quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Voce é brasileiro, honesto e trabalhador? Então voce está retratado aqui:

BLOG LIBERTATUM

Vale a pena ler de novo: Mensagem ao Governo Rollemberg.

A favelização de Brasilia sob a mira da UNESCO.


quinta-feira, 7 de junho de 2012

A favelização de Brasília sob a mira da Unesco

Os consultores da Unesco que estiveram por quatro dias na capital federal detalharam uma série de irregularidades neste Patrimônio Cultural da Humanidade,título pomposo conquistado pela Toca da Corrupção.
 
Os moços da Unesco alertaram para descoordenação entre o governo da capital e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, áreas verdes no amarelo,construções irregulares, abandono,desinteresse em conservação.
 
Escreveram tudo na prancheta,assinaram,carimbaram,compraram umas lembrancinhas de índios,algumas coisinhas tipo fui à Brasília,lembrei-me de você e foram embora,prometendo voltar em dois anos. Por sua vez a Secretaria de Habitação do Distrito Federal (SEDHAB!!)declarou  que já está adotando medidas em todas as áreas da administração pública para regularizar os pontos observados pela Unesco como a prática e contundente ação de declarar 2012 como o Ano de Valorização de Brasília como Patrimônio Cultural da Humanidade. Assinado e carimbado. Pronto,todo mundo feliz,mãos lavadas e vamos ao whisky com gelo que ninguém é de ferro...

O retrato de Brasília pintado pelos mocinhos da Unesco é a fotografia 3x4 sem retoques do próprio Brasil:ocupação desordenada,desinteresse,falta de conservação e manutenção da infraestrutura,órgãos públicos sem coordenação entre si, medidas pífias para remendar e nunca para prevenir, ação apenas sobre pressão e geralmente com medidas de propaganda para mostrar serviço que não dão em nada,confiando no esquecimento. O país apodrece debaixo de uma pintura às pressas sempre que há uma crítica,uma passada de cal branca no meio-fio na hora do desfile.

A Era Lula deixará sequelas que se um dia voltarmos a ter um regime democrático,com governantes alfabetizados e honestos,praticamente terão de começar do zero,pois a infraestrutura do país caminha para um ponto que não haverá mais conserto,não há atualmente governo e sim um contínuo saquear,um descontrole de órgãos públicos inertes chefiados por apadrinhados políticos sem formação e sem noção,cujo único fito é se dar bem e que se dane o resto. 
 
 
Não é Brasília que está sendo favelizada,é o próprio Brasil. A capital federal não necessita da intervenção da Unesco,necessita,para o bem do país,da intervenção das Forças Armadas,da instalação de uma gigantesca UPP que expulse os criminosos do poder,elimine os traficantes de cargos,os saqueadores das instituições,os estupradores da Constituição e promova a reurbanização da Pátria favelizada...

Vale a pena ler de novo:No Brasil, comercio sem fiscalização dá nisso.




População se mobiliza para alertar: dar dinheiro é uma atitude que só aumento o problema
 
Renan Bortoletto
renan.bortoletto@jornaldebrasilia.com.br


Não importa onde você vá, eles estarão sempre prontos para te abordar. Os pedidos podem vir das mais variadas formas, mas o objetivo é um só: sobreviver nas ruas em troca de doações e esmolas. O ato, porém, é contestado por aqueles que se sentem prejudicados e até mesmo coagidos a "colaborar" com os pedintes.

Na quadra 302 Sul, comerciantes espalharam cartazes próximo aos caixas e balcões de atendimento sugerindo que os fregueses não deem esmolas aos moradores de rua. Hoje, aproximadamente duas mil pessoas vivem em situação de vulnerabilidade social no Distrito Federal.

Os problemas, no entanto, vão muito além da contribuição.

Na 302 Sul, as vielas entre o comércio e o setor residencial estão cheias de pertences dos moradores de rua, que chegam a disputar os melhores espaços para passar a noite. Além disso, o cheiro de urina e os restos de comida contribuem para um cenário desolador.

A iniciativa de distribuir panfletos aos comerciantes da 302 Sul partiu da prefeitura local. Um dos principais motivos apontados é que, em muitos casos, as esmolas são usadas para o consumo de drogas. O aviso também destaca que "o GDF disponibiliza atendimento à população de rua na 903 Sul, das 8h às 18h em duas úteis, com atendimento médico e psicossocial, banheiros, guarda de pertences, oficinas, cursos de capacitação, café da manhã e almoço. Às 17h, há transporte para abrigos."

Reclamações

"Eles pedem por comida e dinheiro toda hora. O problema é que abordam nossos clientes logo que saem da porta e já tivemos reclamações. Não sabemos mais quem é mendigo, quem é guardador de carro. Está difícil até mesmo trabalhar", disse Iranice Rodrigues, gerente de uma doceria na 302 Sul.
Ela conta que já foi ameaçada por moradores de rua que estavam nitidamente sob efeito de álcool ou drogas, e por conta disso teve que contratar um segurança para o comércio. "A gente pede para eles não entrarem, mas eles nos mandam calar a boca e perguntam o que tem pra comer. Parece até que temos a obrigação de dar algo", reclama a comerciante.

Situação se torna ciclo vicioso
Gerente de um varejão na 302 Sul, Wesley Alves de Sousa, 30, diz que nunca deu esmolas nem mesmo restos de frutas ou verduras aos moradores de rua que procuraram o seu comércio.


"Acontece que se você dá qualquer coisa num dia, eles vão voltar no próximo e continuar pedindo, é um processo inevitável. Além disso, eles trazem mais moradores de rua para o local. Eu nego de cara, eles saem xingando, reclamando, mas é melhor assim do que contribuir e criar esse vínculo", aconselha.


E para quem faz compras diariamente na 302 Sul, o convívio com os moradores de rua também pode ser incômodo. "Já dei esmola, mas hoje não dou mais. O problema é que isso já cria a insatisfação neles, e acaba que eles te marcam", ressaltou o aposentado Maurício Martins de Faria, de 68 anos.


Para ele, quem dá esmola ou até mesmo comida aos pedintes está agindo de forma errada e irresponsável. "O governo não propicia soluções para isso, mas sei que há abrigos que ajudam estas pessoas. O que quero dizer é que eles dão a moradia, mas não capacitam ou oferecem condições para que eles saiam das ruas de vez", realça.

Faria afirma que já se sentiu coagido em diversas situações, e que teve que "driblar" os pedintes da 302 Sul. "Venho a este setor comercial há mais de 20 anos, mas já deixei até de vir de carro para não ser abordado pelos guardadores de carro e neguei ajuda mesmo podendo", confessou.

