sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Heterofobia.Dia do orgulho hétero.

GUILHERME FIUZA - Dia do Orgulho Hétero: a guerra inútil do sexo


Dia do Orgulho Hétero: a guerra inútil do sexo
GUILHERME FIUZA
Revista Época 

A ideia da criação do Dia do Orgulho Heterossexual em São Paulo, apesar de idiota, é coerente. É para esse tipo de aberração que a história "progressista" caminha. O Brasil elegeu e santificou um ex-operário, o mundo achou que estava salvo com a eleição de um presidente americano negro, o Brasil se achou moderno ao passar a ser presidido por uma mulher. Obama está enrolado numa crise política (com pretextos financeiros), Dilma se debate com a corrupção herdada dela mesma e Lula fatura com palestras populistas ao lado do cadáver insepulto do mensalão. Mas o que importa são as bandeiras.

A eleição de um negro para a Casa Branca foi importante como símbolo. Mas o arrastão politicamente correto que coloniza o planeta logo a transformou numa panaceia, numa estranha apoteose étnica – como se a grande virtude de Obama fosse a cor de sua pele. Preconceito com sinal trocado. Essa espécie de "racismo do bem" não poderia dar em outra coisa: excitou a reação conservadora, fazendo emergir a ala radical do Partido Republicano e agravando a crise da dívida dos Estados Unidos.

É exatamente o mesmo fenômeno que ronda a exacerbação da cultura gay. O que poderia ser um movimento saudável, de afirmação dos que foram (e são) oprimidos por sua natureza afetiva, ganha tons de arrogância e até revanchismo. Foi assim que o MST começou a botar os pés pelas mãos: seguindo a doutrina de aprendizes de maoísmo como João Pedro Stédile, não bastava conquistar terras – era preciso depredar as instalações dos proprietários.

De repente, a moral heterossexual precisa ser confrontada. Figuras retrógradas, como o deputado Jair Bolsonaro, ganham combustível e até se declaram vítimas de "heterofobia" – miseravelmente com razão. Quem não tem orgulho gay, ou não simpatiza com a causa, está na berlinda. Como se isso fosse antídoto para a opressão passada, presente ou futura. A principal novela da televisão brasileira força a barra pela "normalidade" dos casais gays, querendo apressar a assimilação de costumes na base da militância. É um tiro que sai pela culatra (sem trocadilho, diria o filósofo Agamenon Mendes Pedreira).

O Dia do Orgulho Hétero, aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo, é uma excrescência. Mas é herança legítima do movimento gay, ou pelo menos de sua face totalitária, difundida pelos evangelizadores do politicamente correto. Se carregar a bandeira gay significa, em alguma medida, constranger os héteros, estaremos andando em círculos no território da discriminação (não importa para que lado ela esteja apontada). É quando os progressistas se tornam, orgulhosamente, reacionários.

Quando os progressistas se tornam reacionários, nós andamos em círculos no território da discriminação

Em outra frente de "discriminação progressista", o sistema de cotas nas universidades produziu um resultado curioso. Em 15 anos de adoção da medida, com reserva de vagas para negros e provenientes de escolas públicas, a presença das classes C, D e E nas universidades federais não cresceu nem um ponto porcentual (eram 44,3% em 1996 e 43,7% em 2010).

Houve um ligeiro aumento da presença de pretos e pardos e também de estudantes vindos de escolas públicas. E por que mesmo foi implantado o sistema de cotas? Para dar oportunidade no ensino superior a minorias socialmente desfavorecidas. Como se viu pelo resultado da pesquisa por classes, as cotas não beneficiaram quem tem menor renda. Ou seja: negros ficaram com vagas de brancos de sua mesma faixa social, assim como estudantes de escolas públicas ganharam o lugar de colegas do ensino privado com o mesmo nível de renda (ou, possivelmente, até menor).

O que deveria ser uma forma de resgate social virou, portanto, privilégio racial (e curricular). A "discriminação progressista" tornou-se só discriminação.

Os politicamente corretos não descansarão enquanto pretos e brancos, ricos e pobres, gays e héteros não entrarem definitivamente em guerra.

A ditadura gay


(ÉPOCA – edição 783)

A causa gay, como todo mundo sabe, virou um grande mercado – comercial e eleitoral. Hoje, qualquer político, empresário ou vendedor de qualquer coisa tem orgulho gay desde criancinha. 

Se você quer parecer legal perante o seu grupo ou o seu público, defenda o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Você ganhará imediatamente a aura do libertário, do justiceiro moderno. Você é do bem. 

Em nome dessa bondade de resultados, o Brasil acaba de assistir a um dos atos mais autoritários dos últimos tempos. Se é que o Brasil notou o fato, em meio aos confetes e serpentinas do proselitismo pan-sexual.

O Conselho Nacional de Justiça decidiu obrigar os cartórios brasileiros a celebrar o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Tudo ótimo, viva a liberdade de escolha, que cada um case com quem quiser e se separe de quem não quiser mais. 

O problema é que a bondade do CNJ é ilegal. Trata-se de um órgão administrativo, sem poder de legislar – e o casamento, como qualquer direito civil, é uma instituição fundada em lei. O CNJ não tem direito de criar leis, mas tem Joaquim Barbosa.

Joaquim Barbosa – presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça – é o super-herói social. 

Homem do povo, representante de minoria, que chegou ao topo do Estado para “dizer as verdades que as pessoas comuns querem dizer”. O Brasil é assim, uma mistura de novela com jogo de futebol. Se o sujeito está no papel do mocinho, ou vestindo a camisa do time certo, ele pode tudo. No grito.

Justiceiro, Joaquim liberou o casamento gay na marra e correu para o abraço. Viva o herói progressista! 

Se a decisão de proveta for mantida, o jeito será rezar para que o CNJ seja sempre bonzinho, e não acorde um dia mal-humorado, com vontade de inventar uma lei que proíba jornalistas de criticarem suas decisões.  

Se “o que o povo quer” pode ser feito no grito, o que o povo não quiser também pode. O Brasil já cansou de apanhar do autoritarismo, mas não aprende.

E lá vai Joaquim, o redentor, fazendo justiça com as próprias cordas vocais. 

Numa palestra para estudantes de Direito, declara que os partidos políticos brasileiros são “de mentirinha”. Uma declaração absolutamente irresponsável para a autoridade máxima do Poder Judiciário, que a platéia progressista aplaude ruidosamente. 

Se os partidos não cumprem programas e idéias claras, raciocinam os bonzinhos, pedrada neles. Por que então não dizer também que o Brasil tem uma Justiça de mentirinha

Juízes despreparados, omissos e corruptos é que não faltam. Quantos políticos criminosos militam tranquilamente nos partidos “de mentirinha” porque a Justiça não fez o seu papel?

A democracia representativa é baseada em partidos políticos, que com todas as suas perversões – e são muitas – garantem o seu funcionamento. 

E também legitimam a ação de pessoas sérias que cumprem programas e idéias, pois se fosse tudo de mentira, um chavista mais esperto já teria mandado embrulhar o pacote todo para presente, com Joaquim e tudo.

A resolução do CNJ sobre o casamento entre homossexuais é uma aberração, um atropelo às instituições pelo arrastão politicamente correto. 

A defesa da causa gay está ultrapassando a importante conquista de direitos civis para virar circo, explorado pelos espertos. 

Um jogador de basquete americano anuncia que é homossexual e isso se torna um espetáculo mundial, um frisson planetário. Como assim? A esta altura? A relação estável entre parceiros do mesmo sexo já não é aceita na maior parte do Ocidente? Por que então a decisão do jogador é uma bomba?

Simples: a panfletagem pró-gays virou um tiro certo.  

O presidente dos Estados Unidos, por exemplo, dá declarações solenes até sobre a opção sexual dos escoteiros. Talvez um dia os gays percebam que foram usados demagogicamente, por um presidente com sustentação política precária que quer se safar como herói canastrão das minorias.

