domingo, 12 de julho de 2015

Brasil entra na era do enfado, tédio: cadê os protestos por 20 centavos?


Claudio Tognolli


Quando, em 2001, George W. Bush assumiu a presidência dos EUA, uma “boutade” grassava: sua biblioteca pessoal havia pegado fogo antes que ele tivesse tido tempo de colorir os cinco livros dela constantes…



Quando Lula dava sinais de que iria levar as eleições que o conduziram à Presidência, outro hype se impôs: era o metalúrgico que queria levar a Presidência já no primeiro “torno” e sem nunca ter lido um livro…Ficou famosa a sua ida ao nono andar da Folha de S. Paulo, quando teve que ouvir, num almoço, que Abraham Lincoln fora um bom presidente sem ter tido educação formal. Indignado, Lula se retirou do convescote.




Pois bem: correram os anos e o desbunde que era criticar Lula ou Bush perdeu a graça: quem domina as vendas de livros, como nunca antes na história deste país, são as publicações chamadas “antirstresse. Sozinhas, elas venderam R$ 25,18 milhões de janeiro até agora. Os dados são do 3º Painel das Vendas de Livros do Brasil, com dados pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) e pelo Instituto de Pesquisa Nielsen.




Vejam que ironia do destino: como Bush, o mundo em geral, e o brasileiro em particular, gostam agora é de colorir livros!



Não é só isso: outro dia ouvi um tucano, (daqueles que empregam palavras como “vocábulo”, “arcabouço”, “empoderado” , “harmoniza com” e “tecido social”) se condoer da situação do Oriente Médio. Referia o tucano que a história de “culturas exóticas que usavam hieroglifos” estava em risco por obra e mando do Estado Islâmico. Falava isso com um coquete ar de superioridade. Detalhe: enquanto isso, suspendeu a conversa para trocar mensagens com um amigo: mensagens repletas de “emoticons”.
Sim: o hype é colorir livros e se comunicar com emoticons…



L’ennui
No século 19 os franceses tinham um nome para o sentimento de enfado adocicado, a tomar conta hoje da cidadania brasileira. Era o ennui. Que pode ser traduzido simplesmente como tédio. “Antes a barbárie do que o tédio”, berrava Théophile Gautier.



“Os povos nômades e até os canibais, em virtude de sua energia e dignidade pessoal, talvez sejam superiores às nossas raças do ocidente”, brandiu Baudelaire.
Sabem porque vivemos o nosso mais doce, fundo e compassivo ennui?



Porque em 2013 o Brasil parava pelo aumento de apenas vinte centavos: e hoje o Brasil entra em crise, por bilhões roubados, e ninguém está nem aí. Vivemos nosso ennui mais grave.



Cidadania básica
Desde que lancei, com Romeu Tuma Jr., nosso Assassinato de Reputações,  na data cabala de 11/12/13, “n” documentos têm taxeado em casa. São brasileiros que, apesar de confiarem cegamente na Polícia Federal, nutrem um medo básico de se expor.



Combato o sentimento de ennui generalizado encaminhando o que me chega, e tem algum crédito, às autoridades: para que obviamente ou provem ou o estanquem  infâmias, muitas delas forjadas à meia-luz da verdade.



O país em geral, e petistas em particular, têm se sentido garroteados pelo PMDB, Cunha, Renan, etc. E começaram a rodar por aí, e aqui, documentos mil contra o PMDB.
Quero fazer um alerta ao prefeito Paulo Nunes Pinheiro, de S. Caetano do Sul, pelo PMDB, que assumiu mandato em 2013. É casado com Maria da Graça Hereda Pinheiro, e pai de Leandro Hereda Pinheiro.




Documentação que me foi entregue atesta que o prefeito manteria uma empresa em Boca Raton (Florida), intitulada Pinheiro Brokers Company, com endereço 9648 Lancaster Place, Boca Ratonm FL, 33433. A proprietária consta como Maria da Graça Pinheiro, diz a papelada. Data de abertura da empresa: 16 de março de 2013, dois meses após o prefeito ter assumido sua cadeira, diz a papelada.




Como bom jornalista, parti do pressuposto de que a fonte estivesse tentando plotar em mim documentação falsa. Até porque esse dossiê traz dados de contas bancárias no First United Bank, número 1207003555.



Não há problema em nada disso, óbvio: desde que seja declarado aqui ao Fisco, não?




Mas  me dirigi ao endereço:
http://www.co.palm-beach.fl.us/papa/


Que é o avaliador de propriedades de Palm Beach, a englobar  a cidade de Boca Raton. No ícone Property Record Search, conferi que nos cartórios de Palm Beach consta uma propriedade da família Pinheiro:


http://www.co.palm-beach.fl.us/papa/Asps/PropertyDetail/PropertyDetail.aspx?parcel=00424707090180210&
http://www.co.palm-beach.fl.us/papa/Asps/PropertyDetail/StructuralDetail.aspx?entity_id=00424707090180210&Owner_Name=PINHEIRO+ADAIR+FONTOURA

Cabe ao prefeito do hoje maior partido do Brasil esclarecer esse tipo de coisa. O blogue está obviamente a ele aberto.

E, assim, tornando as coisas claras, vamos combatendo o nosso ennui…

Cuidado com a venda casada de ideologias

Guy Franco


“Rejeição a gays, aborto e maconha cai; 51% acham errado ver pornô” é uma dessas chamadas de jornal que não me dizem nada. O que eu acho mais curioso aqui é que juntam, numa mesma frase, coisas completamente diferentes como se houvesse algum tipo de ligação cósmica entre elas. O que tem a ver o aborto com a maconha? Não faz sentido. Por que a associação? Tão condicionados que estamos a ligar certos temas desconexos que nos tornamos incapazes de discutir a sério cada assunto desses separadamente.



Esse é um fenômeno que apareceu no Ocidente, e que se tornou mais comum no últimos anos, e que eu vou chamar aqui de NET combo ideológico. O NET combo ideológico foi inventado para que você não precise se preocupar em pensar em cada um desses assuntos separadamente. Inventaram o combo para que você possa ouvir alguém dizendo “precisamos falar do aborto” ou “sou a favor da redução da maioridade penal” e, a partir desses dados, possa compreender tudo o que precisa sobre a pessoa.
(Ora, se alguém se diz a favor da redução da maioridade penal, que outras maldades não faria a uma velhinha?)