Nem mesmo os bairros mais nobres de Brasília estão livres das ações dos moradores de rua. Gerente de uma padaria na quadra 301 do Sudoeste, Simone Freire de Souza conta já ter tido dificuldades até mesmo para abrir o estabelecimento. "Teve dia que não dava nem para abrir as portas de tanta gente que tinha dormindo aqui. A padaria não é autorizada a dar nada para eles, mas os próprios fregueses têm feito isso. É um costume e isso contribui para que eles não larguem essa vida", confessa.

Moradores do Sudoeste também já fizeram campanha para que não se dê esmola, mas, ao que tudo indica, isso não preocupou os moradores de rua. Segundo Simone, os horários de pico são os que mais atraem os mendigos. "Eles aproveitam que as pessoas vêm comprar comida e saem pedindo. Semana passada vi um sair do mercado com um carrinho cheio", conta.

Abordagem assusta clientes

No Distrito Federal, difícil mesmo é encontrar uma cidade onde não existam moradores de rua. Os grupos se concentram, principalmente, em áreas movimentadas. No Guará I, por exemplo, o ponto escolhido por muitos é a QE 7. Ali estão situadas muitas lojas e agências bancárias.

Na quadra, a única solução encontrada pela Caixa Econômica Federal parece ter sido isolar a área externa com grades. Moradores do Guará lembram que há anos local abrigava muitos moradores de rua que passavam a noite ali e faziam suas necessidades fisiológicas nos arredores. Resultado: cheiro de urina, restos de comida espalhados em volta do prédio e constantes abordagens aos clientes. Antes do cercamento, essa população só se multiplicava.

Medo

"Agora eles encontraram um novo meio. Abordam você antes de chegar à agência e entregam um papel escrito com o que querem. Eles estão sempre se locomovendo, não ficam estáticos. Possuo conta nesta agência, venho só para ver se caiu pagamento e não ando mais com dinheiro ou carteira", afirmou o aposentado Júlio Pereira dos Santos, de 56 anos.

Além disso, ele reclama dos chamados "guardadores de carro". "Não são credenciados, muito menos vigiam o veículo. Só estão ali para pegar algum dinheiro e depois ir atrás da droga. E se você não dá, podem riscar seu carro ou fazer alguma maldade", denuncia o aposentado.

Versão Oficial

O secretário de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest), Osvaldo Russo, disse estar ciente de que os moradores de rua incomodam comerciantes e a população. O titular da pasta também defende que as ajudas oferecidas aos pedintes não são a melhor forma de combater o problema. "Temos programas sociais em que oferecemos tudo o que eles precisam para sair das ruas, a exemplo do DF Sem Miséria.

O que acontece, infelizmente, é que muitos ainda relutam em procurar ajuda, mas garanto que o número de moradores de rua tem diminuído drasticamente", alegou. Russo afirmou que existe também um preconceito com os moradores de rua, e que eles não optaram por esta vida, mas sim passaram por situações sociais que os levaram a tais condições. O secretário disse ainda que vai propor uma reunião com os comerciantes e moradores da 302 Sul para acompanhar de perto o problema relatado.

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

Desta vez, a presidente fez como Ali Babá e reuniu 40 ministros


Presidenta Dilma Rousseff faz a primeira reunião ministerial do segundo mandato na Granja do Torto (José Cruz/Agência Brasil)
Retrato de um governo não consegue se entender e cada um diz uma coisa


Carlos Newton


Um ministro anuncia uma coisa, logo é desmentido pelo Planalto ou por outro ministro. A confusão é geral é só faz aumentar. Ainda não satisfeita em ter 39 ministros, a maioria sem a menor expressão ou importância, a presidente Dilma Rousseff já elevou este número para 40, porque o assessor especial Marco Aurélio Garcia, tido como consultor da Presidência para Assuntos Internacionais, conquistou assento permanente junto aos demais e participa das reuniões ministeriais.


Mas esse espantoso número passa a 41 quando se entende que o marqueteiro João Santana também merece idêntica qualificação de ministro sem pasta. Na verdade, deveria até ser considerado como principal ministro, uma espécie de Rasputin imberbe, pois é o único que consegue ser escutado com atenção por Dilma Rousseff, que acata sem discutir todas as sugestões dele, embora algumas tenham sido inteiramente idiotas, como vazar para a mídia que a presidente Dilma costumava andar sozinha de motocicleta por Brasília, à noite.


No dia seguinte, vergonhosamente o Planalto teve de desmentir a falsa notícia, porque Dilma não tem habilitação nem sabe dirigir motocicleta. Foi patético, porque, na tentativa de desfazer a mancada de Santana, a Secretária de Comunicação Social então inventou que a presidente andava de carona na moto do então secretário-executivo da Previdência Social,  Carlos Gabas, que amavelmente se apressou a confirmar a veracidade da informação. E todos puderam imaginar a cena daquela volumosa senhora esforçando para subir na garupa de uma motocicleta para se abraçar fortemente a um jovem funcionário do governo, pelo simples prazer de dar um passeio pela capital…


CRIANDO E IMITANDO…
Santana é um excepcional marqueteiro, mas se alimenta muito da criatividade alheia, ao imitar ideias e situações. No caso do passeio de moto, por exemplo, ele copiou descaradamente o jornalista Said Farah, que era ministro da Comunicação do general João Figueiredo. Para popularizá-lo, Farah espalhou a notícia de que o então presidente gostava de andar de moto sozinho em Brasília, à noite, e divulgou até uma foto dele, a caráter.


Depois, Santana imitou também Ulysses Guimarães e fez Dilma se referir ao “Velho do Restelo”, o personagem de Luís de Camões que tentou evitar a viagem de Vasco da Gama. A presidente da República absurdamente aceitou a sugestão e tentou aparecer como conhecedora das Lusíadas, como se realmente tivesse esse tipo de cultura literária, vejam a que ponto os marqueteiros chegam.



Em outra ocasião, Santana inventou que Lula passara a ler livros e teria até adorado a tradução da biografia de Abraham Lincoln escrita por Doris Kearns Goodwin. Lula gostou da ideia e deu declarações sobre a obra, destacando um episódio em que Lincoln estava numa estação de telégrafo.


Só que, ao fazê-lo, Lula disse que o presidente americano estava usando o “telex”, ao invés de telégrafo. Mas o pior da estória é que esta cena não existe no livro, apenas no filme de Steven Spielberg, pois foi criada pelo roteirista Tony Kushner. Ou seja, Lula viu o filme, foi tirar uma onda de que teria lido a biografia e quebrou a cara.