Ser gay não é orgulho nem vergonha, não é ideologia nem espetáculo, não é chique nem brega. Não é revanche. Não é moderno. Não é moda. É apenas humano. 

A luta contra o preconceito precisa ser urgentemente tirada das mãos dos mercadores da bondade. Eles semeiam, sorridentes, a intolerância e o autoritarismo. Já para o armário!


45 GUILHERME FIÚZA: A ditadura cor-de-rosa

A ditadura cor-de-rosa

GUILHERME FIÚZA, O GLOBO


O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), uma espécie de gorila assumido, foi ao Senado protestar contra uma cartilha de prevenção à homofobia que o governo pretende distribuir. Acabou agredido pela senadora Marinor Brito (PSOL-PA), defensora dos homossexuais. Esses gorilas não sabem com quem estão se metendo.


A tal cartilha, que está sendo preparada pelo MEC, será distribuída em escolas públicas, no ensino fundamental. A ideia é ensinar à criançada que namorar pessoas do mesmo sexo é saudável, ou seja, que ser gay é normal. Nada como um governo progressista, disposto a formar a cidadania sexual de seu povo. Pelos cálculos do MEC, uma criança de sete anos de idade que chegar à escola e receber em mãos uma historinha de amor HOMOSSEXUAL terá menor probabilidade de chamar o coleguinha de bicha, ou a coleguinha de sapatão.


É difícil imaginar o que se passará. na cabeça de cada uma dessas crianças
diante do kit de orgulho gay do governo. Mas não é tão difícil imaginar o que se passa na cabeça do MEC, ou melhor, do ministro da Educação.

Assim como á quase totalidade da administração petista, o ministro da Educação, Fernando Haddad, só pensa naquilo - fazer política. Em 2010, no bicampeonato do vexame do Enem, ele estava trabalhando duro na campanha eleitoral de Dilma Rousseff. Sem tempo, portanto, para detalhes secundários, como a impressão trocada de gabaritos, que corrompeu a prova e infernizou a vida de mais de três milhões de estudantes. No ano anterior o Enem tinha naufragado após o vazamento da prova, e no ano seguinte Haddad foi premiado com a permanência no cargo pelo novo governo. Honra ao mérito.


Nesse meio tempo, o país caiu 20 posições no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU para educação (ficando em 93º, atrás de Botswana). Mas o ministro tem sempre uma "pesquisa interna" para oferecer aos jornalistas - dos quais nunca se descuida -, mostrando ótimas avaliações do ensino público. No governo da "presidenta", que vive dessa mitologia do oprimido, a cartilha sexual do companheiro Haddad é mais um afago no mercado politico GLS.


Um mercado que não para de crescer. Ao lado do avanço nos direitos dos gays, legítimo e importante, a indústria do politicamente correto vai criando um monstro. Foi esse monstro que distribuiu tapas na turma do deputado Bolsonaro. É o monstro que transforma uma boa causa em revanche, histeria e intolerância. Que quer ensinar orgulho gay em escola primária. É a estupidez travestida de virtude.


O barraco entre o gorila e a serpente aconteceu na Comissão de Direitos Humanos do Senado. Ali se discutia o projeto que transforma homofobia em crime. É um pacote de regras restritivas, como a que proíbe um pregador evangélico, por exemplo, de criticar o homossexualismo fora dos limites de sua igreja. Os generais de 64 (heróis de Bolsonaro) não fariam melhor. O totalitarismo, quem diria, também está saindo do armário.


A relatora do projeto é a senadora Marta Suplicy (PT-SP), que se retirou da sessão quando a confusão estourou. Ela teve sorte. Não de se livrar dos tapas, mas de escapar da sua própria lei. Menos de três anos atrás, ela fez insinuações de homossexualismo contra o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, seu adversário eleitoral na época. Talvez seja o caso de incluir uma ressalva no projeto, anistiando os companheiros progressistas que ferirem o orgulho gay por relevante conveniência política.


Mais do que nunca, a propaganda é a alma do negócio. Depois que Dilma Rousseff virou símbolo meteórico de afirmação feminina, ninguém mais segura os gigolôs da ideologia. Basta um slogan na cabeça e uma caneta na mão, e tem-se uma revolução de butique. Está prestes a ser aprovada a lei que obriga a fabricação de calcinhas e cuecas com etiquetas de advertência contra o câncer de próstata e de colo do útero, além de sutiãs com propaganda de mamografia. É incrível que ainda continuem vendendo chocolate sem uma tarja de advertência contra a gordura e as espinhas.


É preciso ensinar a sociedade a ser saudável. O Estado politicamente correto sabe o que é bom para você. Em nome da modernização dos costumes, assiste.se a uma escalada medieval de proibição da propaganda de produtos que fazem mal, e de obrigatoriedade de mensagens que fazem bem. Até a obra de Monteiro Lobato quase entrou na dança: la ser crivada de notas explicativas a cada aparição de Tia Nastácia, em defesa da honra dos afrodescendentes. Os justiceiros do Conselho Nacional de Educação ainda não desistiram de corrigir o escritor.


É interessante ter um ex-BBB no Congresso defendendo os direitos dos homossexuais. Mas é estranho ter no reacionário Jair Bolsonaro a voz solitária contra os excessos da patrulha GLS. Talvez a consciência brasileira mereça, de fato, ser governada pelas cartilhas demagógicas do MEC.

"Não iremos espionar as comunicações dos líderes dos países aliados mais próximos e nossos amigos”

Estados Unidos anunciam mudanças nos serviços de inteligência

17/01/2014 - 16h39
 
Da Agência Brasil*

Brasília – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou hoje (17) mudanças nos serviços de inteligência do país. Em discurso, ele disse que os serviços de informações não irão espionar rotineiramente países considerados aliados.

“Fui muito claro para os serviços de informação: a menos que a segurança nacional esteja em jogo, não iremos espionar as comunicações dos líderes dos países aliados mais próximos e nossos amigos”, afirmou.

Obama havia informado, no dia 10 deste mês, que faria o anúncio das mudanças, mas que elas ainda estavam sendo definidas. A medida altera a regulação dos programas de vigilância norte-americanos, tão criticados após as denúncias feitas pelo consultor de informática Edward Snowden, que prestava serviços à Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês).

As revelações sobre casos de espionagem maciça fornecidas por Snowden aos jornais Washington Post, dos Estados Unidos, e The Guardian, da Grã-Bretanha, provocaram mal-estar diplomático, ao tornar público que os serviços secretos norte-americanos espionaram as comunicações em diversos países.

Entre os líderes que tiveram as comunicações monitoradas pelo serviço norte-americano estavam a chanceler alemã Angela Merkel e a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff.

Em dezembro, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, por unanimidade, o projeto de resolução O Direito à Privacidade na Era Digital, apresentado por Brasil e Alemanha como reação às denúncias de espionagem internacional praticada pelos Estados Unidos em meios eletrônicos e digitais.

*Com informações da Agência Lusa
 

Feliz ano novo? Depende de nós.

G1

Depende de nós


ter, 24/12/13
por andre trigueiro |

Em 2013 chegou a fatura do Código Florestal: depois de sucessivas quedas, a taxa de desmatamento voltou a subir (28%) e tudo leva a crer que as regras complacentes aprovadas no Congresso estejam por trás desse número. 

Também chegou a fatura da política equivocada do governo em favor do transporte individual (eliminação do IPI para carros 0Km combinada com preço subsidiado da gasolina) que agravou o colapso da mobilidade urbana em praticamente todas as capitais brasileiras (inclusive Brasília, famosa por seu uma cidade “planejada”, e Curitiba, incensada mundo afora como a “capital da sustentabilidade”). 

As históricas manifestações de rua de junho foram motivadas inicialmente pelo péssima qualidade do transporte público. Em resumo: o nó das cidades nunca foi tão ostensivo.

