terça-feira, 26 de agosto de 2014

Política lucrativa - JOSÉ CASADO O GLOBO - 26/08




Controlados por poucos, que se perpetuam no comando, os partidos políticos se tornaram valioso ativo financeiro, com dinheiro público pagando contas privadas


Um dos melhores negócios do mercado brasileiro é ser dono de partido político. Convive-se com 32 deles, dos quais duas dezenas têm bancadas no Congresso. Na essência, diz o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, se transformaram num “agregado de pessoas que querem um pedacinho do orçamento”.

Partido político no Brasil se tornou ativo financeiro de alto retorno, sem risco e com recursos públicos garantidos por lei, elaborada e votada pelos próprios interessados.

Em ano de eleição, as doações de empresas representam cerca de 60% das receitas declaradas, mas é do orçamento federal que sai o financiamento das despesas regulares da estrutura e da propaganda partidária (o horário eleitoral gratuito só é gratuito para partidos e candidatos, quem paga a conta é o público, telespectador ou não, via isenção fiscal).

Nunca os partidos brasileiros receberam tanto dinheiro público como neste ano: R$ 313,4 milhões, dos quais 57% já repassados.

O Fundo de Assistência Financeira, que sustenta as máquinas partidárias, aumentou 184,5% nos últimos dez anos. Seu valor nesse período subiu em ritmo muito acima da inflação, da correção da poupança e do salário mínimo, da valorização da Bolsa de Valores (Ibovespa) e do Certificado de Depósito Bancário (CDB).

Os contribuintes vão pagar, além disso, mais R$ 600 milhões como compensação fiscal às emissoras de rádio e televisão pelo horário de propaganda eleitoral.

Todos os 32 partidos registrados na Justiça Eleitoral têm direito a um pedaço do orçamento. É o que diferencia o Brasil. Há países com mais de 50 organizados e em atividade, mas o acesso ao dinheiro público é limitado àqueles que têm representação legislativa.

A maioria dos partidos brasileiros é controlada por duas dezenas de famílias, em regime de revezamento nos cargos de direção e com mandato variável entre cinco e oito anos.

Caso exemplar é o Partido Trabalhista Cristão (PTC). Há 25 anos atendia pela sigla PRN e hospedou Fernando Collor como candidato à Presidência. Tem 14 pessoas na cúpula. Cinco partilham o mesmo sobrenome (Tourinho) e cerca de R$ 150 mil mensais do fundo.

No Legislativo funciona um condomínio partidário baseado na perpetuação do poder familiar. Metade dos deputados federais eleitos em 2010 tem pais, filhos, irmãos, avós, tios, primos, sobrinhos, cônjuges, genros, noras ou cunhados em cargos eletivos. Sete de cada dez estão nas ruas, batalhando a reeleição.

Dos deputados eleitos em 2010, e que na época tinham menos de 30 anos de idade, 79% eram herdeiros (filhos ou netos) de clãs políticos — informa a ONG Transparência.

Ser dono de partido no Brasil é ótimo negócio porque garante acesso a dinheiro fácil, sem custo, direto do orçamento. Basta ter o registro da Justiça Eleitoral.

Melhor ainda é ser dono de partido com bancada na Câmara. A fatia do fundo partidário é maior e já vem com a garantia de um tempo mínimo na propaganda eleitoral. É mercadoria passível de negociação, a dinheiro ou em barganhas por cargos.

O que se vê nesta eleição é que nenhum partido político pode ser tão ruim quanto seus líderes.
 

Hollande beijou a cruz - CELSO MING


O ESTADÃO - 26/08


A queda do ministério do governo da França é o resultado da forte guinada do presidente François Hollande para uma política econômica ortodoxa.

A França vive hoje uma estagnação do sistema produtivo parecida com a do Brasil. Hollande se elegeu pregando a cartilha heterodoxa contra o arrocho fiscal e impôs uma linha dura contra o capital e os mais ricos. Chegou a decretar um imposto de renda de 75% sobre ganhos superiores a 1 milhão de euros por ano. Tudo o que conseguiu foi o fechamento recorde de indústrias e a revoada de artistas e de empresários para o exterior.

Em janeiro, Hollande beijou a cruz e agora tenta levar adiante uma política econômica que ele mesmo denominou de “pacto de austeridade”, destinada a reequilibrar as contas públicas e a criar condições para que o setor produtivo recupere competitividade.

O problema básico de Hollande é o de que a dívida alta demais (93,6% do PIB), o baixo crescimento econômico (de apenas 0,3% em 2013) e o alto desemprego (10%) impedem a expansão dos gastos públicos como alavanca de recuperação da economia. Se a França não fizesse parte de uma união monetária (área do euro), seu governo ainda poderia desvalorizar sua moeda para reduzir os salários, baratear em moeda estrangeira o produto francês e exportar mais. Como renunciou à soberania monetária, tem de produzir efeito equivalente por meio da redução drástica de despesas.

O francês não tem nem consciência nem disciplina pública suficiente para aceitar uma redução de salários, como o alemão aceitou. Assim, as reformas e o megacorte de despesas públicas da ordem de 50 bilhões de euros (US$ 65,5 bilhões) em três anos funcionam como disfarce para a redução da renda. A transferência de recursos em vantagens fiscais para as empresas para que possam se recuperar foi de 40 bilhões de euros (US$ 52,4 bilhões).

