Por João Luiz Mauad, publicado no Instituto Liberal
Os esquerdistas em geral e os
americanófobos em particular vivem dizendo que a maior ameaça à
hegemonia do império americano é a China, com seus bilhões de habitantes
e uma economia que, em pouco tempo, ultrapassará a do Tio Sam.
Bobagem. O crescimento chinês nem de longe ameaça o poderio americano.
Ao contrário, quem entende um pouquinho de economia sabe que quanto
mais rica e pujante for a economia chinesa, mais os americanos têm a
lucrar.
A maior ameaça à hegemonia norte
americana é um vírus que vem corroendo as suas entranhas, uma doença
auto-imune que há anos vem prejudicando o organismo social daquela
nação: a elevação do politicamente correto a política de Estado.
Duvida, caro leitor? Então, preste atenção nisso:
O governo dos Estados Unidos está processando uma
empresa privada por discriminação contra trabalhadores
latino-americanos e asiáticos, porque eles não falam inglês no trabalho.
Trata-se de uma empresa de Green Bay, Wisconsin, fabricante plásticos,
que demitiu trabalhadores latino-americanos e asiáticos por não saberem
expressar-se em … inglês. É que Obrigar funcionários a falar Inglês –
nos EUA! – viola Título VII do Ato dos Direitos Civis de 1964, pelo
menos para os xiitas da Administração Obama.
Segundo consta, a dita Lei protege os
funcionários contra discriminação com base na origem nacional, o que
inclui as características linguísticas. Portanto, os estrangeiros têm o
direito de só falar apenas sua língua nativa, mesmo durante as horas de
trabalho em uma empresa americana, funcionando em solo americano, ainda
que ninguém mais os entenda.
De acordo com um procurador federal, “Quando
falar fluentemente Inglês não é, de fato, necessário para o desempenho
seguro e eficaz de um trabalho, nem para o bom funcionamento do negócio
do empregador, exigir que os funcionários sejam fluentes em inglês
constitui geralmente uma discriminação e, consequentemente, viola a lei
federal.” (Não sei se notaram, mas tal raciocínio implica que quem
decide o que bom ou ruim para o funcionamento dos negócios não são seus
administradores, mas o governo.)
Não por acaso, sob a presidência de
Obama, a EEOC (Comissão de Igualdade de Oportunidades e Emprego) tem
tomado uma série de medidas sem precedentes contra diversas empresas,
sob a alegação de proteger os trabalhadores estrangeiros no local de
trabalho.
Tudo começou em 2009, quando a agência emitiu uma ordem tornando ilegal a imposição do idioma inglês no local de trabalho.
Desde então, a agência tem agido como um rolo compressor, tomando
medidas legais contra empresas em todo o país, acusando-as de tudo,
desde discriminação contra as minorias por verificação de antecedentes
criminais até levantamentos de crédito, passando pela obrigação de
permitir o uso de trajes muçulmanos no local de trabalho.
De acordo com processos judiciais abertos
pela EEOC contra várias empresas, as investigações de antecedentes
criminais e verificações de crédito “desproporcionalmente excluem os negros na
admissão de emprego”. Já as empresas que proíbem mulheres muçulmanas de
usar o hijab no trabalho “violam direitos religiosos garantidos sob as
leis de direitos civis”, ainda que as coberturas de cabeça sejam
proibidas para todos os funcionários, afirma a EEOC.
No ano passado, por
exemplo, um juiz federal nomeado por Obama deu à EEOC uma grande
vitória, determinando que os direitos civis de uma mulher muçulmana
teriam sido violados por um varejista de roupas que não lhe permitia usar o lenço de cabeça, conforme exigido por sua religião.
E ainda tem gente preocupada com os chineses…