2013 foi um ano especialmente ruim para as comunidades indígenas, com dezenas de mortes em conflitos abertos com fazendeiros e posseiros. De quebra, o governo se esmera em dificultar ao máximo o processo de regularização de novas reservas, mudando a legislação vigente e esvaziando ainda mais o poder da já combalida FUNAI.

Três anos depois da maior tragédia ambiental do país, quando um dilúvio de proporções bíblicas provocou 900 mortes na região serrana do Rio, milhares de pessoas continuam morando em áreas de risco sem que as obras prometidas (contenção de encostas, desassoreamento de rios,etc) tenham sido feitas. Um vexame. Ou será crime de omissão? O verão promete.

O Brasil abriu caminho para a exploração de gás não convencional (shale gas) sem protocolos de segurança definidos para o fracking (fracionamento hidráulico), método arriscado e polêmico para a obtenção do gás em grandes profundidades, ameaçando o lençol freático. 

A ANP (Agência Nacional do Petróleo) organizou apenas uma audiência pública para tratar do assunto, agiu de forma açodada e temerária, na contramão da transparência e do interesse público.

Em 2013 cresceu o prestígio das bicicletas como modal de transporte, das construções sustentáveis e da reciclagem do lixo (em cidades como SP e RJ foram anunciadas metas usadas e inéditas de reciclagem até 2016). 

Há mais empresas preocupadas em reduzir suas respectivas pegadas ecológicas. Há mais governos locais interessados em promover um desenvolvimento mais limpo e ético (é o caso do programa “Municípios Verdes”, em curso no Estado do Pará, com resultados mensuráveis na direção de projetos que geram emprego e renda sem desmatar ou poluir os rios)

Entretanto, merece registro o fato de o Brasil ainda permanecer atolado num oceano de matéria orgânica infecto-contagiosa. Os indicadores oficiais de saneamento básico continuam equivalentes aos de países da África subsaariana.

Em 2014 teremos uma copa do mundo que não será lembrada no futuro como uma “copa verde”, tal como foi a da Alemanha em 2006. 

As autoridades também deverão justificar no ano que vem as razões pelas quais as Olimpíadas de 2016 não chegarão perto dos Jogos de Sidney (2000) ou de Londres (2012) enquanto modelo de evento sustentável. 

Promessas feitas para o COI, como a de ” despoluir em 80% a Baía de Guanabara” não serão cumpridas no prazo estabelecido.

Teremos eleições para presidente e governador, e salvo alguma surpresa, os candidatos vão se referir apenas “protocolarmente” aos temas ambientais, fazendo juras de amor ao assunto sem que as palavras proferidas correspondam aos atos efetivamente realizados até então

Difícil prever o quanto a presença da ambientalista Marina Silva na chapa de Eduardo Campos poderá determinar ajustes importantes na campanha do atual governador de Pernambuco e de seus colegas candidatos. O tempo dirá.

Fukushima continuará vazando radioatividade no Japão. O sol continuará sendo a fonte limpa e renovável que mais cresce no mundo. E o mais poluente de todos os combustíveis fósseis, o carvão mineral, com o preço muito barato, continuará inspirando investimentos na direção do atraso.

Depois do fracasso da COP-19 na Polônia, a próxima conferência do clima será no Peru em 2014 e se não houver avanço consistente, chegaremos em Paris em 2015 (ano limite para a definição de um acordo global vinculante) como avalistas daquele que talvez seja o maior impasse diplomático da História do multilateralismo com graves consequências para a Humanidade como um todo, especialmente os mais pobres.

Feliz ano novo? Depende de nós.

Pedido de inegibilidade e de cassação do mandato da Presidenta Dilma

Pedido de inelegibilidade
PSDB acusa Dilma de fazer propaganda eleitoral antecipada
O pedido foi feito formalmente ao TSE
Publicado: 16 de janeiro de 2014 às 15:16

dilma emburrada
Presidenta Dilma Rousseff

O PSDB acusou a presidenta Dilma Rousseff de fazer propaganda eleitoral antecipada. Segundo a legenda, ela praticou abuso de poder e deve ser considerada inelegível pelos próximos oito anos. O pedido foi feito formalmente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde também foi protocolado um pedido de cassação do mandato de Dilma pelo mesmo motivo.

O partido baseia o pedido nas mensagens de fim de ano enviadas pela presidenta aos a servidores públicos federais, no dia 23 de dezembro, e ao seu pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão no dia 29 de dezembro – quando ela teria feito promoção pessoal. 

Para o partido, a aparição de Dilma é um “evidente ato de promoção pessoal e claro veículo de propaganda eleitoral com o objetivo de colher benefícios eleitorais para o pleito de 2014″ e o levantamento de dados pessoais dos servidores para envio de cartões é considerado abuso de poder econômico, já que foi usado o bando de dados administrado pelo Ministério do Planejamento.

Diario do Poder- Claudio Humberto

Poupanças canceladas podem ter sido usadas para lavar dinheiro

Sexta-feira, 17 de Janeiro de  2014  | Ano 17 nº 6222

16:38
Claudio Humberto

Caixa: poupanças canceladas podem ter sido usadas para lavar dinheiro



O Banco Central suspeita que contas-poupança canceladas na Caixa eram usadas para “lavar de dinheiro”. A hipótese livraria a direção da Caixa de responsabilidade pela apropriação indébita, mas explicaria a ausência do temor de corrida de poupadores às agências para retirada dos R$719 milhões de depósitos incorporados aos lucros da instituição. A tese também reforça a suspeita de CPFs supostamente clonados.

O BC aposta que os poupadores prejudicados “nunca vão aparecer”, porque afinal “ninguém reclama quando produto ilegal é apreendido”.

Intrigam o BC as 525.527 poupanças com dados supostamente falsos na Caixa, apesar das regras rígidas para abertura de contas.

Confirmada a suspeita de que meio milhão de poupanças eram usadas para lavar dinheiro, o assunto sai do BC e vai virar caso de polícia. 

Governo investiga conta de Pizzolato em banco da Suíça .

Foragido

Conta de mensaleiro Pizzolato foi movimentada após sua fuga, há 2 meses
Publicado: 17 de janeiro de 2014 às 10:59 - Atualizado às 12:31

henriquepizzolato_EBC
Governo investiga conta do foragido Pizzolato

Autoridades brasileiras e da Suíça investigam uma conta secreta operada por Henrique Pizzolato, o ex-diretor do Banco do Brasil que fugiu do País após ter a prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal pela condenação no julgamento do mensalão.

Suspeita-se que a conta aberta num banco suíço teria saldo de quase 2 milhões de euros. Ela foi movimentada após a fuga de Pizzolato, há cerca de dois meses, segundo investigadores brasileiros e suíços. O saldo, contudo, não está zerado.

De acordo com informações apuradas pela reportagem, para o governo brasileiro a conta no exterior mostra que a fuga de Pizzolato foi “muito bem planejada”.

A Polícia Federal já tem certeza de que o ex-diretor do BB foi mesmo para a Itália, mas não tem recebido cooperação da polícia do país europeu, única que poderia aprofundar as investigações sobre o seu paradeiro.

Pizzolato possui dupla cidadania, o que garante a ele o direito de permanecer na Itália. Tratado entre Brasil e a nação europeia não permite extradição de quem tem dupla cidadania.

Até o fim do ano passado, a PF ainda trabalhava com a hipótese de Pizzolato estar até mesmo no Brasil. Ele teria solicitado em país que faz fronteira com o Brasil uma autorização de retorno para a Itália e não um novo passaporte. Ele viajou acompanhado da mulher, Andrea Haas. A operação de fuga foi revelada pelo jornal O Estado de S.Paulo.

