada pelo STF em 2010 -, é de perguntar se ela também abrangerá os diversos crimes praticados pelos radicais de esquerda, muitos deles imprescritíveis.

A continuarem essa exclusão e atitudes revanchistas flagrantes, as Forças Armadas, em 2015, também poderiam participar da Marcha dos Excluídos, realizada em várias capitais do País logo após os desfiles do 7 de Setembro. Poderiam expor suas apreensões, seus anseios e vindícias, como protesto contra as ações deletérias que vêm sofrendo.

É ainda pertinente falar do controverso Decreto 8.243/2014 - também chamado de bolivariano -, elaborado pelo atual governo e que será analisado pelo Congresso. Ele abre as portas para o ingresso de reais "sovietes" no Ministério da Defesa e, em consequência, em nossas Forças Armadas. O citado decreto consta dos programas das duas candidatas que lideram as pesquisas e é uma das principais orientações dos intelectuais gramscistas do Foro de São Paulo.

Em nosso país, para aqueles que não viveram o período que antecedeu o movimento de 1964, políticos inescrupulosos fomentaram a divisão entre oficiais e praças de nossas Forças, objetivando ferir frontalmente os princípios basilares das instituições militares: a disciplina e a hierarquia. Essas ações desagregadoras foram decisivas para a atitude adotada pelos líderes militares da época.

Espera-se que nossas autoridades políticas estejam atentas para os fatos assinalados e que atendam aos clamores de nosso povo. Ou, então, tempos incertos e de descrenças estarão presentes em nossas instituições. E aí a nossa democracia estará inexoravelmente fragilizada.
 

Haja Prozac - FERNANDO RODRIGUES---FOLHA DE SP - 17/09





BRASÍLIA - Ouvi uma frase sobre a corrida presidencial que me pareceu perfeita: "Em 2002, achei que o PT estava despreparado para assumir o governo. Mas eu não sabia que o PT estaria agora tão despreparado para deixar o governo".

É uma avaliação tão cruel quanto verdadeira. Revela também o grau de subdesenvolvimento institucional do país. É claro que não há risco de disrupção, mas parece um pouco incompatível com a regra democrática que um partido entre em desespero frenético apenas porque existe a possibilidade de sair do poder a partir de 1º de janeiro de 2015.

A aparição do ex-presidente Lula, suado e descabelado, fazendo uma manifestação em frente à Petrobras é a síntese do clima atual no PT. E nem está claro que Dilma Rousseff perderá a disputa contra Marina Silva (aliás, a presidente está à frente nas pesquisas). Mas em Brasília é possível respirar um certo pânico no ar.

Só na capital da República há mais de 20 mil cargos de confiança, todos ocupados pelo petismo e adjacências. Uma derrota de Dilma Rousseff obrigará essas pessoas e suas famílias a deixarem a cidade. Por baixo, serão de 40 a 50 mil desamparados. Voltarão a seus Estados para pedir trabalho na iniciativa privada ou em algum governo, prefeitura ou sindicato sob o comando do PT.

Serão milhares de dramas pessoais. Em Harvard, nos EUA, a universidade oferece um serviço gratuito de atendimento psicológico a estudantes estrangeiros que passam um tempo por lá e depois têm de retornar para seus países. Dilma poderia pensar no assunto. Uma "bolsa psicólogo" ajudaria a manter mais calmas as pessoas ao seu lado.

Como o problema é estrutural, uma vitória dilmista só atrasará a crise existencial dos petistas. Até porque, em 2018, 2022 ou em outro momento, o partido sairá do poder. Quando esse dia chegar, as farmácias de Brasília terão de reforçar os estoques de Prozac em suas prateleiras.
 

Demolição de valores - DORA KRAMER


O ESTADÃO - 17/09


Mantido o rumo pelo qual enveredou a campanha à Presidência da República, o que se pode esperar dos próximos 18 dias até o primeiro turno e depois mais 20 antes da etapa final não é um clima emocionante típico das eleições bem disputadas, como pareceu quando Marina Silva entrou na competição.

Disputas pressupõem confrontações de argumentos, embates travados mediante a observância de determinadas regras. Pois o que temos no cenário desde que o governo decidiu mandar às favas os escrúpulos e fazer o diabo para tentar vencer as eleições não guarda a menor relação com troca de argumentos e muito menos com obediência a qualquer tipo de regra.

Por ora há uma perplexidade. Um pouco pela falta de cerimônia no uso de mentiras tão deslavadamente mentirosas, um pouco pelo fato de ainda haver um contingente disposto a acreditar nelas.

Daqui a pouco poderá haver um cansaço com a atuação de uma gente que mente e reiteradamente se desmente sem a preocupação de preservar a própria biografia ou respeitar a liturgia do cargo.

Além de candidata, Dilma Rousseff é presidente da República. Ao mesmo tempo em que ter certas prerrogativas que lhe dão vantagens inerentes ao posto, tem deveres decorrentes da função que a diferenciam dos demais concorrentes.

