quinta-feira, 17 de abril de 2014

Preciosidades do You Tube: Vereador dá um tapa na reporter



Lendas e folclore da Internet. As pulhas virtuais

Desvendando lendas, hoaxes e mitos da Internet desde 1999. Lendas urbanas, pulhas virtuais, boatos, desinformação, teorias conspiratórias, mentiras, vírus, cavalos de tróia, golpes e muitas outras coisas que vagam pela Internet.

Desinformação e esbulho midiático.
 

 

Kirrarinha, vereador do DEM, agride repórter e vira vereador do PT

Lourival Rodrigues de Moraes, de alcunha Kirrarinha
Aconteceu em junho de 2010 na cidade de Pontes e Lacerda, no estado do Mato Grosso - MT. O então vereador Lourival Rodrigues de Moraes, de alcunha Kirrarinha, acabava de depor em delegacia da cidade quando a repórter Márcia Pache, da TV Centro-Oeste, se dirigiu a ele e perguntou:

- Vereador, o senhor fala com a gente?

O vereador falou?

Falou, sim. Falou a linguagem dele. Veja o vídeo.
Resultado:

Agressão repórter processa o vereador e justiça o condena a um ano de prisão. Prisão de mentirinha para Kirrarinha, pois a pena é em regime aberto;
Agressão câmara de vereadores de Pontes e Lacerda cassa o mandato do vereador Kirrarinha.

Antes de continuar, destaque para a justificativa do senhor edil Kirrarinha:

- As pergunta dela fora tendenciosa à nossa pessoa.

O vereador depunha em processo no qual é acusado de esbulho possessório e denunciação caluniosa. O esbulhante é o vereador. O esbulhado, o contribuinte.

Nas eleições de 2010, Kirrarinha teve o pedido de candidatura a deputado estadual indeferido pelo TRE de Mato Grosso. O edil se candidatava pela coligação DEM-PSDB.

Cassado e condenado à prisão, o vereador Kirrarinha foi eleito, em 2011, presidente do diretório do DEM em Pontes e Lacerda
.

Continuemos.

Ficaria tudo por isso mesmo não fosse o segundo capítulo que vem depois do primeiro, como nos ensina o velho e sábio conselheiro Acácio.



Segundo capítulo.

Na segunda parte da narrativa, o vereador Kirrarinha vira vereador José Rainha. O partido Democrata vira PT.

E, com os novos personagens, o mesmo vídeo veste outra roupagem, recebe outro título, se mantém no Youtube e o vilão é o PT que, como diz o poeta, não tinha entrado na história.

Os novos títulos do vídeo:

Vereador Jose Rainha do PT Bateu na repórter.

Vereador José Rainha do PT - Cena covarde! A Repórter toma tapão.

Vereador José Rainha agride repórter!


Quem são os autores do esbulho midiático?

Difícil identificar a pessoa física que cometeu o estelionato, mas não tem sido incomum esse tipo de expediente.

Tudo começa com pessoa que assume, por livre e espontânea vontade, o papel de criador de factoide ou é devidamente contratada como "prestadora de serviços" para realizar esse tipo de missão: plantar notícias falsas, distorcer fatos, "repercutir" noticiário fajuto na Internet e naquilo que hoje chamam de mídia.

Internautas crédulos, de boa fé, que aceitam como verdade tudo o que sai na imprensa e na Internet; internautas de má fé, como os que têm por hábito armar esbulhos midiáticos, todos eles se encarregam de passar a mentira adiante.

Há pessoas que consideram como verdadeiro um esbulho dessa ordem não pela qualidade da informação, mas pelo número de vezes que a mentira surge nos resultados dos sistemas de busca.


Jornalista que critica governo do PT é afastado de jornal do SBT no Paraná


  17:25:54

Paulo Eduardo Martins conversou com o NaTelinha sobre o afastamento
Por Gabriel Vaquer



http://natelinha.ne10.uol.com.br/imagem/noticia/36b42ecd7647705b62fe250122136766.jpg 
O jornalista Paulo Eduardo Martins, comentarista da Rede Massa, afiliada do SBT no Paraná, participou nesta sexta (28) pela última vez do "Jornal da Massa", apresentado às 7 da manhã.