A investigação sobre Pizzolato é tocada pela recém-criada coordenação de rastreamento e captura da Polícia Federal, ainda não formalizada, mas já responsável por cuidar da situação do ex-diretor do Banco do Brasil. Uma equipe de seis policiais trabalha no caso. A PF também conta com a ajuda da Interpol, organização internacional que reúne polícias de vários países. A Procuradoria-Geral da República e a PF mantêm o assunto sob sigilo.

Na Suíça, fontes da polícia e da Justiça local confirmaram à reportagem o trabalho conjunto com as autoridades brasileiras. O foco é traçar o caminho exato do dinheiro de Pizzolato. Diplomatas do Brasil disseram que, nas últimas semanas, uma “intensa troca” de cartas e comunicações entre Brasília e Berna foi registrada sobre esse assunto.

Resistência

Apesar de Brasil e Suíça manterem um acordo de cooperação judicial, o pedido de ajuda de Brasília aos suíços enfrentou uma certa resistência inicial para ser atendido. Isso porque o suposto crime não teria ocorrido na Suíça e não existiria provas na Justiça local de que o dinheiro movimentado fosse fruto de corrupção.

O que permitiu a cooperação foi o fato de o nome de Pizzolato ter entrado na lista da Interpol. Com isso, as autoridades da Suíça também foram levadas a colaborar com um caso de alguém que já havia sido julgado e condenado em última instância. O sinal verde para a cooperação foi dado, mas com a condição de que o papel das autoridades suíças não fosse revelado inicialmente.

O pedido de ajuda do Brasil foi tratado pelo Escritório Federal da Polícia, conhecido como Fedpol. Uma vez recebido, o departamento lançou uma busca nos cantões suíços, obrigou bancos a buscar o nome de Pizzolato e conseguiu identificar a movimentação na área que seria de responsabilidade legal de Genebra.

O ex-diretor do Banco do Brasil foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão pelo Supremo pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e peculato. As investigações mostraram que ele recebeu R$ 326 mil de propina para favorecer uma das empresas de Marcos Valério em contratos com o Banco do Brasil. Como ex-diretor do banco, Pizzolato teria participado do desvio de aproximadamente R$ 74 milhões do Fundo Visanet para alimentar o esquema.

O resultado dessa “mão política” no processo urbano da cidade com a falta de zelo na fiscalização desconfigura a forma concebida por Lúcio Costa.

Quarta-feira, 15 de janeiro de 2014 01:40 am

Seu voto tem valor-

  
         Grande parte da orla do Paranoá está invadida. O problema é tão antigo quanto a cidade. Nas últimas décadas, uma churrasqueira aqui, uma construção ali ou até mesmo uma inofensiva garagem de barco ultrapassa a urbanidade adaptando o jeitinho brasileiro do “não dá em nada”. 

      A Carta Magna de 88 teve a melhor das intenções. Emancipou a capital dando um ar de liberdade sem prever a libertinagem política que o futuro reservava. 
 
     Não se trata de democracia. O que acontece por aqui tem outro nome. A Câmara Legislativa e o Palácio do Buriti iniciaram as alterações no plano diretor da cidade. Engenheiros e arquitetos reforçam que a atenção especial nas mudanças está nas normas e gabaritos que definem as construções próximas ao lago. Área que já se estava altamente valorizada. 

      O resultado dessa “mão política” no processo urbano da cidade com   a falta de zelo na fiscalização desconfigura a forma concebida por Lúcio Costa.   
  Talvez fosse bom lembrar que a mesma Carta Magna garante os direitos de autoria de projetos de Engenharia, Arquitetura ou Agronomia. Regra que serve ao vento. Prédios são aviltados com um laguinho aqui, uma vontade do síndico ali. Isso sem que os autores da obra sejam comunicados. 
 
      Até escada de emergência, pela lei, precisa de autorização dos profissionais. As pessoas influentes de Brasília têm tudo para proteger a cidade, mas não o fazem. Lucio Costa criou e as plásticas transformam Brasília em uma monstrinho mimado. 
 
     A criação , de má-fé, de lotes nas chamadas pontas de picolé , ao mesmo tempo em que impediu o acesso de pessoas e moradores ao lago, inaugurou a temporada de invasões de luxo. 
 
      Depois vieram os apart hotéis, as casas de festas, os pontões e outras construções, todas devidamente cercadas, exclusivas e excludentes
 
     Em Brasília, o Ministério Público tem sido, praticamente , o único órgão oficial a se pronunciar contra essa situação. 
 
     No início deste ano membros do MPDFT estiveram reunidos com representantes do GDF para discutir a desocupação da orla do Lago Paranoá definida como Área de Preservação Permanente  

      Em 2011 a justiça condenou o GDF pelo descaso com o problema, obrigando-o a elaborar e apresentar planos de fiscalização, remoção e recuperação dessas APPs. 
 
      Além disso o governo precisava elaborar projetos de zoneamento e de manejo, além de plano diretor local para os lagos Sul e Norte. Enquanto a comissão criada pelo vice-governador para tratar do assunto não adota as medidas cabíveis, o GDF poderia dar mais atenção ao assoreamento da ponta norte do Paranoá, sob a Ponte do Braguetto, invadida por uma grande volume de terra ,oriundo da construção do setor Noroeste e que, aos poucos vai cobrindo aquele antigo espelho d`'àgua. 
 
      Do outro lado, na ponte da Barragem, um cheiro de esgoto insuportável se espalha pelo ar antes do sol nascer. Aí tem. Para se ter uma idéia de como nada foi feito, há dois anos a imprensa divulgava que o juiz Carlos Divino, da Vara de Meio Ambiente e Desenvolvimento Fundiário deu o prazo de 120 dias o GDF elaborar o plano de ocupação da margem. 
Em caso de descumprimento a multa diária seria de R$ mil reais a o GDF. Funciona assim. Você vota, os gestores não obedecem a lei, daí você paga a punição.

Ari Cunha

Solução para os lixões ainda se arrasta no país.

Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)

PUBLICADO 16 JANEIRO 2014. EM POLÍTICA AMBIENTAL
alt

O ano de 2014 poderia ser marcado pela eliminação total dos lixões no Brasil, como prevê a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Entretanto, a mudança da destinação de lixo, no prazo previsto já foi descartada pelos prefeitos, como o Correio mostrou em 2013.

Apesar de responsáveis pela implantação de aterros sanitários, eles alegam falta de verbas e de capacidade técnica — até mesmo para elaborar projetos  de captação de recursos da União. Um outro ponto da PNRS, bem mais distante, também chama a atenção: como recuperar as áreas de lixões? 

Comprovadas fontes de contaminação do ar, do solo e dos lençóis freáticos, os depósitos de lixo, ainda presentes em 1.579 municípios do Brasil, levarão décadas para ser desativados, período no qual precisarão de cuidados e de investimentos para a descontaminação do meio ambiente e a redução de riscos à população.


Marcos R. Cruz
Colaborador/Bolsista de Culturas Indígenas Coordenação-Geral de Programas e Projetos Culturais - CGPPC

O legado da Copa pode acabar resumido à apresentadora Fernanda Lima, .

16/01/2014
às 20:08 \ Direto ao Ponto

 

A Copa que faria meia Argentina morrer de inveja ameaça matar de vergonha e indignação os brasileiros decentes

 

Em 30 de outubro de 2007, assim que a Fifa anunciou oficialmente a escolha do anfitrião da Copa de 2014, o presidente Lula resolveu animar a festança em Zurique com mais uma discurseira triunfalista. “Vocês verão coisas lindas da natureza e nossa capacidade de construir bons estádios”, vangloriou-se com sete anos de antecedência o camelô de bazófias e gabolices. 

“Os investimentos em infraestrutura deixarão um legado de melhoria nas condições de vida do nosso povo.Vamos fazer uma Copa para argentino nenhum botar defeito”.