O grau irrepreensível “no que se refere” à compostura é um deles. O comedimento, a austeridade sempre invocada como uma de suas qualidades não autoriza sua chancela no uso de mentiras. Muito menos que se faça pessoalmente porta-voz delas. Embora não condiga com seu discurso de correção é o que vem fazendo.

A presidente está dizendo ao povo que governa que os adversários vão acabar com esse ou aquele benefício social, que vão tirar verbas da saúde e da educação, que empresários e banqueiros se regozijam com a fome do brasileiro, que o governo do PT combate como ninguém a corrupção.
Ainda que os adversários quisessem mesmo acabar com os benefícios, vender a Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, reduzir os investimentos em saúde e educação. De onde a presidente tirou isso se nunca disseram nada parecido? Da cabeça de seus conselheiros que a mandaram repetir tudo isso.

E o combate à corrupção? Tema evitado a todo custo pelo governo. Se fosse tão espetacular como se diz agora no horário eleitoral, o assunto já estaria muito antes entre os “grandes feitos” e não deixado para ser incluído quando começa a se fechar o cerco a respeito dos esquemas na Petrobras.

Isso dito quando se viram tantos escândalos serem abafados. Sem contar o fato de a antiga cúpula do partido estar quase toda na cadeia por força de um julgamento tido pelo PT como produto de um “tribunal de exceção”.

Nessa nova fase até o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que andava meio arisco, se animou a aparecer exercendo seu conhecido dom de iludir – quem quer ser iludido, bem entendido. No ato público desta segunda-feira, no Rio, onde se pretendia “abraçar” a Petrobras, mas que o público presente não foi suficiente para um aperto de mão, Lula voltou a atacar o financiamento privado de campanhas. Disse que deveria ser crime inafiançável.

No mesmo dia circulava um e-mail do PT a empresários apresentando, em nome de Dilma, “a oportunidade de contribuir financeiramente para a campanha da reeleição da presidenta da República”, no que a correspondência qualificava como uma “ação empresarial cidadã”.

É de se imaginar que o governo queime pontes confiando que, reeleito, poderá reconstruí-las pelo poder que a vitória tem de curar feridas. Agora pensa exclusivamente nas eleições. Por dever de responsabilidade conviria pensar que além de uma eleição há um país a ser governado e que não merece assistir a tão completa e definitiva escalada de demolição de valores.


A mais difícil-- Merval Pereira

 A 19 dias do primeiro turno, tudo indica que o PT terá a eleição mais difícil desde 2006, quando surpreendentemente o candidato do PSDB Geraldo Alckmin teve uma votação não prevista pelas diversas pesquisas. Recebeu no primeiro turno 41,5% dos votos válidos, contra 48,5% de Lula. Pesquisa Datafolha previa uma situação próxima do empate técnico no início do segundo turno: Lula tinha 49%, contra 44% de Alckmin.

Depois de uma campanha desastrosa no segundo turno, quando caiu na armadilha petista sobre privatizações e fantasiou-se com os logos das estatais para mostrar quão estatizante era, Alckmin foi menos votado do que no primeiro turno e terminou a eleição com 39% dos votos.
Desta vez, a vantagem de Dilma no primeiro turno é semelhante à daquele ano, mas no segundo turno é Marina que está na frente até o momento, embora em situação de empate técnico mais clara ainda. Hoje sai mais uma pesquisa Ibope que pode trazer novidades. Os truques petistas estão sendo repetidos eleição após eleição: os adversários acabarão com o Bolsa-Família, privatizarão todas as estatais.
Está um pouco mais difícil obter eficácia desta vez, seja pelo desgaste do truque, seja por que é mais complicado colocar um rótulo de exploradora insaciável em uma ex-companheira petista, negra e de origem humilde.
Por isso a “elite branca” está identificada na pessoa de Neca Setubal, que o PT chamava de educadora quando participou de um debate para montar a proposta de governo de Fernando Haddad na Prefeitura de São Paulo, e agora chama de banqueira por ela estar coordenando o programa de Marina.
O PT assume o papel de protetor dos pobres e oprimidos nas campanhas eleitorais e, no governo, coloca um banqueiro internacional oriundo do PSDB, Henrique Meirelles, para tomar conta do Banco Central. Na propaganda do PT, os banqueiros são seres asquerosos que só querem roubar a comida das criancinhas. Na sabatina com a presidente Dilma, estranhei que ela tenha acusado sua adversária Marina de ser “sustentada” por banqueiros, e ela respondeu que se baseava no que era noticiado, que Neca Setubal havia sustentado a criação do instituto de Marina.

Seria a mesma coisa de dizer que o ex-presidente Lula é sustentado por empreiteiras, que pagam a maioria de suas palestras no exterior e ajudaram a financiar seu instituto. O que o PT faz é tentar manipular o eleitorado, criando fantasmas, como ontem na fracassada demonstração diante o prédio da Petrobras a favor do pré-sal.