Esses episódicos erros de Santana são desqualificantes, mas nada consegue reduzir o prestígio do marqueteiro no Planalto e no Instituto Lula, porque ele realmente funciona no que é mais importante – vencer eleição.


SEM PASTA, MAS PRESTIGIADO
Quanto ao outro ministro sem pasta Marco Aurélio Garcia, é o contrário do marqueteiro, pois tudo que o assessor de Assuntos Internacionais faz dá errado. É da inspiração dele, por exemplo, a abertura de embaixadas e consulados em países e cidades sem importância. Com isso, aumentou os gastos do Itamaraty inutilmente, fazendo os diplomatas passarem vergonha no exterior, com credores batendo à porta a todo momento e a imagem no Brasil denegrida no plano internacional.


Quem aceita um assessor desse nível decididamente nem precisa de inimigos. Mesmo assim, a presidente Dilma continua ouvindo os conselhos de Garcia e lhe dá assento nas reuniões ministeriais.


REUNIÃO IMPROFÍCUA
Como todas as anteriores, a primeira reunião ministerial do segundo mandato da presidenta Dilma foi totalmente improfícua. A governante (ou seria governanta, como sugere a comentarista Teresa Fabricio?) demonstra tanta consideração com os ministros que marcou a reunião para as 16 horas, para que tivesse a menor duração possível. Isso significa que praticamente só quem falou foi ela, a quase totalidade dos ministros fez como figurante de novela, que entra em cena mudo e sai calado.


Reunir 39 pessoas (na verdade 40, contando com o “ministro sem pasta” Garcia) é de uma inutilidade constrangedora. Se tivesse o mínimo de conhecimento de técnicas de Administração, a suposta “doutora” pela Unicamp saberia que os ministros precisam ser reunidos por grupos. O mais importante deles seria formado por Fazenda, Planejamento, Desenvolvimento e Banco Central. Dependendo do tema, poderia incluir Agricultura, Relações Exteriores, Turismo, Micro e Pequena Empresa e até Transportes e Portos, em função da importância crescente da logística no desempenho da economia.


Outro grupo seria formado por Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia, Esporte e Desenvolvimento Social. Mais um grupo, integrado por Defesa, Relações Exteriores, Assuntos Estratégicos, Aviação Civil e Segurança Institucional, incluindo os três comandantes das Forças Armadas.


E por aí em diante. Mas quem se interessa por governar de uma forma racional e eficiente?

Mensagem a Levy sobre remessa de lucros e juros ao exterior


Pedro do Coutto


Depois de ler, com atenção, a excelente reportagem de Sofia Fernandes, Folha de São Paulo de 24 de Janeiro, sobre o déficit de 90,9 bilhões de dólares nas contas externas do Brasil em 2014, me ocorreu a ideia de, neste site, enviar uma mensagem ao ministro Joaquim Levy.


É que, daquele total, uma parcela de 40 bilhões de dólares decorreu de 26 bilhões referentes à remessa de lucros e dividendos e 14 bilhões de dólares relativos aos juros de dívidas assumidas no mercado internacional. Há outros itens expressivos no final da ópera, mas com a mensagem sugiro que o líder da equipe econômica não fique só preocupado com os cortes em contas internas de menor peso e volte também seu olhar crítico para as despesas no plano externo, muito mais volumosas.


Na sugestão, espero obter o endosso do editor do site, Carlos Newton, e do companheiro Flávio José Bortolotto. Seria uma espécie de telex, telegrama ou e-mail conjunto ao titular da Fazenda. Por exemplo: o déficit no ajuste do que saiu e do que ingressou em nossa economia, no ano passado, foi cerca de 10 bilhões de dólares maior do que o verificado em 2013, destaca Sofia Fernandes.


A despesa principal decorreu da remessa de lucros de empresas estrangeiras e os dividendos que pagaram aos seus acionistas, atingindo 26 bilhões de dólares. Em segundo lugar, através de um ponto a ser traduzido: 22,7 bilhões de dólares e entraram 7 bilhões. Nesta conta, o país perdeu 18 bilhões de dólares.


A seguir vêm os juros: 14 bilhões de dólares, o que aparentemente não inclui a diminuição do estoque dos endividamentos. Juros não significam resgate.


TROCAS COMERCIAIS
Finalmente vem o prejuízo de 3,9 bilhões de dólares registrados nas trocas comerciais. A balança comercial é apenas um item das contas externas. Contraditoriamente, alguns analistas deram mais destaque ao déficit no comércio do que no déficit geral verificado – isso sim, mais importante – porque o resultado negativo do comércio representou apenas pouco mais de 4% do conjunto das contas, resultado do confronto entre o que saiu e o que ingressou na economia brasileira.



A repórter ainda acrescenta que, durante a Copa do Mundo, a presença e os gastos de estrangeiros no Brasil alcançou somente a parcela de 3% no ingresso total com turismo no ano passado. Ou seja, 3% de 7 bilhões de dólares. Algo em torno de 210 (milhões) de dólares, no caso. A reportagem da Folha de São Paulo ganha importância porque, no fundo, expõe a verdade dos fatos concretos.


SEGURO DESEMPREGO, CLÁUSULA PÉTREA
Matéria de Eliane Oliveira, O Globo, edição de 25, focaliza a nota distribuída à imprensa, no sábado, pelo ministro Miguel Rossetto, Secretário geral da Previdência da República, um dia depois da entrevista do ministro Joaquim Levy ao Financial Times, de Londres.


Levy defendeu a reforma do sistema. Rossetto rebateu dizendo que se tratava de cláusula pétrea que não poderia ser mudada nem por emenda constitucional. Esqueceu que a Presidente Dilma havia enviado Medida Provisória ao Congresso alterando algumas normas relativas à concessão desse direito. Caso dos prazos para sua obtenção por parte dos desempregados.

Doações da Friboi já chegam a 18,5% dos empréstimos com BNDES


Leandro Prazeres
UOL, em Brasília


A JBS, maior exportadora de carne bovina do mundo e dona da marca Friboi, doou a políticos e partidos 18,5% de tudo o que tomou emprestado do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) entre 2005 e 2014. Em 2014, a JBS doou R$ 366,8 milhões. PT, PMDB e PSDB foram os partidos mais beneficiados.


De acordo com o banco, o grupo tomou R$ 2,5 bilhões emprestados entre 2005 e 2014 — os empréstimos foram liberados para operações como financiamento de exportações e compra de equipamentos. Desde que os recursos começaram a ser liberados, em 2005, a JBS já repassou R$ 463,4 milhões a políticos e partidos nas eleições de 2006, 2008, 2010 e 2014.