A menos de um semestre do início da competição, muitas arenas padrão Fifa nem foram concluídas e já estão condenadas a agonizar como elefantes brancos no minuto seguinte ao último apito. Os monumentos à modernidade que fariam do País do Futebol um campeão da mobilidade urbana encalharam na garganta de Lula ou dormem na imaginação de Dilma Rousseff. O trem-bala e o terceiro aeroporto de São Paulo, por exemplo, jazem no cemitério das fantasias eleitoreiras que o padrinho criou e a afilhada não para de ampliar. E boa parte do mundaréu de obras prometidas pelos fundadores da potência emergente sucumbiu ao raquitismo congênito.

Nesta quarta-feira, um editorial da Folha reiterou que o “legado da Copa” é só a vigarice mais recente (e uma das mais perdulárias forjadas pelos vendedores de vento. Dos 56 projetos divulgados com pompas e fitas em 2010, sobraram 39. O volume de investimentos baixou de 15,4 bilhões para 7,9 bilhões. Conjugadas, a a falta de dinheiro e incompetência de sobra adiaram para quando Deus quiser novas linhas de metrô, monotrilhos, estradas, avenidas, trens metropolitanos, reparos nas malhas viárias, reformas em aeroportos ou corredores de ônibus, fora o resto. Como preveniu o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, o legado da Copa pode acabar resumido à apresentadora Fernanda Lima, .

Não foi por falta de aviso que o fiasco se materializou. 

Em julho de 2010, por exemplo, um repórter quis saber de Jerôme Valcke como andavam os preparativos para a Copa do Brasil. “Falta tudo”, resumiu o secretário-geral da Fifa. “Tudo”, repetiu, com cara de quem acabou de descobrir que lidara havia três anos com tratantes e ineptos. 

Surpreendido pelo pontapé na canela, Lula tentou um carrinho por trás. ”Terminou uma Copa do Mundo na África do Sul agora e já começam aqueles a dizer: ‘Cadê os aeroportos brasileiros? Cadê os estádios brasileiros? Cadê os corredores de trem brasileiros? Cadê os metrôs brasileiros?’ Como se nós fôssemos um bando de idiotas que não soubéssemos fazer as coisas e não soubéssemos definir as nossas prioridades”.

O troco desmoralizante viria em março de 2012, quando Valcke afirmou que os organizadores da Copa mereciam um chute no traseiro: talvez assim começassem a trabalhar direito

O descompromisso do supercartola com as boas maneiras escancarou o descompromisso da turma no poder com a verdade ─ e comprovou que os governos lulopetistas não sabem mesmo “fazer as coisas”  nem “definir as nossas prioridades”. 

As perguntas desdenhadas pelo palanque ambulante na réplica a Valcke continuavam (e continuam) implorando por respostas. (Como imploram por investigações os incontáveis casos de polícia envolvendo negociatas bilionárias, contratos superfaturados e procissões de propinas).

Inauguradas no Dia da Criação, só escaparam do atraso irresponsável “as coisas lindas da natureza”. 

Mas o arquivamento dos projetos vinculados a três cartões postais do Rio sugere que não serão vistas tão facilmente as maravilhas evocadas por Lula na Suiça. O Corcovado está onde sempre esteve. Só que a modernização do trenzinho foi adiada para 2015. O tempo de espera na fila do bondinho do Pão de Açúcar não será inferior ao de viagens aéreas intercontinentais. E convém contemplar de longe a baía de Guanabara devastada pela poluição.

É compreensível que Lula, Dilma, Aldo Rebelo, Ricardo Teixeira e outros festeiros de 2007 não tenham dado as caras na cerimônia de entrega do troféu Bola de Ouro, em Zurique, durante a qual a Fifa homenageou o anfitrião do próximo Mundial. A cinco meses do jogo de abertura, a turma do carnaval temporão em Zurique sabe o que é sabido até pela grama do Maracanã: a Copa que faria meia Argentina morrer de inveja pode matar de vergonha e indignação o Brasil que presta.

Os tres neuronios de Dilma

19/12/2013
às 17:59 \ Direto ao Ponto

O vídeo com as três lições de Dilma: a porta de saída é uma porta de entrada, pintar a unha acelera a inclusão social e a crise é um W com uma perna mais profunda

ATUALIZADO ÀS 17H59


Nesta quarta-feira, os jornalistas que dão plantão no Palácio do Planalto ganharam de Dilma Rousseff um café da manhã e uma entrevista coletiva. Durante mais de uma hora e meia, a presidente despejou sucessivas provas de que o Brasil é governado por alguém capaz de não dizer coisa com coisa sobre tudo. 

 Seguem-se três dos melhores-piores momentos do falatório. Como parece mentira, quem duvidar pode conferir o vídeo, que reúne a trinca de declarações amalucadas, ou consultar a transcrição da conversa no Blog do Planalto. Breves observações do colunista aparecem entre parênteses:

NEURÔNIO LETRADO

“Então, do meu ponto de vista acho que 2013 foi o momento em que a chamada crise, que muitos… muitos economistas internacionais discutiam se era em U, se era em V, se era em W, né? Ela é, eu acho, que num W mais profundo para esse momento, se você olhar do ponto de vista da economia internacional como um todo. De alguma economia pode até dizer: olha, foi pior no primeiro momento, lá em 2009. Eu acho que foi pior quando se aprofunda a crise da Europa que se combina com a crise americana, e além disso, com uma redefinição da economia chinesa. E isso indica uma perna para baixo do W mais profunda”.


(Primeiro, Dilma esclarece que 2013 não foi um ano, mas o momento em que a “chamada crise” decidiu virar letra. Depois, avisa que estudou suficientemente o tema para garantir que a crise não é um U nem um V. É um W, só que diferente. Os interessados em conhecer a letra com cara nova precisam olhar ao mesmo tempo a confusão europeia, a crise americana e a economia chinesa. Quem faz isso enxerga nitidamente um W com uma perna para baixo e mais profunda. A doutora em nada não contou se a perna é a esquerda ou a direita).

NEURÔNIO EDUCATIVO

“A questão da educação é uma questão fortíssima no Brasil. Acho que ela é, o Brasil hoje é um país, do meu ponto de vista, que tem na educação o seu grande caminho, porque, através da educação eu estabilizo a saída da miséria e a ida pra classe média. Só através da educação que nós vamos estabilizar, e educação de qualidade, senão você não estabiliza, ou então a pessoa fica lá. Então, discutiam muito porta de sauída (sic). A grande porta de saída é uma porta de entrada: é a educação”.

(Segundo Dilma, a estrada que leva da miséria para a classe média, ou vice-versa, passa por uma porta que abre, fecha, ameaça cair ou esbanja estabilidade conforme os humores do sistema educacional. O Celso Arnaldo talvez saiba que lugar é esse onde “a pessoa fica lá”. Mas mesmo o nosso grande especialista em dilmês terá dificuldades para resolver a complexa charada exposta pelo neurônio solitário: se a porta de saída é uma porta de entrada, como alguém vai saber se entrou ou saiu?)

NEURÔNIO INCLUSIVO

“Nesse Pronatec do Brasil Sem Miséria nós já formamos 850 mil pessoas. E formar 850 mil pessoas é dar a eles condição de ter uma profissão. Você forma de ajudante para tratamento de idoso até a quantidade imensa de cabeleireira que tem nesse país, né meninas? Vocês sabem que nós somos um dos países com maior consumo na área de indústrias da beleza. E, não… e prolifera essa questão. É uma… é uma… Faz parte da inserção, eu acho, da mulher no mercado de trabalho. Não sei se vocês viram essa mulher formada no Pronatec, era engraçadíssima, a unha era desse tamanho assim, pintada assim, toda bonita pintada, e ela era torneira mecânica. Estava formando em torneira mecânica. Mulher vai para torneira mecânica de unha pintada. Acho que esse é um processo inclusivo”.

