Cópias idênticas do animal completaram 9 anos de vida.
Pesquisa inédita foi publicada pela revista 'Nature Communications'.
Ovelha Dolly faleceu em 2003; clones Debbie, Denise, Dianna e Daisy estão bem (Foto: Paul Clements/AP)
Debbie, Denise, Dianna e Daisy, irmãs idênticas nascidas 11 anos depois de Dolly, se encontram "em boa saúde", segundo pesquisadores que estudam o envelhecimento dos animais clonados.
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As quadrigêmeas foram criadas a partir das células da mesma glândula
mamária usando uma técnica chamada transferência nuclear de células
somáticas (TNCS).Dolly nasceu há 20 anos, em 5 de julho de 1996, e viveu até os seis anos - ou seja, a metade do tempo normal para sua raça, Finn Dorset. Aos cinco anos, desenvolveu artrite no joelho, e um ano depois morreu em consequência de uma doença pulmonar.
Os problemas de saúde de Dolly e sua morte prematura puseram em evidência os riscos da clonagem. Os ratos de laboratório clonados, por exemplo, são propensos à obesidade e a morrer jovens.
Kevin Sinclair, da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, examinou cuidadosamente as quatro "Dollys" nascidas em julho de 2007, assim como outras nove ovelhas que foram clonadas a partir de diferentes culturas celulares.
Os 13 animais, com idades entre sete e nove anos, são fruto de trabalhos de laboratório destinados a melhorar a eficácia da TNCS.
Os pesquisadores mediram a tolerância das ovelhas à glicose, sua sensibilidade à insulina, sua pressão arterial e saúde óssea. Essa é a primeira avaliação completa do envelhecimento de animais clonados.
Algumas das ovelhas tinham artrite branda, e uma delas tinha uma forma "moderada" dessa doença, que não são incomuns na sua idade. Nenhum dos animais é manco como Dolly.
'Envelhecer normalmente'
Apesar da sua "idade avançada", nenhuma das ovelhas era diabética, e todas tinham pressão arterial normal.
Os dados, segundo a equipe, foram "convincentes, indicando que a TNCS não tem efeitos adversos prejudiciais a longo prazo na saúde das crias em idade adulta".
A TNCS consiste em remover o núcleo que contém o DNA de uma célula que não seja de um óvulo ou esperma - uma célula da pele, por exemplo - e implantá-lo em um óvulo não fertilizado do qual o núcleo foi removido.
Uma vez transferido, o óvulo reprograma o DNA maduro de volta para um estado embrionário, com a ajuda de um choque eléctrico, e começa a desenvolver um embrião.
Não há registros de nenhum humano que tenha sido criado dessa forma. Apesar de melhoras recentes, a técnica continua sendo ineficiente e cara. Apenas uma pequena porcentagem dos embriões clonados sobrevive ao nascimento.
"O consenso apoiado pelos dados atuais é que os clones que sobrevivem são saudáveis e parecem envelhecer normalmente", afirma o estudo.
A clonagem animal é usada no setor agrícola, principalmente para criar animais reprodutores, assim como no negócio de "trazer de volta" animais de estimação mortos para seus donos.
Foto mostra ovelha Dolly em fevereiro de 1997 (Foto: Colin McPherson/AFP Photo)