Foi-se o tempo em que o povo aderia aos seus chamados. O que se via mais ontem eram sindicalistas guiados pelas centrais sindicais que o governo sustenta, aí sim, com verbas generosas e pode acionar a qualquer momento para suas demonstrações de força. O “abraçaço” na Petrobras não mobilizou a população por que as acusações de corrupção petista na estatal estão bem divulgadas e documentadas, impedindo que se alastrem as acusações distorcidas com relação ao pré-sal.

Mas a disputa assimétrica do momento só será equilibrada no segundo turno, se Marina chegar lá e obtiver recursos para os 20 dias de campanha com o tempo igual de propaganda oficial ao da sua adversária.

A presidente Dilma tem a vantagem de ter sua imagem já incorporada à liturgia do cargo, apesar de sua fala não conter um mínimo de coerência com essa mesma liturgia. Mas sua presença é permanente, e Marina terá que mostrar que sua figura franzina esconde uma liderança carismática.

Suas conexões com os principais líderes internacionais devem servir para mostrar, especialmente para o eleitorado menos esclarecido, que ela não é uma “pobre coitadinha” despreparada, que não aguenta os percalços de uma campanha presidencial, como insiste em dizer a presidente Dilma. O debate frente a frente também será esclarecedor para a definição do eleitorado.

Rodada ruim para Dilma.-Merval Pereira

A nova pesquisa do Ibope divulgada ontem pelo Jornal Nacional e pelo Estado de S. Paulo só trouxe notícias ruins para a presidente Dilma Rousseff, e notícias boas para Marina e Aécio Neves, mais para ela do que para ele. A estratégia de atacar Marina sem dó nem piedade parece que passou do ponto, e reverteu contra a própria candidata à reeleição, que caiu além da margem de erro.

Não é à toa, portanto, que o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, deu parecer favorável à retirada da propaganda eleitoral do filmete do PT que faz uma ligação completamente mentirosa entre o Banco Central autônomo e a falta de comida na casa dos brasileiros. E também o Tribunal Superior Eleitoral retirou do ar o site comandado pelo ex-ministro Franklin Martins.

O tucano Aécio Neves subiu quatro pontos percentuais, reflexo da melhoria de pontuação em Minas Gerais, seu território, e, de maneira geral, em todas as regiões do país, com exceção do nordeste.

Como sua campanha é mais propositiva, embora bastante crítica em relação à capacidade de Marina governar e representar realmente uma mudança de rumos, Aécio cresceu em cima de Marina e Dilma especialmente em Minas, o segundo colégio eleitoral do país. E ainda reduziu sua diferença para Dilma no segundo turno, com a presidente em queda.

Paradoxalmente, o candidato do PSDB para o governo de Minas, Pimenta da Veiga, caiu em relação a seu concorrente Fernando Pimentel do PT, e corre o risco de perder no primeiro turno. Para reverter os 20 pontos que os separam, Aécio terá que passar a presidente Dilma em Minas e carregar consigo seu candidato a governador, num esforço final que pode lhe acrescentar pontos preciosos.

Marina Silva, apesar de toda campanha agressiva contra ela principalmente pelo PT, mas em boa medida também pelo candidato do PSDB, caiu apenas 1 ponto, mas viu sua vantagem em relação a Aécio Neves diminuir de 16 para 11 pontos. Ainda no plano das boas notícias, Marina viu confirmar-se fora da margem de erro sua vantagem sobre a presidente Dilma no segundo turno, que passou a ser de 3 pontos (43% contra 40%).

Segundo o Ibope, Aécio chegou a um empate técnico com Marina no Sul, com 23% contra 26% da candidata do PSB. Dilma continua tendo o nordeste como seu grande bastião eleitoral, onde lidera isolada com 48%. Na região, o candidato do PSDB tem sua pior atuação, com 9%, enquanto Marina consegue barrar um pouco o avanço de Dilma, com 29% dos votos nordestinos. Na eleição de 2010 Dilma teve nada menos que 70% dos votos do nordeste.

Ela lidera também no Sul, com 34%, e nas demais regiões, aparece empatada tecnicamente com Marina: no Sudeste, onde se concentram cerca de 44% dos eleitores, a candidata do PSB tem 31% e a do PT, 30%. No norte/centro-oeste Dilma tem 35% e Marina 32%.

O desempenho da incumbente Dilma Rousseff é melhor nas cidades menores, com até 50 mil habitantes, onde ela alcança 42%. Nas cidades com mais de 500 mil habitantes, sua votação cai 10 pontos percentuais. Nelas, quem lidera é Marina Silva, que tem também o maior eleitorado entre os eleitores de curso superior.

Dilma tem seu melhor desempenho entre eleitores menos escolarizados (até 4a série: 51%) e no eleitorado mais pobre, com renda de até um salário mínimo, em que fica com 46% das preferências. Aécio tem mais eleitores entre os mais ricos (renda familiar superior a 5 salários: 28%). A presidente tem uma liderança incômoda no quesito rejeição: 32% afirmam que não votariam nela de jeito nenhum.

