quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Brasil no vermelho! Dilma faz chantagem e ameaça não pagar empresas se Congresso não aprovar PNL 36 para cobrir o rombo orçamentário de 2014.


As lideranças do PSDB na Câmara e no Senado acabam de publicar Nota Oficial:


É inaceitável a chantagem feita pelo governo federal ao atrelar o pagamento das dívidas com as empresas que fazem obras públicas ao apoio ao projeto de lei que modifica a Lei de Diretrizes Orçamentárias e, por consequência, acaba com a meta de superávit primário, um dos pilares do Plano Real.

Em outras palavras, o PLN 36 libera a gastança e joga no lixo a Lei de Responsabilidade Fiscal, que colocou travas no endividamento público e representou uma grande conquista da sociedade brasileira.

É ainda mais absurdo que a chantagem tenha ocorrido em público, em reuniões e pronunciamentos de dois dos mais importantes ministros do governo de Dilma Rousseff: Miriam Belchior, do Planejamento, e Paulo Sérgio Passos, dos Transportes, o que revela o abandono dos últimos limites do pudor.

Os ministros pediram aos representantes da Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias e da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil que procurem os parlamentares para pressioná-los a apoiar esse inaceitável projeto. Os parlamentares do PSDB e dos demais partidos de oposição estão à disposição de toda a sociedade para discutir abertamente essa proposta e explicar os motivos pelos quais ele não deve ser aprovado.

Os ministros do governo Dilma preferem, no entanto, apostar na articulação entre a necessidade de muitos e o vício de alguns: o poder de convencimento de empreiteiros ameaçados do calote e parlamentares às voltas com o fechamento das contas de campanha.

A presidente tinha todas as condições de fazer um mandato que respeitasse a responsabilidade fiscal. Mas, por incompetência na gestão e pelo uso inescrupuloso da máquina pública para garantir a sua reeleição, vai fechar o ano no vermelho. Os números são inquestionáveis. As contas do governo apresentam neste ano um déficit de quase R$ 16 bilhões. As despesas cresceram 13% em relação ao ano anterior, enquanto as receitas subiram apenas 6,4%. Gastar mais do que tem leva ao desequilíbrio das contas, como bem sabe todo trabalhador.

Se o Congresso modificar a regra da LDO só vai livrar a presidente de responder pelos crimes fiscais que cometeu. Nada além disso. O projeto não vai fazer brotar mais dinheiro, apenas vai tornar legal a série de maquiagens fiscais feita pela presidente e sua equipe econômica ao longo de 2014.


A ministra Miriam Belchior mente ao dizer que “se o Congresso não aprovar a flexibilização do superávit, o que nos resta é parar os investimentos”. O ministro dos Transportes mente ao dizer aos empresários que só pagará as dívidas de R$ 1,4 bilhão se o projeto for aprovado. Se o governo quiser, tem como pagar seus credores. Basta priorizar os gastos e governar pensando no bem da população e não apenas na manutenção de um projeto de poder.

Querer jogar para o Legislativo e, indiretamente, para a oposição, uma responsabilidade que é do Executivo não irá resolver o grave problema das contas públicas. Os investimentos estão baixos pela inépcia e má gestão do governo federal. Que não é de hoje, já que desde 2012 ele não cumpre as metas previstas.

Esses episódios ilustram à perfeição algumas das marcas registradas do estilo petista de governar: a mentira, a irresponsabilidade, a confusão entre interesses públicos e privados, a relação indecorosa com o Congresso.

O projeto de lei cuja aprovação o governo exige não tem o condão de aliviar os problemas de caixa que ele amarga para pagar suas contas.

Não há na proposição o menor vestígio de interesse público .É mero expediente,bizarro, para livrar a pessoa da presidente das consequências jurídica da irresponsabilidade com que vem gerindo as contas da Nação. Essa iniciativa aumenta o descrédito com que foram recebidos os anunciados propósitos do governo de emendar-se, evitando novas estripulias ,cujas consequências todos nos conhecemos:  inflação alta,economia estagnada, juros estratosféricos.



Aloysio Nunes Ferreira, líder do PSDB no Senado
Antônio Imbassahy, líder do PSDB na Câmara dos Deputados


10 comentários

Comentário

Maria Antonia Morumbi São Paulo

Os gastos com a Copa das Copas (rs... ) vão acabar derrubando a Dilma.Que ironia! Por falar em Copa, que fim levaram os estádios super faturados? O que os Governos estaduais vão fazer com eles se não podem sequer pagar pela manutenção?


Oposição quer demissão imediata de Graça Foster por mentir na CPMI da Petrobras.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014


A oposição protocolou nesta quinta-feira (20) representações solicitando o afastamento imediato da presidente da Petrobras, Graça Foster, do cargo sob a acusação de que teria mentido durante depoimento da CPI do Congresso que investiga irregularidades na estatal. Os pedidos foram encaminhados para a Procuradoria da República no Distrito Federal e pelo Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União.


Assinadas pelo líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), as ações argumentam que Graça não informou à CPI que a estatal foi comunicada sobre descobertas do Ministério Público holandês de que funcionários da empresa receberam propina da SBM Offshore. A oposição a acusa de mentir em 11 de junho, quando esteve no colegiado. Na ocasião, Marco Maia (PT-RS) perguntou se a Petrobras estava respondendo a alguma "ação no exterior ou no Brasil por conta dessa denúncia". Graça negou.
                              
Em 27 de maio, 15 dias antes, a Petrobras havia recebido uma carta enviada pela SBM, fornecedora de plataformas, avisando que o Ministério Público holandês tinha informação de que "foram pagos valores a empregados da Petrobras por meio do representante no Brasil". Na representação enviada à Procuradoria da República no DF, Imbassahy solicita que seja analisada a possibilidade de instauração de inquérito criminal para investigar a prática dos crimes de falso testemunho e prevaricação.

"Ela perdeu a autoridade moral e mentiu durante o depoimento desta CPMI. Não apenas para os senhores deputados e senhores senadores, mas mentiu para o povo brasileiro", disse Imbassahy. O tucano acusa Graça ainda de ter utilizado seu cargo para dificultar a investigação e ainda transferir imóveis a familiares depois de saber das denúncias. "Tudo isso sem falar na continuada insistência nos diversos depoimentos no Congresso Nacional de que o negócio na refinaria de Pasadena [ nos EUA] não teria qualquer irregularidade, mesmo sabendo de diversos indícios da falcatrua", completou.

Na CPI, Graça disse que a apuração interna, entre entre fevereiro e abril, não havia descoberto irregularidades. Só nesta segunda (17) ela anunciou que a estatal tinha conhecimento dos elementos da investigação internacional. "Imediatamente mesmo, informamos à SBM que ela não participaria de nenhuma licitação conosco".

Procurada, a Petrobras diz que a SBM não confirmou o pagamento de propina, como diz o Ministério Público da Holanda. Conclui, dizendo que, ao receber a carta da ex-fornecedora, a repassou às autoridades competentes. Diz ainda que não reabriu investigação interna após as informações passadas pela SBM. (Folha Poder)
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Um pet MUITO bizarro!

Roedores típicos do Caribe são domesticados e bebem até rum e café


Congui, uma roedora da família Capromyidae (conhecido nas ilhas caribenhas como hutia), se apoia na porta da frente de um carro clássico americano dirigido por seu dono, Rafael Lopez, em Bainoa, Cuba.


