segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Chega a 60 número de países que ratificaram Acordo de Paris




21 Setembro 2016  |  0 Comments
 
Trinta e um países, incluindo o Brasil, depositaram nesta quarta-feira na sede da ONU, em Nova Iorque, seus instrumentos de ratificação do Acordo de Paris. Com isso, sobe para 60 o número de países de se juntaram ao acordo, representando 47,78% das emissões globais.

Assim, o Brasil – cujas emissões correspondem a 2,48% do total global – se tornou um dos primeiros grandes poluidores a ratificarem o acordo, junto com Estados Unidos e China, que depositaram o instrumento no começo do mês, durante a reunião do G20.  Outros grandes emissores de gases de efeito estufa como Argentina e México também ratificaram hoje o acordo climático global.

Com esse movimento dos países, aumentam as chances de que o acordo passe a valer ainda este ano. O próprio secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, já dá como certa a entrada em vigor ainda em 2016. Para isso, é necessário que pelo menos 55 países, representando 55% das emissões depositem seus instrumentos de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão nas Nações Unidas (entenda aqui a diferença).

De acordo com o coordenador do Programa Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil, André Nahur, a entrada em vigor antecipada do documento é essencial para alimentar a vontade por uma ação climática.


Diferentes análises, incluindo uma do próprio IPCC – o painel científico da ONU sobre o clima – após a COP21, em Paris, mostram que os compromissos apresentados pelos países não são suficientes para mantermos o aumento do aquecimento global em 1,5º C.

Além disso, os governos signatários do Acordo devem internalizar suas metas, demonstrando quais ações vão efetuar para cumprir a diminuição de emissões, além de contabilizá-las em seus orçamentos.

No caso do Brasil, as metas são diminuir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025 e em 43% até 2030, tendo 2005 como ano-base. A contribuição brasileira levada à ONU, chamada Contribuição Nacionalmente Determinada Pretendida (INDC, na sigla em inglês), contém ainda ações como o fim do desmatamento ilegal na Amazônia, a restauração e reflorestamento de 12 milhões de hectares, a recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas e o alcance de 45% na participação de energias renováveis na composição da matriz energética.

O Instituto Escolhas e o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (GVCes) fizeram as contas e concluíram que somente para recuperar os 12 milhões de hectares de florestas previstos na contribuição brasileira custaria entre R$ 31 bilhões e R$ 52 bilhões divididos em 14 anos. Mas o governo ainda não apontou de onde podem vir os recursos para pagar essa conta.

Setor privado
“O mundo tem mostrado que compreendeu a crise climática que vivemos e que não é possível esperar mais. Precisamos aproveitar este momento para começar a implementar uma transição justa para uma economia de baixo carbono e colocar mais ambição nas metas de redução de emissões. Esta é uma necessidade do Brasil, mas também de todas as partes”, comentou o coordenador do Programa de Mudanças Climáticas do WWF-Brasil, André Nahur.

Segundo ele, o setor privado é parte importante para fechar a conta das emissões e cada vez mais empresas têm entendido a importância de diminuírem as emissões de suas atividades. “Normalmente, as análises de emissões são feitas por segmentos, como energia, uso da terra e desmatamento.

As empresas fazem parte da cadeia destes produtos e podem contribuir com a diminuição das emissões tanto ao tornar seus métodos de produção mais sustentáveis quanto na escolha de fornecedores e matérias primas”, disse o corrodenador.

Exemplo disso é que, mundialmente, o setor de uso da terra e agricultura equivale a 25% das emissões de gases de efeito estufa. No Brasil, porém, esse número chega a quase 65%.

Como forma de engajamento, mais de 50 empresas globais assinaram a Declaração de Nova Iorque para Florestas em 2014, se comprometendo a diminuir a perda florestal pela metade até 2020 e ter perda zero até 2030, além de manter o desmatamento fora da cadeira de negócios da agricultura.

Outra questão bastante relevante são as emissões não contabilizadas, como o da aviação internacional, que representa mais de 2% das emissões globais e deve crescer ainda mais nos próximos anos. A Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO, na sigla em inglês) promove no dia 7 de outubro um encontro para elaborar um plano com o objetivo de limitar as emissões de gases de efeito estufa no setor de aviação internacional.

 

Dia Mundial dos Rios. Ajude a proteger os nossos.