Daí que aparece deputado a dizer: “Vencemos! A maioridade penal não foi reduzida! Fascistas, racistas, homofóbicos não passarão!” De novo: qual a relação entre maioridade penal e homofobia? Teria a ver com as calças apertadas que os adolescentes usam? Na dúvida, se pôs Rihanna no Spotify, manda prender o moleque.
A moda da assinatura de pacotes fechados havia de dar em mais intolerância.



Como reação aos combos ideológicos, cada vez mais limitados e específicos, aparecem deputados e colunistas a fazer as ligações mais absurdas e rasas possíveis. Uma linha sobre o estatuto do desarmamento e pronto, já está uma opinião formada do sujeito.



Por isso, antes de adquirir um pacote fechado que sustenta as suas convicções, avalie você mesmo cada assunto oferecido ali. Não é porque querem lhe vender uma opinião sobre a legalização das drogas que você será obrigado a adquirir uma posição sobre a adoção de crianças por casais homossexuais ou uma opinião que você nunca vai usar sobre a eutanásia.



A venda casada, caracterizada por vincular a venda de um bem ou serviço à compra de outros, é proibida pelo inciso I do artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor. Denuncie essa prática.



Siga-me no Twitter (@GuyFranco)

Como é que é???? “Eu gerei o Gregório, mas sou o pai, embora tenha nascido mulher. A mãe é a Helena, que nasceu homem. Vamos explicar isso para ele quando crescer”.

Em Porto Alegre, casal trans dá à luz um filho

Reprodução/Zero HoraReprodução/Zero Hora

“Eu gerei o Gregório, mas sou o pai. A mãe é a Helena. Vamos explicar isso para ele quando crescer”. É dessa maneira, bastante simples, que Anderson explicará ao filho recém-nascido como funciona sua família. A criança, que nasceu em Porto Alegre, tem pais transgêneros. Helena, a mãe, nasceu homem. Anderson, o pai, nasceu mulher.

Os dois se conheceram em uma festa em 2013 e, no Natal do mesmo ano, começaram a namorar. Foram morar juntos em 2014 e, então, descobriram após algum tempo que Anderson estava grávido. Hoje com 21 anos, ele nasceu Andressa e, aos 15 anos, assumiu sua identidade masculina. Por conta disso, ele quem gerou a criança durante a gravidez.

Em entrevista ao jornal Zero Hora, os novos pais contam que a gestação foi marcada por dois sentimentos das pessoas: preconceito e curiosidade. Apesar dos pesares, o casal não se arrepende da decisão — muito pelo contrário, declara ter superado as adversidades e estar muito feliz com o nascimento.

Com mais três quilos, 50 centímetros, cabelos escuros e olhos claros, Gregório — nome que homenageia o poeta Gregório de Mattos — está bem e saudável. A equipe médica, destacam os pais, deu tratamento extremamente natural e respeitoso à situação. O problema, contam eles, foi registrar a criança.

Isso porque o nome social, que os dois usam depois de terem assumido suas novas identidades, não vale para registrar bebês no Brasil. Mesmo assim, Helena não entrará na Justiça para conseguir a mudança de nomes e fará o registro do filho com o nome de sua certidão de nascimento.

Monstros do ECA. Aluno espanca professora após ser punido por explodir um mictório.Tadinho, não é? Leva para casa!



ReproduçãoReprodução

Mais uma história triste para a conta do Brasil, a pátria educadora. No país que fiz focar seus investimentos na educação dos jovens, a professora Carla Valéria de Oliveira, 41 anos, que leciona em Aracaju, no Sergipe, é a prova de que as coisas vão mal. Ela foi espancada por um de seus alunos, de apenas 16 anos.

O caso começou quando um grupo de alunos estourou um mictório com bombas de festa junina. A escola apurou para descobrir quem eram os autores do vandalismo e, entre eles, estava o adolescente acusado de agressão. Carla, que também é diretora na Escola Estadual Senador Lourival Fontes, então, foi alvo do aluno enfurecido com a punição que receberia.

“Ele [aluno] ficou sabendo que ia ser expulso. Então veio cantando uma música violenta, Falou eu saio, mas eu lhe mato. Partiu para cima. Deu o primeiro murro e eu caí. E me socou, vários murros. A cabeça batia muito na parede e eu só conseguia gritar pedindo socorro. Uma colega passou por ele depois e ele disse: a diretora está morta. Essa era a vontade dele. Dá medo ser professor hoje em dia”, relatou Carla a uma rádio local.

Carla, agora, desistiu de sua escola. Assustada e com medo de que a cena se repita, ela pediu transferência. Como alerta, avisa que o grande problema do colégio é o consumo de drogas internamente, que ela tentou combater em vão. O aluno que a agrediu, segundo ela, já havia sido alvo de diversas conversas, inclusive com sua família, sobre comportamento inadequado.

Tortura, um mal que persiste até os dias de hoje - Existe evidente exagero tanto na quantificação das ocorrências, quando na tipificação



Levantamento inédito feito pelo GLOBO revela que, entre 2005 e 2015, foram instaurados 699 processos por tortura no Rio

 

 

 

Ao passar por um posto da PM na Rocinha, Júlio (nome fictício), de 18 anos, aperta o passo e, com a cabeça, aponta a unidade. Foi ali, numa tarde de junho de 2013, que o jovem diz ter sido submetido a uma sessão de espancamento e humilhação por quase seis horas. Júlio conta que, até hoje, sente o estômago arder devido à cera quente empurrada goela abaixo, depois de receber choques elétricos e tapas na cara. 

 

 

No final, acrescenta, policiais ainda enfiaram sua cabeça num vaso sanitário cheio de fezes. Nas outras duas vezes em que foi detido por suspeita de envolvimento com traficantes, os castigos, afirma, se repetiram. Ele garante que, na mais recente, há cerca de um ano, policiais civis marcaram a ferro e fogo as iniciais de uma facção criminosa em seu braço esquerdo.




Dezoito anos após a promulgação da lei 9.455/97, que pune o crime de tortura, casos como o de Júlio ainda são frequentes. Nem todos, porém, chegam à Justiça, porque muitas vítimas têm medo de fazer denúncias. E, quando os casos vão aos tribunais, muitos são julgados como lesão corporal ou maus-tratos, que têm penas menores. 



Levantamento inédito, feito pelo GLOBO nos arquivos do Tribunal de Justiça do Rio, revela que, entre 2005 e 2015, foram instaurados 699 processos por tortura, em que são acusados tanto agentes do Estado como milicianos, traficantes e cidadãos comuns. Desses, 219 foram julgados até agora, com 197 (90%) condenações em primeira instância.
 