Neste domingo, o até ontem ministro da Economia, Arnaud Montebourg, feroz adversário da “obsessão alemã”, em entrevista ao jornal francês Le Monde, na prática declarou-se em rebelião contra essa política. Assim, facilitou a vida de François Hollande que acaba de ordenar a recomposição do governo que abre caminho para o inevitável.

Na última sexta-feira, o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, admitiu que poderia ajudar a retomada da atividade com emissão de moeda se os governos da área do euro fizessem sua parte com mais aperto fiscal. Isso sugere que o movimento de Hollande seja parte de esforço coordenado da área do euro para a criação de condições para a retomada sustentável da produção.

A conversão do socialista Hollande à austeridade, agora com ações de maior impacto, é um aviso para o governo Dilma que também vem desprezando recomendações em direção ao maior equilíbrio fiscal. Pode-se administrar política pública de qualquer coloração ideológica, desde que a execução do orçamento seja feita com equilíbrio.

Isso não significa que não se devam fazer dívidas. Significa apenas que estas têm de ser cobertas com recursos que não coloquem em risco seu pagamento futuro. No Brasil, até mesmo o flexível ministro da Fazenda, Guido Mantega, já avisou que, em 2015, será preciso providenciar um alentado aumento do superávit das contas públicas para garantir um mínimo de arrumação da economia.

Antônio Ermírio
Dizia sempre o que pensava. Podia mudar de opinião, mas nunca desdisse o que disse. Terno surrado sobre camisa de colarinho folgado em pelo menos três dedos, Antônio Ermírio estava sempre pronto a operar sua régua de cálculo. Os resultados saiam com precisão de décimos. Acreditar no futuro do Brasil era só um bom começo. O resto teria de vir com trabalho duro – e nada de dar mesada generosa demais para os filhos, “pra não criar vagabundo”. Fará muita falta.
 
 

Contabilidade criativa’ retarda gastos públicos - EDITORIAL O GLOBO


O GLOBO - 26/08

Ao usar a Caixa para maquiar o superávit primário, o Tesouro repete governadores que se financiaram nos bancos estaduais, a ponto de quebrá-los

Uma das causas do rebaixamento da nota de risco do Brasil, em março, pela agência Standard & Poor’s, a “contabilidade criativa” continua sendo aplicada para melhorar as aparências das contas públicas. Por reduzir a transparência da contabilidade oficial, ajudou naquela espécie de cartão amarelo recebido pela economia brasileira.
Sob o impacto da má notícia, autoridades econômicas, na tentativa de restabelecer alguma confiança nas estatísticas oficiais, se comprometeram com um superávit primário de 1,9% do PIB, sem maiores contorcionismos contábeis.

Não cumprem a promessa, e há mesmo analistas que preveem que, sem contabilidade criativa, não haja, este ano, qualquer superávit, ou ocorra até algum déficit primário, um resultado muito ruim do ponto de vista da administração da dívida pública. Logo, com reflexos negativos no custo dos financiamentos externos ao Brasil.

A usina de criatividade que aparece na Secretaria do Tesouro já produziu efeito paradoxal de transformar endividamento público em receita primária — sempre para embonecar o superávit primário, a fim de transmitir aos mercados uma ideia de austeridade fiscal que na realidade inexiste. 


Isso acontece quando o Tesouro lança títulos para captar recursos, repassa-os ao BNDES, Caixa ou Banco do Brasil e estes antecipam o pagamento de dividendos ao Tesouro. Neste passeio, o dinheiro vai como proveniente de dívida e volta como lucro distribuído pelas estatais. Uma “lavagem”.

Outra manobra criativa, descoberta há pouco, tema de reportagem do GLOBO no sábado, é o Tesouro retardar repasses obrigatórios para, novamente, melhorar o superávit. Essas “pedaladas”, no jargão dos analistas, não chegam a ser novidade. Devido a elas, a rubrica “restos a pagar” costuma ser robusta nas viradas de ano: o Tesouro retém transferências no final de dezembro, para eles serem contabilizados apenas em janeiro, no novo exercício fiscal. A preocupante novidade é o aumento do volume dos atrasos em repasses que o Tesouro tem de fazer à Caixa Econômica, para ressarci-la pelo pagamento de benefícios como o Bolsa Família e seguro desemprego. Em entrevista exclusiva ao jornal, o secretário do Tesouro, Arno Agustin, negou qualquer artifício, tudo ocorreria normalmente no fluxo de créditos e débitos no relacionamento Tesouro/CEF.

O Ministério Público, por não concordar, aciona o Tribunal de Contas da União, e o próprio Banco Central faz consulta à Procuradoria-Geral da Fazenda sobre essas operações. Afinal, na prática, a CEF está financiando o Tesouro, algo proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Nem mesmo banco privado pode liberar crédito aos controladores.

O Tesouro usa um banco estatal assim como, no passado, governadores se valeram de bancos estaduais para criar moeda. Quebraram as instituições financeiras. Repetir hoje a manobra é abalar os alicerces da estabilização da economia.
 

Nós, os vermes - JOÃO PEREIRA COUTINHO---FOLHA DE SP - 26/08





Se nós, ocidentais, não respeitamos o que somos, por que motivo devem os outros respeitar-nos?


Que beleza, leitor: um grupo intitulado Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) agora domina partes da Síria e do Iraque. Melhor: já faz vídeos. Com decapitações de ocidentais. E proclamações: existe um novo Califado, dizem os assassinos, renascido das cinzas otomanas que a Primeira Guerra provocou.