Há cinco anos, Lopez e sua mulher adotaram Congui, seu primeiro hutia. Pouco tempo depois, mais de meia dúzia de pequenos animais peludos nasceram após um hutia macho acasalar com Congui


 Ramon Espinosa/ AP

Gente boa!Peixes-bois monitorados em lago no AM devem voltar à natureza em 2015


17/10/2014 12h05 - Atualizado em 17/10/2014 12h05


Após soltura, ele serão monitorados por pesquisadores do AM e do Japão.
Animais foram resgatados ainda filhotes e viviam em tanques há 3 anos.

Do G1 AM
Seis peixes-bois estão sendo monitorados por pesquisadores em um lago pequeno em Manacapuru, município do Amazonas a 68 km de Manaus. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), quatro desses animais devem ser reintroduzidos na natureza em 2015. Quando forem soltos, eles serão monitorados por cientistas do Amazonas e do Japão.


Os animais monitorados em Manacapuru fazem parte de um grupo de 11 peixes-bois que vive em um lago fechado de 16 hectares - equivalente ao tamanho de um campo de futebol - para avaliação de saúde. De acordo com o Inpa, dos seis animais capturados, quatro serão colocados em um lago menor com oito mil metros quadrados, onde será ofertado um volume maior de alimento para que eles ganhem peso e se mantenham saudáveis nas primeiras semanas em vida livre.


Segundo o Inpa, "o semicativeiro é uma etapa inédita na reintrodução de peixe-boi da Amazônia (Trichechus inunguis)". O pesquisador Diogo Souza, responsável pela reintrodução dos animais, afirma que a  estratégia visa garantir reserva de energia para os animais. De acordo com ele, em outras experiências realizadas em 2008 e 2009, os animais chegaram a perder 50 kg nos primeiros dias, depois de soltos.


Ainda segundo o pesquisador, a fase de pré-soltura (semicativeiro) é fundamental para auxiliar na readaptação gradual de peixes-bois da Amazônia, criados em cativeiro, às condições dos rios amazônicos. "Essa mudança intermediária favorece a adaptação lenta, porque o animal entra em contato com o alimento, com a temperatura da água, vai ver outros animais ao redor.


Tudo isso vai favorecer a adapatação porque não vai ser uma mudança drástica. Além disso, esse lago [em Manacapuru], sofre influência do Rio Solimões, ou seja, o rio sobe e desce no local", disse Souza.


Ao todo, 59 peixes-boi vivem em tratamento no Inpa (Foto: Jamile Alves/G1 AM)Animais chegaram ainda filhotes no Inpa, em Manaus 
 
 
A previsão é que os quatro animais sejam soltos na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piagaçu-Purusa no primeiro semestre de 2015.



A Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa) informou que os peixes-bois chegaram ainda filhotes ao Inpa, todos vítimas da caça ilegal. Há três anos, eles são preparados para retornarem aos rios da Amazônia. Eles foram levados para o lago maior em 2010 e 2011.


A ação integra o Programa de Reintrodução de Peixes-bois da Amazônia Criados em Cativeiro, realizado desde 2008 pelo Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia.

Farra ou desespero por perda de habitat?


  18/11/2014 11h38

Preguiça fica pendurada em fiação elétrica na Zona Leste de Manaus

Por volta das 8h50, equipes tentaram retirar o animal do local.


Iluminação elétrica deve ser desligada para resgate, dizem Bombeiros.

Diego Toledando Do G1 AM
Moradores acionaram bombeiros para resgate (Foto: Diego Toledano/G1 AM)Moradores acionaram bombeiros para resgate
 
 
Homens do Corpo de Bombeiros foram acionados para resgatar uma preguiça que ficou pendurada a fios de um poste de iluminação na Rua José Romão, bairro Colônia Antônio Aleixo, Zona Leste de Manaus. Por volta das 8h50, equipes tentavam retirar o animal do local.


O soldado Carlos Lopes, do Batalhão de Incêndio, informou que moradores perceberam a presença do animal e acionaram socorro.


Lopes informou ainda que acredita que o animal migrou da área verde e subido pelo poste até atingir a fiação. "Se tiver que subir e tirar, vamos fazer isso. Manaus energia vai desativar a energia para retirarmos caso necessário", disse .
Segundo o soldado, uma equipe do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) foi acionada. O Instituto deve auxiliar nos trabalhos de assistência ao animal.

Acordo climático bilateral terá impacto imediato na China, dizem EUA


  18/11/2014 11h48


Declaração de porta-voz foi feita após críticas a acordo da última semana.
Washington e Pequim prometeram cortar emissões de gases-estufa.

Da France Presse


O recente acordo sobre o clima, assinado entre Washington e Pequim, vai obrigar a China a investir imediatamente para reduzir as emissões de gases de efeito estufa até 2030, afirmou nesta semana uma porta-voz da administração Obama, em resposta a críticas.


A China, maior poluidora do mundo, estabeleceu como meta que o teto fixado para suas emissões de gases seja alcançado "por volta de 2030". Essa foi a primeira vez que o país apresentou um plano concreto para a redução de suas emissões.


Mas os críticos do acordo, principalmente os republicanos dos Estados Unidos, afirmam que essa promessa não forçaria Pequim a tomar uma atitude durante 16 anos, enquanto o governo Barack Obama continua fortalecendo as normas ambientais aplicadas às empresas americanas. "É o sinal de que eles querem mudar de forma considerável a estrutura de sua economia e isto vai obrigá-los a investir maciçamente em tecnologias com zero emissão de carbono ou de baixa emissão de carbono", afirmou a jornalistas Gina McCarthy, diretora da Agência de Proteção Ambiental (EPA).


O acordo bilateral deve contribuir para um futuro acordo mundial sobre o clima, a ser debatido na conferência de Paris, em dezembro de 2015. Mas a forma jurídica desse acordo, um tratado ou algum outro tipo de texto, não foi definida, segundo McCarthy. "Que eu saiba, não foi, nem será tomada uma decisão sobre como concretizar este acordo internacional até Paris, em que tipo de foro", declarou a funcionária.


O anúncio de Obama, feito semana passada em Pequim, de que os Estados Unidos se comprometiam a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em entre 26% e 28% até 2025, suscitou a hostilidade dos republicanos, que dominarão as duas câmaras do Congresso a partir de janeiro. Embora os planos de ação climática de Obama sigam a via regulamentar, através da imposição de normas por parte da EPA, os republicanos tentarão se opor.

ONU publica mapa do caminho de combate às mudanças climáticas


  20/11/2014 12h18


Documento foi apresentado a poucos dias da cúpula da ONU, no Peru.
Emissões de CO2 deverão chegar ao seu limite por volta de 2020.

Da France Presse

 
O Fundo Ambiental das Nações Unidas (UNEF) apresentou nesta quarta-feira (19) um mapa do caminho de longo prazo para limitar o aquecimento do planeta em dois graus durante este século e evitar consequências desastrosas pelas mudanças climáticas.


Destacando a urgência, os autores deste documento estimam que as emissões de dióxido de carbono, que provêm especialmente da combustão de energias fósseis, deverão chegar ao seu limite por volta de 2020 e começar a diminuir até 2030.


Em seguida, as emissões de gases de efeito estufa deverão ser pelo menos 50% mais baixas até 2050 para chegar a zero em algum momento da segunda metade do século. Todo o restante das emissões de carbono que venha de atividades humanas deverá ser compensada pelo desmatamento e outras medidas, propõe o informe da ONU.


O documento foi apresentado a poucos dias da conferência da ONU em Lima (Peru), onde os 190 países-membros da Convenção sobre o Clima vão preparar um acordo que deverá ser assinado no final de 2015 em Paris.