Outra pesquisa, coordenada pela ONG Conectas e pelo Núcleo de Estudos da Violência da USP, mostra que o Rio foi, no país, o estado com o maior número de decisões em segunda instância envolvendo casos de tortura, entre 2005 e 2010. Dos 75 casos levantados, apenas 22 envolviam agentes públicos. Do total, dez foram absolvidos. 

  - Em direito, existe o que chamamos de cifra oculta, que é a diferença entre os casos que efetivamente ocorrem e os que existem no Poder Judiciário - explica o presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB-RJ, Breno Melaragno. - No crime de tortura, existe uma dificuldade prática de se apurar a ocorrência. No caso de agentes públicos, eles estão protegidos pela própria autoridade que o cargo lhes confere. A tortura pelo Estado ainda é grande, principalmente em locais com situação socioeconômica menos favorecida.


 

Hediondo, inafiançável e sem direito a anistia, o crime é punido com pena de até 21 anos e quatro meses de prisão. Depois do que sofreu, Júlio deixou o morro onde cresceu. Com três passagens pela 2ª Vara da Infância e da Juventude por associação ao tráfico, ele jura que "sempre é embuchado", ou seja, acusado injustamente pela polícia. E se lembra, com detalhes, de cada vez em que foi detido.  



- Perguntaram de onde eu era e respondi: Rocinha - diz, sobre quando foi levado para uma delegacia da Zona Sul. - Aí disseram que eu era de uma facção. Pegaram um ferro, esquentaram com o isqueiro e me marcaram. Na outra vez, foram 12 PMs. Chamavam a sala do posto de quartinho da saudade. Tinha de tudo: chave de fenda, alicate, pedaço de pau e fio solto, que dava choque.



 
Na mesma Rocinha onde, há dois anos, o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza desapareceu após uma sessão de tortura, Rodrigo (nome também fictício), de 18 anos, diz que não consegue esquecer o que passou sob o poder de PMs.  - Cheguei em casa, e eles já estavam na sala, sentados num sofá, com a minha esposa ao lado. Eles me levaram para fora e me colocaram contra a parede. Esfregaram a mão com uma luva de couro no meu peito, me deixando sem ar - conta Rodrigo, que ficou com um marca no peito.


 
MEDO INIBE AS DENÚNCIAS Uma pesquisa feita pela Anistia Internacional em 2014 mostrou que 80% dos brasileiros temem ser torturados em caso de prisão. O país ficou em primeiro lugar no vergonhoso ranking, à frente de México, Turquia e Paquistão. - Muitas vezes, a vítima teme retaliação. As pessoas têm medo de denunciar, principalmente se a tortura é causada por um agente público - afirma o assessor de Direitos Humanos da Anistia, Alexandre Ciconello.


 

A tortura também está marcada na pele de Marcos (nome fictício), de 19 anos. Em 2013, enquanto cumpria sua segunda internação numa unidade do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), ele foi acusado por colegas de alojamento de ter delatado um interno. Marcos conta que foi espancado do meio-dia às 16h. Nenhum agente teria percebido o que estava acontecendo. - Foram sete ou oito jovens, e o resto ficava vigiando.




 Eles me deram soco, chinelada, choque, mergulharam minha cabeça na privada. 



Não gritei porque estavam me enforcando. Desmaiei quatro vezes - diz ele, que teve as iniciais de uma facção criminosa e a palavra "X9" (informante) marcadas no peito e nas costas com uma lâmina de barbear. [percebam que o próprio depoimento do 'Marcos' comprova que não havia conivência dos agentes do Degase.]

 
Dois anos depois, Marcos move uma ação contra o estado em que pede uma cirurgia plástica para remover as cicatrizes. A integridade física de internos sob a tutela do poder público é responsabilidade dos seus agentes. Aqueles que estavam de plantão no dia do espancamento de Marcos poderiam ter sido punidos por omissão, mas, na corregedoria do órgão, consta apenas uma sindicância para apurar dano ao patrimônio e lesão corporal contra os próprios funcionários. Seis adolescentes foram acusados pela tortura, mas absolvidos por falta de provas.
 


Também não faltam denúncias contra agentes do Degase. Em 2013, três internas entre 15 e 17 anos relataram a defensores públicos o castigo habitual no Educandário Santos Dumont, na Ilha do Governador: a "bailarina". 



As jovens contaram que, algemadas a grades acima de suas cabeças, eram obrigadas a ficar nas pontas dos pés enquanto apanhavam. Uma delas foi levada à delegacia para registrar o caso, mas omitiu o detalhe cruel ao depor.[é comum que qualquer criminoso quanto vai depor acusa os responsáveis pela sua custódia. As internas agiram da forma padrão, tanto que não houve provas e a que diz ter ficado no escuro entre lacraias e baratas não apresentou nenhuma lesão.]
 
Segundo anotações da Defensoria Pública, as internas teriam batido nas grades do alojamento para pedir aos agentes que socorressem uma delas, que passava mal. Como estava de noite, os funcionários teriam se irritado com o barulho e decidiram puni-las. Uma das adolescentes relata ter ficado das 20h às 3h na posição da "bailarina" num cômodo escuro, infestado por baratas e lacraias.




EM BANGU 10, ESPANCAMENTOS SERIAM DIÁRIOS As violações de direitos humanos em prisões e unidades do Degase são monitoradas desde 2011 pelo Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura. O órgão, ligado à Alerj, identificou indícios de tortura em quase todas as 50 visitas que fez em 2014. O caso mais crítico é o de Bangu 10, onde, segundo presos, há espancamentos diários. - Pessoas privadas da liberdade estão em situação mais vulnerável. 


 Elas falam muitas coisas, mas ninguém quer ir além. A tortura está institucionalizada e banalizada no sistema prisional - afirma a coordenadora do Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado, Roberta Fraenkel.  

[não pode ser olvidado que o Complexo de Bangu é o maior do Rio e guarda milhares de bandidos - condenados ou aguardando julgamento - e nesses locais é onde se concentra o maior número de 'inocentes' e 'vítimas da polícia'.


  Nem em um seminário tem tanta gente boa quando em locais como o Complexo Penitenciário de Bangu.]


 
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), das 12 sindicâncias abertas para investigar tortura entre 2012 e 2014, só três estão em curso - as demais foram arquivadas. A Seap e as polícias Militar e Civil informaram que suas corregedorias investigam todos os casos de que tomam conhecimento. 


Nos últimos cinco anos, a PM abriu 15 procedimentos, envolvendo 91 policiais, inclusive os 25 que respondem pelo desaparecimento de Amarildo. Desde 2010, 18 PMs já foram expulsos por causa da prática de tortura. Já o Degase afirmou que qualquer denúncia "é prontamente apurada", com abertura de sindicância pela corregedoria. 