 

Em sua conta no Facebook, ele anunciou sua saída do matutino: "Amigos, hoje (28) fiz minha última participação no Jornal da Massa. Por uma decisão legítima da direção da Rede Massa, o telejornal não mais contará com comentaristas. 

Agradeço aos que acompanharam e compartilharam o programa, aos colegas de bancada Denian Couto, Ogier Buchi, Ruth Bolognese e também a todos da emissora por terem sustentado o formato que nos proporcionou fazer o debate e enfrentar as amarras culturais que envolvem a imprensa brasileira. Sigo como colunista do telejornal SBT Paraná. A vida segue".

 

No estado, a informação é de que ele teria sido afastado do noticiário por pressão do governo federal, que ameaçou retirar os patrocínios de estatais do programa. Paulo Eduardo é um crítico ferrenho do governo do PT, que ele chama de "comunista" e "ditatorial".

 

O NaTelinha, através do repórter Sandro Nascimento, entrou em contato com Paulo, que negou a versão que está correndo nas redes sociais.
Porém, ele disse que não está contente com fato e confessa que fazia algo diferente na TV brasileira, mas reafirma que sempre teve liberdade total nos comentários: 


"Sim, de fato eu e o outro comentarista, Ogier Buchi, fomos afastados do jornal. A empresa decidiu apostar em um formato mais convencional, apenas com notícias, apesar do programa ocupar o segundo lugar na audiência. Não posso dizer que estou contente, mas entendo como uma decisão legítima por parte da empresa. Ela têm liberdade para apostar nesse ou naquele formato. Sempre fui um crítico severo do governo do PT, mas não posso atribuir a mudança a uma intervenção do governo. Não tenho informação de nenhum movimento nesse sentido. Seria leviano da minha parte afirmar algo assim. Os recados chegam sempre de um ou de outro. É preciso reconhecer que o que vinha sendo feito não era lá muito comum no jornalismo televisivo. Lamento muito a mudança, pois o 'JM' nos proporcionou tratar de temas que a imprensa não tem interesse em tratar, como o Foro de São Paulo e o projeto totalitário do PT. E sim, sempre tive muita liberdade".
Por fim, Paulo Eduardo Martins declara que não foi demitido do canal, já que ele continua com uma coluna no noturno "SBT Paraná": 


"Eu continuo com a coluna no SBT PR, que é o telejornal noturno da emissora. 

Não fui demitido. Fui afastado do JM, que é o telejornal matutino.
Ficou claro que um comentarista deve estar intelectualmente e emocionalmente preparado para realmente dizer e sustentar o que pensa, sem se assustar com bandos organizados e barulhentos que não compreendem a liberdade de expressão e ainda, que é preciso ter coragem e entender que a realidade dói e que a dor sempre causa reação".

Procurada pelo NaTelinha, a assessoria de imprensa da Rede Massa não retornou os contatos até o fechamento desta matéria.
A emissora, vale lembrar, pertence ao apresentador Ratinho, que a comprou em 2008. E é vice-líder isolada de audiência em todo o estado.
 

As frases polêmicas de Jair Bolsonaro. Viva Bolsonaro!


O deputado quer ser o sucessor de Marco Feliciano na presidência da Comissão dos Direitos Humanos

07 de fevereiro de 2014 | 15h 23

O Estado de S. Paulo
 
“Se eu virar presidente da Comissão de Direitos Humanos, as pessoas vão sentir saudades do Feliciano”, declarou Bolsonaro em entrevista ao blog do jornalista do Estado Marcelo de Moraes. “Porque, comigo na presidência, não vai adiantar pressão de grupos de defesa de homossexuais dentro da comissão."

 - Ed Ferreira/Estadão

O deputado quer ser o sucessor de Marco Feliciano na presidência da Comissão dos Direitos Humanos.

Conheça outras frases polêmicas de Jair Bolsonaro:

Em entrevista ao programa CQC em 28 de março de 2011,o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) deu declarações que tiveram grande repercussão nas mídias sociais e geraram reações de diversas entidades e militantes, como os movimentos gay e negro.

-  O parlamentar disse que, se pegasse filho fumando maconha, o torturava.

- Quando indagado o que faria se tivesse um filho gay, respondeu: “Isso nem passa pela minha cabeça, eu dei uma boa educação, fui pai presente, não corro este risco.”