Há poucos dias, também foi publicado um acordo "histórico" entre os Estados Unidos e a China, os dois maiores poluidores do planeta, para combater o aquecimento. "Mantendo o cenário atual, com pouco avanço na elaboração e aplicação de políticas climáticas mundiais, as emissões globais de CO2 poderiam aumentar 87 gigatons (milhões de toneladas) até 2050", avaliou Achim Steiner, vice-secretário-geral da ONU e diretor da UNEF.


As emissões podem ser reduzidas com o desenvolvimento de energias renováveis e a eficiência energética, que também permitiriam criar até sete milhões de empregos em todo o mundo, segundo o informe.


IPCC - arte (Foto: G1)

Dez primeiros meses de 2014 foram os mais quentes já registrados, diz NOAA


20/11/2014 15h03 - Atualizado em 20/11/2014 15h15


Ano se encaminha para ser o mais quente desde 1880, segundo agência.
Mês de outubro deste ano foi o mais quente desde o início das medições.

Do G1, em São Paulo
Sol apareceu em Porto Alegre na manhã desta quarta-feira (1) (Foto: Paula Menezes/G1)De acordo com cientistas, 2014 pode ser considerado o ano mais quente desde 1880, quando as medições científicas tiveram início 
 
 
Os dez primeiros meses de 2014 foram os mais quentes já registrados no planeta desde que a temperatura global começou a ser medida por cientistas, em 1880, de acordo com informações da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, a NOAA. O dado foi divulgado nesta quinta-feira (20).
De acordo com o departamento ligado ao governo americano, o mês de outubro bateu recordes de calor e, por isso, há indícios de que este ano possa ficar conhecido como o mais quente desde o início das constatações oficiais.


No mês passado, considerado o outubro mais quente desde 1880, a temperatura média global, combinação de medições feitas nas superfícies terrestre e oceânica, ficou 0,74ºC acima da média do século 20, que é de 14ºC.
No período de janeiro a outubro deste ano, a temperatura ficou 0,68ºC acima da média registrada pelos termômetros ao longo do século passado (14,1ºC).


A safadeza foi marcada para proxima segunda.Comissão de orçamento antecipa votação do projeto da meta fiscal

0/11/2014 16h31 - Atualizado em 20/11/2014 16h44


Proposta iria à votação na terça, mas base pediu para antecipar em um dia.
DEM diz que obstruirá análise de vetos para atrasar votação da meta fiscal.

Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília
O presidente da Comissão Mista de Orçamento, deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), antecipou para a próxima segunda-feira (24), às 20h, a sessão destinada a votar o projeto de lei que libera o Executivo a economizar menos para pagar os juros da dívida pública, o chamado superávit primário. A convocação foi confirmada pela assessoria da comissão.


Originalmente, a votação da proposta estava prevista para ocorrer na terça (25), mas o governo pressionou para que a análise do texto fosse antecipada. O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, e o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-SP), passaram o dia telefonando para integrantes da comissão de orçamento para propor a sessão extra na segunda.


Se for aprovado na comissão de orçamento, o projeto que derruba a meta fiscal para será submetido à votação em sessão do Congresso Nacional (conjunta da Câmara e do Senado). Há uma sessão previamente marcada para as 15h da próxima terça-feira. Antes de votar o projeto da meta fiscal, os deputados e senadores terão de apreciar 38 vetos presidenciais e quatro projetos de lei que estão trancando a pauta do Legislativo.


O líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), afirmou que a estratégia será obstruir a sessão do Congresso para evitar a análise dos vetos e, consequentemente, adiar ao máximo a votação da proposta do Executivo. “Na CMO, vamos cumprir o acordo e votar contra o projeto, mas sem obstrução. Mas, na terça, não tenho nenhum compromisso de não obstruir. A estratégia é obstruir a sessão e impedir a análise dos vetos.


Esse projeto escancara a maquiagem que o governo fez nas contas públicas”, disse o parlamentar ao G1.


O projeto criticado pela oposição permite ao governo abater da meta fiscal todos os gastos com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e desonerações tributárias concedidas ao longo do ano. Na prática, isso pode significar a derrubada total da meta de economia para pagar juros da dívida ou até um déficit.


Para deixar claro no texto que a meta fiscal pode ter resultado negativo até o final do ano, Jucá fez uma mudança na redação da proposta, para substituir o termo “superávit” por “resultado”, já que a primeira palavra pressupõe um resultado positivo. O texto precisa ser aprovado até o final do ano pelo Congresso Nacional para que o governo não seja obrigado, por lei, a cumprir a meta fiscal.


Adiamento
A proposta do Executivo havia sido aprovada em votação simbólica na noite de terça (18) em uma sessão tumultuada da Comissão Mista de Orçamento, com várias tentativas de obstrução. Após ameaças da oposição de entrar com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para anular a decisão, parlamentares governistas decidiram refazer a votação na tarde desta quarta.


A oposição conseguiu garantir o adiamento da votação do projeto e impôs nova derrota ao governo, que mesmo com ampla maioria na CMO, não conseguiu votos suficientes para aprovar um requerimento que permitiria a análise do texto ainda na quarta.


O regimento interno do Congresso prevê intervalo de dois dias entre a leitura do relatório da proposta, o que foi feito na terça pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR), e a sua votação. Os governistas tentaram quebrar esse período com um requerimento que precisava ser aprovado com os votos de 18 dos 34 membros da comissão de orçamento, ou seja, maioria absoluta.


No entando, a derrubada do prazo recebeu apenas 15 votos favoráveis, o que não foi suficiente para viabilizar a votação do projeto. Com isso, a proposta só será novamente analisada na próxima semana.

BC bloqueia R$ 3,2 mi de Duque e R$ 8,5 mi de Soares



A Justiça Federal conseguiu bloquear R$ 3,2 milhões em uma conta do ex-diretor de Serviços e Engenharia da Petrobras, Renato Duque - nome do PT no esquema-alvo da Lava Jato, além de R$ 8,5 milhões nas contas de duas empresas do operador do PMDB, Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano, e ainda R$ 10,2 milhões em duas contas do presidente da UTC Engenharia, Ricardo Ribeiro Pessoa, apontado pela Polícia Federal como coordenador do 'clube' de empreiteiras que formaram cartel para fraudar contratos com a estatal petrolífera.

O embargo de valores dos investigados foi decretado pelo juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato. A ordem foi transmitida para o Banco Central, que mantém um sistema próprio de identificação imediata de contas nas instituições financeiras de pessoas físicas e jurídicas. Sérgio Moro determinou que fossem bloqueados até R$ 20 milhões das contas de cada investigado por formação de cartel, corrupção, fraudes em contratos e lavagem de dinheiro na Lava Jato.