[o Amarildo foi assassinado por traficantes - muito provavelmente delatou algum ou tentou dar um banho e dançou.



  A Polícia sabe disso, até o Beltrame, mas o politicamente correto exige que a culpa seja jogada sobre a polícia.


  Quanto mais desmoralizada a policia ficar melhor para os governantes. É bem mais simpático à população ser levada a acreditar que um dos seus foi assassinado por policiais e os autores serão punidos do que receber provas que a vítima tentou enganar traficantes e se danou.]


 
Fonte: O Globo




Brasília é um centro de espionagem: foram invadidos 28 sistemas governamentais de comunicações. Dilma pode dizer que está tudo ‘superado’, mas o país continua vulnerável

Sem proteção




“Bem-vindos ao clube” — ela poderia dizer à presidente e à dúzia de funcionários brasileiros que no fim de semana se descobriram na lista de “interesse primário" da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês). Lúcia sabe o que isso significa. 


 

No verão de 1997, o noticiário estava dominado pelo assassinato de Gianni Versace em Miami, tema incontornável para mulheres como Lúcia, em Washington, e Diana, em Paris, que conheciam e até vestiam Versace. Mas Diana telefonara para contar um segredo à amiga, mulher do embaixador do Brasil em Washington Paulo de Tarso Flecha de Lima: seu namorado comprara o anel de noivado. 


Dez dias depois, na madrugada de sábado 30 de agosto, a princesa Diana e o namorado Dodi al Fayed morreram num acidente de carro, em Paris. Mark Zaid, advogado dos Fayed, confirmou durante o inquérito que a NSA havia captado conversas entre Lúcia e Diana, “sobre escapadas sexuais em que a princesa estava envolvida".   


Zaid, cuja reputação foi consolidada no processo contra o líder líbio Kadafi, pelo atentado terrorista de 1988 contra o avião da Pan Am, esclareceu recentemente: “A agência não monitorava Diana. Estava monitorando o Brasil, por causa das negociações sigilosas que aconteciam sobre as florestas tropicais brasileiras.” A mulher do embaixador caíra na malha das interceptações da NSA compartilhadas com Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.



A lista divulgada sábado pelo Wikileaks confirma a rotina de espionagem sobre o Brasil. Documentos revelados em 2013 indicavam a dimensão da rede que em Brasília até hospedava — não se sabe se continua — uma força-tarefa da NSA e da CIA (“Special Collection Service") com capacidade para atualizar informes sobre a Petrobras a cada 72 horas, a partir da coleta na rede da empresa e do governo.


Às vezes, os grampos derivam em escândalos: na vida privada da princesa; na competição pela venda de radares para a Amazônia; ou na política, com Lula negociando o programa nuclear do Irã. O objetivo, atesta a codificação (S2C42 e S2C51) da NSA, é informar a um grupo (alguns no Congresso) de múltiplos interesses políticos e econômicos nas relações com o Brasil. 


Wikileaks não expôs o conteúdo dos arquivos, portanto permanece em segredo o teor das conversas captadas em Brasília. Com se sabe, tudo é gravado — inclusive coisas relevantes, como mostram registros recém-vazados sobre as apreensões do presidente François Hollande com o impacto da crise da Grécia na economia da França. Hollande e ministros foram grampeados na terça-feira 22 de maio de 2012 e o conteúdo foi classificado com raríssimo grau de sigilo no padrão NSA (“Gamma”), usado na Guerra Fria para gram


Brasília é um centro de espionagem, não só americana. Foram invadidos 28 sistemas governamentais de telefonia (fixa e celular) nos palácios, Banco Central e Itamaraty, além do avião presidencial, via centrais de rede, de computação (PABX) e de comunicação por satélite. Dilma pode dizer que está tudo “superado”. A conveniência não elimina o fato de que ela, o governo e a sociedade continuam tão vulneráveis e desprotegidos quanto estavam Lúcia e Diana na troca de segredos ao telefone.



Fonte: José Casado,  jornalista

Governo vai recorrer ao Supremo se TCU condenar "pedaladas" de Dilma



Leia Mais:http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,governo-vai-recorrer-ao-supremo-se-tcu-condenar-pedaladas-de-dilma,1723478


Governo deve ir ao Supremo para dar explicações sobre 'pedaladas fiscais'


A principal aposta e objetivo do governo é sensibilizar ministros e técnicos do TCU e também líderes do Congresso Nacional com argumentos econômicos

Escalado pela presidente Dilma Rousseff para defender o governo das acusações de crime de responsabilidade fiscal, o Advogado Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, afirmou nessa quarta-feira (8/7) ao Estado que, a depender da evolução do processo de julgamento das contas federais no Tribunal de Contas da União, o Executivo poderá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele ressaltou porém, que no momento a principal aposta e objetivo do governo é sensibilizar ministros e técnicos do TCU e também líderes do Congresso Nacional com os argumentos econômicos sobre as “pedaladas fiscais”.

Questionado sobre o interesse de setores da oposição em ver as contas federais reprovadas no TCU, o que poderá servir como base para um pedido de afastamento da presidente Dilma Rousseff , Adams afirmou: “Não é a primeira vez que o tema aparece nem a primeira vez que algum tribunal de contas possa sugerir uma reprovação de contas. Isso nunca gerou impeachment. Isso é muita forçação de barra. Falar em impeachment é um absurdo. Se essa é a aposta da oposição, essa é uma aposta mal feita.” [esse tal de Adams tem que entender que a competência constitucional para aprovação das contas é do Congresso Nacional e que jamais o STF vai impedir que um parecer do TCU seja apreciado pelo Poder Legislativo.

Também o STF jamais vai interferir em competência do Congresso e impedir que as contas da Dilma, mesmo que com parecer do TCU pela reprovação, sejam analisadas pelo Congresso Nacional.]

Segundo Adams, o objetivo do governo é discutir os fundamentos técnicos, objetivos e as convicções que orientaram as decisões governamentais nas contas. “É isso que estamos fazendo, no próprio TCU e no Congresso Nacional. Dependendo da forma como o processo evoluir, posso ter um elemento para levá-lo ao Supremo, mas é um processo que ainda está acontecendo e, neste momento, isso está descartado”, disse Adams, em entrevista gravada concedida ontem à noite no Palácio do Planalto, logo após reunir-se com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante.