O Grupo JBS faturou em vendas R$ 92 bilhões em 2013 (últimos dados disponíveis). Desde 2006, o grupo figura entre um dos maiores doadores individuais de campanhas políticas do Brasil. Em 2010, a JBS ficou em terceiro lugar, com R$ 63 milhões. Em 2014, a JBS foi a maior doadora, seguida da construtora Odebrecht , que doou R$ 111 milhões, e do Bradesco, com doações de R$ 100 milhões.


DOAÇÕES EM ALTA
Em 2006, um ano após o início dos empréstimos, foram R$ 12 milhões em doações. Quatro anos depois, foram R$ 63 milhões, e, em 2014, R$ 366,8 milhões, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).


O comprometimento da JBS com doações a políticos é tão grande que, somente para a eleição de 2014, a empresa doou 39,56% de todo o seu lucro líquido registrado em 2013, que foi de R$ 926,9 milhões. É como se, a cada R$ 100 de lucro, a JBS doasse R$ 39,5 para os caixas de campanhas de partidos e candidatos.


Para efeito de comparação, a Odebrecht, segunda colocada no ranking de doações neste ano, doou 22% de seu lucro líquido em 2013, que foi de R$ R$ 490,7 milhões. O Bradesco, terceiro colocado, doou apenas 0,83% de seu lucro líquido em 2013, que foi de R$ 12 bilhões. O lucro líquido é a diferença entre o que a empresa faturou e os seus custos operacionais (salários, tributos, impostos, etc).


“INVESTIMENTOS”
Especialistas ouvidos pelo UOL afirmam que, no Brasil, as doações para campanhas são “investimentos” feitos pelas empresas para conseguir vantagens junto aos governos.
As elevadas doações feitas a políticos e partidos chamam atenção pela estreita relação que o grupo manteve com o BNDES, controlado pelo governo do PT desde 2003.


Em 2014, por exemplo, o PT foi o grande beneficiário das doações da empresa, com R$ 114,6 milhões, seguido pelo PMDB, com R$ 62,6 milhões, e pelo PSDB, com R$ 56,7 milhões. Em 2010, o PT também liderou as doações da JBS, com R$ 13 milhões.


Foi na gestão petista que o BNDES emprestou R$ 2,5 bilhões (diretamente ou por meio de outros bancos) à JBS. Também foi na gestão petista que o BNDES investiu outros R$ 8,5 bilhões em operações de capitalização por meio da compra de ações do grupo. Hoje, o BNDES é dono de 24,6% do capital do Grupo JBS.


“NATUREZA TÉCNICA”
A suspeita de que parte do dinheiro emprestado pelo BNDES tenha sido destinada a políticos é descartada pelo BNDES. Procurado pelo UOL, o banco informou que os critérios adotados para a concessão de empréstimo à JBS foram “impessoais e de natureza técnica”.


O BNDES disse ainda, por meio de sua assessoria de imprensa, que monitora como as empresas que recebem empréstimos investem o dinheiro e que equipes do banco fazem “visitas regulares ao empreendimento, conferindo o andamento do cronograma e a origem e especificação dos equipamentos adquiridos para o projeto”.


Questionada sobre a natureza do relacionamento entre o PT e a JBS, a assessoria de imprensa da campanha à reeleição de Dilma Rousseff (PT) enviou nota dizendo que “todas as doações feitas ao comitê de campanha da candidata Dilma Rousseff têm cumprido rigorosamente o que determina a legislação eleitoral, sendo tratadas com absoluta transparência e declaradas ao TSE”.


O grupo JBS, por sua vez, negou qualquer relação entre as doações feitas por empresas do grupo e os empréstimos tomados junto ao BNDES.


(reportagem enviada por Celso Serra)

Balanço da Petrobras faz suas ações despencarem na Bolsa


Samantha Lima
 

Folha
A Petrobras divulgou na madrugada desta quarta-feira (28), após dois adiamentos, o balanço com os resultados do empresa no terceiro trimestre de 2014. A estatal viu seu lucro despencar 38% no período, em comparação com o trimestre anterior, de R$ 4,9 bilhões para R$ 3,1 bilhões. Em relação ao terceiro trimestre de 2013, o lucro caiu 9%.


O valor, contudo, não contabiliza o dinheiro perdido em desvios investigados na Operação Lava Jato e nem a perda de valor recuperável de alguns de seus ativos por efeito do escândalo de corrupção. A companhia atrasou o balanço desde 14 de novembro justamente para a realização de tal ajuste.


As ações da petroleira repercutem negativamente os números na BM&FBovespa. Os papéis preferenciais, mais negociados e sem direito a voto, despencavam 9,34%, às 10h27 (de Brasília), para R$ 9,22 cada um. Já os ordinários, com direito a voto, tinham desvalorização de 8,81%, para R$8,79.
A estatal afirma em balanço que a metodologia que adotou para descontar o valor incorporado indevidamente como investimento, mas desviado em esquema de corrupção entre 2004 e 2012, mostrou-se “inadequada” e, por isso, recuou da promessa de subtrair o valor de seus ativos.


A fórmula, diz a Petrobras, tinha “elementos que não teria relação direta com pagamentos indevidos”.



SEM AUDITORIA
O balanço auditado deveria ter sido apresentado até 14 de novembro de 2014, mas não recebeu o aval da empresa de auditoria PwC (PricewaterhouseCoopers) –a legislação do mercado de capitais exige essa auditoria.


Depoimento do ex-diretor Paulo Roberto Costa, que cumpre prisão domiciliar, fez a PwC se recusar a assinar o documento até que o efeito da corrupção nos negócios da estatal fosse conhecido e eliminado.

Com isso, a Petrobras se viu obrigada a reavaliar os ativos construídos pelas empreiteiras denunciadas por Costa e, desde dezembro, impedidas de fechar contratos com a estatal.
O balanço apresentado nesta quarta não atende à lei, mas atende a exigência de credores de parte de sua dívida, que, por contrato, poderiam exigir o vencimento antecipado dos débitos em 30 de janeiro, caso não tivesse um balanço, ainda que não auditado.

PREJUÍZOS
Dos sete segmentos de negócio da Petrobras, seis tiveram prejuízo operacional. O ramo de Abastecimento da companhia registrou piora ante o segundo trimestre do ano, com perda de R$ 5,180 bilhões, contra R$ 3,883 bilhões no período anterior. No ano, o resultado desfavorável já contabiliza R$ 13,871 bilhões.