A presidente Dilma aparentemente superou o índice mínimo de avaliação para ser competitiva na reeleição: hoje, 37% dos eleitores classificam seu governo de ótimo e bom, um pouco acima da taxa de 35% considerada básica para se apresentar à reeleição. Esse índice, porém, também limita sua votação geral, que fica aquém da votação dos candidatos do PT nas últimas eleições.

Fiesp prevê mais de 100 mil demissões no ano

Josias de Souza

Nos primeiros oito meses de 2014, a indústria paulista demitiu 31,5 mil trabalhadores. Desse total, 15 mil demissões ocorreram no mês passado. Ao divulgar esses dados, Paulo Francini, diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo previu que serão fechados no principal polo industrial do país algo como 100 mil postos de trabalho.

Responsável pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Francini estima que 2014 será pior do 2009, ano em que o desempenho da indústria foi minado pela crise financeira mundial. Ele classificou de “melancólico” o atual desempenho da indústria paulista.

“Faltam três meses para completarmos o ano e nós não vemos sinais de que tenhamos alguma recuperação”, disse Francini. “Nossa previsão é de que, ao completar o ano de 2014, vamos ter uma variação que vai superar o ano da crise, ou seja vai ultrapassar os 100 mil empregos [perdidos]”.

Francini atribuiu a debilidade do setor a uma “constelação negativa” de fatores. Mencionou “a queda expressiva da formação bruta de capital fixo”. Refere-se à diminuição dos investimentos em máquinas e equipamentos. Citou também “uma queda do setor automotivo”.

Além de cair no mercado interno, o comércio de automóveis brasileiros definhou na Argentina, envolta em crise.

De resto, Francini disse que contribuem para a instabilidade a desvalorização do dólar e a instabilidade provocada pelo calendário eleitoral. Elevam-se as dúvidas “a respeito do futuro, já que não sabemos quem será o nosso próximo presidente”, disse o diretor da Fiesp. “Isso tudo enfileirado leva à situação melancólica da indústria de transformação.”

Dupla derrota pode fazer de Aécio fiasco do ano


Josias de Souza

A palavra ainda não foi usada, talvez por cautela, talvez por misericórdia. Mas as pesquisas já insinuam que a participação de Aécio Neves na temporada eleitoral de 2014 pode resultar num fiasco. Seria apenas uma derrota se Aécio ficasse de fora do segundo turno da disputa presidencial. Será um malogro ainda mais estridente se o grupo de Aécio perder para o PT o governo de Minas Gerais.
Se confirmado, o duplo infortúnio não será uma condenação. Em política, os fiascos são sempre embaraçosos. Mas não são necessariamente mortais. Inevitável, porém, constatar o obvio: Aécio corre o risco de sair de 2014 menor do que entrou. No plano federal, a derrota o devolveria a uma fila que deve ter Geraldo Alckmin no primeiro lugar em 2018. Um fiasco estadual intimaria Aécio a dedicar-se à província.

Na corrida pelo Planalto, Aécio desceu à crônica como vítima do fortuito. Encaminhava-se lentamente para um segundo turno contra Dilma quando a morte de Eduardo Campos deu vida à candidatura Marina Silva. O Ibope informa que Aécio cresceu quatro pontos, batendo em 19% das intenções de voto. Mas ele precisaria de mais tempo —ou de um milagre— para arrancar do ringue Dilma Rousseff (36%) ou Marina Silva (30%).

Na disputa estadual, Aécio errou sozinho, sem o auxílio do acaso. Escolheu como candidato ao governo mineiro Pimenta da Veiga, um piano difícil de carregar. Dispunha de alternativas mais leves. Hoje, informa o Ibope, Pimenta soma 23% das intenções de voto. O petista Fernando Pimentel, amealha expressivos 43%. Aécio talvez devesse considerar a hipótese de passar o resto da campanha falando ‘uai’ e comendo pão de queijo.

É vital descobrir o que Vital foi fazer no Planalto


Josias de Souza


Suposto presidente da CPI da Petrobras, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) foi ao Palácio do Planalto na véspera do depoimento do delator Paulo Roberto Costa à comissão. Reuniu-se com o ministro petista Ricardo Berzoini, coordenador político de Dilma Rousseff.

Sabe-se que o Planalto tenta impedir que o ex-diretor preso da Petrobras revele sob refletores, a poucos dias da eleição, o abracadabra que conduziu tantos políticos governistas à petrocaverna de Ali-Babá. Mas o senador Vital jura que não falou com Berzoini sobre CPI. Ah, vá!

É vital que o doutor Vital esclareça o que foi fazer no Planalto. Sob pena de perder o pouco que lhe resta de vitalidade. Já se sabia que a CPI da Petrobras é um saco de gatos. Não convém deixar prosperar a suspeita de que há no saco outra espécie de mamífero.