Uma das hipóteses que poderia levar o processo ao STF são declarações recentes do ministro relator do processo das contas de 2014 no TCU, Augusto Nardes. Na semana passada, Nardes afirmou ao Estado que considerava “muito difícil” que o governo conseguisse esclarecer as pedaladas fiscais e outras “distorções” nas contas apontadas pelos técnicos do tribunal. Adams não citou o episódio especificamente, mas quando questionado sobre isso, citou a Lei Orgânica da Magistratura (Loman), norma que estabelece todas as regras para juízes, desembargadores e ministros de tribunais superiores. [o tal Adams se destaca pela sua notória incompetência, já que apesar de ser denominado Tribunal de Contas da UNião, o TCU não é um tribunal, não pertence ao Poder Judiciário, assim, não está sujeito aos ditames da Lei Orgânica da Magistratura Nacional. 
O doutor Adams,  a exemplo de 99,99% dos que se dispõem a servir à Dilma, padece de excesso de falta de inteligência.] 
 
Corpo a corpo
Em meio à possibilidade de uma inédita reprovação das contas da presidente, Adams tem conduzido, ao lado do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, um intenso corpo a corpo com integrantes do TCU e com lideranças do Congresso Nacional, ao mesmo tempo em que prepara a defesa formal de Dilma, que será encaminhada ao tribunal de contas até 22 de julho.

Nessa força-tarefa, Adams e Barbosa tem tentado justificar e explicar as “pedaladas fiscais”. Este é o nome dado para a manobra do governo de atrasar propositalmente o repasse de recursos públicos para bancos e autarquias como forma de melhorar o resultado fiscal. O TCU condenou as pedaladas no último mês de abril e resta, agora, definir se elas constituíram uma operação de crédito ou uma prestação de serviço. Caso a primeira tese prevaleça, o governo poderá ter infringido a Lei de Responsabilidade Fiscal.

 As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.



Vale a pena ler de novo: São as vítimas que devem ser protegidas, estúpido!! (Vespeiro)

São as vítimas, estúpido!

16 de junho de 2015 § 5 Comentários
j2
Ao fazer, mais uma vez, uma minuciosa confissão do seu próprio fracasso como responsável último por ele que é, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, fez mais um emocionado apelo esta tarde ao Congresso Nacional para que “não se coloquem jovens brasileiros dentro das hedionadas prisões do sistema prisional brasileiro, verdadeiras escolas do crime” por meio da redução da maioridade penal, e blá, e blá e blá…


Entre as dezenas de vezes que repetiu essa cena ao longo desta tarde, pelo menos uma vez a Globonews apresentou, na sequência, o secretário de Segurança Publica do Rio de Janeiro, Jose Mariano Beltrame, repetindo o seu mantra para que não haja retrocesso na política das UPPs, qual seja, a de levar a polícia aos morros cariocas que ficaram abandonados por décadas à lei do cão dos traficantes desde que Leonel Brizola fez um acordo com eles para conseguir se eleger. É que depois que os “ingleses” da Copa deixaram o Rio, o interesse das autoridades por aqueles “pretos“, “pobres” e “putas” só vem diminuindo…
Agência Brasil - ABr - Empresa Brasil de Comunicação - EBC
Não peguei o discurso inteiro de Beltrame com som, mas quando aumentei o volume, ele falava daquele bom “jovem brasileiro” que, apenas para se divertir, esfaqueou na virilha e chacoalhou a faca, olhando-o nos olhos, aquele cardiologista que foi trucidado e sangrou até à morte na Lagoa Rodrigo de Freitas no mes passado, apenas porque resolveu pedalar duas ou tres voltas por esse “cartão postal” do Rio de Janeiro num belo entardecer. E o que dizia Beltrame sobre esse “jovem brasileiro” em especial? 




Que ele já tinha sido preso 15 vezes antes por sua polícia – isso mesmo, 15 vezes! – mas foi devolvido 15 vezes às ruas, de faca em punho, pelo sistema Judiciário e pelos códigos penais que o ministro da Justiça quer manter intactos, porque não ha lei neste país que possa tirar “jovens” como esse de circulação.



É claro que ninguém pensou jamais em mandar “jovens brasileiros” para esses presídios de fato hediondos apenas por esporte ou mesmo por excesso de zelo. Mas é que “São as vítimas, estúpido”!, diria o famoso marqueteiro de Bill Clinton.



Se não temos presídios melhores para encerrá-los, temos de escolher entre manter esses jovens na rua, de faca em punho, correndo atrás de nossos filhos e mães, apenas porque são “jovens”, ou enfiá-los onde quer que seja para que pessoas como o cardilogista trucidado e os outros 55.999 brasileiros que são assassinados nas ruas deste país todos os anos tenham uma chance a mais de sobreviver.
j4
Nós todos adoraríamos que o senhor ministro e seu partido deixassem barato 2 ou 3% do que nos roubam para por os presídios brasileiros no melhor “padrão Fifa”.




Eu, pessoalmente, acho que eles só serão arrumados quando os chefes do partido do próprio ministro e outros bandidos “excelentes” deixarem de ser recolhidos, quando flagrados com a mão na massa, em alas especialmente construidas para eles passarem o seu semestre sabático na Papuda e começarem a ser presos nos hediondos presídios que temos pelo mesmo prazo “dosimetrado” para seus comparsas “civis” no mesmo crime.



Só com essa perspectiva no horizonte – a de que todo brasileiro que mereça ser preso seja julgado pelo mesmo tribunal, condenado às mesmas penas e preso na mesma prisão – veremos os correligionários do ministro, mais os seus “aliados” e os seus “adversários” na farsa que se encena em Brasilia, darem um jeito nas prisões que possam vir a frequentar.


Não tendo essa opção hoje, o jeito é mandar “jovens” que andam por aí esfaqueando gente para as prisões que houver, porque a prioridade deve ser dos esfaqueados e não dos esfaqueadores.


É das vítimas que se trata. Entendeu agora, “excelência”?
j6

Vale a pena ler de novo: Como sair desse buraco (Vespeiro)


17 de junho de 2015 § 97 Comentários
aves22
Artigo para O Estado de S. Paulo de 17/06/2015
O que assusta mais é a desproporção entre a quantidade e a qualidade do alarme e o tamanho do desastre. A unanimidade dessa alienação é inquietante. A fronteira hoje é o mundo e já passamos longe o limite a partir do qual não se cabe mais no mercado global. Os tempos dos verbos em uso em Brasília estão defasados. Não é que a conta vai estourar. A conta já estourou. A indústria nacional já está cataléptica. Ninguém – fora os barões do BNDES – consegue andar com as próprias pernas. Os empregos estão sumindo em velocidade vertiginosa. A inflação que se vê é só a primeira onda do tsunami que vem vindo.