Essa utopia terrena está atraindo jihadistas do mundo inteiro. Do mundo inteiro, vírgula: do Reino Unido em especial. O premiê David Cameron está pasmo. Membros do seu governo, "idem". E a "inteligência" britânica quer saber como é possível que cidadãos britânicos, que nasceram e cresceram à sombra do Estado de bem-estar social, viram as costas ao Ocidente para lutarem contra o Ocidente.

Boas perguntas. Nenhuma delas é especialmente misteriosa. Qualquer pessoa com dois neurônios compreende que, no caso do Reino Unido, a produção de jihadistas explica-se pela belíssima cultura de "tolerância" que, durante duas gerações, permitiu que muitas mesquitas locais fossem antros de ódio e extremismo.

Só Deus sabe --ou Alá, já agora, para não ferir certas sensibilidades ecumênicas-- a extrema dificuldade legal que Londres teve para extraditar Hamza al-Masri, o famoso "Capitão Gancho" da mesquita de Finsbury Park, em Londres, para os Estados Unidos, onde era acusado de vários complôs. O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem estava preocupado com os "direitos humanos" de um terrorista, mas não com os direitos das vítimas que ele potencialmente causava com as suas palavras de loucura e morte.

E só agora a ministra do Interior britânica, a conservadora Theresa May, promete legislação pesada para o extremismo e as incitações ao ódio --em espaços públicos, escolas, mesquitas etc. Até os trabalhistas aplaudem a "coragem" da senhora.

Não admira: como informa o "Daily Telegraph", existem mais cidadãos britânicos de origem muçulmana marchando nas fileiras do EIIL do que no exército de Sua Majestade. Eis um retrato da pátria de Churchill.

Mas há outro. Porque não existem apenas fanáticos islamitas que, dentro do Ocidente, pregam a morte do Ocidente. É preciso relembrar os fanáticos revisionistas e multiculturalistas que, na mídia e nas universidades, foram oferecendo as doces pastagens da retórica antiocidental.

Caso clássico: anos atrás, Ian Buruma e Avishai Margalit escreverem um livro que inverte o título (e a tese) do celebrado "Orientalismo" de Edward Said. Chama-se "Ocidentalismo" e é um estudo sobre a visão deturpada e grotesca do Ocidente produzida pelos seus inimigos.

E, no topo da lista, está um longo rol de intelectuais ocidentais --de Spengler a Heidegger, sem esquecer o demencial Sartre-- para quem o Ocidente era um antro de decadência/declínio/corrupção/brutalidade/desumanidade/exploração (pode escolher à vontade). Essa retórica, escreviam os autores, acabou por emigrar para o mundo inteiro, Oriente Médio em especial. E é hoje repetida, "ipsis verbis", pela turma do EIIL.

No livro, há até um episódio pícaro (e grotesco; atenção, famílias) que ilustra bem como as más ideias viajam depressa. Acontece quando o Taleban tomou Cabul em 1996, pendurou o presidente afegão Najibullah no poste, encheu os seus bolsos de dólares e colocou cigarros entre os dedos quebrados do cadáver.

Mensagem: esse aí é um produto degenerado do Ocidente em seus vícios e ganâncias.

(Curioso, lembrei agora: as campanhas antifumo poderiam usar a imagem do antigo presidente afegão enforcado e com cigarros entre os dedos. E o lema: "Fumar prejudica a saúde." Mas divago.)

Porque a questão é glacial: se nós, ocidentais, não respeitamos o que somos ou temos, independentemente de todos os erros cometidos (e corrigidos: será preciso lembrar a escravatura, abolida por aqui e praticada ainda no resto do mundo?), por que motivo devem os outros respeitar-nos?

Gostamos tanto de nos apresentar como vermes que os outros acabam olhando para nós como vermes.

Soluções?

Deixemos isso para os líderes do mundo, como Barack Obama, que tipicamente não sabe o que fazer. (Uma sugestão: que tal reduzir à Idade da Pedra quem tem a mentalidade de homens das cavernas, senhor presidente?)

Mas já seria um grande contributo se o Ocidente fosse um pouco mais intolerante com a intolerância daqueles que recebemos, alimentamos, sustentamos --e enlouquecemos de ódio com o ódio que sentimos por nós próprios.

Papa corre risco de vida! Está na mira do Estado Islâmico, diz jornal italiano


Segundo reportagem do "Il Tempo", o pontífice é considerado um "portador da verdade falsa" e está correndo perigo.

O papa Francisco pode estar em perigo. De acordo com o jornal italiano Il Tempo, o pontífice está na "mira" do grupo radical islâmico Estado Islâmico (EI), responsável pela decapitação do jornalista americano James Foley. A reportagem cita fontes de inteligência italianas e israelenses. Segundo elas, o papa, maior expoente da religião cristã, é visto pelos jihadistas como um "portador da verdade falsa".
 
As fontes ouvidas pela jornalista Francesca Musacchio, autora do texto, afirmam que o Estado Islâmico considera a Itália como uma espécie de trampolim para a entrada de jihadistas na Europa. Segundo a reportagem, trata-se de um país "vulnerável", pois é bastante procurado por imigrantes sem documentos, que querem entrar na Europa ilegalmente.
 
Papa Francisco pode estar em perigo. Ele é considerado um inimigo pelos jihadistas do EI (Foto: AP Photo/Jung Yeon-je, Pool).
 
Ainda de acordo com a reportagem, o Estado Islâmico pretende perpetrar ataques também na Europa, incluindo a Itália. Para isso, conta com os seus soldados no Oriente Médio e também com os adeptos ao fundamentalismo islâmico que vivem no continente europeu.
 