TSE determina que site com propaganda de Dilma saia do ar



Página foi considerada irregular pela Justiça Eleitoral
Publicado: 16 de setembro de 2014 às 18:34

Página foi considerada irregular pela Justiça Eleitoral
Página foi considerada irregular pela Justiça Eleitoral

O ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou hoje (16) que a coligação Com a Força do Povo, da candidata à reeleição Dilma Rousseff, retire da internet uma página irregular de propaganda eleitoral. De acordo com a decisão do ministro, o site mudamais.com deve sair do ar imediatamente, por não ter sido registrado na Justiça Eleitoral como página oficial da campanha.

A reclamação foi encaminhada ao TSE pela coligação Unidos pelo Brasil, da candidata Marina Silva (PSB). Na decisão, o ministro determinou aplicação de multa diária em caso de descumprimento. “Entendo que a manutenção da referida página na internet, por pessoa jurídica não identificada como personagem do pleito, com forte conteúdo eleitoral favorável a um dos candidatos, poderá provocar desequilíbrio na disputa eleitoral”, disse o ministro.

Governo desmarca leilão de usina no rio Tapajós após acusação de indígenas




Do UOL, em São Paulo

A usina hidrelétrica São Luiz do Tapajós, no Pará, não vai mais ser leiloada na data prevista, segundo uma portaria do Ministério de Minas e Energia (MME) publicada nesta quarta-feira (17) no Diário Oficial.

A medida revoga a portaria anterior, que marcava o leilão para 15 de dezembro deste ano e definia as condições para a operação.

"A revogação da portaria foi motivada pela necessidade de adequações aos estudos associados ao tema do componente indígena", informou o MME em nota.

Segundo o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, Altino Ventura, com este adiamento, o leilão deve ficar para o ano que vem.

Índios mundurucus acusam governo de descumprir acordos

O consórcio desenvolvedor do projeto apresentou os estudos de viabilidade técnica e econômica e o relatório de impacto ambiental dentro do prazo, informou o MME.

No entanto, na terça-feira, os índios mundurucus acusaram o governo de ter descumprido o acordo de consultar a tribo antes de ordenar a construção de uma nova usina hidrelétrica na floresta amazônica.

Representantes do governo se reuniram com os mundurucus há duas semanas, uma vez que a obra da usina afetaria as terras da nação indígena. Um novo encontro sobre o tema foi marcado para o início de novembro.

Os índios acusaram o governo de "descumprir suas palavras" e de "não agir de boa fé". Além disso, exigiram que a convocação da licitação fosse cancelada até que eles tomem uma decisão a respeito.

Governo planeja duas usinas no rio Tapajós

A usina é o primeiro grande empreendimento hidrelétrico programado para ser construído dentro do Complexo do Rio Tapajós, os últimos grandes aproveitamentos hidrelétricos previstos em médio prazo no país.

A ideia do governo federal é construir no rio Tapajós pelo menos duas grandes usinas, a de São Luiz do Tapajós (cerca de 6,1 mil MW), para entrar em operação em 2019, e a de Jatobá (cerca de 2,3 mil MW), para começar a gerar em 2020.

(Com agências de notícias)
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Índios protestam contra barragem da hidrelétrica de São Luís do Tapajós

Indígenas do povo Munduruku saíram em passeata da aldeia Sai Cinza, onde estavam reunidos, até as ruas da cidade de Jacareacanga (PA), para protestar nesta sexta-feira (26) contra a construção da barragem no rio Tapajós, que faz parte da obra da usina hidrelétrica de São Luís do Tapajós. Segundo os índios, a barragem afetaria diretamente seu território e modo de vida Eliza Capai/Greenpeace

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Opinião: A corrupção na Petrobras e nas estatais




A cada novo escândalo envolvendo as empresas estatais, lembro-me de frase curiosa do diplomata e economista Roberto Campos: “A diferença entre a empresa privada e a empresa pública é que aquela é controlada pelo governo, e esta por ninguém.” ...

No Brasil, mesmo após tantas discussões sobre as privatizações, ainda existe uma centena de empresas estatais que empregam mais de meio milhão de funcionários e movimentam, anualmente, R$ 1,4 trilhão, montante superior ao PIB da Argentina.
 
Apenas os investimentos do Grupo Petrobras no ano passado somaram R$ 99,2 bilhões, o dobro dos investimentos federais dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).
 
A conjunção de recursos volumosos, ingerência política e pouca transparência fez das estatais a Disneylândia dos políticos. Afinal, parafraseando Milton Nascimento na canção “Nos bailes da vida”, o corrupto vai aonde o dinheiro está.
 
O ex-deputado e hoje condenado Roberto Jefferson, no seu livro “Nervos de aço”, referindo-se aos Correios, confessa: “... é evidente que as nomeações feitas pelo PTB se prendiam, sim, a uma estratégia de captação de recursos eleitorais. Nunca neguei isso.”
 
