Luiz Mourão
18/07/2016 - O Tamar
Sergipe concluiu a instalação dos transmissores em tartarugas marinhas
que foram encontradas desovando nas praias de Sergipe. Leia mais. ↓
O Tamar Sergipe concluiu a instalação de 47
transmissores por satélite em tartarugas marinhas, que foram encontradas
desovando nas praias de Sergipe. 41 aparelhos foram instalados em
tartarugas-oliva, (
Lepidochelys olivacea), espécie predominante nas praias de Sergipe e seis em tartarugas-cabeçudas (
Caretta caretta).
O estudo iniciado em janeiro de 2014, objetiva a identificação de
áreas de alimentação e rotas migratórias, além de investigar se há
indícios de mudança no comportamento dos animais, associadas à pesquisa
sísmica que ocorreu na região. As informações coletadas estão em fase de
análise e poderão subsidiar novas recomendações para proteção das
espécies, ou ainda, atestar a importância de medidas já vigentes, como
os locais e períodos de restrição, definidos na Instrução Normativa
conjunta No- 1, de 27 de maio de 2011.
O litoral de Sergipe é caracterizado por ambientes de alta relevância
para a biodiversidade, a exemplo dos estuários, fundos lamosos, canais
submarinos, além de ser importante área de reprodução de tartarugas
marinhas. Considerando apenas a espécie tartaruga-oliva, Sergipe é a
mais importante área de reprodução do Brasil, explica o coordenador do
Tamar na região, César Coelho.
Dada a relevância ambiental e, considerando as lacunas de
conhecimento sobre o comportamento destes quelônios, é necessário
definir medidas de segurança, atividade realizada pela Coordenação Geral
de Petróleo e Gás do IBAMA. Algumas destas medidas são pautadas a
partir do princípio da precaução, para que possíveis impactos sejam
minimizados ou mesmo eliminados. Ao aumentar o conhecimento sobre o
ciclo dos animais no ambiente marinho, é possível refinar a definição
dessas medidas. O monitoramento das tartarugas marinhas por satélite é
realizado em parceria com as empresas de pesquisa sísmica Petroleum
Geo-Services (PGS) e Spectrum Geo.
Transmissores - Os transmissores instalados
permitem o acompanhamento da rota migratória das tartarugas, assim como a
identificação de suas áreas de alimentação. Os aparelhos, utilizados
foram os modelos SPOT-293A e F-296A-SPLASH10, fabricados pela
Wildlife Computers
(
www.wildlifecomputers.com).
O transmissor SPOT foi utilizado para o registro de apenas a
localização dos animais, enquanto que o SPLASH, além da localização,
coleta também informações sobre o comportamento de mergulho, com
registro de profundidades e duração destes.
A fixação dos aparelhos foi realizada no casco da tartaruga marinha,
por meio de cola do tipo epóxi. Monitoramentos pretéritos demonstraram
que o material de fixação, após um tempo, desprende-se do casco do
animal, sem gerar dano ou prejuízo à tartaruga marinha. Previamente à
instalação, o transmissor foi protegido com
Propspeed
(www.propspeed.com.br).
Este revestimento especial previne a incrustação
de conchas, cracas ou algas, que reduzem a vida útil do transmissor e
por ser livre de metais pesados, não interfere com a transmissão e
recepção dos sinais.
Primeiros resultados – atualmente a pesquisa
totaliza aproximadamente 2 anos e meio e apenas dois transmissores
continuam ativos. Os deslocamentos registrados foram amplos,
compreendendo áreas costeiras e oceânicas. Ao longo do litoral do
Brasil, as tartarugas se distribuíram desde o Pará até Santa Catarina,
percorrendo em média 2000 km até suas áreas de alimentação. Na porção
oceânica, tartarugas-oliva cruzaram o Atlântico, até a margem equatorial
do continente Africano, com deslocamentos de em média 3700 km, mas
alcançando um máximo de até 6000 km. As migrações a depender da
distância, duraram cerca de 45 a 90 dias.
Os dois transmissores que ainda permanecem ativos (1
tartaruga-cabeçuda e 1 tartaruga-oliva) têm suas áreas de alimentação na
plataforma continental do Rio Grande do Norte. Todo o trajeto
percorrido pelos tartarugas monitoradas nesta pesquisa pode ser
acompanhada no site Seaturtle.org através dos links:
http://www.seaturtle.org/tracking/index.shtml?project_id=972&dyn=1468500021
http://www.seaturtle.org/tracking/index.shtml?project_id=1029