(“Estava formando em torneira-mecânica” tem jeito de enigma a ser desvendado por Celso Arnaldo, mas é só um besteirol à procura do “se” que sumiu. Também não deve perder tempo tentando descobrir o que significa “E prolifera essa questão”. É só outro desfile de vogais e consoantes sem começo, sem meio e sem fim. Mora na última frase o espesso mistério a decifrar: como é que se faz para transformar em “processo de inclusã”o uma unha pintada? E qual é a cor ideal para a unha de quem caça algum emprego que lhe permita trabalhar menos e ganhar mais?)

Não é fácil entender como alguém assim ganha uma eleição presidencial. Mais difícil ainda é entender como é que se consegue ser derrotado numa eleição por alguém assim.
 
Augusto Nunes

Nesse sentido, um negro autêntico, respeitável, um negro “negro”, tem de ser também de esquerda.

20/12/2013
às 5:00

De como José Dirceu virou um negro, e Joaquim Barbosa, o seu feitor. Quem assegura isso é um deputado petista… negro!

Este negro — Edison Santos — disse com todas as letras que...
Este negro — Edison Santos — disse com todas as letras que…
... este outro negro não é seu "irmão" porque usou o chicote...
… este outro negro não é seu “irmão” porque usou o chicote…
... contra este negro. Logo, Barbosa é mesmo um feitor!
… contra este negro. Logo, Barbosa é mesmo um feitor!

A Central Única dos Trabalhadores promoveu nesta quinta, no Rio, uma daquelas manifestações indecorosas de apoio aos mensaleiros a que volta e meia se dedica. 

Exige a libertação dos presos. Só vai acontecer se Dilma resolver indultá-los. A Constituição lhe dá esse poder, mas não creio que a Soberana a tanto se atrevesse.  

Se ela pode ter José Dirceu preso, por que iria querer soltá-lo, não é mesmo? Coisas formidáveis foram ditas lá. A personagem da noite foi o deputado negro Edson Santos (PT-RJ), ministro da Igualdade Racial no governo Lula.

Numa manifestação de fato estupefaciente, ele afirmou, segundo informa a Folha:

“Negros que usam o chicote para bater em outros negros não são meus irmãos. O Joaquim Barbosa não é meu irmão”.

Como entender a frase? Bem, comecemos pelo óbvio. O deputado petista está bravo com as decisões tomadas por Barbosa no julgamento do mensalão. Até tive a curiosidade de rever a lista dos condenados e dos presos. Não há nenhum negro no grupo. Assim, Santos certamente não se referia à cor da pele dos brutos — incluindo, evidentemente, a de José Dirceu. O “negro” da sua fala é uma metáfora e, na expressão mais perversa, uma metonímia.

Para o deputado, “negro” é a palavra que designa a vítima da injustiça, da exclusão, da opressão.  

Assim, na sua cabeça ao menos, José Dirceu, na escala dos martírios, foi promovido da condição de corrupto e quadrilheiro, crimes pelos quais Barbosa o condenou, à de… “negro”. 

Santos está associando a discriminação de que são alvos as pessoas com essa cor de pele àquela que o ex-ministro sofreria hoje (???). E quem é o seu algoz, o seu feitor, o seu capitão do mato? Ninguém menos do que Joaquim Barbosa.

Escrevo há muito tempo neste blog sobre o que defini como “racismo de segundo grau”, muito mais sofisticado do que a discriminação pura e simples, bronca, brucutu, ignorante — que é aquela do sujeito que não suporta “o outro” porque diferente dele, seja preto, amarelo, vermelho e, claro!, a depender do grupo, branco. 

Esse racismo meio visceral, que nasce da ignorância, acredito, é mais fácil de combater. Eu confio no valor da educação e no peso dos fatos.

Há um outro racismo, este mais sutil, que pretende deitar um olhar caridoso sobre a diferença. É muito influente na nossa imprensa. 

Mistura-se, não raro, com o racialismo e pode ser cultivado por brancos e negros. 

Esse racismo consiste em ver o mundo segundo o filtro da cor da pele. Qualquer que seja a manifestação social, o primeiro recorte que interessa é o da cor da pele. Seria ela o fato gerador de qualquer fenômeno social. Nesta quinta, no STF, por exemplo, ao defender a descriminação da maconha, o ministro Luís Roberto Barroso observou que a maioria dos pequenos traficantes presos é composta de pretos e pobres. A expressão desse racismo sutil transforma qualquer ocorrência social numa questão de pele — ainda que seu intuito seja “salvar” e proteger os negros.

O racismo que chamo de “segundo grau” é outra coisa. Consiste em estabelecer um conjunto de valores, de crenças e de escolhas a que um negro estaria sujeito porque negro

Assim, ele já nasceria menos livre para fazer as suas opções porque necessariamente atrelado a uma pauta — pauta esta que não nasceria de escolhas políticas, mas cairia, como diria certo barbudo, da “árvore dos acontecimentos”. Tome-se o caso das cotas: um branco poderia defendê-la ou não — afinal, ele é branco! Já um negro não teria escapatória.

Mais: esse racismo de segundo grau quer transformar o negro não apenas num defensor da, vá lá, “causa de sua gente”.

Nada disso! O “negro”, nesse caso, é metáfora, mas é também metonímia: ele é uma parte que tem de simbolizar o “todo” das opressões. Assim, para que um “negro indivíduo” ganhe o direito de ser um “negro coletivo”, ele tem de abraçar as demandas de sua “raça”, mas também as outras: não só as das ditas minorias como também as dos partidos de esquerda. 

Nesse sentido, um negro autêntico, respeitável, um negro “negro”, tem de ser também de esquerda.

Ora, se Joaquim Barbosa se negou a ceder às exigências do partido que exerce a hegemonia no terreno das esquerdas e se teve uma atuação importante para mandar os mensaleiros companheiros para a cadeia, então teria agido como traidor, mero “negro indivíduo” — quando o certo seria ser um “negro coletivo”.

Santos, assim, procura cassar as credenciais de “negro” de Joaquim Barbosa. Para o agora deputado, só uma escolha de Barbosa era aceitável — e, pois, escolha ele não tinha: cabia-lhe inocentar o “negro” José Dirceu. Em vez disso, segundo o deputado petista, o ministro pegou o “chicote”.

Chefe da Papuda

Ah, sim: Santos informou que tudo vai bem na Papuda. Dirceu, diz ele, já está organizado a festa de Natal — segundo se entende, com outros presos. Não tem jeito. Este homem nasceu para o comando. Já foi o chefão do Planalto. Agora é o chefão da Papuda.
Por Reinaldo Azevedo

Petistas estão tramando uma “guerra racial” na boca da urna. E o tal “racismo natural contra os brancos”!

16/01/2014
às 15:37

Agora a questão subiu de patamar: petistas estão tramando uma “guerra racial” na boca da urna. E o tal “racismo natural contra os brancos”!

Luíza Bairros: ela acha "natural" o racismo de negros contra brancos...
Luíza Bairros: ela atribuiu a um senador da República o que ele não disse…

A irresponsabilidade de alguns petistas graúdos nessa questão dos rolezinhos impressiona. São capazes de tudo. A presidente Dilma precisa decidir se vai permitir que subordinados seus brinquem com fogo. Mais: ela terá de deixar claro em que medida está de acordo com a irresponsabilidade ou a estimula.

O prefeito Fernando Haddad — que não é subordinado da presidente, mas é uma estrela do partido — cometeu a insanidade de pedir a seu secretário da Igualdade Racial que convocasse os “líderes” dos rolezinhos, como se houvesse, nesse caso, uma representação formal. Poderia ter pedido tal coisa ao secretário de Segurança, ao de Assistência Social, a algum outro… Mas não! Quis dar à coisa um apelo racial.

Agora, à Folha, a ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, ultrapassa em muito a linha da responsabilidade. Segundo ela, a reação dos shoppings aos rolezinhos é coisa de brancos inconformados com a presença de negros naqueles ambientes

É MENTIRA, MINISTRA! Quem representa os “brancos” inconformados? Onde estão seus porta-vozes? Boa parte, talvez mais da metade, dos participantes dessas manifestações são… brancos!