- Questionado sobre cotas raciais, disse: “Eu não entraria em um avião pilotado por um cotista nem aceitaria ser operado por um médico cotista.”

- A cantora Preta Gil, filha do ex-ministro e músico Gilberto Gil, perguntou o que ele faria se o filho se apaixonasse por uma negra. “Ô Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco. Meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como, lamentavelmente, é o teu.”

- Em 24 de novembro de 2011, Bolsonaro decidiu questionar a sexualidade da presidente Dilma Rousseff em discurso no plenário. "O kit gay não foi sepultado ainda. Dilma Rousseff, pare de mentir. Se gosta de homossexual, assume. Se o teu negócio é amor com homossexual, assuma"

- O discurso do deputado do PP teve ainda questionamentos ao ministro da Educação, na época, Fernando Haddad. "Povo paulistano, será que o Haddad como prefeito vai colocar uma cadeira de homossexualismo no primeiro grau?", perguntou Bolsonaro.

- Jair Bolsonaro atira contra todos e tem o PT como um dos principais alvos, especialmente em relação aos programas de assistência social. Ele disse: “O governo não faz planejamento familiar porque acha que quanto mais pobre existir melhor. Porque serão mais eleitores amarrados nos seus programas assistencialistas”


Plano Nacional de Educação irá aprofundar doutrinação no ensino


No país do analfabetismo funcional, novo plano de educação negligencia o mérito, põe a escola contra a família e, em vez de estimular a leitura, policia as palavras, transformando a língua num instrumento de opressão ideológica.

Durante uma audiência pública da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal, realizada em 22 de outubro do ano passado, o economista e professor Cláudio de Moura Castro, ao término de sua palestra, resolveu apresentar uma proposta ao Plano Nacional de Educação (PNE 2011-2020).

Professor visitante de renomadas universidades estrangeiras, Ph.D. em Economia pela Vanderbilt University, nos Estados Unidos, e conceituado pesquisador da educação, com vários livros publicados, Moura Castro, com um ligeiro sorriso no rosto, anunciou: “Já que todo mundo botou um negócio no plano, um artiguinho, eu também quero propor um artiguinho no plano: um bônus para as caboclinhas de Pernambuco e do Ceará conseguirem se casar com os engenheiros estrangeiros, porque aí eles ficam [no País], e aumenta o capital humano no Brasil, aumenta a nossa oferta de engenheiros”.
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Cláudio de Moura Castro, economista e pesquisador, denuncia os delírios
do Plano Nacional de Educação. (Foto: Paulo Antunes)
A declaração provocou um manifesto de repúdio de cerca de 50 entidades de todo o País, desde a União Nacional dos Estudantes até o Instituto Paulo Freire, passando pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) e a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, um movimento que congrega cerca de 200 entidades, entre elas o indefectível Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), que, por mais estranho que pareça, é um de seus coordenadores. 
 
Para essas entidades, a declaração de Moura Castro é “inadmissivelmente machista e discriminatória” e “manifesta um preconceito regional e racial inaceitável”, inclusive sugerindo a subjugação das mulheres por estrangeiros. 
 
Elas exigiram uma retratação do professor e prometeram recorrer até a Dilma Rousseff, como se já vivêssemos numa ditadura totalitária e a presidente tivesse poder para autorizar ou não o livre pensamento.
O humor pode não ser o forte do professor Cláudio de Moura Castro e sua declaração revela certo mau gosto. Como carioca, ele poderia propor o bônus para as calipígias passistas das escolas de samba que se expõem muito mais ao olhar estrangeiro do que as caboclinhas do sertão nordestino, poupando Pernam­buco e Ceará de uma referência gratuita. 
 
Mas é um exagero considerar uma mera frase infeliz como discriminatória, preconceituosa e machista, até ameaçando o professor com processo judicial, sobretudo quando se conhece o contexto em que foi formulada. 
 
Essas entidades participaram da audiência pública no Senado e sabem que Cláudio de Moura Castro, com seu chiste, queria apenas mostrar o quanto o Plano Nacional de Educação não passa de uma absurda colcha de retalhos, que carreou para dentro de si os particularismos dos mais diversos guetos ideológicos, que nada têm a ver com a sociedade brasileira, muito menos com a sala de aula.
Marxismo avança até nas engenharias

 
O Brasil herdou o ensino retórico de Portugal, calcado nas humanidades, e não consegue formar profissionais técnicos em número suficiente para atender sua indústria. 