Os planos do grupo radical islâmico nada têm de modestos. O autoproclamado Estado Islâmico quer criar um país próprio no Oriente Médio, um califado Nos últimos meses, conquistou territórios importantes na Síria e no Iraque. Nos próximos, quer avançar também na Turquia. As conquistas territoriais incluem fuzilamentos coletivos, explosões de carros-bomba e execuções aleatórias no meio da rua, em plena luz do dia. O autoproclamado califa do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, já deixou bem claro que quer superar à Al Qaeda e as façanhas de Osama bin Laden, mentor dos ataques contra asTorres Gêmeas do World Trade Center em 11 de setembro de 2001, no quesito disseminação do terror... 
 
E eles não brincam em serviço. A brutalidade usada nos ataques rotineiros tornou-se mais clara com a divulgação do vídeo com a decapitação de James Foley. Assim que as imagens brutais começaram a circular pelo mundo todo, papa Francisco fez questão de ligar para os pais do jornalista para prestar condolências e desejar-lhes força. Agora, é ele quem pode estar correndo risco de vida.

Fonte: Revista ÉPOCA, Com agência EFE - 26/08/2014 - - 09:25:51

BLOG do SOMBRA

Na torcida França: Marina virá ‘avassaladora’ na pesquisa Ibope


Coordenador da campanha na torcida por bom resultado nas pesquisas
Publicado: 25 de agosto de 2014 às 19:05 - Atualizado às 19:08

Foto: Divulgação
Márcio França espera ansioso por excelente resultado na pesquisa Ibope. 


O coordenador financeiro da campanha de Marina Silva, deputado Márcio França, disse na tarde desta segunda-feira, 25, que pesquisas internas mostram um resultado “avassalador” em favor da candidata do PSB. De acordo com ele, a pesquisa Ibope de que será divulgada nesta terça-feira, 26, mostrará que Marina é uma das favoritas na corrida presidencial.

“Para quem era uma zebra, eu acho que hoje a Marina é favorita”, disse o coordenador ao chegar para acompanhar o debate promovido pelo SBT com os candidatos ao governo de São Paulo. França é candidato a vice na chapa do tucano Geraldo Alckmin (PSDB).

França não respondeu qual é o patamar “avassalador” em que Marina deve aparecer amanhã, mas disse que os “números são muito fortes”. “Os números que a gente tem de pesquisas internas, que o Ibope vai revelar amanhã, são avassaladores. Vai ter que se acostumar a um outro patamar”, disse. “O Eduardo brigava para ficar famoso. 

Agora é como se as pessoas quisessem conhecê-lo. Ficaram com saudade de uma coisa que não conheciam. Tudo isso, de certa forma, deságua na Marina”, avaliou.

França comentou ainda as declarações de Aécio Neves (PSDB) de que o bom desempenho de Marina Silva é como uma “onda”, e que acredita voltar ao segundo lugar isolado nas pesquisas “dentro de 15 ou 20 dias”. “O problema é o tamanho da onda. Tem onda de 2 metros, de 5 metros, de 10 metros. Aí não tem depois o que fazer se for muito grande”, disse.

França afirmou ainda que na classe C “em especial” os números de Marina são impressionantes. “A classe C desloca sempre junto, as pessoas falam entre si. Ao se convencerem (em quem votar), as pessoas convencem outras”, disse.

Questionado sobre seu novo papel de tesoureiro de campanha, França afirmou que assumiu o cargo nesta segunda e que ainda “não entrou nada”. “Mas soube por amigos que vai entrar. Empresário entra muito pela chance (nas pesquisas). É da índole se deslocar pela chance”, afirmou.

França comentou ainda a situação de resistência de Marina em dividir o palanque com Alckmin em São Paulo. Segundo o pessebista, a situação é a mesma de antes da morte de Eduardo Campos e agora caberá ao vice de Marina abrir espaço para o tucano.

“Caberá a Beto Albuquerque pedir votos a Alckmin no programa eleitoral”, afirmou. (Agência Estado)

Comentario

Vera Regina Moraes
RS

Tomara mesmo que a Marina ganhe.Ela defende os valores familiares e cristãos, o direito dos índios, e a proteção ao meio ambiente.Defende a economia sustentável. Com o Aécio a Amazônia vai virar uma imensa plantação de soja!

 

Combustíveis Por que aumentar a gasolina? Barril subiu só 1,9% desde 2011 Barril do petróleo aumentou só 1,9%, e o preço da gasolina, 20%



Publicado: 26 de agosto de 2014 às 2:57 - Atualizado às 8:29

Pemex Offshore Drilling Operations
A gasolina subiu 13,2% no Brasil desde a posse de Dilma: de R$ 2,612 em 2011 para os atuais R$ 2,959. O desempenho do diesel é bem pior: subiu 24,3% no mesmo período. 


De R$ 2,009 em 2011 a R$ 2,498 hoje. Difícil explicar o aumento “imprescindível” pretendido pela Petrobras no cenário atual. O barril de petróleo cru era negociado a US$ 91,55 em 2011 e US$93,38 ontem. Aumentou só 1,9% no período. Leia na Coluna Cláudio Humberto.