O estado tende geneticamente ao absolutismo e democracia é a única barreira capaz de impedi-lo de ocupar todos os espaços. Nos períodos de imunodepressão institucional — quando a “razão de estado” impõe-se sobre os direitos individuais e os demais poderes são avassalados pelo Executivo – o estado incha, a segurança jurídica acaba, a produção e o emprego minguam e a inflação dispara.
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Já vimos esse filme. O estado brasileiro saiu do regime militar maior que nunca e, como consequência, a desorganização da economia foi ao paroxismo, passando dos 80% de inflação ao mês. Mas havia, então – ao menos na imprensa – a consciência de que era disso que se tratava e nenhuma barreira auto-imposta à crítica do regime. Graças a isso, apesar da feroz oposição do PT à desmontagem da obra econômica da ditadura com as 540 estatais que o partido tratava de colonizar, foi possível fazer a estatização recuar até o ponto a que a trouxe o governo FHC.



Trinta anos de progressiva ocupação do sistema educacional e dos “meios de difusão ideológica da burguesia” por um discurso único eficiente o bastante para, na contramão do mundo, “criar mercado” para 30 e tantos partidos políticos, todos “de esquerda”, e ao fim de outros 12 de ódio ao mérito, truculência regulatória, agressões à aritmética e aparelhamento do estado e até da economia “privada” para “um projeto de poder hegemônico“, o fosso que se havia estreitado ganha as proporções de uma falha tectônica.
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O efeito prático é essa combinação aberrante: apesar da renda per capita de Brasília, onde nada é produzido, ter passado a ser o dobro da do Brasil e 1/3 maior que a de São Paulo, síntese precisa do sistema de castas em que nos transformamos, os temas do tamanho do estado, da privatização, do privilégio e da desigualdade perante a lei estão quase completamente ausentes do debate; tudo que se discute é como o “ajuste” vai tomar mais do país para dar mais ao estado.



Para que a trajetória volte a ser ascendente é o contrário que tem de acontecer. Será preciso recuar até o ponto anterior àquele em que a economia parasitária passou a consumir mais do que a economia produtiva é capaz de repor. A questão é que o PT não é hoje muito mais que a representação política dos “servidores” do estado de modo que reduzir o tamanho do estado significa reduzir o tamanho do PT (e de todos os “caronas” que, até segunda ordem, ele admite carregar na boléia da “governabilidade”).




O tema oficial do 5º Congresso Nacional do PT – “Um partido para tempos de guerra” – nos dizia do grau de mobilização dessa casta na defesa dos seus privilégios. O tom só abrandou porque ninguém está desafiando o status quo. Mas a impossibilidade matemática de mantê-lo e ao mesmo tempo evitar o desastre econômico e a conflagração social que vem com ele não é um bom presságio para a democracia no Brasil.
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Mesmo assim, nem imprensa, nem “oposição” parecem se dar conta disso.
Nas votações da única parte do “ajuste” em que as propostas reuniam o legalmente possível ao justo e ao desejável, com ligeiro constrangimento do desperdício no setor público, o PSDB, fiel depositário de metade das esperanças da nação, simplesmente oficializou a sua condição de não existência. Renegou bandeiras históricas para assumir-se como nada mais que a imagem invertida do PT. Tudo que tem a propor como alternativa ao que está aí é que seja ele a presidir a festa.



A reforma política, sem a qual não há esperança de romper a blindagem que veda qualquer forma de redução do peso do estado, é outro atoleiro. Sempre que pressionados os políticos sentem-se confortáveis para jogar na arena as surradas “propostas do costume” pela simples razão de que nem os mais agressivos “es bravios” do nosso “jornalismo watchdog” resistem a esses “biscoitinhos”. “Fim da reeleição” em pleno início de um quarto mandato por interposte pessoa?



Financiamento de campanha” em face de uma economia nacional inteira destruída para comprar votos? Mais leis anti-corrupção no país dos foros especiais? Enquanto os eruditos da irrelevância se distraem debatendo infindavelmente o que quer que se lhes atire, os “jabutis” que aumentam o tamanho do problema passam ao largo gargalhando.
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Ao fim de cinco séculos levando com a porta das reformas na cara sem conseguir iniciar uma que fosse, já era tempo de aprendermos que pouco importam as firulas e as beiradinhas conceituais desses preciosismos em que adoramos nos dividir e nos perder, o que é imprescindível é abrir finalmente essa porta e mantê-la aberta daí por diante.
É do mais elementar bom senso e da experiência pessoal de todos nós a noção de que, em qualquer estrutura hierárquica, manda quem tem o poder de contratar e demitir; manda quem tem a prerrogativa da última palavra nas discussões.


O Brasil terá de se reconstruir de alto a baixo para voltar a caber na arena global. E não há “pacote” de reformas que possa incluir tudo que é necessário para tanto. As mudanças terão de se dar num processo, ou seja, num movimento que começa e não se detém mais.


É exatamente isso que proporciona o sistema de voto distrital com recall, a reforma em que são os eleitores que mandam, que começa e não acaba nunca e que, sendo assim, inclui todas as outras.
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TUDO SOBRE VOTO DISTRITAL COM RECALL
COMO O POVO CONTROLA O JUDICIÁRIO NOS EUA

Ótimo!! Entenda a fraude com que o PT comprou a eleição--(Vespeiro)



7 de julho de 2015 § 50 Comentários


O procurador do Ministério Público no Tribunal de Contas da União, Júlio Marcelo, explica ponto por ponto como e para que o PT falsificou dolosamente as contas públicas e violou a Lei de Responsabilidade Fiscal criada exatamente para impedir o tipo de falcatrua pela qual o país está pagando hoje.

CRIME DAS PEDALADAS É TÃO EVIDENTE PARA TÉCNICOS E MINISTROS DO TCU QUE NÃO HÁ COMO SALVAR A DILMA. DÍVIDAS ESCAMOTEADAS SOMAM R$ 270 MILHÕES. É COISA GRANDE.



Em sua prestação de contas, que devem ser rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no próximo dia 5, o governo Dilma “escondeu” dívidas de R$ 270 milhões junto a bancos oficiais, como Caixa e Banco do Brasil, na tentativa de camuflar ou “apagar as provas” do crime das “pedaladas”, punido pela Lei de Responsabilidade Fiscal – que consiste em fazer bancos oficiais financiar programas sociais do governo.
 