Já o ramo de Gás & Energia da estatal registrou no terceiro trimestre prejuízo de R$ 271 milhões, ante um lucro de R$ 702 milhões no segundo trimestre. No acumulado do ano, o segmento registrou um saldo positivo de R$ 946, ante R$ 1,262 bilhão em 2013. E o ramo de biocombustíveis da estatal ampliou as perdas de R$ 66 milhões no segundo trimestre para R$ 89 milhões no período
subsequente.

O segmento de Exploração & Produção foi o único a registrar saldo positivo, com lucro líquido de R$ 10,131 bilhão. O resultado, no entanto, é 6% menor do que o registrado no trimestre anterior, de R$ 10,793. No ano, o segmento registra lucro líquido de R$ 31,578 bilhões.

Medidas do governo colocam o PT em pé de guerra


Vera Rosa
Estadão 


Às vésperas de completar 35 anos, o PT está em ebulição em razão das medidas impopulares na economia, como aumento de impostos e mudanças no seguro-desemprego. As críticas se espalham e o governo tenta evitar que a insatisfação seja formalizada no próximo dia 6, quando haverá reunião do Diretório Nacional petista, em Belo Horizonte, e um ato para comemorar o aniversário do partido.


Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva são os convidados de honra da festa, que ocorrerá em momento difícil para o PT e sua principal corrente, a Construindo um Novo Brasil (CNB), afastada do “núcleo duro” do Planalto. Tudo está sendo preparado para abafar o tiroteio, que aparece na esteira de queixas sobre a condução do governo, o isolamento de Dilma e a perda de espaço do grupo de Lula no primeiro escalão.


Nos bastidores, porém, deputados, senadores e até dirigentes do PT manifestam incômodo com o fato de Dilma, em seu segundo mandato, só apresentar um “saco de maldades” para a população, sem qualquer agenda positiva, e reclamam do custo político das medidas.


SEGURO-DESEMPREGO
“Quando o ministro da Fazenda diz que o atual modelo do seguro-desemprego é completamente ultrapassado, precisamos saber o que ele propõe para pôr no lugar, porque estamos falando de proteção ao trabalhador”, afirmou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), numa referência à entrevista do ministro Joaquim Levy ao jornal inglês Financial Times. “Nós somos a favor de combater as fraudes, mas vamos retirar da proposta do governo tudo o que vier para prejudicar os trabalhadores e revogar direitos.”


A polêmica que atormenta o segundo mandato de Dilma, com cortes de gastos e juros na estratosfera, lembra a queda de braço do início do governo Lula, em 2003, entre monetaristas e desenvolvimentistas. Na época, Antônio Palocci era ministro da Fazenda, Levy comandava a Secretaria do Tesouro e o PT gritava, como hoje, contra a ortodoxia da política econômica.


“Mesmo que pessoas do PT encarem o que estamos fazendo como ajuste antissocial, nós precisamos ter responsabilidade”, disse ao Estado o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini. “Temos um patrimônio de seguridade social que muitos países não têm e, para que tudo isso resista às mudanças na economia, é necessário, de tempos em tempos, fazer ajustes, porque o orçamento é finito. Nós não estamos no vácuo. Estamos no mundo.”


Berzoini destacou que a previdência pelo INSS, somada ao seguro-desemprego, consumiu, nos últimos doze meses, R$ 460 bilhões. “Para que as conquistas obtidas com a Constituição de 1988 sejam preservadas, governo e Congresso não podem ficar omissos diante de distorções”, emendou Berzoini, que foi ministro da Previdência no governo Lula.



O PT NÃO É O GOVERNO
Na tentativa de amenizar o bombardeio na direção do Planalto, o senador Humberto Costa (PE) disse que o PT está aberto a discussões. “Criticar é normal. Não se pode confundir o partido com o governo”, argumentou Costa, que é líder do PT no Senado. Na sua avaliação, medidas duras são necessárias para retomar o “núcleo” do projeto de crescimento com distribuição de renda. “Mas a nossa preocupação é com a proteção social”, insistiu.

O Jornal da Globo fez uma matéria duríssima sobre a Petrobras, ontem à noite. Clique aqui para assistir. Empresa perdeu, em pouco mais de três meses, mais de R$ 100 bilhões em valor de mercado.

Depois de 12 horas de reunião, Conselho presidido por Mantega não conseguiu calcular o tamanho da roubalheira na Petrobras.

O Jornal da Globo fez uma matéria duríssima sobre a Petrobras, ontem à noite. Clique aqui para assistir. Empresa perdeu, em pouco mais de três meses, mais de R$ 100 bilhões em valor de mercado.

A Petrobras divulgou na madrugada desta quarta-feira seu balanço financeiro do terceiro trimestre do ano passado sem incluir as perdas contábeis referentes a desvios por corrupção no âmbito da Operação Lava-Jato. Em fato relevante enviado à CVM, a Petrobras disse que não conseguiu determinar um critério para calcular o pagamento de propina, como estabelecer um percentual médio para somar as propinas pagas nos projetos que foram alvo de corrupção. E que, por isso, disse a estatal, vai buscar outros critérios que atendem às exigências da CVM e da SEC para calcular as baixas contábeis.

Sem as perdas contábeis, a estatal registrou lucro de R$ 3,087 bilhões no terceiro trimestre do ano passado, uma queda de 38% em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período de 2013, o recuo foi de 9%. Entre janeiro e setembro, o ganho acumulado foi de R$ 13,4 bilhões, valor 22% menor que o registrado no ano anterior. A empresa atribuiu o resultado pior no trimestre ao aumento dos custos operacionais, principalmente por causa da construção das refinarias Premium I e Premium II.

"Concluímos ser impraticável a exata quantificação destes valores indevidamente reconhecidos, dado que os pagamentos foram efetuados por fornecedores externos e não podem ser rastreados nos registros contábeis da companhia", diz texto assinado pela presidente da Petrobras, Graça Foster.

"A divulgação das demonstrações contábeis não revisadas pelos auditores independentes do terceiro trimestre de 2014 tem o objetivo de atender obrigações da companhia em contratos de dívida e facultar o acesso às informações aos seus públicos de interesse, cumprindo com o dever de informar ao mercado e agindo com transparência com relação aos eventos recentes que vieram a público no âmbito da Operação Lava-Jato", diz o comunicado divulgado pela estatal.

"A companhia entende que será necessário realizar ajustes nas demonstrações contábeis para a correção dos valores dos ativos imobilizados que foram impactados por valores relacionados aos atos ilícitos perpetrados por empresas fornecedoras, agentes políticos, funcionários da Petrobras e outras pessoas no âmbito da Operação Lava-Jato", acrescenta a nota.