Candidata e seu vice divergem sobre temas polêmicos Eles não se entendem sobre casamento gay, índios, tabaco, agronegócio…



Eleições 2014

Publicado: 26 de agosto de 2014 às 8:41 - Atualizado às 9:08

Unidos na chapa presidencial do PSB, Beto Albuquerque e Marina Silva têm demonstrado pontos de vistas divergentes. O deputado federal defendeu no parlamento projetos totalmente opostos às ideias de sua parceira de partido. Destacam-se: casamento gay, energia nuclear, demarcação de terras indígenas como atribuição do Congresso e a indústria do tabaco.


Em 2003, Albuquerque apoiou requerimento do deputado Sarney Filho (PV-MA) pedindo a realização de audiência pública na Câmara para discutir o “potencial técnico e econômico extraordinário a ser desenvolvido pelo Brasil na área nuclear” a partir de Angra 3. Marina refutou a energia nuclear na sua campanha de 2010. 

Ela voltou a confrontar a fonte energética em 2011, após o acidente na usina de Fukushima, no Japão, sugerindo um plebiscito sobre o tema. Segundo Marina, na ocasião, a “sensação de segurança e controle com essas usinas é uma ilusão”.(Isso mesmo!)



marina-beto albuquerque by ed ferreira
Beto Albuquerque e Marina, a cabeça de chapa: divergências profundas


Outro tema polêmico defendido por Albuquerque que se choca com a colega de chapa é a defesa da indústria do cigarro. 


Ele foi um dos deputados que assinaram, em 2003, requerimento de instituição de CPI para apurar o contrabando e falsificação de cigarros – reivindicação do setor tabagista. Albuquerque já reconheceu publicamente ter recebido doação de campanha de produtores de fumo do Rio Grande do Sul, Estado pelo qual cumpre o quarto mandato. 


Na contramão, Marina proibiu seu comitê de campanha de receber doações de qualquer elo da indústria tabagista.(Parabéns Marina!)


Albuquerque também foi um dos deputados a apoiar quatro propostas de emenda constitucional sobre demarcação de terras indígenas. Em duas delas, subscreveu propostas de colegas repassando a demarcação de terras indígenas para “audiência das Assembleias Legislativas dos Estados em cujos territórios incidam”. 


Em outras duas, defendeu que a demarcação deve se submeter ao Congresso. Em ambos os casos, a demarcação de reserva indígenas deixa de ser prerrogativa do Poder Executivo, como defende a bancada ruralista. 


Marina não assumiu ainda posicionamento claro sobre o tema nesta campanha. Em maio deste ano, conforme texto publicado em sua página no Facebook, a candidata se referiu à proposta que submete a demarcação ao Congresso como “ameaça aos direitos adquiridos pelos indígenas” (Isso mesmo!).


O vice de Marina também apoiou um projeto de decreto legislativo (PDC 276), proposto pelo deputado Adelor Vieira (PMDB-SC), em 2005, sugerindo a realização de plebiscito sobre casamento entre pessoas do mesmo sexo. A presidenciável do PSB, contudo, reconhece o casamento como “sacramento”, ou seja, um ato religioso.(Isso mesmo)


Marina afirmou, durante a campanha de 2010, que seria favorável à extensão dos “direitos civis” para casais homossexuais. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

Falta de bebês pode levar metade das cidades japonesas à extinção


Atualizado em  26 de agosto, 2014 - 04:16 (Brasília) 07:16 GMT

Onjuku, Japão / Crédito: Ewerthon Tobace / BBC Brasil
Vista geral de Onjuku, um dos municípios que podem perder mais da metade da população até 2040

É verão e a cidade praiana de Onjuku, na província de Chiba, está lotada de turistas. A população local, que beira os 7,5 mil moradores, mais do que dobra nos meses de julho e agosto, auge da estação mais quente no Japão.

Mas Isamu Yoshida, 65, proprietário de uma loja de empanados fritos, não se entusiasma com as vendas, apesar de não ter concorrência.
"Não posso reclamar das vendas no verão. Porém, no restante do ano, praticamente fico no vermelho", conta à BBC Brasil o comerciante, que toca a pequena e antiga loja aberta pelos pais há mais de 50 anos.

Localizada a cerca de duas horas de trem da capital japonesa, Onjuku sofre de um problema comum a quase metade das cidades, distritos e povoados japoneses: a queda constante e crônica da população, que pode levar inclusive estes municípios à extinção.

"É triste ver a cidade definhando aos poucos", lamentou Yoshida. "Todo mês vemos no jornal local que o número de mortes é sempre maior do que o de nascimentos", contou.

Segundo estatística do governo japonês, a população de Onjuku diminui em média 0,5% ao ano. Em 1995, a população era de 8.129 pessoas. Em 2013, caiu para 7.632.
Se continuar neste ritmo, em 50 anos a população local será pouco mais de 2,5 mil pessoas.

Isamu Yoshida / Crédito: Ewerthon Tobace / BBC Brasil
Isamu Yoshida diz que vai tocar negócio da família enquanto aguentar

Dificuldades

Segundo o relatório de uma subcomissão do Conselho de Política do Japão, quase metade dos municípios de todo o país poderá ter dificuldades para continuar operando normalmente até 2040.

O estudo deu especial atenção à população de mulheres com idade de 20 a 39 anos, pois elas são consideradas um fator-chave que irá determinar o futuro da população japonesa.

O grupo, liderado pelo ex-ministro de Assuntos Internos, Hiroya Masuda, definiu cidades, vilas e aldeias cujas populações provavelmente diminuirão em pelo menos 50% ao longo do período 2010-2040.