 
O crime das pedaladas é tão claro, para técnicos e ministros do TCU, que não há clima para nem sequer uma “aprovação com ressalvas”.
 
 
Integrante da “bancada governista” no TCU tenta convencer os colegas a “dourar a pílula”, substituir a palavra “rejeição” por outra, mais amena.
O TCU vai usar a rejeição das contas de Dilma para estabelecer novo paradigma no trato das contas públicas e afirmar independência.
 
 
O governo alega que “pedaladas” são praticadas desde 1992. Esquece que de lá para cá surgiu a Lei de Responsabilidade Fiscal. Do site Diário do Poder
 
 

Aprovação a Dilma cai no Nordeste com cortes



MURILO RODRIGUES ALVES, ENVIADO ESPECIAL / SALVADOR - O Estado de S.Paulo
12 Julho 2015 | 11h 54

Taxa de demissões na região, reduto do PT, é a maior do País e ameaça projeto petista

A queda na aprovação da presidente Dilma Rousseff no Nordeste, região que lhe garantiu as maiores votações proporcionais nas eleições presidenciais, é um dos sinais mais eloquentes da crise política que atinge o PT e sua principal representante. Na Bahia, por exemplo, reduto petista, onde a presidente obteve 70% dos votos em 2014 enquanto o candidato do PSDB, Aécio Neves, ficou com 30%, a rejeição à presidente cresce à medida que aumenta o desemprego.
Sob efeitos da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, do recuo nos investimentos do governo federal e de paralisia nos programas-vitrine do governo PT, como o Minha Casa Minha Vida, o Nordeste perdeu 152 mil vagas de emprego nos primeiros cinco meses do ano, a maior taxa de demissões de todas as regiões. Na Bahia, foram fechadas 16.493 vagas a mais do que todas as contratações. Salvador é a região metropolitana com a maior taxa de desemprego, segundo o IBGE, 11,3%. A segunda maior, também está no Nordeste: Recife, com 8,5%. No País, o desemprego subiu para 6,7% em maio.


Segundo pesquisa Ibope, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Região Nordeste, onde a petista tradicionalmente tinha seus melhores índices de aprovação, foi onde a popularidade da presidente mais caiu: de 18% em março para 13% em julho. No País, em média, a aprovação ficou em 9% (quando era de 12% em março) e a reprovação, em 68%.


O boom de empregos no Nordeste ocorreu no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), mas os nordestinos ainda tiveram um período próspero no primeiro governo de Dilma, entre 2011 e 2012, com incremento na renda. No início deste segundo mandato da presidente, porém, a região perdeu terreno, especialmente, em áreas intensivas em mão de obra, como a construção.
Ferrovia Oeste-Leste em Brumado (BA), obra do PAC: 4 mil foram demitidos
Ferrovia Oeste-Leste em Brumado (BA), obra do PAC: 4 mil foram demitidos
Grandes obras de infraestrutura, como a ferrovia Oeste-Leste, "joia" do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e o estaleiro Enseada do Paraguaçu - sociedade de Odebrecht, OAS, UTC, empresas investigadas pela força-tarefa da Lava Jato, e o grupo japonês Kawasaki -, são responsáveis por boa parte das demissões. A ferrovia demitiu 4 mil trabalhadores e o estaleiro, mais de 5 mil operários.


Como consequência, corte de vagas em outros setores, como comércio e serviços. O desemprego atinge até mesmo o Polo Industrial de Camaçari. Inicialmente prevista para ser inaugurada este ano na área, a fábrica da JAC Motors, por enquanto, está só na promessa.


Pardinha. Logo após o 1.º turno da eleição do ano passado, Dilma viajou para a Bahia e subiu a escadaria da Basílica do Nosso Senhor do Bonfim para agradecer pela votação recebida - 2 milhões de votos a mais do que o adversário do PSDB. Ela chegou a se declarar "pardinha" e pediu uma vaga no Olodum, um dos mais tradicionais blocos afros de Salvador.


"A Bahia e o Nordeste todo ajudaram a empurrar o carro ladeira acima, mas a piloto nos jogou no precipício", afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial da Bahia (Sintepav), o deputado federal Bebeto Galvão (PSB). "A curva ascendente do emprego estava relacionada com os investimentos públicos federais. A crise é consequência do amadorismo com que a presidente conduziu a economia", critica.



Desde que o PT chegou ao Palácio do Planalto, a Bahia nunca tinha fechado mais vagas em maio do que aberto. Neste ano, a diferença ficou negativa em 7.419 postos de trabalho. Quase 60% deles na construção civil. O presidente do Sindicato da Indústria da Construção na Bahia (Sinduscon-BA), Carlos Henrique Passos, afirma que o setor vem demitindo pela redução drástica no número de lançamentos e pela paralisia no programa Minha Casa Minha Vida.



Na fase 1, ainda no governo Lula, foram 90 mil moradias construídas no Estado. Na fase 2, de Dilma, foram 60 mil. A fase 3 ainda é uma incógnita. As contratações para as famílias mais pobres, com subsídio de até 95% do imóvel, pararam. Os atrasos no pagamento das obras pelo governo federal complicaram a vida das empresas, que passaram a demitir os funcionários.



"As pessoas colocaram o pé no freio. Percebemos mudanças de consumo de marcas premium para intermediárias e dessas para populares", afirma João Cláudio Nunes, presidente da Associação Baiana de Supermercados (Abase) e do grupo Redemix. O segmento esperava crescer até 3% acima da inflação no início do ano; agora, a meta é fechar 2015 com 1% de expansão.

REPORTAGEM-BOMBA DE 'VEJA' FAZ EMERGIR O "ELETROLÃO", MAIS UM ESQUEMA DEVASTADOR DE CORRUPÇÃO E ROUBALHEIRA DO GOVERNO DO PT.



A reportagem-bomba de Veja que chega às bancas neste sábado vem guarnecida pela cor azul, quase pálido, da chamada de capa, mostrando que Dilma levita nas nuvens consumindo os últimos impulsos provindos daquela força estranha e inexplicável que mantém no PT no poder até agora. Entretanto, com a descoberta do petrolão, uma poderosa usina de corrupção e roubalheira como tem revelado a Operação Lava Jato da Polícia Federal, os dutos por onde fluíam essa força impressionante foram obstruídos, fazendo que Lula, Dilma e seus sequazes da noite para o dia fossem, como de fato foram, transformados em zumbis políticos.