Essa lógica parece ser a mesma da camarilha infestada na Petrobras para intermediar negócios entre empreiteiras, prestadoras de serviços e políticos. A cada contrato, 3% para a patota. Se o próprio ex-diretor de operações Paulo Costa se ofereceu para devolver US$ 23 milhões, dá para imaginar o tamanho do rombo.
 
A movimentação financeira irregular já identificada na operação Lava-Jato chega a R$ 10 bilhões, oriundos não só do desvio de dinheiro público, mas também de tráfico de drogas e contrabando de pedras preciosas. A importância faz o mensalão (R$ 141 milhões) parecer roubo de galinha.
 
De fato, as estatais são figurinhas carimbadas nos escândalos recentes. Com as eleições cada vez mais caras — e muitos ainda se valem dos pleitos para aumentar o próprio patrimônio — os partidos aparelham as empresas indicando “operadores” ou utilizam servidores de carreira filiados para viabilizar ganhos ilícitos em obras, contratos de prestação de serviços, aquisição de equipamentos ou, ainda, nos fundos de pensão. Quanto mais esses delinquentes “arrecadam”, mais são valorizados politicamente.
 
Como consequência da interferência do governo, a Petrobras e a Eletrobras se apequenaram como “autarquias” vinculadas ao Ministério da Fazenda, reféns da política econômica. Na Petrobras, a contenção dos preços dos combustíveis, para empurrar a inflação com a barriga até depois das eleições, afetou o caixa e a rentabilidade da empresa.
 
Na Eletrobras, as ações viraram “mico” após o subsídio ao uso das usinas térmicas e a redução das tarifas de energia. Em 2013, segundo cálculos do economista José Roberto Afonso, as duas estatais tiveram déficit primário de 0,71% do Produto Interno Bruto (0,09% para a Eletrobras e 0,62% para a Petrobras). Em conjunto, investiram 2,2% do PIB, mas tomaram 1,58% do mesmo em operações de crédito. Se fossem empresas privadas, quebrariam.
 
As estatais fogem da transparência como o diabo da cruz. Incluídas na Lei de Acesso à Informação (lei 12.527), pressionaram o governo e foram praticamente excluídas da obrigatoriedade de prestarem informações à sociedade pelo decreto 7.724. Algumas situações beiram o ridículo.
 
No primeiro dia da vigência da lei, a Associação Contas Abertas solicitou à Petrobras o Programa de Dispêndios Globais (PDG), conjunto de informações relacionado às receitas, dispêndios e necessidades de financiamento. 
 
A empresa negou sob a alegação de que “a informação não podia ser fornecida por comprometer a competitividade, a governança corporativa e/ou os interesses dos acionistas minoritários”. O próprio governo federal enviou-nos os dados.
 
Na verdade, o que hoje compromete a governança das estatais é, justamente, a falta de transparência. Os investimentos das estatais em julho, por exemplo, só serão conhecidos no fim de setembro. Sequer existe um portal com informações atualizadas e detalhadas sobre esse segmento.
 
Na Petrobras, os mistérios são tantos que a Diretoria e o Conselho de Administração sequer desconfiavam do que Dilma e Lula costumam chamar de “malfeito”, expressão que minha avó usava quando fazia um bolo e ele solava. No bom português, o que aconteceu na Petrobras envolve peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
 
Voltando à frase de Roberto Campos, já é tempo de as empresas públicas serem controladas pela sociedade.
 
Gil Castello Branco é economista e fundador da organização não governamental Associação Contas Abertas.
Fonte: Por GIL CASTELLO BRANCO, O Globo / blog do RICARDO NOBLAT - 16/09/2014 - - 18:00:59
BLOG do SOMBRA

Enivaldo Quadrado recebia dinheiro do PT para manter silêncio sobre contrato envolvendo desvios na Petrobras.(COMO alguem ainda pode votar no PT??!!!)

Petrobras: PF já tem a identidade do petista que entregou dólares a chantagista

 Polícia investiga o caso em sigilo.


Enivaldo Quadrado, o chantagista, é pago pelo PT para manter em segredo o golpe que resultou no desvio de 6 milhões de reais da Petrobras, em outro caso de chantagem que envolve o ministro Gilberto Carvalho, o mensaleiro José Dirceu e o ex-presidente Lula. 

A Polícia Federal já sabe quem é o homem que, em nome do PT, fazia as entregas de dinheiro a um grupo de chantagistas que ameaçava envolver o partido no escândalo de corrupção da Petrobras. Em sua última edição, VEJA mostrou que Enivaldo Quadrado, condenado no processo do mensalão, prometeu revelar detalhes sobre o envolvimento de petistas com o desvio de 6 milhões de reais do cofre da estatal. Para comprar seu silêncio, o partido cedeu à chantagem...
 
Cumprindo pena alternativa, Enivaldo Quadrado, o chantagista, recebe pagamentos regulares em dólares americanos. O dinheiro é entregue por um homem identificado apenas como sendo um conhecido militante do PT, influente, com estreitas  ligações com os chefes mensaleiros – e que faz o serviço  cumprindo ordens do tesoureiro do partido, João Vaccari Neto.
 