À Folha, esta senhora afirmou:

“De um lado está a percepção de grande parcela da juventude de que não tem direito a todos os espaços da cidade. Através dessa manifestação, eles reivindicam participação e presença nesses lugares, que foram reservados a pessoas de mais alta renda, majoritariamente branca.

A manifestação dos jovens revela, por outro lado, aquilo que eles leram muito bem: existe uma parcela da sociedade que não quer a presença deles em determinados lugares. Então você vê manifestação de discriminação racial muito explícita em relação a esses movimentos.

Em muitos sentidos, a liminar que proíbe a entrada dos jovens nos shoppings, ou pelo menos dá o direito de selecionarem quem entra ou não, é uma situação racista. A liminar consagra um processo de segregação racial do espaço, o que esses jovens conseguiram perceber muito nitidamente.”

Trata-se de um discurso asqueroso e falso. Quando e em que lugar um negro, ou negros, ainda que em grupos, foi impedido de circular livremente nos shoppings e de usufruir de seus serviços? Quantas notificações ou casos existem no seu ministério a respeito, minha senhora? Quantos são os inquéritos? Cadê as ocorrências?

A fala da ministra é, além de irresponsável, oportunista. Bairros tem de dizer se concorda com os rolezinhos e se acha que eles são procedimentos seguros, inclusive para aqueles que deles participam. Ultrapassada a linha da prudência e da responsabilidade, aí tudo é possível. A ministra ataca também a PM:

“A PM, infelizmente, ao cumprir decisão judicial, de certa forma recebe respaldo para fazer algo que já fazia e faz cotidianamente. Que é criar um perfil de criminoso associado à pessoa negra, e mais particularmente ao jovem negro.”

A repórter da Folha Andréia Sadi retira do contexto uma observação do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) no Twitter, dirige duas perguntas à ministra, e se tem, então, um momento de notável mistificação. Reproduzo:

O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) chamou os jovens dos “rolezinhos” de “cavalões”. Há o que temer nas manifestações?

Eu acho que haverá o que temer se as pessoas, e determinados parlamentares, continuarem a dar declarações que confirmam a desumanização das pessoas negras. Esse tipo de resposta pode acirrar, entende? Existe uma postura e uma intenção absolutamente pacífica nessas movimentações. Os problemas que têm havido são derivados da reação das pessoas brancas que se assustam com essa presença [dos jovens nos shoppings].

O senador relatou ter levado os netos ao Shopping Morumbi e escreveu no Twitter: “Imagino como eu e demais avós reagiríamos caso um bando de cavalões cismassem de dar um rolê por lá”. O que a senhora tem a dizer?

O racismo desumaniza a pessoa negra. Ele não vê um ser humano, vê um animal potencialmente perigoso. Mas acho que você tem que reforçar o seguinte: conversei com a secretária de Justiça de São Paulo e ela me assegurou que a disposição do governador é fazer com que a atuação da policia seja a mais correta possível e qualquer abuso seja repudiado. Acho que esse é o tom que temos que dar a esse fenômeno.

Retomo

Com o devido respeito à ministra, sua fala é de uma vigarice intelectual como raramente se viu. 

Começo com a repórter Andreia Sadi. Não sei a sua origem. No interior de São Paulo, de onde vem Aloysio, e de onde venho também, “cavalão” não é ofensivo, não, Andréia! “Cavalão” é sinônimo de rapaz saudável, forte, corpulento. Aliás, procure aí no Houaiss, oferecido pelo UOL, e você vai encontrar essa acepção. Sim, “cavalão” também pode ser “indivíduo rude e grosseiro”, segundo o dicionário. Em São Paulo, nunca! Também se diz da moça muito forte, saudável, ser “uma cavalona”, feminino no aumentativo impossível, segundo a norma culta . Note, diligente Andréia, que, se a intenção fosse associar as pessoas aos animais propriamente, não se diria da jovem ser uma “cavalona”, mas uma “eguona”. 

Quando se diz de um homem ser “um touro”, não se está a dizer que ele tem chifres, mas que é muito forte. Dica, Andréia: se você for um dia  a Dois Córregos e, numa roda de truco, um jogador chamar o outro de “lazarento!”, é grande a chance de ser um elogio. Sinônimo: sagaz, inteligente, ousado — em suma, uma “lazarento!” Como explicar? Bem, primeiro é preciso entender.

As respostas da ministra são intelectualmente delinquentes, ao acusar o senador de estar associando “negros” a animais. Ele deveria acionar a senhora ministra na Justiça por calúnia. Ou, então, cobrar que ela se desculpe.

Não é a primeira vez que ministros dessa pasta dizem barbaridades. Numa entrevista à BBC, Matilde Ribeiro, uma antecessora sua, meteu os pés pelas mãos:

BBC Brasil – No Brasil tem racismo também de negro contra branco, como nos Estados Unidos?

Matilde Ribeiro – Eu acho natural que tenha. Mas não é na mesma dimensão que nos Estados Unidos. Não é racismo quando um negro se insurge contra um branco. Racismo é quando uma maioria econômica, política ou numérica coíbe ou veta direitos de outros. A reação de um negro de não querer conviver com um branco, ou não gostar de um branco, eu acho uma reação natural, embora eu não esteja incitando isso. Não acho que seja uma coisa boa. Mas é natural que aconteça, porque quem foi açoitado a vida inteira não tem obrigação de gostar de quem o açoitou”.

Em 2011, a própria Luíza Bairros já via fantasmas: “Isso [ocupação de espaço pelos negros] provoca reação. Para muitas pessoas, parece perda de espaço. Isso demonstra como ser branco, na sociedade brasileira, implica determinados privilégios em detrimento dos direitos dos negros em geral”.

Chegou a hora de cobrar responsabilidade. Da presidente Dilma! E da imprensa!

PS: Eu havia atribuído, numa versão anterior deste texto, à atual ministra a fala de Matilde Ribeiro, uma antecessora sua na pasta. Faço a correção e me desculpo com os leitores.
Luíza Bairros não falou aquelas besteiras. Falou outras.
Por Reinaldo Azevedo

Haddad declara o Centro de São Paulo uma área livre para o consumo de droga, com patrocínio público!.


Reinaldo Azevedo- Folha de São Paulo
16/01/2014
às 17:16

A declaração absurda de Haddad sobre a Cracolândia

O Centro de São Paulo, agora, tem donos oficiais
O Centro de São Paulo, agora, tem donos oficiais

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), é uma piada. Leio na Folha a declaração que ele deu sobre a Cracolândia: “Conseguimos mudar a cara da região em apenas dois dias”.

Santo Deus!

Ele se refere ao desmonte de uma favela que havia sido criada praticamente no meio da rua. Criada, atenção!, na sua gestão, sob os seus olhos, sob os cuidados de seu governo inerme.

Moravam lá cerca de 300 pessoas. Haddad resolveu lhes pagar R$ 450 por mês, com casa e comida de graça. Elas, claro!, acharam um bom negócio. Nem mesmo precisam parar de consumir a droga ou fazer tratamento. Nada disso! O prefeito lhes dará a grana para comprar as pedras — claro, eventualmente, elas podem comprar iogurte.

O resto da Cracolândia segue sendo a miséria de sempre. Mas, para o prefeito, a cara da região já mudou. Faça o seguinte, paulistano: tente transitar ali pela praça Sagrado Coração de Jesus para ver como estão as coisas… Eu estou brincando. Não vá!

A região reúne um público de dois mil dependentes, mais ou menos. Os hotéis de Haddad oferecem abrigo para 300. Atenção! Eles vão dormir lá. Durante o dia, estão circulando pela praça.