Por enquanto, de cada 10 brasileiros uzinho apenas apoia o PT, o que tem transformado a vida desses zumbis num inferno, já que não podem mais sair às ruas, frequentar cinemas, praças, shoppings e restaurantes sem sofrer hostilização severa dos cidadãos irados com a diabólica máquina de roubar dinheiro público montada pelo governo petista. Sim, porque a conta dessa lambança está sendo repassada sem cerimônia para o povo brasileiro pagar. Se safam apenas as "zelites" associadas ao PT, que possuem a tal 
"reserva técnica", como os burocratas denominam os montões de dólares e euros. 

Enquanto a maioria dos jornalistas e os grandes veículos de mídia fazem o diabo para escamotear a verdade, a revista Veja faz o contrário, ou seja, a cada final de semana traz novas e bombásticas informações que por certo haverão de salvar os brasileiros de amargarem um regime comunista bolivariano, segundo os planos do Foro de São Paulo.

É o caso desta edição que será desovada nas bancas nesta madrugada e que em boa hora faz emergir do lamaçal de corrupção e roubalheira que detona o país, o nefasto "eletrolão" que passa a compor uma tríade diabólica - mensalão, petrolão e eletrolão - destinada a financiar o tal "projeto do PT" cuja finalidade é transformar o Brasil numa nova Venezuela.

Os assinantes digitais de Veja já podem ler na íntegra no site da revista a reportagem-bomba desde as primeiras horas desta madrugada. Entretanto, o editor do site de Veja não deixou seus visitantes na mão, postando um aperitivo da reportagem-bomba que recheia generosamente esta edição. Segurem-se bem na cadeira se estiverem sentados. Leiam:
O engenheiro Valter Cardeal, diretor da Eletrobras e braço-direito da presidente no setor elétrico: conluio com o tesoureiro do PT João Vaccari 'Pixuleco' Neto, em Angra 3. Foto: Veja
"O HOMEM DA DILMA"
Quando era presidente, Fer­nan­do Henrique Cardoso cultivou a fama de exterminador de crises, que, dizia-­se, sempre saíam do Palácio do Planalto menores do que entravam. De Dilma Rousseff, fala-se exatamente o oposto. 
 
 
 
 
Centralizadora e avessa a negociações, a presidente semeou um quadro de recessão econômica e de derrotas no Congresso. Rejeitada por nove em cada dez brasileiros, ela também perde apoiadores no grupo de políticos e empresários que ditam o rumo do país. Até o ex-presidente Lula, seu mentor, lhe faz críticas cada vez mais contundentes.
 
 
Com apenas seis meses de segundo mandato, Dilma está só, não exerce o poder na plenitude nem consegue mobilizar a tropa governista. De quebra, é acossada por investigações que podem destituí-la do cargo - entre elas, a Operação Lava-Jato, que esquadrinha o maior esquema de corrupção da história do país. Diante de uma conjuntura assim, a maioria dos governantes optaria por mais diálogo, sensatez e pés no chão. Dilma não. Ela reage à crise com argumentações destrambelhadas, otimismo exagerado e erros primários de avaliação. Pior: como de costume, alimenta a agenda negativa.
 
 
 
ABOCANHANDO A ISCA
Na semana passada, a presidente, contrariando o mais elementar dos manuais de política, fisgou a isca dos adversários e abordou novamente em público a possibilidade de enfrentar um processo de impeachment. "Eu não vou cair, isso é moleza", desafiou em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, na qual chamou setores da oposição de golpistas. 
 
 
 
A resposta foi imediata: "Tudo o que contraria o PT é golpe", ironizou o senador Aécio Neves (PSDB). Nos regimes democráticos, a destituição de um mandatário depende de provas, do aval das instituições e do apoio da opinião pública (veja a reportagem na pág. 54). 
 
 
 
Em sua defesa, Dilma alega que jamais se locupletou de dinheiro sujo. Falta a essa versão o respaldo inequívoco dos fatos. VEJA teve acesso a mais um testemunho de que propina cobrada em troca de contratos - desta vez, no setor elétrico, a menina dos olhos de Dilma - abasteceu os cofres do PT em pleno ano eleitoral. Os operadores da transação criminosa foram o onipresente João Vaccari Neto, então tesoureiro do partido, e Valter Luiz Cardeal, diretor da Eletrobras, o "homem da Dilma" na estatal e um dos poucos quadros da administração com livre acesso ao gabinete presidencial.
 
 
 
GRANDALHÃO CONTOU TUDO
O relato desse novo caso de desvio de verba pública para financiar o projeto de poder petista consta do acordo de delação premiada firmado entre o engenheiro Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, e o Ministério Público Federal. Num de seus depoimentos, Pessoa contou que em setembro do ano passado o consórcio Una 3 - formado por Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Corrêa e UTC Engenharia - fechou um contrato para tocar parte das obras da Usina de Angra 3. 
 
 
 
A assinatura do contrato, estimado em 2,9 bilhões de reais, foi precedida de uma intensa negociação. A Eletrobras pediu um desconto de 10% no valor cobrado pelo consórcio, que aceitou um abatimento de 6%. A diferença não resultou em economia para os cofres públicos. Pelo contrário, aguçou o apetite dos petistas.
 
 
 
Tão logo formalizado o desconto de 6%, Cardeal chamou executivos do consórcio Una 3 para uma conversa que fugiu aos esperados padrões técnicos do setor elétrico.
 
 
 
 Faltava pouco para o primeiro turno da sucessão presidencial. O "homem da Dilma" foi curto e grosso: as empresas deveriam doar ao PT a diferença entre o desconto pedido pela Eletrobras e o desconto aceito por elas. A máquina pública era mais uma vez usada para bancar o partido em mais um engenhoso ardil para esconder a fraude.
 
 
 
COBRANDO 'PIXULECOS"
A conversa de Cardeal foi com Walmir Pinheiro, diretor financeiro da empresa, escalado para tratar dos detalhes da operação. Depois dela, Vaccari telefonou para o próprio Ricardo Pessoa e cobrou o "pixuleco". "Quando soube que a UTC havia assinado Angra 3, João Vaccari imediatamente procurou para questionar a parte que seria destinada ao PT - o que foi feito pela empresa", relatou o empreiteiro. 
 
 
 
Aos investigadores, Pessoa fez questão de ressaltar que, segundo seu executivo, foi Cardeal quem alertou Vaccari sobre a diferença de 4 pontos percentuais entre o desconto pedido pela Eletrobras e o concedido pelas construtoras. Perguntado sobre o que sabia a respeito de Cardeal, Pessoa afirmou: "É pessoa próxima da senhora presidenta da República, Dilma Rousseff". Do site da revista Veja