Pesquisadores da comissão explicaram à BBC Brasil que a estimativa foi feita com base em várias estatísticas do Instituto Nacional de População e Pesquisa da Segurança Social.
Hotel abandonado em Onjuku / Crédito: Ewerthon Tobace / BBC Brasil
Hotel abandonado perto da praia: os negócios na cidade não conseguem sobreviver
No total, 896 municípios, ou 49,8% do total do país, foram indicados como locais que podem desaparecer.

O relatório também alertou que 523 localidades cujas populações estão abaixo de 10 mil moradores – o que representa cerca de 30% do total – têm uma alta propensão a "quebrar" já nas próximas décadas, a menos que medidas eficazes sejam tomadas.


Onjuku, visitada pela reportagem da BBC Brasil, está entre estes municípios.
"Infelizmente, esse problema tem sido ignorado há muito tempo, porque ninguém quer falar sobre um futuro desfavorável. Agora, nós (japoneses) devemos reconhecer essa grave questão", comentou à reportagem uma fonte da subcomissão.

Cidade grande

Em contrapartida, a população nas grandes cidades tem aumentado, o que sugere que as pessoas estão deixando os pequenos municípios, onde quase não há oferta de emprego, para buscar oportunidades fora.

Kazuya Shiton, 25, de Onjuku, conta que está planejando deixar a casa dos pais e buscar um emprego melhor em Tóquio ou outra cidade maior.

O jovem, que trabalha na construção de vias públicas, explicou que o serviço atual é ruim e rende pouco dinheiro.

"Aqui também não há locais para lazer para os jovens", lembra. "Todos os meus amigos já se mudaram para outras cidades. Não vejo outra saída."

Para a subcomissão do Conselho de Política do Japão, o problema mais grave é que muitos destes jovens que vão para a capital japonesa não têm filhos.

"Criar uma criança em um ambiente como Tóquio é muito caro. Além da dificuldade de encontrar creches, a assistência é pouca para os pais, o que contribui para a baixa taxa de natalidade verificada na capital japonesa", explicou a fonte da subcomissão.

Para tentar resolver o problema, o governo japonês deve anunciar no próximo mês a criação de um comitê que vai tratar exclusivamente da regeneração de cidades do interior, focado principalmente na criação de postos de trabalho para jovens e no aumento da taxa de natalidade.

Contra a corrente

Por conta própria, o empresário americano Del Ricks abraça a ideia. Instalado em Onjuku apesar dos riscos econômicos, ele é só sorrisos.
Del Ricks e a companheira Kelly Cho / Crédito: Ewerthon Tobace / BBC Brasil
Casal não tem do que reclamar e diz que Onjuku pode até retomar a prosperidade
Há seis anos, Del Ricks e a companheira, a sul-coreana Kelly Cho, abriram um negócio praticamente de frente para a paradisíaca praia da cidade.

"Não tenho do que reclamar", falou. "Enquanto a maioria dos comerciantes locais trabalha mesmo apenas dois meses por ano, nós temos clientela fixa por oito meses."
Ricks dá aulas de surf, aluga equipamento para a prática do esporte, tem uma lanchonete e ainda oferece quartos para turistas.

"Meu público não é o local. Trabalho com pessoas que vêm de Tóquio", explicou.
Além dos turistas que curtem praia, o casal trabalha principalmente com surfistas – que frequentam a cidade quase o ano todo –, pescadores, mergulhadores e empresas que buscam lugares diferentes para fazer festas para os funcionários.

Para o norte-americano, Onjuku poderia se tornar um local atrativo se o governo investisse mais para trazer jovens empreendedores e aposentados que moram nas grandes cidades.

"Aqui, o custo de vida é muito mais barato, além de ser muito menos estressante", defendeu.

Goiás aposta em ‘militarização’ de escolas para vencer violência



Da BBC Brasil em São Paulo
Atualizado em  26 de agosto, 2014 - 07:10 (Brasília) 10:10 GMT

Crédito: Divulgação CPMG Fernando Pessoa
Para acabar com a violência, o governo estadual de Goiás 'militarizou' as escolas mais problemáticas


No portão de entrada, o sequestro relâmpago de uma professora; na sala de aula, o assassinato de um ex-aluno; no banheiro, tráfico de drogas: esse era o retrato da escola Fernando Pessoa em Valparaíso (GO), que acendeu o alerta das Secretarias de Educação e de Segurança Pública de Goiás para os frequentes casos de violência na rede de ensino estadual.


Para combatê-los, o governo goiano, literalmente, chamou a polícia. Numa medida polêmica, a escola Fernando Pessoa, assim como outras 11 da rede estadual no último ano, passou por um processo de "militarização" do ensino, resultado de uma parceria das duas Secretarias (Educação e Segurança) para acabar com a violência no ambiente escolar.
Na prática, os militares assumem a administração da escola, enquanto a parte pedagógica (professores e métodos de ensino) segue sob a alçada da Secretaria de Educação.


Em consultadas realizadas pelo #salasocial, o projeto da BBC Brasil que busca conteúdo original nas redes sociais, leitores disseram que a educação deveria merecer mais atenção por parte dos candidatos a cargos públicos. 


E professores compartilharam denúncias de agressões que sofreram tanto em nossas páginas de Clique Facebook, Clique Google+ e Clique Twitter

O tema da militarização rendeu debates acalorados nas nossas redes sociais. Participe do debate Clique na nossa página de Facebook.