Duque, preso desde a última sexta-feira, 14, na Sede da Polícia Federal em Curitiba, é apontado como responsável do PT pela cobrança de propina dentro da Petrobras. Por meio da Diretoria de Serviços, o partido ficava com 2% de todos os contratos da estatal, segundo afirmaram os delatores do processo Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento, e Alberto Youssef, doleiro.
Em uma conta que ele mantinha no banco Santander, foram bloqueados R$ 3.247.190,00. Duque foi apontado pelos executivos das empresas Toyo e Setal, Julio Gerin Camargo e Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, como o contato do "clube" montado pelas construtoras Camargo Corrêa, OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, UTC e Engevix.
O grupo se reunia para definir obras e valores de grandes contratos públicos. Segundo os delatores, o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, que está entre os 11 executivos presos preventivamente, era o "coordenador" do grupo. Em uma conta de Pessoa, no Citibank, foram apreendidos pela Justiça Federal R$ 10.138.792,61. Ao todo, a Justiça decretou o bloqueio de valores nas contas de 16 investigados e três empresas - ligadas ao operador do PMDB e a Duque.
O homem apontado como operador do esquema de propina e lavagem de dinheiro pelo PMDB, Fernando Baiano, havia apenas R$ 9 mil. Mas nas contas de duas de suas três empresas foram encontrados R$ 8,5 milhões. São R$ 6.561.074,71 numa conta da Hawk Eyes Administração de Bens, no banco Citibank. Na conta da Technis Planejamento e Gestão em Negócios, no banco Santander, foram bloqueados R$ 2.001.344,84.


O maior volume de dinheiro foi encontrado em cinco contas do empreiteiro Gérson de Mello Almada: R$ 22,6 milhões. Almada é vice-presidente da Engevix Engenharia. Os alvos da Lava Jato com R$ $ 47 milhões bloqueados em conta são João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa: R$ 101.604,14; Gérson de Mello Almada, vice presidente da Engevix Engenharia: R$ 22. 615.150, 27; Sérgio Cunha Mendes, vice presidente executivo da Mendes Jr: R$ 700.407,06; José Ricardo Nogueira Breghirolli, funcionário da OAS: R$ 691.177,12; Walmir Pinheiro Santana, diretor da UTC Engenharia: R$ 9.302,59; Dalton dos Santos Avancini, presidente da Construtora Camargo Corrêa: R$ 852.375,70; Eduardo Hermelino Leite, vice presidente da Camargo Corrêa: R$ 463.316,45; José Aldemário Pinheiro Filho ( Leo Pinheiro), presidente da OAS: R$ 52.357,15; Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente da UTC Engenharia: R$ 10.221.860. 68; Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor da Área Internacional da OAS: R$ 46.885; Othon Zanoide de Moraes Filho, diretor executivo da Queiroz Galvão: R$ 166.592,14; Ildefonso Colares Filho : R$ 7.511,80; Valdir Lima Carreiro, presidente da Iesa Óleo e Gás: 17 contas entre ativas e inativas com saldo zero; Érton Medeiros Fonseca, diretor presidente de Engenharia Industrial da Galvão Engenharia: 8 contas com saldo zero; Fernando Antonio Falcão Soares, Fernando Baiano: R$ 8.873,79; Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobrás: R$ 3.247.190,63; Hawk Eyes Administração de Bens (empresa de Fernando Baiano): R$ 6.561.074,71; Technis Planejamento e Gestão em Negócios: R$ 2.001.344,84; e D3TM Consultoria e Participações (empresa de Fernando Baiano): R$ 140.140,69.


Fonte: Estadão Conteúdo Jornal de Brasília

Parlamentares tentam prorrogar CPMI da Petrobras


Parlamentares protocolaram no início da tarde desta quinta-feira, 20, as assinaturas para prorrogar os trabalhos da CPI mista da Petrobras por mais um mês. A comissão, que foi instalada no final de maio, encerraria os trabalhos no próximo domingo, 23, e, com os apoios, deverá continuar os trabalhos até o dia 22 de dezembro.
O requerimento de prorrogação das investigações foi lido pelo primeiro vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC). "A Presidência comunica ao Plenário que recebeu o requerimento solicitando prorrogação do prazo de funcionamento, até o final da presente sessão legislativa, da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito", informou.


O pedido de prorrogação foi apresentado com o apoio de 29 senadores e 218 deputados. Até a meia-noite de hoje, os parlamentares podem retirar ou acrescentar as assinaturas. A comissão só será efetivamente prorrogada se, na virada do dia, constarem as assinaturas de pelo menos 27 senadores e 171 deputados.


O presidente da CPI mista da Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), afirmou que espera que o relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS), apresente seu parecer até o dia 13 de dezembro, a tempo de ser votado pelo colegiado. Ele reconheceu que será um relatório difícil de aprovar. "Um relatório de CPI é dificílimo de ser feito para se ter a maioria.



E esse é o trabalho que o deputado Marco Maia terá de fazer", disse o presidente da comissão.


Vital disse que já discutiu com o relator uma alteração ao decreto presidencial 2.475/1998, usado pela Petrobras para realizar as contratações. Nest quarta-feira, 19, em audiência da CPI mista, integrantes do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público Federal criticaram o uso desse instrumento pela estatal petrolífera.


Na terça-feira, uma articulação da oposição com a base aliada na CPI mista levou à aprovação da quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Entre outras iniciativas, a comissão também aprovou uma bateria de convocações para tentar ouvir envolvidos no escândalo da estatal, como o presidente licenciado da Transpetro, Sérgio Machado, o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, e quer ainda promover uma acareação entre o ex-diretor de Abastecimento da companhia Paulo Roberto Costa e o ex-diretor da Área Internacional da empresa Nestor Cerveró.


O presidente da comissão disse que a prioridade da CPI é chamar para depor inicialmente os convocados que estão presos. É o caso de Renato Duque, indicado para o cargo pelo PT. Duque foi apontado em uma delação premiada feita por um executivo de uma construtora como o "elo" entre o clube de construtoras que loteava as obras da Petrobras e o esquema de pagamento de propina a políticos e agentes públicos. Contudo, o depoimento do ex-diretor pode ser inócuo, uma vez que os investigados têm o direito constitucional de ficarem calados e não produzirem provas contra si.


A CPI da Petrobras exclusiva do Senado já teve seus trabalhos prorrogados até o dia 22 de dezembro. A comissão, contudo, não consegue se reunir desde julho deste ano. Nesta semana, realizou a quinta tentativa frustrada de se encontrar.

Fonte: Estadão Conteúdo  Jornal de Brasilia

Mendes: Mensalão é 'pequenas causas' frente à Lava Jato

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), comparou nesta quinta-feira, 2 as investigações na Operação Lava Jato ao processo do mensalão.



Citando os valores envolvidos nos dois casos, o ministro afirmou que "agora, a ação penal 470 (mensalão) teria de ser julgada em juizado de pequenas causas, pelo volume que está sendo revelado" na Operação Lava Jato, que está revelando um esquema de corrupção na Petrobras.


"Nós falávamos que estávamos a julgar o maior caso, pelo menos de corrupção investigado, identificado. Mas nós falávamos de R$ 170 milhões", disse Gilmar, sobre o mensalão. Ao falar da Lava Jato, o ministro alertou que é um caso de proporções bem maiores. "Estamos a ver que esse dinheiro está sendo patrimonializado. Quando vemos uma figura secundária que se propõe a devolver US$ 100 milhões, já estamos em um outro universo, em outra galáxia", disse, em referência às notícias de que o ex-gerente-executivo da diretoria de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco, fechou acordo de delação premiada em que se compromete a devolver o valor e contar o que sabe sobre o esquema de corrupção e propina na estatal.


O ministro avaliou como "lamentável" que o esquema revelado pela Lava Jato já estivesse em operação durante o julgamento do mensalão. "Nem o julgamento do mensalão e nem as penas que foram aplicadas tiveram qualquer efeito inibitório. Mostra que é uma práxis que compõe a forma de atuar, de gerir, administrar."


Tempo
Questionado se o processo que derivar da Operação Lava Jato pode se estender por anos no Supremo, como foi o caso do mensalão, Gilmar Mendes disse que hoje há "uma tecnologia processual mais moderna, com o trabalho das turmas".