Uma forma de enfrentar esse problema seria priorizar as ciências naturais e exatas no ensino básico, formando nos jovens um espírito prático, voltado para os fatos e não para a retórica, mas esse não é o caminho adotado pelo ensino atual; muito pelo contrário, a educação brasileira é cada vez mais conceitual, afetada, metalinguística, encarquilhada sobre si mesma, num quase completo desprezo pela realidade em torno, salvo quando essa realidade se presta a devaneios ideológicos, como a “resistência” dos sem-terra, a “tradição” dos quilombolas, a “cultura” das favelas, o “empoderamento” dos drogados, entre outras minorias de estimação nas quais se proteja a utopia de boa parte da elite intelectual.
Hoje, mesmo os cursos técnico-profissionalizantes são profundamente contaminados pela retórica ideológica da esquerda. 
 
Em grande parte das faculdades de Engenharia, por exemplo, as disciplinas de ciências humanas são calcadas numa bibliografia marxista ou neomarxista, privando o aluno de uma visão plural, que incorpore, também, pensadores liberais ou conservadores. 
 
Isso ocorre, sobretudo, nas faculdades de Enge­nharia Ambiental, em que a bibliografia da parte de humanidades do curso parece destinada a inculcar no aluno que o capitalismo é o inimigo por excelência do meio ambiente, esquecendo-se que os regimes totalitários, como o stalinismo ou a Revolução Cultural de Mao Tsé-Tung, não têm motivo algum para respeitar a natureza bruta, uma vez que não são capazes de respeitar nem a natureza humana.
 
É no contexto de uma educação que tenta transformar em instrumento ideológico até as engenharias que Cláudio de Moura Castro saiu-se com seu gracejo sobre os engenheiros e as caboclinhas. 
 
Foi uma forma que encontrou de atacar também o holismo obsessivo do ensino brasileiro, que professa uma suposta visão integral de cada fenômeno social e humano, buscando dominar o homem e a natureza por todos os poros e átomos no afã de construir o outro mundo possível, em que tudo deve ser planejado nos mínimos detalhes, como queria a União Soviética no esplendor de sua utopia totalitária. 
 
A pedagogia de Paulo Freire é herdeira dessa utopia holística, que transforma o professor em aprendiz e o aluno em mestre, sob o falso pretexto de que o ensino jamais pode ser transmissão de conteúdo e deve dar à embrionária vivência de um adolescente o mesmo peso que o conhecimento acumulado pela humanidade adquiriu em séculos.
 
Não poderia haver ironia melhor – até em face da teoria de gêneros que se tenta impor na educação, negando os sexos biológicos – do que associar o aumento do número de engenheiros no País à cadeia hormonal das caboclinhas, estimulada pela intervenção holística do Estado através da concessão de bônus. 
 
O Plano Nacional de Educação está cheio desse tipo de associação indevida entre aprendizado e fatores sociais diversos, como se aprender a ler e contar fossem atividades indissociáveis da vida cotidiana e não pudessem ser ensinadas sem que antes se revolucionasse todo o contexto social da criança. 
 
É esse tipo de mentalidade holística que faz com que o Plano Nacional de Educação se ocupe de ninharias tão absurdas que, já em sua Meta 2, uma das estratégias preconizadas é a renovação e padronização da frota rural de veículos escolares, como se prescrever o modelo e a cor desses veículos, desde a Amazônia aos Pampas, passando pelo Cerrado, fosse tão importante quando dispor de uma boa metodologia de ensino da tabuada, por exemplo.
 
Plano é “advocacia em causa própria”

 
É esse tipo de problema que levou o professor Claudio de Moura Castro, em sua palestra no Senado, a chamar o novo Plano Nacional da Educação 2011-2020 de “equivocado e inócuo”. 


Acertadamente, ele observa que o PNE é um somatório das idiossincrasias de diversos grupos advogando em causa própria, o que resultou num conjunto de mais de 2 mil propostas para a educação, muitas vezes incompatíveis entre si e quase sempre impossíveis de serem postas em prática. 