'Hierarquia e disciplina'

Os resultados da mudança implantada no início deste ano, segundo a escola e o governo goiano, foram satisfatórios. O diretor do agora Colégio Militar Fernando Pessoa, capitão Francisco dos Santos Silva, afirma que, implementando os princípios básicos militares de "hierarquia e disciplina", a escola conseguiu acabar com os casos de violência e virou um "sonho" para os moradores da cidade.
O tema gerou divisões entre internautas ouvidos pela BBC Brasil


"Aqui, aluno fumava droga dentro da escola e batia em professor. Eu cheguei a ter de tirar uma professora da aula. Ela estava em um estado tão grande de depressão, que eu tive que tirá-la da sala", conta o capitão à BBC Brasil. "Agora, é outro mundo, os próprios professores perguntam como nós conseguimos. Antes, eram os alunos que mandavam na escola", diz.


Entre os pedagogos e especialistas, porém, o modelo militar é bastante questionado. "Resolve a violência por causa do medo da repressão. Mas não resolve o problema real", defende a doutora em Ciência da Educação e coordenadora do Observatório de Violência nas Escolas do Brasil, Miriam Abramovay.


A escola se tornou militar em janeiro deste ano e, segundo o capitão Santos, conseguiu manter 80% dos alunos após as mudanças – eram 680 alunos até então. 

Agora, o colégio tem quase o dobro de estudantes (1.100) e atuam nele um total de 13 oficiais militares, 38 professores – a maioria mantida do modelo antigo da escola, com apenas algumas trocas daqueles que "não se adaptaram ao novo esquema" -, além de uma psicóloga, uma psicopedagoga e outros funcionários.


Crédito: Divulgação CPMG Fernando Pessoa
Escola implantou disciplina da cartilha militar e alega ter acabado com os casos de violência


Entre as funções dos militares, estão as de cunho administrativo – o comandante e o sub-comandante fazem parte do corpo diretivo – e também as de "coordenadores de disciplina", que são responsáveis por fazer com que os alunos cumpram as regras da cartilha militar.


"O ser humano se adapta ao meio. Quando você tira o meio violento, as palavras pesadas, eles mudam, o linguajar muda, o falar muda, a gente trabalha a consciência deles", diz o capitão Santos. "Os alunos receberam muito bem, teve três ou quatro pais que não ficaram satisfeitos. Mas para a região aqui é um sonho para esse povo, muita gente queria e não tinha oportunidade."

Mudanças

Colégio Militar Fernando Pessoa em Valparaíso - GO / Crédito: Divulgação CPMG Fernando Pessoa
Para acabar com a violência, o governo estadual de Goiás 'militarizou' as escolas mais problemáticas
Crédito: Divulgação CPMG Fernando Pessoa
'Militarizar a escola é tentar resolver a violência pela repressão', diz consultora da Unesco


O dia a dia do aluno do Fernando Pessoa já começa diferente ao sair de casa para ir à escola. Antes, bastava colocar a camiseta do colégio, agora é preciso vestir o uniforme militar completo de estudante e cuidar para que tudo esteja "nos trinques" – uma camisa para fora da calça já pode gerar uma chamada de atenção.


O corte de cabelo dos meninos agora é "padrão militar", e as meninas devem manter o seu preso. Esmalte escuro é proibido, assim como acessórios muito chamativos. Mascar chiclete, falar palavrão ou se comunicar com gírias ("velho", "mano", "brother") também são práticas banidas da escola desde que ela se tornou militar.
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Ao chegarem à escola, o tradicional "bom dia" foi substituído por uma continência. "Ela é a nossa saudação, para o professor ou entre os alunos, é um jeito de dizer 'bom dia, como vai?'", explica o capitão Santos. 


Daí vem o perfilamento em formação militar seguido da revista de um "coordenador de disciplina" para evitar que alguma regra seja desrespeitada. Uma vez por semana, há também a formação geral para cantar o hino nacional e o hino à bandeira, enquanto a mesma é hasteada conforme manda o protocolo militar.


Além dos novos hábitos, os alunos da escola Fernando Pessoa ganharam também novas aulas. O currículo do Ministério da Educação (MEC) é mantido, mas os militares adicionaram à grade aulas de música, cidadania, educação física militar, ordem unida, prevenção às drogas e Constituição Federal.


"Nós trabalhamos o respeito com o próximo, a responsabilidade com horários, a reverência aos mais velhos. E a convivência", conta o diretor, que garante também não aplicar punições severas aos alunos que quebrarem as regras.

'Mensalidade'

Desde que os militares passaram a administrá-la, a escola Fernando Pessoa passou por reformas e teve sua aparência transformada. "A escola era toda pichada, toda deteriorada, banheiros quebrados. Tirei oito caminhões de lixo daqui, era uma coisa muito triste. Agora, reformulamos, pintamos, pusemos climatizador nas salas, sistema de câmera, não tem mais nada de violência", diz o diretor.
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O próximo passo, segundo ele, é informatizar todas as salas, ampliar a área de esporte, construir uma piscina olímpica para natação e hidroginástica e criar um anexo para receber mais alunos. Mas tudo isso não é pago somente com a verba destinada pelo governo do Estado. 


Quem estuda no colégio militar Fernando Pessoa agora é convidado a "contribuir voluntariamente" com o pagamento de uma matrícula (R$ 100) e de uma mensalidade (R$ 50). O "custo" para o aluno inclui também a compra do uniforme militar, de R$ 150.