"Com objetivo de divulgar as demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2014 revisadas pelos auditores independentes, a companhia está avaliando outras metodologias que atendam às exigências dos órgãos reguladores (CVM e SEC)", afirma o texto.

A decisão de publicar o balanço sem as perdas contábeis, foi tomada na terça-feira após reunião do Conselho de Administração, que foi presidida pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, e durou mais de sete horas. A estatal já havia adiado a publicação de seu balanço por duas vezes.

O valor de baixas contábeis é referente ao que foi pago em propinas a ex-funcionários da Petrobras, entre eles Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento. A Petrobras usou como base os depoimentos feitos durante a delação premiada à Justiça Federal de ex-funcionários da estatal e executivos do setor envolvidos no esquema de corrupção no âmbito da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal (PF).

No fim de dezembro, a Petrobras também proibiu a contratação de 23 empresas envolvidas em supostos esquemas de cartel para a obtenção de contratos na estatal. Na lista estão companhias como Andrade Gutierrez, OAS, Queiroz Galvão, Odebrecht, UTC, Mendes Júnior, entre outras. A Petrobras também é alvo de diversos processos judiciais nos Estados Unidos e alvo de investigação da CVM, Securities Exchange Comission (SEC, a CVM dos EUA) e o Departamento de Justiça dos EUA.

Entre as várias medidas que estão sendo aplicadas pela companhia no sentido de combater à corrupção, está a criação da diretoria de Governança da estatal, cujo diretor é João Elek, que tomou posse semana passada.

ENTENDA O CASO
A publicação dos resultados do terceiro trimestre do ano passado foi adiada duas vezes. Inicialmente, a previsão era que o resultado fosse publicado no dia 14 de novembro. Naquela data, a estatal citou a Operação Lava-Jato para justificar o adiamento. Uma das dificuldades era justamente a recusa dos auditores (PricewaterhouseCopers, a PwC) em aprovar os resultados financeiros.

A Petrobras, na época, adiou o anúncio para o dia 12 de dezembro, que foi novamente postergado para fins de janeiro sob o argumento de que seria difícil calcular os valores pagos em corrupção para dar a baixa contábil em seus ativos. Na lista, estão projetos como a refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, e o Comperj, no Rio.

No dia 12 de dezembro, a Petrobras divulgou apenas algumas informações sobre o seu resultado do terceiro trimestre que não seriam afetadas pelas baixas contábeis. Entre janeiro e setembro do ano passado, o endividamento líquido da empresa somou R$ 261,445 bilhões, uma alta de 35% em relação ao mesmo período do ano anterior. A receita de vendas, por sua vez, subiu 13%, para R$ 252,221 bilhões nos primeiros nove meses do ano passado. A produção no período subiu 3%, para uma média de 2,627 milhões de barris por dia.

No dia 29 de dezembro, a empresa havia informado que a divulgação dos resultados até o fim de janeiro visava atender a suas obrigações com os credores donos de títulos emitidos pela estatal no exterior. Assim, com a divulgação dos resultados até o fim deste mês sem o aval da PwC, a Petrobras consegue evitar o vencimento antecipado de sua dívida pelos credores, o que, segundo alguns analistas, a colocaria em “calote técnico”.

No primeiro semestre do ano passado, a Petrobras acumulou um lucro líquido de R$ 10,4 bilhões, inferior aos R$ 13,8 bilhões em igual período de 2013. Em 2014, a estatal se limitou a informar que estava implementando uma série de ações para preservar o caixa da companhia, que no fim de setembro era de R$ 62,4 bilhões.


Além disso, a Petrobras informou à época que, com o preço do petróleo em torno de US$ 70 por barril e taxa de câmbio em torno de R$ 2,60, não teria necessidade de captar recursos junto ao mercado em 2015. Ontem, a cotação do barril do tipo Brent fechou a US$ 48,16.

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Em discurso, Dilma tenta diminuir a ação da Justiça no combate à corrupção do PT na Petrobras. Ora, o que a Justiça deve fazer é passar a limpo a Petrobras, custe o que custar. Nada é pior do que a corrupção institucionalizada pelo PT e seus aliados na máquina pública. O Brasil quer pagar o preço que for preciso para limpar a Petrobras. Para lavar a Petrobras. De forma ampla, geral e irrestrita. A jato!


Abaixo, o trecho mais assustador do discurso de Dilma Rousseff, proferido hoje, em reunião ministerial:
 
O saudável empenho da Justiça que já disse, inclusive, no meu pronunciamento quando eu fui diplomada, deve também nos permitir reconhecer que a Petrobras é a mais estratégica para o Brasil e a que mais contrata e investe no país. Temos que saber apurar, temos que saber punir. Isso tudo sem enfraquecer a Petrobras, nem diminuir a sua importância para o presente e para o futuro do país.
 
Não cabe à Justiça olhar o porte da Petrobras, mas sim a letra fria da lei. O que Dilma parece sugerir é que o Judiciário acomode fatos vergonhosos e criminosos, tendo em vista uma suposta importância estratégica da estatal para o país. É mais ou menos assim: investiguem, mas não muito; punam, mas não todos; condenem, mas  não paralisem as atividades da empresa. 
 
 
Ora, o que a Justiça deve fazer é passar a limpo a Petrobras, custe o que custar. Nada é pior do que a corrupção institucionalizada pelo PT e seus aliados na máquina pública. O Brasil quer pagar o preço que for preciso para limpar a Petrobras. Para lavar a Petrobras. De forma ampla, geral e irrestrita. A jato! 
 

 
 
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Aécio Neves: quem vai pagar a conta do despreparo de Dilma são os brasileiros.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015


Abaixo, nota oficial publicada a pouco pelo presidente do PSDB, Aécio Neves, comentando o discurso de Dilma Rousseff:
 
" Faltou em primeiro lugar humildade para a presidente para que ela pedisse desculpas aos brasileiros. A presidente deveria ter iniciado suas palavras se desculpando. Não apenas pela corrupção instalada na Petrobras durante o seu governo, como sugeri durante a campanha. A presidente deveria ter se desculpado pelos erros que cometeu e que trouxeram o país à grave situação em que ele se encontra e pelo fato de, movida apenas pelo interesse eleitoral e não pela preocupação com o bem-estar dos brasileiros, ter adiado medidas que, se tomadas há mais tempo, afetariam menos a vida de milhões de pessoas.
 
 
Quem escuta as palavras da presidente acha que o país chegou aonde chegou por obra do acaso. Não é verdade. Foi preciso muita incompetência, muita arrogância para desprezar os alertas feitos por tantos brasileiros para que chegássemos até aqui.
 