Desde junho, as ações penais são remetidas às turmas do STF e não ao plenário, como forma de agilizar o julgamento. "Mas certamente pode ser um caso trabalhoso. E também já se faz previamente a divisão dos processos. Haverá distribuição, definição de competência", disse Gilmar Mendes.


Fonte: Estadão Conteúdo Jornal de Brasília

O ostracismo como punição social



O que se espera em um país sério é que os corruptos sejam presos e obrigados a devolver os recursos desviados. Isso é, claro, o ideal. Mas há uma alternativa dentro do alcance da população quando as autoridades não cumprem bem sua função e a impunidade campeia: impor o ostracismo aos “malfeitores”.

Em Atenas, o ostracismo era comum no passado, e o político que tivesse atentado contra a democracia era banido e ficava exilado por até dez anos. A punição foi criada por Clístenes, o “Pai da Democracia”. Adaptada para tempos modernos, seria uma espécie de rejeição social aos corruptos.
É o que defende o historiador Pierre Rosanvallon, intelectual francês que está no Brasil para conferências na UFRJ e na PUC. Em entrevista ao GLOBO publicada hoje, diz:

Pierre
A corrupção é generalizada, e foi ainda mais banalizada durante do governo do PT, pois nunca antes na história deste país se viu tanto roubo bilionário. O sentimento de impotência é forte entre a população decente. A justiça precisa fazer seu trabalho, e merece todo nosso apoio. Manifestações nas ruas demandando punição aos corruptos são essenciais como instrumento de pressão popular.


Precisamos das prisões. Mas concordo com ele: as reprovações públicas são cruciais também. Por exemplo: José Dirceu, o “chefe da quadrilha” no mensalão, já está em casa. Um ultraje! Um acinte! Ainda mais quando lembramos que Marcos Valério e Kátia Rabello ainda estão presos. Ou seja, o operador e a banqueira vão em cana por longo período, mas o arquiteto do esquema fica em casa?

Então que ao menos a população faça ele se sentir constrangido em locais públicos, que sinta o desprezo do povo, a revolta daqueles que foram enganados e lesados por seus crimes. É o mínimo que se espera, uma vez que a justiça deixa tantas brechas para os corruptos milionários. Ostracismo: um “exílio” imposto dentro do próprio país. Persona non grata, termo da diplomacia que serve para marcar os rejeitados.


Nós, brasileiros, precisamos acabar de uma vez por todas com essa mania de tratar bandidos de colarinho branco como iguais ou superiores, aplicando a Lei de Gérson de que o malandro se deu bem por meios obscuros e merece nosso respeito. Não merece. Merece nosso desprezo. Dinheiro e poder não são tudo. Mais importante é como chegou lá. Com ética ou sem ética? Respeitando os valores democráticos ou atentando contra eles?


Os corruptos precisam sentir no dia a dia a rejeição daqueles que não aceitam compactuar com esses métodos sujos e práticas nefastas. Para os petistas, os mensaleiros são “heróis injustiçados”. Que busquem refúgio apenas entre seus pares coniventes então. E que o restante da população demonstre com toda a clareza e objetividade o quanto despreza esses corruptos.


De minha parte, recusaria permanecer sentado numa mesa de restaurante ao lado de um corrupto desses, e deixaria evidente o motivo de meu repentino abandono do local…

Rodrigo Constantino

Ideologia na política externa mancha nossa reputação




Putin e Dilma: tudo pelo antiamericanismo boboca


Um tema que tenho dado bastante destaque aqui, mas que infelizmente não tem despertado tanto interesse da população em geral e mal foi debatido durante a campanha eleitoral é a nossa política externa na era lulopetista. O grau de ideologização foi tanto que o Brasil destruiu a tradicional neutralidade diplomática do Itamaraty e passou a defender o que há de pior na geopolítica.


Foi o tema do editorial do GLOBO de hoje, mostrando como nossa “diplomacia partidária” tem custado caro ao país. Para ficar ao lado dos “companheiros”, acabamos nos afastando dos Estados Unidos e das democracias mais avançadas. E nos tornamos motivo de desconfiança ou chacota, por estarmos sempre alinhados aos piores regimes do mundo. Diz o jornal:


Desde o primeiro governo Lula, uma mistura de ativismo com ideologia foi usada como combustível para aumentar o protagonismo do Brasil na política internacional. Muitas vezes, isso deixou em segundo plano os interesses nacionais. Logo que Lula assumiu, o presidente Evo Morales, da Bolívia, nacionalizou o setor de hidrocarbonetos, incluindo no pacote uma refinaria da Petrobras. A letárgica reação brasileira deu o tom do que aconteceria nos anos seguintes: prioridade a países por afinidade ideológica — além da Bolívia, Venezuela, Equador, Argentina e Cuba, em detrimento de outros.
[...]
A ideologização da política externa fez o Itamaraty priorizar as relações Sul-Sul, com países em desenvolvimento e nova parcerias com os emergentes, deixando em segundo plano as nações desenvolvidas, especialmente os EUA. Por outro lado, prosseguiu o perdão de dívidas de regimes autoritários da África, em detrimento de valores de democracia e direitos humanos que deveriam prevalecer.


A política externa enfraquece nossa voz no mundo. O jornal ainda considera como positiva a institucionalização do Brics como nova força no cenário mundial, mas em artigo logo ao lado, do sociólogo Demétrio Magnoli, vemos que não é bem assim. Os países do Brics seguem seus próprios interesses nacionais, mas o Brasil deixou a ideologia falar mais alto aqui também, com graves consequências.

Basta pensar no caso da Rússia com a Ucrânia. Enquanto os países democráticos desenvolvidos têm criticado duramente o avanço nacionalista e imperialista de Putin, o Brasil se cala em um silêncio cúmplice e conivente. Para o PT, o Brics representa uma frente contra a hegemonia americana, então, em nome desse antiamericanismo patológico, vale apoiar as estripulias russas. Diz Demétrio:

O Brasil não precisa, nem deveria, abandonar o Brics em represália à agressão de Moscou na Ucrânia. Entretanto, o silêncio cúmplice tem um preço elevado, que aumentará na razão direta da extensão da crise ucraniana. Pagamos o custo da duplicidade pela erosão de nossa credibilidade internacional. Já não podemos falar em direitos humanos sem provocar risos irônicos. Logo mais, não poderemos falar em autodeterminação e não intervenção.


Para um país com um histórico de respeito internacional construído ao longo do tempo, é realmente lamentável ver o que o PT fez com nossa diplomacia. Os “barbudinhos” levaram todo seu ranço ideológico para as posturas diplomáticas, e conseguiram colocar o Brasil ao lado de ditaduras atrasadas ou “democracias” frágeis que ignoram completamente os direitos humanos. Uma vergonha!


Rodrigo Constantino

O espertão Dias Toffoli aproveita os escândalos para… pedir fim de doações por empresas. O que os petralhas querem com isso?

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As dúvidas estão encerradas. Jô Soares é definitivamente parte do aparato de propaganda governista. Ontem ele chamou Dias Toffoli ao seu programa. Leia abaixo, conforme matéria do Globo:
A eleição 2014 chegou ao fim com a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, mas um tema muito abordado nas campanhas ainda está gerando debate: a reforma política, principalmente, a questão do financiamento das campanhas eleitorais. “Eu penso que deveríamos estabelecer, em primeiro lugar, o fim das doações por empresas e corporações”, declara José Antônio Dias Toffoli.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) defende o fim das doações empresariais e levanta um questionamento: “Qual é o interesse dessas empresas? Por que ao invés de distribuírem o lucro para os acionistas, elas vão doar para um partido? É estranho”.