O valioso trunfo de Enivaldo Quadrado são as informações que ele possui sobre a triangulação de uma outra chantagem. Em 2012, o publicitário Marcos Valério, outro condenado no mensalão, revelou ao Ministério Público que o empresário Ronan Maria Pinto estava ameaçando envolver o então presidente Lula e seus auxiliares, o então chefe da Casa Civil, José Dirceu, e o chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, no assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel. Para evitar que isso acontecesse, o PT deu a ele 6 milhões de reais, dinheiro que saiu dos cofres da Petrobras, segundo Marcos Valério.
 
Enivaldo Quadrado conhece todos os detalhes da operação e guardou consigo a cópia de um contrato que formalizou o repasse milionário a Ronan Maria Pinto, o primeiro chantagista. Por isso, seu silêncio agora vale tanto.

Fonte: Revista Veja - 17/09/2014 - - 08:00:44
 
Blog do Sombra

Política: Material pró-Marina chama Dilma e LGBTs de "anticristo"

Blog do Sombra

Deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) denuncia a distribuição de material de campanha criminoso na periferia do Rio. Marina Silva publica nota de repúdio a panfletos.


A candidata Marina Silva divulgou uma nota de repúdio ao material distribuído em seu nome, que pode ser lida no final do texto.
Assustador! O esgoto eleitoreiro já começa a vazar na reta final de campanha. Na zona oeste do Rio de Janeiro, um exército de fiéis recrutados como voluntários por igrejas evangélicas fundamentalistas está distribuindo um material de campanha bizarro criminoso assinado pelas campanhas de Marina Silva para presidenta, Ezequiel Teixeira para deputado federal e Édino Fonseca para deputado estadual. São milhares de revistas de 24 páginas em cores acompanhadas de um DVD com mentiras acerca de LGBTs, estimulando o ódio e a violência contra estes, além de trazer deturpações sobre as pautas dos movimentos feministas e negro para prejudicar a candidatura da presidenta Dilma. Fonseca é quem se responsabiliza formalmente pelo material, assinando-o com seu CNPJ eleitoral: 20583168000184...
Para quem está duvidando dessa sujeira, ele pode ser baixado na íntegra (o link está no final deste artigo). É o mesmo material que usarei como prova para acionar a justiça eleitoral no intuito de que essa porcaria seja apreendida e seus responsáveis sancionados de acordo com a lei.
Na capa, a revista com Fonseca, Teixeira e Marina anuncia: "Veja os planos do anticristo: nova ordem mundial contra a família e a igreja" (a palavra "Veja" é escrita com a mesma tipografia usada pela revista da editora Abril), e depois enumera: "eutanásia, mercado do feto, prostituição de menores, carícias de homossexuais em lugares sagrados...", etc.
O panfleto mistura um discurso religioso da época da Inquisição (com repetidas alusões ao "anticristo") e uma linha argumentativa que lembra a propaganda nazista contra os judeus. No caso, contudo, em vez dos judeus, o "inimigo" apontado é composto por homossexuais, prostitutas, ateus, comunistas, "abortistas", usuários de drogas e o governo Dilma. A partir dessa premissa, a publicação descreve uma conspiração satânica internacional para a criação de uma "nova ordem mundial" que pretende "se rebelar contra Deus" e "dominar a mente do povo com a legalização das drogas", acusa o governo do PT de querer legalizar a eutanásia para "matar os mais velhos" e o aborto para provocar um "extermínio" e comercializar os órgãos dos fetos abortados.
O delírio é tal que a revista traz uma tabela de preços do "mercado do feto" e diz que a legalização do aborto provocará um aumento da pedofilia, porque as meninas estupradas serão obrigadas a abortar para esconder o crime.
Nas páginas seguintes, a revista ataca a regulamentação da prostituição, relacionando-a também, com extremo cinismo e má fé, à pedofilia (como se o abuso sexual de crianças pudesse ser equiparado à prostituição exercida por pessoas adultas); diz que a criminalização da homofobia permitirá que os gays pratiquem sexo dentro das igrejas; refere-se a gays, lésbicas e transexuais como doentes mentais; ataca com argumentos igualmente toscos a proposta de legalização da maconha e até diz que existe um plano do "anticristo" para dominar a água e os alimentos.
Quase todas as páginas da publicação são dedicadas a atacar meus projetos e os de outros parlamentares progressistas e comprometidos com os direitos humanos, embora não nos mencione expressamente. O principal alvo da publicação é o governo Dilma, que seria, de acordo com a publicação, o principal representante no Brasil da “rebelião mundial comandada por Satanás”.
A publicação faz uma relação direta entre o "plano do anticristo" e as eleições de 5 de outubro: para impedir a vitória do Demônio, os eleitores deveriam votar em Marina Silva para presidenta e em Teixeira e Fonseca para os parlamentos federal e estadual. Na última página, a publicação traz uma foto em cores dos três candidatos, com a logo da campanha de Marina destacada no centro.