 
A presidente tenta se defender da acusação de ter sido protagonista do maior estelionato eleitoral da história do país. Tenta nos fazer crer que não prometeu o que prometeu e que não está fazendo o que está fazendo. E, de forma inacreditável, sabemos hoje que o estelionato eleitoral foi duplo – o governo já vinha estudando as mudanças no seguro desemprego, abono salarial e pensões antes das eleições, mas não apenas negava a necessidade de mudanças como prometia que não iria fazê-las. Foi um estelionato eleitoral premeditado.
 
 
A presidente chega a afirmar que não descuidou da inflação. A inflação média no governo Dilma foi de 6,2% ao ano, acumulando uma inflação de 27% e que, este ano, corre o risco de passar de 7% e estourar o teto da meta. A presidente não apenas descuidou da inflação como segurou preços da gasolina e da energia que serão reajustados agora. Em 2015 teremos um tarifaço graças à política artificial da presidente Dilma de controlar a inflação que foi um desastre duplo: não reduziu a inflação e deixou um prejuízo monumental para a Petrobras e Eletrobras.
 
 
Ela promete reforma do PIS/Cofins,  mas acabou de aumentar esse tributo sobre importações e combustíveis. A única reforma que foi feita até agora foi o aumento da carga tributária na semana passada em mais de R$ 20 bilhões em um contexto de PIB estagnado.
 
 
Ao invés de combater a inflação, a paralisia da economia, a falta de confiança, a presidente pede que ministros combatam boatos. Na verdade, a grande fábrica de boatos tem sido o PT, a candidata Dilma e seu marqueteiro na campanha de 2014. O que está acontecendo agora não é boato. É realidade. A presidente já editou de forma autoritária Medidas Provisórias que retiram direitos dos trabalhadores e aumentam impostos.
 
 
Não bastasse todo o jogo de cena, a presidente se apropria do trabalho de outros. Quem combateu a corrupção não foi o governo, mas sim o Polícia Federal, Ministério Público e a Justiça Federal. O que o governo fez foi possibilitar a ocorrência da corrupção com o aparelhamento político das estatais para viabilizar um projeto de poder.
 
 
Para quem não compreendia as imensas contradições e as improvisações dos últimos trinta dias, ficou claro: Depois do fracasso do seu primeiro governo, a presidente Dilma não se preparou para um segundo mandato.  E quem vai pagar a conta, mais uma vez, serão os brasileiros."
 
Senador Aécio Neves
Presidente Nacional do PSDB
 
 
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Cerveró mandou recado para Dilma.


(O Globo) Não foi por um simples engano que a defesa do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró arrolou a presidente Dilma Rousseff como testemunha de defesa do executivo em um dos processos da Operação Lava-Jato na Justiça Federal do Paraná. A manobra foi intencional, mais um recado dele ao Planalto de que não vai aceitar sozinho a culpa pela compra da Refinaria de Pasadena (EUA), em 2006. O negócio deu prejuízo de US$ 792 milhões, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU).
 
O advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, protocolou nesta segunda-feira a defesa no processo em que o ex-diretor é acusado de receber propina por contratos de navios-sonda. Dilma estava entre as testemunhas porque foi presidente do Conselho de Administração da Petrobras até 2010, quando concorreu à Presidência pela primeira vez.
 
Menos de três horas depois, o advogado retirou o nome dela da lista, alegando um erro identificado pelo próprio Cerveró. O Conselho não tinha ingerência sobre esse tipo de contrato. Segundo uma fonte próxima a Cerveró, o erro foi proposital para mostrar a disposição dele de apontar a responsabilidade de Dilma na compra de Pasadena, esse sim um tipo de negócio que só poderia ser feito com aval do Conselho. 
 
Cerveró nunca engoliu o fato de Dilma, em março de 2014, tê-lo acusado de induzir o Conselho a erro com um resumo executivo “técnica e juridicamente falho”. Em maio, ao depor numa comissão da Petrobras, ele entregou um documento elaborado por seu advogado mencionando o Estatuto Social da estatal para demonstrar que a decisão não poderia se basear só no resumo técnico. Em seguida, enviou texto similar à Comissão de Ética Pública e à CPI da Petrobras.
 
Desde o início do escândalo, Cerveró tem dito a amigos que não será o “bode expiatório”, dando a entender que Pasadena servia a interesses de outros executivos, como seu sucessor no cargo, Jorge Zelada, e Renato Duque, ex-diretor de Serviços. Ao GLOBO, Ribeiro reafirmou que o erro não foi intencional, mas confirmou a linha de defesa de responsabilizar o Conselho. 
 
 

Petrolão: corruptos já brigam entre si. A tentativa petista de jogar a responsabilidade do escândalo sobre empreiteiros é um tiro pela culatra porque, sentido-se ameaçados, executivos das empresas podem ser incentivados a assinar acordos de delação, para se beneficiar de penas atenuadas e escapar dessa manobra. Assim, o petrolão seria desvendado de forma mais rápida.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015


Gilberto Carvalho (foto), o petista que é escalado para as tarefas mais abjetas do PT (vide morte de Celso Daniel), reuniu a companheirada em Brasília para lançar uma tese estapafúrdia, mas que na verdade revela um choque de estratégias entre os políticos e as empreiteiras, antes tão unidos pelo propinoduto do petrolão. Para Carvalho, segundo O Globo, os altos funcionários da Petrobras foram vítimas de empreiteiras corruptoras, atuando em cartel. E que haveria uma “central de inteligência” a serviço de interesses obscuros, para levar petistas às “barras dos tribunais”. Prossegue o jornal, em editorial:

 
A tese de Gilberto Carvalho reforça a tentativa petista de jogar a responsabilidade do escândalo sobre empreiteiros. É um tiro pela culatra porque, sentido-se ameaçados, executivos das empresas podem ser incentivados a assinar acordos de delação, para se beneficiar de penas atenuadas e escapar dessa manobra. Assim, o petrolão seria desvendado de forma mais rápida.
 
É o que está, efetivamente, ocorrendo, por isso a reação de Gilberto Carvalho. As empreiteiras sustentam tese oposta em suas defesas, segundo o jornal, em outra reportagem:
 
Mais um empreiteiro suspeito de integrar o "clube do cartel" decidiu atribuir a um achaque da Petrobras a participação no esquema de pagamento de propinas, denunciado à Justiça Federal no Paraná. O vice-presidente da Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, tenta derrubar a acusação de corrupção ativa com a alegação de que foi montado um "esquema de achaque" na estatal e que, por essa razão, a denúncia de corrupção feita pelo Ministério Público Federal (MPF) não se sustentaria.
 