Segundo o ministro, atualmente, não existe uma legislação que imponha um limite aos valores doados. “A empresa pode doar até 2% de seu faturamento do ano anterior. Não existe um teto, então a cada eleição vem dobrando o custo das campanhas”, conta no Programa do Jô.

Durante a entrevista, Dias Toffoli também comenta as denúncias de corrupção na Petrobras.  “Óbvio que isso está sendo apurado e está em fase de investigação, mas tudo levar a crer que esse caso tem a ver com um sistema de financiamento de campanhas, partidos e políticos”.

Muito esperto esse Dias Toffoli. Mas ele pensa que todos os outros são trouxas!

O financiamento privado de campanhas (incluindo por empresas) existe em quase todos os países civilizados do mundo, incluindo Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Suécia e Noruega.

Então, é claro que o problema não é o financiamentos de campanhas por empresas, mas a falta de transparência nos gastos públicos.

Sendo assim, por que o PT está tão empenhado em acabar com as doações de empresas? Seria uma contradição, já que o partido foi o campeão de recebimento de verbas de empresas para campanha nas últimas eleições?

Como eu sempre digo: bobos eles não são.

O fato é que se eles bloquearem o financiamento de campanhas por empresas, terão o monopólio de:
  • financiamentos a partir de sindicatos e ONG’s já aparelhadas (e que adoram um dinheiro estatal)
  • uso do dinheiro estatal já existente (pois estão no poder), sem precisar tanto dividir o espólio com outros partidos
  • financiamento de pessoas que recebem verbas estatais, como Lei Rouanet, membros de coletivos não-eleitos, etc.
É claro que o PT busca uma vantagem competitiva a partir de um cenário construído por eles próprios.

E enquanto isso, fingem que o problema da corrupção vem das doações das empresas para as campanhas.

Essa é a verdadeira arte da sabotagem política! Enquanto são descobertos seus crimes, inventam um argumento furado para praticarem mais um golpe contra a democracia.


Vamos deixá-los passar ilesos sem escracho e desmascaramento?

Comentário

Eugenia Grieco SP

O problema no que se refere à doação para os políticos por parte de empreiteiras é que elas pedem em retorno áreas novas, nobres, geralmente de proteção ambiental, para construir mais prédios geralmente do Minha Casa Minha Vida  e o governo que precisa dessas doações geralmente dá. Governos corruptos está claro.Assim para satisfazer as empreiteiras o Magela e o Agnulo pretendiam desmatar toda a volta do Lago Paranoá, que já está secando mas de cuja agua a população do DF necessita, para a construção de casas e de prédios.E o IBRAM-- que prefere o verde dos dólares ao verde das matas brasileiras-- permite TUDO! Dá licença ambiental até para invasões nas margens, praticamente dentro, do Rio Bartolomeu!O IBRAM é um dos maiores incentivadores das invasões do DF!

Algo que só se resolve com embargo (por enquanto): MPG/GO investiga recrutamento de crianças brasileiras para Venezuela

recrutamento de crianças brasileiras para Venezuela


elias
Mais uma de embrulhar o estômago de qualquer pessoa com o menor traço de ética. Segundo o Globo, o MPF/GO investiga o recrutamento de crianças brasileiras para Venezuela:


O Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO) instaurou inquérito civil para apurar um suposto recrutamento ilegal de crianças e adolescentes brasileiros pelo governo da Venezuela. Segundo o órgão, eles seriam levados para serem doutrinados a atuar na chamada “revolução bolivariana”.

A ação contra a União é assinada pelo procurador da República Ailton Benedito. Ele diz que tomou a medida baseando em notícias veiculadas pela imprensa brasileira de que o vice-presidente setorial do Desenvolvimento do Socialismo Territorial da Venezuela e titular do Ministério das Comunas, Elías Jaua, leva adolescentes brasileiros para o país desde 2011.

No inquérito, consta ainda uma notícia veiculada no site do governo venezuelano de que 26 crianças e adolescentes participaram do treinamento no estado de Sucre das chamadas “Brigadas Populares de Comunicação”, com o intuito de moldá-los como “futuros jornalistas para servir o país”.

“Temos que saber em que condições, quem levou e quem autorizou a ida dessas pessoas até a Venezuela. Abrimos o inquérito justamente para apurar em que circunstâncias isso ocorreu, qual a idade dos envolvidos, de onde são e qual a real quantidade deles”, disse Benedito ao G1.

O procurador adiantou e que vai encaminhar ainda nesta segunda-feira (17) ofício ao Ministério das Relações Exteriores para saber quais as providências estão sendo tomadas nesse sentido. Segundo Benedito, esse é o órgão do governo federal que, neste caso, tem competência para estabelecer a relação com os outros países e esclarecer a questão. Depois de notificado, o ministério tem até dez dias para se manifestar.
G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
A Venezuela já ultrapassou a cota de violações à nossa soberania, tornando-se um país agressor.
Claro que o governo petista vai dizer que “não sabe de nada”. Mas não se afobem. Vamos tratar as coisas nos termos adequados.

 
A Venezuela já fez por merecer tomar um embargo a partir do governo brasileiro, onde nenhum centavo a mais pode ser direcionado a qualquer projeto financiado nesse país, assim como nenhuma relação comercial deve ser permitida.

 
A pressão não é sobre o PT, evidentemente, mas sobre o Congresso. Está na hora de exigirmos um embargo econômico do Brasil contra a Venezuela. Só para começar. E se as coisas prosseguirem, exigir do Congresso uma intervenção militar… lá na Venezuela, evidentemente.

 
Em tempo: vejam Caiado cobrando esclarecimentos do ministro Miguel Rossetto sobre convênio do MST-Venezuela:

Merval Pereira escreve: “Sem golpismos”. Ok, mas sem jogos também.



merval
Antes de meus comentários, peço que leia o texto Sem golpismos, de Merval Pereira para o Globo:
As manifestações a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, sejam nas ruas, sejam de políticos oposicionistas ou de meios de comunicação, podem ser precipitadas, inconvenientes politicamente, mas nunca golpistas, como defensores do governo as rotulam na expectativa de reduzir o seu ímpeto. Nada tem a ver, pois, com pedidos de intervenção militar, esses sim vindos de uma minoria golpista.

A razão da demanda existe pelo menos em tese, seria a indicação, feita pelo doleiro Alberto Yousseff, de que a campanha de 2010 foi financiada por dinheiro do petrolão. E ainda está para ser aprovada a prestação de contas da campanha deste ano, que até segunda ordem será analisada no TSE pelo ministro Gilmar Mendes.

Ou ainda um crime de responsabilidade por não ter a presidente impedido o uso da Petrobras para financiamentos de sua base política, ou ter compactuado com esse esquema, durante o período em que foi a principal responsável pela área de energia.

No mensalão, quando o publicitário Duda Mendonça confessou que havia recebido pagamento no exterior, num paraíso fiscal, pelo trabalho de campanha de 2002, abriu-se a possibilidade concreta de impeachment do então presidente Lula, que não foi adiante por uma decisão política da oposição.

E quem diz que não há golpismo em usar a Constituição para destituir um presidente da República é o ex-presidente Lula, que aparece em um vídeo que se espalha pela internet defendendo essa tese em um programa de televisão após o impeachment de Collor, liderado pelo PT na ocasião. Disse Lula: “(…) foi uma coisa importante o povo brasileiro, pela primeira vez na América Latina dar a demonstração de que é possível o mesmo povo que elege um político destituir esse político. Eu peço a Deus que nunca mais o povo brasileiro esqueça essa lição”.

