quinta-feira, 21 de setembro de 2017

O Globo – Zona de risco

NÃO FALTOU o meio ambiente no discurso do presidente na ONU, e novamente Michel Temer pisou em terreno perigoso.


ANTES, EM desastrada viagem à Noruega, país conhecido pela militância ambientalista, o presidente teve de ouvir da primeiraministra Erna Solberg críticas ao desmatamento — e ainda à corrupção — no Brasil. Poderia ter passado sem esta.


NA ABERTURA da Assembleia Geral, Temer anunciou a redução em 20% do desmatamento. Mas o presidente entrou em outra zona de risco, porque esta queda ocorreu em cima de uma base elevada, devido à grande alta ocorrida anteriormente.

O Estado de S.Paulo - Indígenas pedem 'medidas urgentes' da ONU para frear mortes no Brasil

 Denúncia entregue às Nações Unidas lembra o assassinato de 470 e suicídio de 750 Guarani Kaiowá

Jamil Chade, CORRESPONDENTE

GENEBRA – Representantes de povos indígenas brasileiros denunciaram o governo na ONU e pedem “medidas urgentes” da entidade internacional para frear as mortes e violações de direitos humanos. Nesta quarta-feira, 20, grupos acusaram as autoridades nacionais de “atrocidades” em um debate realizado no Conselho de Direitos Humanos da ONU. 


 “Queremos que este Conselho tome medidas urgentes sobre a grave crise humanitária que meu povo passa”, disse Voninho Benites, representando o Conselho da Grande Assembleia Aty Guasu Guarani e Kaiowá. Em sua denúncia, ele aponta ainda para 750 suicídios de integrantes do povo Guarani e Kaiowá e 470 assassinatos. “Não aceitaremos esta realidade e iremos continuar a resistir e a demarcar nossas terras com o nosso próprio sangue”, afirmou.


 “Somos o segundo maior povo indígena do Brasil, sobrevivendo em pior situação de terras demarcadas”, insistiu. “As reservas criadas pelo governo há quase 100 anos, se tornaram confinamentos do nosso povo, nos condenando à fome e à dependência extrema da vontade do Estado, ao passo que nosso povo vive de cestas básicas alimentares, porque não temos terras para plantar”, disse.


Em sua avaliação, o Estado brasileiro submete os povos indígenas a “atrocidades ao negar os direitos sobre terras tradicionais”.


Benites, do estado do Mato Grosso, denunciou uma decisão do Supremo Tribunal Federal que anulou a demarcação de uma de suas terras e ainda apresentou casos de ataques.


 “Venho da Terra Indígena Dourados-Amambaí e há um ano sofremos um terrível massacre”, contou. “Cerca de 50 camionetes com fazendeiros fortemente armados atacaram nossa comunidade deixando diversos feridos e um de nossos agentes de saúde foi morto com dois tiros enquanto atendia os feridos”, disse. “A maioria dos feridos foram atacados pelas costas”, insistiu.


Luis Doniste Grupioni, Instituto de Pesquisa e Formação Indígena, acusou o governo de “minar os direitos dos povos indígenas”. “Demarcações foram adiadas e o orçamento das agências será dez vezes menor que há cinco anos”, disse. “Há um aumento de violência, assassinatos e invasões. Esses povos estão sujeitos a massacres”, alertou.


O governo brasileiro respondeu às críticas alertando que existem no País 462 terras indígenas, envolvendo 13% do território nacional. “O governo não suspendeu e nem minou processo de demarcação”, disse Maria Nazareth Farani Azevedo, embaixadora do Brasil na ONU.


Ela também negou que o corte de verbas tenha tido um impacto nos programas sociais. Segundo a embaixadora, o governo destinou US$ 700 milhões em políticas públicas para grupos indígenas, principalmente no setor de saúde. Ela ainda citou a queda de 20% nos casos de malária.

Folha de S. Paulo - Discurso de Temer na ONU prejudica a credibilidade do Brasil/ Coluna/ Laura Carvalho

21/09/2017  02h00

Em seu discurso na Assembleia-Geral da ONU na terça-feira (19), o presidente Michel Temer dedicou-se a garantir um lugar para o Brasil na acirrada concorrência global pela propagação de notícias falsas. Já não era sem tempo. A maestria com que essa atividade vem sendo desempenhada em território nacional rivaliza com o domínio que o presidente dos EUA, Donald Trump, vem demonstrando nessa área.

Além de afirmar que "está resgatando o equilíbrio fiscal", ignorando as sucessivas frustrações de arrecadação que adiaram para 2022 a previsão de superavit primário, Temer afirmou —pasmem— que seu governo vem concentrando "atenção e recursos" à preservação da Amazônia.

"Pois trago a boa notícia de que os primeiros dados disponíveis para o último ano já indicam diminuição de mais de 20% do desmatamento naquela região. Retomamos o bom caminho e nesse caminho persistiremos", completou.


O trecho do discurso gerou alertas em diversas agências de checagem de fatos, já que o presidente utilizou-se de dados extraoficiais do Imazon, em vez de ater-se, como sempre fizeram os governos anteriores, aos dados divulgados pelo Prodes –projeto vinculado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que, desde 1988, fornece os dados oficiais de desmatamento da Amazônia.