A defesa do executivo, anexada nesta terça-feira ao processo em curso na Justiça, sustenta que ele foi vítima de extorsão e da prática de concussão e que, portanto, não deveria ser punido por corrupção ativa. A estratégia de defesa da Mendes Júnior revela uma articulação das empreiteiras nesse sentido.

 
O vice-presidente da empreiteira Engevix, Gerson de Mello Almada, também preso em Curitiba, usou o mesmo argumento em sua defesa. Almada chegou a ir além: além do achaque, o executivo falou em "compra da base aliada do governo" a partir dos desvios feitos. O "esquema de achaque" foi citado ainda na defesa de Erton Medeiros Fonseca, da Galvão Engenharia, como informado no documento da Mendes Júnior. Erton também está preso em Curitiba desde a deflagração da última etapa da Operação Lava-Jato, em novembro do ano passado.
 
A propina paga ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, por meio da Mendes Júnior, supera R$ 8 milhões, conforme a denúncia do MPF. A intermediação dos depósitos foi feita pelo doleiro Alberto Youssef. A defesa de Sérgio Mendes diz que os representantes da empreiteira "foram extorquidos, achacados, sendo vítimas de concussão". "A vontade estava viciada, o que exclui, por óbvio, o dolo relativo à corrupção ativa, sendo a conduta, em consequência, atípica", cita o advogado do executivo, Marcelo Leonardo.
 
Ele nega que houve qualquer tipo de cartel e atribui à Petrobras a seleção das empresas que participam das licitações. "A Petrobras possui um cadastro de empresas fornecedoras que ela própria controla e classifica", afirma.
 
O advogado é o mesmo que defendeu o operador do mensalão, o publicitário Marcos Valério, preso após condenação no Supremo Tribunal Federal (STF). O esquema de compra de votos no Congresso, em troca de apoio ao governo, é usado na defesa de Sérgio Mendes para tentar livrá-lo da acusação de organização criminosa. Marcelo Leonardo cita a decisão do STF de acatar embargos infringentes e livrar os réus do mensalão da acusação de formação de quadrilha.
 
O advogado lista os votos dos ministros que foram contrários à hipótese de quadrilha no mensalão, inclusive da ministra Rosa Weber, que foi assessorada pelo juiz Sérgio Moro, responsável hoje pelas ações penais da Lava-Jato. O defensor da Mendes Júnior lembra no documento que Moro assessorou os votos de Rosa. Segundo o advogado, a hipótese de organização criminosa – denunciada pelo MPF – também não se aplica aos empreiteiros.
 
A defesa sustenta que os achaques foram comandados por Costa e pelo ex-diretor de Serviços e Engenharia da Petrobras Renato Duque, que chegou a ser preso na última etapa da Lava-Jato. Entre as 13 testemunhas de defesa listadas pelo advogado, quatro são funcionários da estatal.
 
Outras estratégias do executivo foram alegar cerceamento da defesa, em razão da falta de acesso ao conteúdo das delações premiadas; pedir a transferência da competência dos autos de Curitiba para o Rio de Janeiro; e pedir a suspeição de Moro nos autos.
 
 
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Se não chover... Pimentel admite racionamento ‘severo’ de água em Minas. Pimentel diz que MG pode racionar água ‘severamente’ se não chover. E no DF distritais promovem invasões em áreas de proteção ambiental!



Publicado: 28 de janeiro de 2015 às 12:38 -  (Foto: EBC)


Governo de Minas estabeleceu meta de economia de 30% de água na região metropolitana de Belo Horizonte e criará uma sobretaxa para quem consumir mais que em 2014 (Foto: EBC)


O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, disse hoje (28) que o estado pode enfrentar um racionamento “severo” de água daqui a três meses. O estado é um dos mais atingidos pela crise hídrica que ameaça o abastecimento em parte do país.

“Se não chover, se o consumo não cair e a vazão não aumentar – se não conseguirmos mais captação, em três meses vamos ter que racionar severamente”, disse o governador após reunir-se com a presidenta Dilma Rousseff e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, no Palácio do Planalto, para discutir a situação dos reservatórios mineiros.

Apesar do diagnóstico pessimista, Pimentel espera que medidas emergenciais possam atenuar os impactos da escassez e evitar o racionamento. O governo mineiro estabeleceu a meta de economia de 30% de água na região metropolitana de Belo Horizonte e criará uma sobretaxa para quem consumir mais água que em 2014. Além disso, uma obra de transposição do Rio Paraopeba para o Rio Manso, que abastece a capital, deverá melhorar o cenário até o fim do ano, antes da próxima estiagem.

“Vai chover um pouco, podemos aumentar a captação mesmo sem essa obra [transposição] e o consumo vai cair. Colocamos essa meta de 30%, que é uma meta factível e que nos permite vislumbrar atravessar o ano sem medidas drásticas, mas se isso não acontecer, vamos para o rodízio e para o racionamento”, confirmou.

A obra de aumento da vazão do Rio Manso deverá ficar pronta em novembro e será financiada com um aditivo em um contrato de Parceria Público Privada que já existe, de acordo com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

“Esse contrato que já existe será adaptado para aumentar a vazão para esse reservatório. Nós não temos outros detalhes, isso vai ser trabalhado entre as equipes técnicas. A ideia é que a gente tenha detalhes até o fim de fevereiro para que o governo federal possa decidir como vai auxiliar nisso: pode ser com a inclusão entre as obras do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], como foi feito com obras de São Paulo, pode ser uma ação conjunta para viabilizar a execução desse investimento, no que se refere a licenciamento que depende do governo federal e outras modalidades”, explicou.


Segundo Pimentel, a obra custará “menos de R$ 1 bilhão”. O governador criticou a ausência de medidas do governo anterior em relação à crise hídrica em Minas e disse que a situação já era conhecida desde o ano passado quando o governador era Antonio Anastasia, do PSDB.


“Essa situação já podia ter sido detectada em meados do ano passado, a Agência Nacional de Águas chegou a fazer dois alertas para a Copasa, nossa empresa estadual de saneamento, em agosto e em setembro, sobre a gravidade da situação, e esses alertas não foram levados em conta. A população não foi comunicada da gravidade da situação e essas medidas de economia, que podiam ter sido adotadas há seis meses, não foram. Vão ter que ser tomadas agora, com atraso, e portanto, com mais intensidade”, comparou.


Além de Pimentel, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, também será recebido por Dilma nesta quarta-feira para discutir medidas de apoio do governo federal no enfrentamento da crise hídrica. (ABr)