As democracias mais sólidas do planeta preveem a possibilidade de impeachment do presidente da República, e um exemplo disso é os Estados Unidos, onde nos anos recentes dois presidentes foram alvos de uma ação dessas pelo Congresso. Um, o ex-presidente Bill Clinton, envolvido em um escândalo sexual na Casa Branca, escapou da punição no Congresso, e outro, Richard Nixon, acabou renunciado diante da certeza de que seria impedido pelo Congresso.

No Brasil, o presidente da República reeleito pode ser impedido por fatos ocorridos no mandato anterior, pois o artigo 15, da lei 1.079, de 10 de abril de 1950, que “define os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo de julgamento”, diz que a “denúncia só poderá ser recebida enquanto o denunciado não tiver, por qualquer motivo, deixado definitivamente o cargo”.

De acordo com o parágrafo primeiro e seus incisos, do artigo 86 da Constituição Federal, “O Presidente ficará suspenso de suas funções: I – nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; II – nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal”.

Pelo mesmo motivo, o ex-presidente Lula não pode ser acusado de crime de responsabilidade por atos cometidos nos oito anos de sua gestão à frente da Presidência. Caso venha a ser acusado de algum crime, será julgado na Justiça de primeira instância, sem foro privilegiado.

Julgado procedente o pedido de impedimento pelo Senado do presidente da República (artigo 52, § único, da Constituição da República), assumirá o Vice- Presidente da República, em caráter definitivo, nos termos do artigo 79, caput, da Constituição Federal.

No caso da presidente Dilma, no entanto, se a acusação for o financiamento da campanha eleitoral por dinheiro ilegal provindo do petrolão, também o vice Michel Temer estará impedido, pois é a chapa que será impugnada, e nesse caso, de acordo com o artigo 81 caput, da Constituição Federal, “far-se-á eleição, noventa dias depois de aberta a última vaga”.

Seria um caso diferente do que aconteceu com o ex-presidente Fernando Collor, pois naquela ocasião apenas ele foi acusado dos desvios de dinheiro, enquanto seu vice Itamar Franco pôde assumir a presidência, pois não foi envolvido nas acusações. Caso, porém, a acusação contra a presidente for por crime de responsabilidade pela sua atuação no caso da Petrobras, apenas ela será impedida, podendo assumir o vice-presidente Michel Temer.
 
Um bom texto. Mas é preciso focar em um ponto a mais. É este: qual a proporção de vezes em que os petistas tem chamado seus opositores de golpistas, em comparação com as vezes em que os opositores tem chamado os petistas de golpistas? Basta uma olhadela nos textos produzidos que será fácil notar que o PT está ganhando de lavada na guerra de rótulos.

 
Quer dizer, o PT não rotula os adversários de golpistas por serem efetivamente golpistas, mas pelo efeito psicológico que esse rótulo pode gerar, além do benefício deles poderem executar ações golpistas incessantemente enquanto muitos de seus adversários ficam na defensiva.

 
O problema é que os republicanos, como lembrou Merval Pereira, não possuem golpismos, mas não possuem jogos políticos também, enquanto ao mesmo tempo o PT investe nesse tipo de rotulagem com uma proficiência invejável.

Esse desapego ao jogo de rótulos está na hora de parar, não acham?

Maioria das compras da Petrobras foi feita sem licitação, diz TCU


Estatal alega que, por ser uma empresa que disputa com grandes companhias do setor, ela perderia competitividade ao seguir a lei de licitações

iG Minas Gerais | Da Redação |


Brasília, DF - Representante do TCU (Tribunal de Contas da União), Rafael Jardim Cavalcante afirmou, em audiência pública na CPI mista da Petrobras dessa quarta-feira (19), que mais da metade das compras de bens da estatal nos últimos quatro anos foram feitas sem licitação.


O secretário de Fiscalização de Obras da Área de Energia do TCU, Cavalcante estima que a companhia tenha gasto em bens - não inclui obras, mas abrange maquinário, materiais e objetos de escritório, por exemplo - entre R$ 60 e R$ 70 bilhões nesse período.


Levantamentos preliminares apontam que 60% dessas contratações de bens são feitas sem licitação. Qual é o risco em termos de boa governança corporativa dessa prática e dessa previsão legal?, Questionou o técnico do tribunal. A sessão, com representante de Petrobras, CGU (Controladoria geral da União), Ministério Público Federal, além de TCU, discutiu a legislação e o sistema de contratações da estatal.


Ao concluir o trabalho de investigação, a CPI vai sugerir alterações na lei para endurecer o controle sobre os contratos firmados pela empresa. O presidente do colegiado, que não compareceu à audiência Pública, quer incluir no relatório final da comissão mudanças no decreto que permite à Petrobras firmar contratos de forma simplificada.


O decreto, editado em 1998 no governo Fernando Henrique Cardoso, desobriga a estatal a cumprir a lei de licitações - que impõe uma série de regras nos contratos firmados por empresas públicas. Mesmo para os de alto valor, a Petrobras pode fazer apenas convites a um grupo restrito de empresas, por exemplo, o que é proibido pela Lei de Licitações.


O secretário do TCU também apontou riscos nas práticas adotadas pela administração pública na hora de ir às compras: a Petrobras pode fazer convite em qualquer contratação e em qualquer valor: 1 bilhão, 2 bilhões, 3 bilhões. O TCU só tem acesso a conteúdo do convite somente após a contratação, exemplificou.


A estatal alega que, por ser uma empresa que disputa com grandes companhias do setor, ela perderia competitividade ao seguir a lei de licitações e que tem regras próprias para contratar, o que foi repetido pelos técnicos das estatal presentes à audiência pública.

Figueiredo: ato entre MST e ministro venezuelano não é acordo internacional


  • 19/11/2014 15h34
  • Brasília
  Agência Brasil 
O ministro do MRE, Luiz Alberto Figueiredo, participa de audiência sobre o Banco de Desenvolvimento do Brics; da posição do Brasil sobre o ISIS; e o acordo da Venezuela com o MST (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Itamaraty  fez  o  que  podia  ser  feito  no  caso  da
visita  de  Elias Jaua,  sem comunicação ao governo brasileiro, diz chancelerAntonio Cruz/Agência Cruz
O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, afirmou hoje (19) que o Itamaraty fez o que deveria ser feito no caso do ministro venezuelano Elias Jaua, que veio ao Brasil para compromissos políticos, sem que o governo brasileiro fosse comunicado da visita.
Convidado para a audiência desta quarta-feira na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, Figueiredo disse que, do ponto de vista do Itamaraty, o ato assinado entre Jaua e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) não constitui um acordo internacional, e sim um ato entre uma organização não governamental brasileira e  um ministro de outro país. Segundo ele, o conteúdo do ato só veio a ser conhecido pelo governo brasileiro posteriormente e a agenda política de Jaua, sem comunicação prévia foi vista com “estranheza” e “desconforto”.


“Manifestamos nossa inconformidade. Do ponto de vista do Itamaraty, creio que fizemos o que poderia ser feito. Não nos omitimos, não achamos normal”, afirmou o ministro. Ele lembrou que o representante da diplomacia venezuelana foi convocado para prestar explicações, “uma medida muito forte de manifestação de surpresa”, pelo fato de Brasil e Venezuela terem excelentes relações e a atitude não ter sido condizente com o nível de diálogo entre os dois países. Ele não revelou, porém,  a resposta do país vizinho  ao questionamento.