Os dados do Prodes, que são obtidos por meio de imagens de satélite de qualidade muito superior aos utilizados pelo Imazon, ainda não estão disponíveis para 2017. Em 2016, a área desmatada cresceu 27%, o que significa uma perda de 7.893 km² de área verde na Amazônia Legal ante 6.207 km² em 2015.


Ainda que a tendência de queda no desmatamento captada pelo Imazon entre julho de 2016 e agosto 2017 seja confirmada pelos dados oficiais, a área verde perdida ainda ficaria muito acima da meta que o Brasil apresentou no acordo do clima ou mesmo do desmatamento observado no ano de 2012, que foi de 4.571 km².


Mas a comemoração feita com base em dados extraoficiais após dois anos consecutivos de alta no desmatamento —que levaram ao anúncio em junho de uma redução pela metade no repasse de recursos da Noruega ao Fundo Amazônia— não foi o único fator a provocar reações.


Michel Temer foi ainda mais ousado quando atribuiu essa suposta queda no desmatamento à prioridade conferida ao problema por seu governo.


Além da grande repercussão da tentativa recente de autorizar por decreto a realização de atividades de mineração em uma área de reserva ambiental de 46 mil km² na Amazônia, já está claro o papel crucial desempenhado pela bancada ruralista no Congresso em meio ao processo de impeachment que levou Temer ao poder, bem como na rejeição às denúncias de corrupção que envolvem o presidente. Tal dependência não viria sem custos.


Como se não bastasse, os cortes no Orçamento também vêm afetando a capacidade de atuação dos órgãos de fiscalização ambiental e da Funai. Em meio a massacres de povos indígenas e à perda iminente de mais áreas de floresta, o discurso proferido na ONU parece ter prejudicado ainda mais a credibilidade do Brasil em todo o mundo.

O Estado de S. Paulo - Caminho para um mundo sem armas nucleares/Artigo subscrito pelos chanceleres de África do Sul, Áustria, Brasil, Irlanda, México e Nigéria

72ª SESSÃO DA ASSEMBLEIA GERAL DA ONU



Em documento, Brasil, África do Sul, Áustria, Irlanda, México e Nigéria defendem um mundo livre de arsenais de destruição em massa

O Estado de S.Paulo

21 Setembro 2017 | 05h00

Em julho, a comunidade internacional chegou a um acordo histórico para proibir as armas nucleares. Nossos seis países têm orgulho de terem participado desse esforço desde o primeiro momento.


Armas de destruição em massa são cruéis e indiscriminadas. Elas provocam devastação em massa e perdas inaceitáveis de vidas. Mais de 70 anos depois de Hiroshima e Nagasaki, as Nações Unidas decidiram adotar instrumento juridicamente vinculante que, de uma vez por todas, proíbe essas armas.


Após décadas de paralisia das negociações multilaterais para o desarmamento nuclear, o novo tratado, que foi aberto para assinaturas em 20 de setembro, representa grande mudança de paradigma na forma com que a comunidade internacional tem enfrentado uma ameaça verdadeiramente existencial contra a vida no planeta.


Ao proibir a única categoria de armas de destruição em massa ainda não sujeita a uma interdição global, o acordo busca estigmatizar a posse de armas nucleares. A existência de aproximadamente 15 mil ogivas nucleares com mais de 2,5 mil megatons de energia destrutiva – suficiente para destruir o planeta várias vezes – é um forte alerta de nossa vulnerabilidade coletiva e da necessidade urgente de proibir e eliminar essas armas atrozes como a única forma de assegurar que elas nunca serão usadas novamente.


O tratado reflete o crescente consenso por parte da comunidade internacional de que armas de destruição em massa não são capazes de aumentar a segurança nacional ou internacional nem devem ter lugar nas doutrinas militares do século 21.


O novo tratado se baseia na firme convicção de que qualquer uso de armas nucleares repugnaria aos princípios da humanidade e aos ditames da consciência pública. Constitui o resultado lógico das discussões sobre os impactos humanitários das armas nucleares, realizadas sob a égide da Iniciativa Humanitária. Sua principal conclusão foi a de que a guerra atômica e o direito internacional humanitário se excluem mutuamente.

Em poucas palavras, as consequências devastadoras de qualquer detonação nuclear – ainda mais de uma guerra nuclear – teriam implicações extremamente severas para o meio ambiente, a economia, o desenvolvimento socioeconômico, a segurança alimentar e a saúde globais, ameaçando a própria sobrevivência da humanidade.

O Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares é consistente e complementar ao Tratado sobre Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), que obriga todos seus Estados-partes a se engajarem de boa-fé e concluírem negociações com vistas ao desarmamento nuclear em todos os seus aspectos, sob controle internacional estrito e efetivo.

Ao estabelecer uma proibição universal das atividades centrais relacionadas às armas nucleares, o novo instrumento contribui para a implementação do TNP e fortalecimento do regime internacional de desarmamento e não proliferação nuclear existente. Abre um caminho para que Estados que possuem ou abrigam armas nucleares possam aderir ao tratado quando estiverem prontos por meio de um processo de desarmamento nuclear verificável, irreversível e com prazo determinado.