Entre as medidas que considera impossíveis, Moura Castro citou uma das estratégias da Meta 12, que pretende elevar para 90% o porcentual de conclusão dos cursos de graduação do ensino superior, quando se sabe que, mesmo nos Estados Unidos, o índice de evasão nas universidades chega a 50%. 

Outra meta que considerou irreal é a proposta de erradicação do analfabetismo absoluto até 2020, sobretudo – acrescento eu – porque a própria escola construtivista, regida pela aprovação automática, é uma usina de produção de analfabetos que, com alguma sorte, se tornam analfabetos funcionais quando chegam à universidade.

Parafraseando o delírio de Brás Cubas, do célebre romance de Machado de Assis, pode-se dizer que o Plano Nacional de Educa­ção é “uma figura nebulosa e esquiva, feita de retalhos, um retalho de impalpável, outro de improvável, outro de invisível, cosidos todos a ponto precário, com a agulha da ideologia”. 
 
O PNE 2011-2020 já é sintoma de uma das mais graves doenças da era lulo-petista: o conferencismo – versão oficial do assembleísmo que o PT levou para as entranhas do Estado ao chegar ao poder em 2002. 
 
 Se­gundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), desde que Getú­lio Vargas convocou a primeira conferência nacional no Brasil, sobre saúde, no início da década de 40, já foram realizadas 115 conferências nacionais, das quais 74 (64,3%) ocorreram no governo Lula, envolvendo cerca de 10 milhões de pessoas. 
 
E com um diferencial: antes, as conferências quase sempre se restringiam a setores como a saúde; com Lula, passaram a contemplar os mais variados setores, sobretudo as minorias.
 
O PNE é fruto da I Con­fe­rência Nacional de Educação, realizada em 2010 e precedida por conferências municipais e estaduais, contabilizando, no seu sistema de relatoria, 5.300 registros de inserção com propostas dos segmentos participantes. 
 
Já o documento-base da II Conferência Nacional de Educação, a ser realizada em novembro deste ano, contabiliza 11.488 registros de inserção, o que significa aproximadamente 30 mil emendas. 
 
Como se vê, não é por falta de palpiteiros que a educação brasileira vai mal. Essa segunda conferência estava programada para fevereiro deste ano e já foi precedida de conferências municipais e estaduais, mobilizando a militância de esquerda travestida de movimento social espontâneo. 
 
Mas o MEC acabou adiando sua realização para novembro próximo, fato que gerou indignação entre as entidades envolvidas. Segundo elas, o objetivo do adiamento foi esvaziar o poder de pressão da conferência, que iria coincidir com a votação do Plano Na­cional de Educação no Congresso. 
 
As entidades defendem o projeto aprovado na Câmara e acusam o governo de apoiar a revisão feita pelo Senado, que excluiu, por exemplo, a polêmica questão de gênero.
O projeto de lei do Plano Na­cional de Educação foi enviado pelo então presidente Lula ao Congresso em dezembro de 2010, com a proposta de “ampliar progressivamente o investimento pú­blico em educação até atingir, no mínimo, o patamar de 7% do PIB” – mas sem data para se concretizar. 
 
Em 2012, o projeto foi aprovado na Câmara dos De­pu­tados, que, dominada pelo petismo mais radical, se encarregou de piorar o que já era ruim, estabelecendo um investimento de 7% do PIB em educação até o quinto ano de vigência do plano e, no mínimo, 10% do PIB ao final de dez anos. 
 
Com a ressalva: esse investimento seria feito exclusivamente na educação pública, deixando de fora entidades filantrópicas e assistenciais. O Senado manteve esses índices, mas suprimiu a restrição aprovada na Câmara, permitindo o investimento público em entidades assistenciais, entre as quais, é bom lembrar, encontram-se as Apaes, que prestam um relevante serviço para as crianças com deficiência mental.
 
Ideólogos criam guerras de raça e gênero

 
Outro ponto polêmico do plano é a questão de gênero, que já constava do projeto original do Executivo, mas de forma menos radical, falando apenas em “implementar políticas de prevenção à evasão motivada por preconceito e discriminação à orientação sexual ou à identidade de gênero, criando rede de proteção contra formas associadas de exclusão”. 