WWF-Brasil comemora o Dia Mundial dos Rios com foco no Pantanal




23 Setembro 2016  |  0 Comments
 
No sábado, dia 24 de setembro, o WWF-Brasil organiza, juntamente com o governo de Mato Grosso, uma tarde de educação ambiental e de apresentações culturais no Parque Mãe Bonifácia, em Cuiabá para celebrar o Dia Mundial dos Rios. A ONG e o governo fazem parte do Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal, movimento que tem por objetivo conservar os rios e recuperar nascentes degradas da região onde nascem as águas responsáveis pelas cheias da maior área úmida do planeta.

A abertura está marcada para às 15h30. Ao longo da programação, serão lançados cinco filmes curta-metragens produzidos pelo WWF-Brasil que alertam sobre a necessidade de conservar as águas do Pantanal por meio de histórias de moradores da região.

O Chico Bento, da Turma da Mônica, estará ao vivo no Parque Mãe Bonifácia, interagindo com as crianças. A personagem criada por Maurício de Sousa é, desde 2014, o protetor das nascentes do Pantanal. Haverá ainda apresentações da dupla folclórica “Nico e Lau” e da cantora cuiabana Ana Rafaela, participante do programa “The Voice Brasil”.

O Coordenador do Programa Cerrado Pantanal do WWF-Brasil, Júlio César Sampaio, falará sobre a importância dos rios pantaneiros para o desenvolvimento sustentável de Mato Grosso e para a preservação da vida e do meio ambiente. “A água é um bem precioso. Os rios e nascentes das cabeceiras estão em risco e nossas ações são necessárias e urgentes. Milhares de espécies dependem das águas para sobreviver. Além disso, precisamos começar a atuar agora se quisermos ter água para abastecimento e água para a produção de alimentos e industrial no futuro.”, afirma.

Haverá ainda distribuição gratuita de mudas de plantas de espécies nativas para os presentes. O evento conta também com a Teoria Verde, plataforma de educação ambiental de Mato Grosso.

O Dia Mundial dos Rios
O Dia Mundial dos Rios, criado em 2005, é comemorado anualmente no último domingo de setembro. O objetivo é conscientizar a população sobre a necessidade de preservar os rios, necessários para o abastecimento das cidades, o desenvolvimento sustentável e a sobrevivência de milhares de espécies. Todos os anos mais de 60 países se unem para celebrar os rios e sua importância para a vida no planeta.

Ameaças
Uma pesquisa realizada em 2015 pelo WWF-Brasil  e o Instituto Pantanal Amazônia de Conservação (IPAC) e o HSBC Brasil, revelou que os níveis de turbidez – quando a água perde a transparência - e de quantidade de sólidos dissolvidos nos rios Jauru, Sepotuba e alto-Paraguai (região das cabeceiras do Pantanal) vem aumentando. O saneamento básico deficiente e o desmatamento das matas ciliares e das matas das nascentes e cabeceiras são os principais responsáveis pela poluição desses três rios, responsáveis pelo fornecimento de 30% das águas que mantém o pulso de inundação – processo anual de cheia e seca - da planície pantaneira no Mato Grosso.

Sem a vegetação, os rios ficam desprotegidos e expostos às chuvas, que carregam sedimentos pela correnteza, provocando aumento da turbidez e do assoreamento, processo pelo qual os rios vão ficando cada vez mais rasos. A turbidez afeta o ciclo de vida dos peixes, pela falta de transparência na água, além de dificultar o tratamento da água que será distribuída à população por parte das empresas de saneamento. O assoreamento dificulta a navegação, o fluxo das águas, a migração dos peixes e também deixa o rio vulnerável à transbordamentos em época de chuvas. A destruição da vegetação pode provocar um efeito ainda mais grave: secar completamente uma nascente.

Por sua vez, a falta de um sistema de tratamento faz com que os dejetos humanos de uma localidade sejam diretamente despejados nos rios e córregos, contaminando águas, solo e até o lençol freático. Um estudo do Instituto Trata Brasil e WWF-Brasil identificou que menos de 10% do esgoto na região recebe tratamento antes do descarte.

Mais sobre o assunto

http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/reducao_de_impactos2/agua/agua_news/?44562/Desmatamento-e-falta-de-saneamento-bsico-ameaam-as-guas-do-Pantanal

http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/reducao_de_impactos2/agua/agua_news/?46122/WWF-Brasil-governo-e-prefeituras-de-Mato-Grosso-se-unem--pela-preservao-das-guas-do-Pantanal