A fim de levar em consideração as posições desses países, o tratado não especifica os detalhes desse processo, mas prevê que arranjos adicionais deverão ser acordados no contexto da futura acessão de Estados possuidores de armas nucleares.

Com a adoção desse texto, em julho, as Nações Unidas enviaram mensagem robusta de que os Estados precisam reconsiderar o papel das armas nucleares nas doutrinas de segurança e trabalhar com vistas ao objetivo de um mundo mais seguro para todas as nações. A única forma de garantir que as armas nucleares não sejam jamais usadas em nenhuma circunstância é por meio de sua total eliminação e da garantia juridicamente vinculante de que nunca serão produzidas novamente.

Impulsionados por um forte sentido de responsabilidade e urgência, África do Sul, Áustria, Brasil, Irlanda, México e Nigéria, como integrantes de um grupo de mais de 120 países, estão convencidos de que, no presente contexto de segurança, não existe espaço para procrastinação. A humanidade não pode se dar o luxo de esperar o “momento certo” para acabar com as armas nucleares.

Gostaríamos também de reconhecer a contribuição essencial da sociedade civil para o processo. Permanecemos empenhados em fazer o nosso melhor para alcançar o objetivo mais elevado de um mundo livre de armas nucleares. Nossos seis países conclamam toda a comunidade internacional a se juntar a nós nesse esforço crucial para a sobrevivência da humanidade.

ARTIGO SUBSCRITO PELOS CHANCELERES DE ÁFRICA DO SUL, ÁUSTRIA, BRASIL, IRLANDA, MÉXICO E NIGÉRIA


RB AMBIENTAL


Posted: 19 Sep 2017 12:09 PM PDT
A Secretaria de Meio Ambiente do Distrito Federal (Sema-DF) publicou nesta terça-feira (19/9) dois editais de concurso para quem realiza ações de sustentabilidade ambiental nas empresas e nas áreas urbanas.


Para os condomínios e organizações ligadas a essas áreas habitacionais, e também para as empresas, o prazo para as inscrições começam neste dia 19 e vão até o dia 3 de novembro de 2017. Resultado final da comissão julgadora será conhecido no dia 16 de novembro, segundo informa o secretário executivo do Fundo do Meio Ambiente do DF (Funam-DF), Jocivane Brito.

Para as iniciativas urbanas, serão distribuídos 15 prêmios a ações inovadoras estimuladoras das práticas socioambientais sustentáveis, como afirma o edital disponível no site da Sema. Os valores da premiação vão de R$ 15 mil para o primeiro lugar até R$ 5 mil para o 15º colocado.

Podem participar associações, condomínios, grupos, movimentos e entidades brasileiras, privadas e sem fins lucrativos, atuantes no DF. Desde que desenvolvam iniciativas urbanas sustentáveis que comprovem economia, conservação de recursos naturais (quantidade e qualidade), promoção da saúde, qualidade de vida e consciência ecológica.

Já no caso das iniciativas empresariais serão premiadas dez micro e pequenas empresas (MPE) e os microempresários, individuais (MEI), independentemente da categoria, com R$ 20 mil cada,  que realizem ações ecologicamente corretas, socialmente justas e economicamente viáveis. A premiação estará focada na redução do consumo de água, na redução de uso de materiais de alto impacto ambiental, gerenciamento dos diversos tipos de lixo, economia de energia e conservação do ambiente.



Poderão ser inscritas iniciativas nas seguintes categorias: 3.2.1 Prática em eficiência energética (água, iluminação, ventilação) ou produção de energia limpa; 3.2.2 Prática de captação de água da chuva e reuso; 3.2.3 Prática de manejo e destino de resíduos sólidos, preferencialmente com protagonismo social; 3.2.4 Prática coletivas de usos criativos e inclusivos de espaços urbanos, públicos ou privados, capazes de contribuir para a consolidação do Sistema de Áreas Verdes Intraurbanos, à exemplo de requalificação de praças, de áreas abandonadas, de áreas degradada, cogestão de parques, hortas urbanas comunitárias, entre outros. 3.2.5 Prática de construções sustentáveis que valorizem técnicas alternativas e inovadoras que promovam a economia de recursos naturais na sua construção e manutenção.



Somente serão aceitas as inscrições, cuja a candidatura da iniciativa empresarial contemple, pelo menos, 02 (dois) dos eixos temáticos abaixo: 4.2.1. Eficiência Energética ou Produção de Energia Limpa; 4.2.2. Gestão Eficiente de Recursos Hídricos; 4.2.3. Gerenciamento de Resíduos Sólidos; 4.2.4. Gestão Eficiente de Insumos e Materiais Vinculados ao Processo/Produto; 4.2.5. Contratação e/ou Compras Sustentáveis; 4.2.6. Qualidade de Vida e Bem Estar dos Funcionários, Clientes e Comunidade; e Responsabilidade Social; 4.2.7. Redução/Compensação das Emissões dos GEEs.

Outras informações clique aqui

Fonte: Sema-DF