E por que o mistificador é tratado por setores da imprensa como um gênio? Em primeiro lugar, afinidades ideológicas. Em segundo, porque a causa de fundo que os une é a descriminação das drogas. Na prática, o prefeito declarou o Centro da cidade uma área livre para o consumo, com patrocínio público.


Parte do jornalismo acha que isso é progressista.

É como colocar alcoólatra em bar, diz médico sobre programa na cracolândia.





Prefeitura se antecipa e inicia retirada da 'favelinha' da cracolândia.

 


A Prefeitura de São Paulo antecipou para a tarde desta terça-feira (14) o início da retirada da "favelinha" da cracolândia, na região central.

Cerca de 40 barracos foram retirados da calçada da rua Helvétia, entre a alameda Dino Bueno e a rua Cleveland.

Os sem-teto deixaram o local pacificamente e estão sendo levados para hotéis do entorno.
A operação estava marcada para amanhã, mas foi antecipada porque, sabendo que seriam removidos, os próprios sem-teto iniciaram o desmonte dos barracos nesta manhã.

Por causa disso, a prefeitura enviou equipes das secretarias de Saúde, Assistência Social e de Segurança Urbana, dando início à retirada.

Também participam da operação a Polícia Militar, a Guarda Civil Metropolitana e a ONG União Social Brasil Gigante –que assinou convênio emergencial com a prefeitura para gerir as ações na cracolândia.

Amanhã, segundo a prefeitura, será desmontado o restante dos barracos localizados nos dois lados da Dino Bueno. Estima-se que a "favelinha" chegou a ter 180 barracos.

O tenente da PM Willian Thomaz, responsável pela área, afirmou que a ação antecipada serviu como um teste para a quarta-feira. Como a remoção de hoje foi pacífica, ele espera que isso seja um indicativo do que ocorrerá amanhã.

De acordo com o projeto da prefeitura, cada usuário deverá desmontar seu próprio barraco, conforme for indicado para uma das 400 vagas em quatro hotéis da região.

O programa municipal prevê ainda o pagamento de R$ 15 por dia aos usuários em troca de quatro horas de trabalho, mais duas horas de requalificação profissional. Poderão participar do programa de trabalho apenas aqueles em tratamento médico.
Apu Gomes - 15.jan.14/Folhapress
Anterior Próxima
Garis recolhem entulho após a retirada de barracos da 'favelinha' da cracolândia, em SP

É como colocar alcoólatra em bar, diz médico sobre programa na cracolândia


O psiquiatra Ronaldo Laranjeira, coordenador do Programa Recomeço, do governo do Estado, defende que o viciado seja afastado do ambiente em que está acostumado a consumir drogas. Por isso, acha pouco provável o sucesso da iniciativa da prefeitura. 

O programa que ele coordena está baseado no resgate dos dependentes químicos para serviços de saúde, oferecendo vagas em clínicas especializadas e nas chamadas comunidades terapêuticas.
Para Laranjeira, só depois de ter o vício e suas consequências estabilizadas é que o dependente deve começar a trabalhar. "Em alguns casos, leva-se meses", afirma.

Desmontagem da 'favelinha' na cracolândia



Apu Gomes - 15.jan.14/Folhapress
 
Garis recolhem entulho após a retirada de barracos da 'favelinha' da cracolândia, em SP

Folha - O senhor acredita na abordagem feita pela prefeitura?
 
Ronaldo Laranjeira - Torço muito para que dê certo, mas acho pouco provável.
O mais crível é que essas pessoas façam dos hotéis novos locais de uso. Os usuários foram colocados todos juntos, assim, manteve-se a lógica da rua, uma lógica que não tem muita ética.

Seria preciso retirá-los de vez da cracolândia?
 
É preciso ter um componente social terapêutico.
Quando ele vai para uma comunidade terapêutica, ele precisa reaprender a viver em sociedade.
Deixá-los na cracolândia é o equivalente a colocar um alcoólatra para trabalhar dentro de um bar.

Qual seria o melhor protocolo para o tratamento, em sua opinião?
 
Conceitualmente, deve-se estabilizar a pessoa e retirá-la do ambiente de trabalho.
Na sequência, se faz o tratamento e só depois vem o trabalho. Em alguns casos, leva-se meses até que a pessoa consiga se estabilizar minimamente para trabalhar.


Nova mancha de óleo aparece no Lago Paranoá



Nova mancha de óleo é vista no Lago Paranoá; bombeiros estão no local A mancha está localizada próximo ao Iate Clube


Publicação: 17/01/2014 12:43 Atualização: 17/01/2014 12:51
 
Uma nova mancha de óleo surgiu no Lago Paranoá, próximo ao Iate Clube, nesta sexta-feira (17/1).

O Corpo de Bombeiros recebeu a notificação às 11h40 e encaminhou uma viatura junto com uma lancha para o local.

O caso se repete três meses após o aparecimento de uma imensa mancha de óleo no Lago, em outubro de 2013.

Abandonado, o cemitério mais antigo de Planaltina é alvo de criminosos.


Túmulos foram destruídos e há lixo espalhado pelo local, cercado por casas. Moradores reclamam da falta de segurança. Administração Regional promete revitalização


Renato Alves
Correio Braziliense Publicação: 17/01/2014 06:03 Atualização:


A capela do cemitério está danificada, assim como todas as cruzes de túmulos: pelo menos 500 corpos estão enterrados no local, incluindo o de nomes importantes na história de Planaltina (Monique Renne/CB/D.A Press)
A capela do cemitério está danificada, assim como todas as cruzes de túmulos: pelo menos 500 corpos estão enterrados no local, incluindo o de nomes importantes na história de Planaltina


Mais antiga cidade do Distrito Federal, com 154 anos, Planaltina nasceu e cresceu ao redor da capela de São Sebastião e do cemitério anexo a ela.

A igrejinha ainda está de pé, tendo sido restaurada recentemente. Por questões sanitárias, o cemitério mudou de lugar há mais de um século. Desde então, continua no Setor Sul, a três quadras do centro histórico. Apesar de manter restos mortais, incluindo os de nomes importantes na consolidação da localidade e na transferência da capital para o Centro-Oeste, o espaço está completamente abandonado. Mantido fechado quase o ano inteiro, ele recebe a visita apenas de bandidos, usuários de drogas e animais, como ratos e cobras. Estes encontram comida e abrigo abundantes em meio ao matagal que encobre os túmulos.

O Cemitério de São Sebastião não recebe sepultamentos há quase 50 anos. Mas ao menos 500 corpos continuam lá, onde muitas pessoas entram pulando o muro baixo ou por entre os buracos abertos nele. No interior, além do mato alto e dos evidentes sinais de vandalismo nos túmulos, há muito lixo espalhado. A capela está destruída, assim como quase todas as cruzes. Lápides foram arrancadas e sepulturas, violadas. Sem fiscalização, a área de 20 mil metros quadrados passou a ser usada como depósito de lixo pela vizinhança. Animais mortos, latas de cerveja e resíduos de obras são jogados no espaço, onde, entre outros, estão os restos mortais de Salviano Monteiro Guimarães, um dos personagens mais ilustres de Planaltina, que contribuiu para o progresso da região e morreu em 1926.

Obra parada

Os vizinhos do Cemitério São Sebastião, que hoje é todo cercado por casas de um e dois pavimentos, reclamam da insegurança criada pelo abandono.

 “Como não tem fiscalização, vez ou outra, vem um drogado aí. A vizinhança também não colabora. Muita gente joga lixo no cemitério”, conta a dona de casa Deusdete Xavier de Melo, 56 anos.

Nascida e criada em Água Fria (GO), no Entorno do DF, ela se mudou para Planaltina há 28 anos. “Sempre tive parentes aqui. Dizem até que um dos meus bisavós está enterrado aí (no São Sebastião), mas ninguém faz ideia onde exatamente, pois a maioria dos túmulos não tem placa. Tudo foi arrancado”, lamenta.