A pergunta é: quem pagou por tudo isso?
Eu gostaria de saber se Marina Silva sabe que seu nome está sendo usado nessa campanha suja. Fonseca é candidato pelo PEN, uma legenda de aluguel de ultra-direita que faz parte da coligação de Aécio Neves, da mesma forma que o partido Solidariedade, formado por parlamentares que decidiram sair das legendas pelas quais se elegeram, entre eles Teixeira. Ambos fazem parte, também, da coligação estadual que apoia o governador Pezão, que por sua vez é do PMDB, aliado à presidenta Dilma, mas que também faz campanha por Aécio. Contudo, Fonseca e Teixeira fazem campanha por Marina — e juntos, apesar de suas candidaturas proporcionais não estarem coligadas.
Além de ser incompreensível e causar confusão a qualquer eleitor, essa esquizofrenia eleitoral também é ilegal, já que um candidato proporcional (ou seja, a deputado federal ou estadual) não pode citar em seus materiais de campanha o nome de um candidato majoritário (ou seja, presidente ou governador) que não seja o de seu partido ou coligação. Porém, para as gangues da velha política corrupta do nosso querido país, vale tudo.
Será que Marina, ou sua coordenação de campanha, concordaram com essa sujeira e "deixaram" que ela fosse feita porque, na reta final, tudo o que servir para somar votos é bem-vindo, mesmo que provenha do esgoto político?
Ou será que Fonseca e Teixeira estão usando o nome de Marina sem a anuência dela porque acham que a figura da candidata do PSB pode ser mais atraente para o eleitorado evangélico fundamentalista que pretendem conquistar que o do liberal Aécio?
Seja como for, Marina deveria se perguntar por que o nome dela é associado a esse discurso fascista. Será por que seu discurso, em vez de questionar, à esquerda, as falências do governo Dilma, como muitos dos seus eleitores progressistas de 2010 esperavam, é cada dia mais reacionário, aproximando-a da linha discursiva da revista Veja (que essa semana saiu em defesa dela), do Círculo Militar (que se declarou esperançoso com a sua candidatura), dos pastores que pregam discurso de ódio contra a população LGBT e dos setores mais conservadores da sociedade, que podem se sentir representados pela propaganda de Fonseca e Teixeira?
Marina deveria preparar um café, sentar no sofá e, com calma, refletir sobre o que está fazendo ou sobre o que estão fazendo com o nome dela. E você, eleitor, eleitora, deveria pensar com qual Brasil você sonha. O fundamentalismo está aí, virando a esquina, e dá medo.
Marina Silva repudia material. A candidata do PSB à presidência chamou o material de "criminoso" e acusou de usar de forma indevida a imagem de Marina. A campanha da candidata soltou uma nota de repúdio aos panfletos que afirmou ter "cunho homofóbico e amplamente discriminatório". A campanha ainda afirma que vai entrar na justiça para que o material seja apreendido.
O candidato a deputado Jean Wyllys parabenizou Marina Silva e sua campanha pela atitude de repudiar a ação dos dois candidatos no Rio de Janeiro. Leia abaixo a nota na íntegra:
A Coligação Unidos pelo Brasil vem a público repudiar de forma veemente o uso criminoso e indevido da imagem de Marina Silva em panfletos de cunho homofóbico e amplamente discriminatório, assinados com o CNPJ da campanha de Édino Fonseca, candidato a deputado estadual pelo partido PEN/RJ, que cita também Ezequiel Teixeira, candidato a deputado federal pelo Solidariedade/RJ. 
A Coligação vai acionar a Justiça para a busca e apreensão, bem como proibição de distribuição do material, que estimula o ódio e a violência contra pautas diferenciadas dos movimentos feminista e negro.
O programa de governo da candidata à Presidência Marina Silva não deixa dúvidas quanto à cultura de paz e de garantia ampla dos direitos humanos: “Não podemos mais permitir que a dignidade das minorias sexuais continue sendo violada em nome do preconceito. É preciso olhar com respeito os grupos hoje discriminados.” O programa aponta como fundamentais políticas, leis e programas destinados a reparar injustiças históricas e a aproximar, cada vez mais, a cidadania cotidiana da definida como ideal pela sociedade em sua lei maior.
Para baixar o material clique no link ABAIXO.
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Material de campanha — by Redação — last modified 14/09/2014 17:21
Fonte: Por JEAN WYLLYS, revista CartaCapital - 17/09/2014 - - 08:14:05
Comentários
1.Quem é um nojo é esse Jean Wyllis.Sou contra a adoção de crianças por homossexuais pois relacionamento homossexual é muito mais problemático e histérico do que o dos héteros e uma criança não deveria ser exposta a esse tipo de ambiente.

Vera Regina Moraes RS
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2. São anti Cristo mesmo!Agora é que vou votar na Mariana mesmo!Ela deu nome aos bois, ou aos pervertidos que querem destruir nossas familias!

Maria Antonia SP