No início da audiência, que foi das 10h25 às 13h30, Figueiredo lembrou que assumiu o a pasta há cerca de um ano com a orientação da presidenta Dilma Rousseff  de “imprimir sentido estratégico” à política externa brasileira no atual cenário global. Segundo ele, as instituições globais não refletem o peso das nações em desenvolvimento, e, por isso, o Brasil se engaja para mudar essa realidade com base no interesse nacional.


O ministro ressaltou que apenas 11 países mantêm relações diplomáticas com todos os  Estados-Membros da Organização das Nações Unidas (ONU) e que o Brasil é um deles. Além disso, para destacar o esforço diplomático de paz na região, Figueiredo destacou que apenas Rússia e China têm fronteiras com mais países do que o país, que tem áreas fronteiriças com dez nações sul-americanas, sem conflitos. Além disso, mencionou o saldo, de US$ 9 bilhões, na balança comercial com os países vizinhos.


“Nossa vocação é clara: ter boas relações com os vizinhos próximos e compromisso com a consolidação de um Continente Sul-Americano próspero”, afirmou o ministro. Como exemplo, citou a participação brasileira, junto com outros chanceleres sul-americanos e o representante do Vaticano, nos diálogos entre governo e oposição na Venezuela – este ano houve protestos nas principais cidades venezuelanas, resultando na morte de vários manifestantes.


Sobre a visibilidade do país no exterior, Figueiredo destacou a realização em território brasileiro da Cúpula do Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e da Copa do Mundo. Para ele, a Cúpula do Brics foi o principal evento entre chefes de Estado sediado no Brasil este ano, resultando na proposta de criação do Banco de Desenvolvimento do grupo e de um fundo para enfrentamento de eventuais crises financeiras.


Quanto à Copa do Mundo,  o chanceler disse que representou um marco na projeção internacional do Brasil. “Se não tivemos êxito em campo, tivemos grande êxito fora dele, com a difusão de valores caros à sociedade brasileira, como a convivência harmoniosa entre todos os povos e contra qualquer tipo de discriminação.”

“Desmontar esse sistema envolve uma ação política arriscada: sem planejamento, pode ter consequências inesperadas, e servir de combustível para aventuras e ações contra o regime democrático”, diz o jornalista Gilson Euzébio

Crise institucional à vista



Gilson Luiz Euzébio *


A Operação Lava Jato tem demonstrado, a cada episódio, falta de comando do governo Dilma: a Polícia Federal conquistou tamanha autonomia que caminha por conta própria, indiferente a seus comandantes hierárquicos, o ministro da Justiça e a presidente da República. Parece que os dois são os últimos a saberem das operações.

Essa falta de comando ficou evidente na sexta-feira, quando a Polícia Federal desencadeou uma grande ação para prender empresários da construção civil. Dirigentes das maiores empresas brasileiras de construção foram levados para a cadeia, e só no dia seguinte o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, resolveu falar sobre o assunto, quando não tinha mais nada a dizer.


Com atraso de dois dias, a presidente Dilma disse que tinha conhecimento da operação. Como presidente da República, ela tem obrigação de saber, de ser informada, sobre ações de grande repercussão em todos os órgãos do governo. Mas a impressão é que Dilma só acordou com os ataques do PSDB, que aproveitou a ocasião para bombardear o governo, o mesmo responsável pela Operação Lava Jato. Aliás, ela própria já reclamou do vazamento clandestino de informações a que ela não tem acesso.

Há tempos o governo dá autonomia, mas mantém certa distância da Polícia Federal. Em outros governos, os ministros da Justiça costumavam anunciar o resultado das operações policiais mais importantes. Havia hierarquia, havia comando. Nenhum governo pode abrir mão do comando.


Agora são os delegados que comandam o espetáculo e se posicionam politicamente. A Operação Lava Jato “pode mudar o país para sempre”, disse no domingo a presidente Dilma Rousseff. Para melhor ou para pior? É um excesso de otimismo. Nas investigações dos escândalos do governo Fernando Collor, dizia-se – e esperava-se – o mesmo. Nada mudou. Só os mecanismos de desvio, que se tornaram mais sofisticados.



A frase da presidente deu à operação um caráter revolucionário, o poder de “mudar o país para sempre”. Se considerarmos o ressurgimento de movimentos favoráveis ao golpe militar, de extrema direita, pelo impeachment da presidente, de ódio ao PT, de ódio aos políticos, somados à inabilidade política do governo, podemos dizer que temos uma situação propensa a conflitos capazes de provocar mudanças.


Some-se a isso o fato de termos uma presidente eleita por diferença pequena de votos, o que a enfraquece politicamente. Venceu uma campanha que deixou muitas sequelas e ressuscitou a oposição.


Essas diferentes correntes de oposição tendem a crescer no espaço deixado pelo governo, na falta de rumo

Caberia à presidente Dilma conduzir o processo de mudança, mas falta sintonia e habilidade ao governo. A reação da presidente da Petrobras, Graça Foster, de criar uma espécie de diretoria contra a corrupção, parece mais uma jogada de marketing. Ela poderia começar investigando as empresas de auditoria e controle, que não enxergaram esses desvios. As construtoras também passam por auditoria, são fiscalizadas inclusive pela Receita Federal.

A extensão dessa operação policial deveria merecer atenção especial do governo: praticamente todo o setor de construção civil do Brasil foi parar na cadeia, como numa revolução. É um setor intensivo em mão de obra e responsável pelos grandes empreendimentos em andamento.
Como a operação policial vem crescendo e a corrupção não é privilégio da construção civil, logo pode abalar outros setores econômicos. Qual o plano do governo para evitar que esses abalos contaminem a economia como um todo?

Há muito espaço para a investigação se espalhar: trata-se de uma operação contra um sistema, não contra um ou outro ato de corrupção.

As empresas privadas sempre trabalharam com o setor público na base do suborno e do superfaturamento. Assim era o sistema independentemente de quem estava no poder. O superfaturamento era justificado, na época da inflação, pela perda de valor monetário e atrasos de pagamento do setor público, embutidas as “comissões de costume”. Essa prática tacitamente acordada, embora ilegal, institucionalizou-se num sistema de grande amplitude.
Desmontar esse sistema envolve uma ação política arriscada: sem planejamento, pode ter consequências inesperadas, e servir de combustível para aventuras e ações contra o regime democrático.


Bastam, porém, as informações atuais para se prever mais atraso em grandes obras de infraestrutura, embora o governo negue. Faltou planejamento para punir os responsáveis, mas preservar as empresas, minimizando o impacto negativo sobre a produção. Se houver atraso nas obras, certamente a participação do setor no PIB cairá, contribuindo para a redução da taxa de crescimento econômico, e disseminação do pessimismo.

Se as grandes construtoras ficarem impedidas de continuar as obras, nos restará recorrer a empresas estrangeiras e entregar a elas esse mercado. Não deixa de ser uma oportunidade para os defensores do liberalismo radical, da entrega do mercado ao capital internacional. Mas, a essa altura, os estrangeiros devem andar mais desconfiados do que nunca: como investir num país onde podem ser presos sem julgamento? Ao que consta, os empresários estão em prisão temporária ou preventiva.

Só resta à presidente Dilma assumir o comando da faxina geral, e, como chefe da Nação, restabelecer o diálogo com todos os setores, de forma a assegurar o crescimento econômico do país. Caso contrário…


* Gilson Luiz Euzébio é jornalista.