Na Câ­mara, acrescentou-se a esse texto a discriminação racial. Como se não bastasse a incitação à guerra de raças, os deputados tornaram o texto mais prolixo, acrescentando novas diretrizes ao plano, entre elas a “superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual”. 


Percebem a brutal diferença? Não se trata mais de combater a possível discriminação de um aluno homossexual, mas de promover a “igualdade de gênero”, o que significa igualar ao sexo biológico as mais variadas fantasias de desajustados se­xuais, perseguindo o que os ideólogos chamam pejorativamente de “heteronormatividade”, isto é, o sexo papai-e-mamãe, que deve ser discriminado na escola em nome das relações homem-com-homem, mulher-com-mulher, trans-com-todos etc.
Para se ter uma ideia da importância que a maioria petista da Câmara dá à questão, essa diretriz é a terceira, logo depois da “erradicação do analfabetismo” (primeira) e da “universalização do atendimento escolar” (segunda) e à frente de “melhoria da qualidade da educação” (quarta) e “formação para o trabalho e a cidadania” (quinta). 
O Senado bem que tentou corrigir essa insanidade e, onde a Câmara falava em preconceito de gênero e raça, os senadores falam em “políticas de prevenção à evasão motivada por preconceito”. Já no trecho em que a Câmara falava em “promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual”, o Senado, agindo com bom senso, sintetizou: “com ênfase na promoção da cidadania”. 
 
Agora que o Plano Nacional de Educação voltou à Câmara, o relator do substitutivo oriundo do Senado, deputado Angelo Va­nho­ni (PT-PR), já recomendou, em seu relatório, que o texto aprovado na Câmara seja restabelecido, com a ênfase na questão de gênero – pa­ra gáudio das minorias de estimação do PT e desespero da bancada evangélica, talvez o único setor da sociedade a perceber, até agora, o grande perigo da ditadura gay.

Instituindo a novilíngua orweliana

 
O preciosismo ideológico da maioria petista na Câmara é tanto que o projeto do Executivo foi reescrito na novilíngua orwelliana: sempre que apareciam expressões como “os estudantes”, “os alunos”, “os profissionais da educação”, foram acrescentadas as partículas “os/as”, tornando o texto ilegível: “os(as) estudantes”, “os(as) alunos(as)”; “os(as) profissionais de educação”. 


O Senado, primando pela boa técnica legislativa e pelo bom senso antropológico, suprimiu todos esses penduricalhos feministas do texto, para indignação do deputado Ângelo Vanhoni, que, em seu relatório, já recomendou a recomposição da vulgata feminista da Câmara. 

Caso o Plano Nacional de Educação seja aprovado, em definitivo, com essa redação sexista (isso mesmo: sexista), a nação brasileira corre o risco de ter sua língua sequestrada pelos ideólogos de esquerda. Não tardam e hão de querer revisar o texto da própria Constituição para adicionar-lhe esses penduricalhos de mau gosto.

Um ideólogo nunca é apenas antiético – é também ilógico. Como dizia Durkheim, um mínimo de lógica exige um mínimo de moral e vice-versa. Não adianta lutar contra a natureza da língua, que, mesmo se realizando nos seus falantes, é muito maior do que eles. 
 
De que adianta escrever “alu­no(a)”, achando que assim se evita o suposto machismo da língua portuguesa, sem perceber que o gênero masculino do substantivo (“aluno”) aparece como a palavra principal, da qual o gênero feminino é apenas um apêndice, feito uma Eva linguística retirada da costela masculina do idioma? 
 
Qual seria a solução para evitar isso? Escrever “aluna(o)”, “amiga(o), “irmãs(os)? Nem as feministas têm coragem suficiente para fazer essa inversão, tanto que os grupos mais radicais preferem subverter completamente a língua, es­crevendo impronunciáveis “a­lunxs”, “amigxs”, “namoradxs”, muito mais para agradar o sexo cambiante dos gays do que para valorizar, de fato, as mulheres.
 
Uma opção seria variar o gênero da palavra principal. Mas como decidir os critérios para essa escolha? Contabilizando quantos homens e mulheres há na categoria mencionada e optando pelo gênero que fosse a maioria? Ainda assim, o suposto machismo não iria desaparecer – apenas mudaria de lugar, transferindo-se da língua para a sociologia. 
 