"É voluntário, acharam que isso era uma obrigação, mas não é. Contribui quem quer. O uniforme faz parte também, quem não teve condição de comprar a escola doou. Tiramos 10% dos pais que contribuem para ajudar quem não tem condição", esclarece o comandante Santos.

"Nós reunimos os pais e passamos pra eles como funciona nossa escola. Mostramos que esse apoio deles é muito pouco pelo que a gente oferece. E eles acreditam e acabam aderindo. Muitos ajudam até com mais", diz.

Solução questionada

Crédito: Divulgação CPMG Fernando Pessoa
Capitão Santos diz que reformou toda a escola depois que ela passou para o comando militar


A "solução" encontrada pela escola Fernando Pessoa com a "militarização" do ensino é vista por alguns educadores como uma forma de a escola "fugir" do problema. Para Miriam Abramovay, uma das principais especialistas em violência no ambiente escolar – responsável por coordenar, inclusive, uma pesquisa da Unesco sobre o assunto -, a atitude mostra um certo "desespero" da escola, que "atesta sua incapacidade" para resolver a questão.


"Militarizar a escola é algo muito grave, porque a escola atesta que ela não é capaz de nada, que para ela funcionar, tem que vir gente de fora, tem que vir a polícia. E aí dizem que isso resolve, mas resolve pela repressão", pondera.


O método da disciplina que proíbe o uso de palavrões e de um linguajar mais despojado também é questionado por Abramovay. "Falar palavrões, usar gírias é normal entre os jovens, faz parte da linguagem juvenil, em algum momento sai palavrão. Proibi-los disso é mais uma forma de repressão", diz.


Por último, a pesquisadora pontuou que não há números concretos que comprovem a eficiência dos militares no combate à violência na escola.


"Nos Estados Unidos, quando a polícia entrou nas escolas americanas, a violência só aumentou. Sabemos isso porque lá tem números, aqui não temos números. Os adolescentes e jovens estão sempre tentando burlar as formas de repressão que eles sofrem, então por isso que não resolve a violência desse jeito", observa. "Nós já tivemos uma ditadura militar aqui, não dá para chamar os militares para qualquer coisa."

Blefes de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef sobre delação premiada na Lava Jato apavoram a petralhada




Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Surtiu efeito apavorante no governo o estratégico anúncio-factoide sobre o interesse de Paulo Roberto Costa em fazer uma “delação premiada” para contar detalhes de todas as falcatruas bilionárias apanhadas pela Operação Lava Jato. Afinal, quem tem Paulo Roberto nas costas, fungando no cangote, tem pelo menos 13 bilhões de motivos para se preocupar com o futuro político imediato... Ele só precisa tomar cuidado porque o juiz Sérgio Fernando Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, não está gostando da tentativa de lhe tomarem o caso.

A ameaça de delação premiada de Paulo Roberto tende a ser um grande blefe. O ex-diretor de “Abastecimento”, que controlava 1832 contas bancárias da Petrobras, pode estar apenas negociando, bem caro, um “seguro de vida”. Seu interesse real é nada revelar, para não se complicar ainda mais a própria situação e de muitos políticos poderosos que participaram dos esquemas operados por Alberto Youssef. Ao contrário de Costa, a defesa do doleiro adverte que ele não pretende colaborar com a Justiça, como delator de envolvidos em supostos crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

O advogado Antônio Figueiredo Basto, que defende Youssef, recuou do factoide lançado sexta-feira passada sobre a intenção do cliente em aderir ao programa de delação premiada. Basto repetiu ontem que manterá a estratégia de pedir a nulidade das ações contra Youssef – preso há cinco meses na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. O defensor já advertiu que não vai aderir a qualquer acordo que venha a ser firmado com a defesa de Paulo Roberto Costa:

“Meu cliente não tem nada a colaborar com a Justiça. Tivemos uma longa conversa nesta tarde e meu cliente concordou comigo. Sou contra um acordo de delação premiada neste momento. Compreendemos a posição do Costa, e caso ele decida fazer é um direito dele”.

Por coincidência, a advogada Beatriz Catta Preta, depois se reunir ontem com Paulo Costa, desmentiu a versão de sexta-feira passada sobre a delação premiada: “Esta é uma decisão muito pessoal do denunciado e nada foi definido. Vamos avaliar qual a melhor linha de defesa e não há qualquer proposta de acordo”.

Por enquanto, Paulo Costa conseguiu o objetivo de apavorar os companheiros no governo e na Petrobras. A intenção é que nada de ruim aconteça com ele e sua família – todos implicados na Lava Jato por denúncias do Ministério Público e da Polícia Federal. Com este “seguro de vida”, Paulo Costa tentará “vender” bem caro seu silêncio forçado.

Se o seu blefe dará certo? Tudo indica que sim. Pelo menos até a decisão eleitoral de outubro. Depois, dependendo do resultado das urnas eletrônicas inconfiáveis, tudo pode acontecer...

Circo do Suplicy


Ficção e realidade

O professor Girafales, do seriado Chavez, foi internado no México.

Sua doença renal e diabetes teria se agravado, com anemia e desidratação, depois da entrevista com a aluna Dilma – que um camaradas sem graça reproduziram no Youtube...



Agora, falando sério, tomara que o octagenário ator Ruben Aguirre melhore depressa...

Já o governo Dilma não tem mais chances de recuperação por falência múltipla dos órgãos aparelhados pela petralhada e demais comparsas da base aliada...

Trégua estratégica


Guerra nada santa pelo voto


Experiência dispensada



© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 26 de Agosto de 2014.