As funções e profissões socialmente valorizadas, nas quais os homens são a grande maioria, continuariam sendo escritas primeiramente no masculino: neurocirurgião(ã), engenheiro(a), ministro(a), juiz(a); enquanto para as mulheres sobrariam: “doméstica(o)”, “enfermei­ra(o)”, “educadora(or)”. Isso mostra que a língua é complexa demais para caber na lógica mecanicista da luta de classes ou no ressentimento maniqueísta das minorias de estimação.
 
Ao querer neutralizar as palavras de suas eventuais cargas negativas, a esquerda revela seu espírito totalitário, pois uma língua que não soubesse exprimir desigualdade, preconceito e ódio não seria uma linguagem humana e mataria seus falantes de angústia. 
 
A propósito, os ideólogos que não acreditam nas determinações sociais do sexo biológico e acham que tudo é construção de gênero saberiam me dizer se o masculino de “babá” é “babão”? 
 
Como se vê, um Plano Nacional de Educação que, no país do analfabetismo funcional, negligencia o mérito, incita a escola contra a família e, em vez de estimular a leitura, policia as palavras, transformando a língua num instrumento de opressão ideológica, nada tem a ver com ensino – é apenas uma doutrinação totalitária que tenta fazer da escola uma incubadora de subversões.


Publicado no Jornal Opção
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José Maria e Silva é sociólogo e jornalista.

Dengue volta a crescer em São Paulo e gestão Haddad tenta terceirizar a culpa

16 de abril de 2014


haddad padilha Dengue volta a crescer em São Paulo e gestão Haddad tenta terceirizar a culpa

Haddad e outro “novo” que tentarão empurrar neste ano.


Segundo reportagem da Folha de São Paulo, os casos de dengue na cidade de São Paulo passaram dos 1.100 no primeiro trimestre de 2014, representando um aumento de 15,4% em relação ao ano anterior. Por mais paradoxal que soe – uma vez que o mosquito transmissor precisa de água parada para se reproduzir –, o secretário José de Filippi Jr tentou associar o crescimento à falta de chuvas no período, jogando a culpa para o governo do estado:

“Nossos agentes da Lapa identificaram a população reservando água em recipientes desprotegidos, se precavendo por causa da escassez de chuvas”, disse Fillippi Jr.

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde classificou de “absurda” e “ofensiva” a tentativa da prefeitura de São Paulo de não assumir o problema.

“A secretaria municipal de saúde deveria compreender que não é do interesse público jogar sobre os cidadãos ou sobre outras esferas de governo uma responsabilidade que lhe é exclusiva”, diz a nota.

Um ano antes, a mesma Folha de São Paulo alertava que a prefeitura de São Paulo havia reduzido a ação contra a proliferação de mosquitos na região, o que gerou protestos dos moradores.

Reclamações sobre o “boom” de pernilongos são frequentes em bairros da zona oeste, como Vila Madalena, Pinheiros e Butantã – ao lado do rio Pinheiros, criadouro ideal da praga.

Moradores são unânimes em dizer que, neste ano, a situação está pior. E a culpa não é só do calor recorde. Agentes da prefeitura que realizam vistorias e o controle dos insetos não são vistos com frequência pelas ruas.

Sob condição de anonimato, os funcionários que atuam na região oeste confirmam que as visitas diminuíram.
(grifos nossos)

A situação chegou a tamanho absurdo que até a subprefeitura da Lapa vem sendo vitimada pelo avanço da Dengue. O SPTV fez uma reportagem em vídeo sobre o ocorrido. Os funcionários do órgão não se deixaram filmar, mas confirmam que estão todos trabalhando munidos de “raquetes eletrônicas” para se defenderem dos ataques que sofrem. Já há um caso confirmado e ao menos duas outras suspeitas.
Screen Shot 2014 04 16 at 3.13.23 PM Dengue volta a crescer em São Paulo e gestão Haddad tenta terceirizar a culpa


Osasco, município vizinho à Lapa e que também se encontra sob o comando do PT, é citada no vídeo como tendo uma suspeita de foco de dengue num terreno da prefeitura. Mas, mesmo com os mosquitos atacando os próprios funcionários públicos, em outra fala do secretário, José de Filippi Junior tenta convencer que a doença estaria vindo de Campinas, município que fica a 100km de distância da capital.


Na conta atualizada, os casos de dengue em 2014 já estariam em 1.745 contra 1.229 para o mesmo período um ano antes.

Em tempos de energia escassa, hidrelétrica é alvo de barbárie de grupo sem-terra

Invasão do MST paralisou usina em Santa Catarina em período de risco de racionamento; governo agiu para mediar o conflito quase um mês depois


Usina hidrelétrica da Triunfo no Rio Canoas (SC) foi invadida por representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST)



Usina hidrelétrica da Triunfo no Rio Canoas (SC) foi invadida por representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) - Divulgação


Em meio à crise que atinge o setor elétrico e ao risco crescente de racionamento, uma importante usina do Estado de Santa Catarina, a hidrelétrica de Garibaldi, no rio Canoas, foi invadida no fim de março por cerca de 200 integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). 


Os invasores permaneceram nas instalações entre 3h da manhã do dia 17 e 11h da manhã do dia 18 de março, quando policiais militares e civis de cidades da região lideraram a desocupação. Segundo a Polícia Civil de Lages (SC), que comandou a operação, houve somente uma prisão em flagrante por posse de arma. 


A delegada da regional, Luciana Rodermel, disse que oito mandados foram expedidos, mas não houve cumprimento porque os acusados estão foragidos. Os sem-terra continuam acampados no entorno da usina.


A Secretaria-Geral da Presidência da República, encarregada de mediar o conflito, se reuniu apenas no dia 9 de abril com as partes envolvidas -- mais de três semanas após o incidente. Não fosse a atuação da Polícia, o local poderia estar ocupado até essa data. 

A demora do governo em estancar investidas semelhantes não espanta -- sobretudo em ano eleitoral. Mas o quadro ganha contorno grave quando se trata da tomada de propriedades capazes de gerar um bem que corre o risco de faltar à população, como a energia. 

"Os danos financeiros não foram tão significativos, mas a usina ficou dias sem jogar energia no sistema. Quem saiu perdendo foram os consumidores", disse ao site de VEJA Carlo Bottarelli, presidente da Triunfo.


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Antes de ser invadida, a usina estava em pleno funcionamento, mantendo o nível de geração em 192 megawatts (MW), o suficiente para abastecer uma cidade de 500 mil habitantes. Foram quase cinco dias sem operar, pois as atividade só foram retomadas em 21 de março. 


Segundo a empresa, durante a ocupação, os técnicos foram obrigados a desligar as unidades geradoras e os invasores expulsaram os operadores, assumindo o controle da sala de comando. "Eles sabiam o que estavam fazendo, tinham conhecimento das operações da usina", disse Bottarelli. 


Em laudo, a perícia destacou danos no sistema de gerenciamento da usina e desperdício da vazão do rio, que estava ajudando o abastecimento do Estado. Segundo Cristiane Granzatto da Silva, perita criminal do Instituto Geral de Perícias do Estado de Santa Catarina, todas as salas do edifício de comando tiveram danos generalizados em equipamentos e instalações. 


Janelas e mesas foram quebradas, monitores, TVs, impressoras, retroprojetores e telas foram roubados, assim como ferramentas do almoxarifado. Arquivos da operação foram destruídos e houve pichação nas instalações. 


Mas o pior, segundo a perícia, foi a tentativa de contaminação da água da represa. “Eles derramaram um tanque de emulsão asfáltica (usado na construção civil) na rede pluviométrica e isso foi parar no rio. Fizeram barbaridades no local”, disse Cristiane.

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A Triunfo ajuizou uma ação de indenização e reparação de perdas e danos causados pelos invasores. Segundo o presidente do grupo, dias antes do ocorrido, representantes do MAB e do MST ameaçaram invadir o local se a empresa não pagasse 18 milhões de reais aos movimentos. 


Os mesmos indivíduos que jogaram propositalmente emulsões químicas na água alegaram que a Triunfo não havia cumprido suas responsabilidades sociais e ambientais pela construção da usina. 


Diante da negativa da companhia em pagar o valor, eles deram "um desconto": baixaram a conta para 9 milhões de reais, quantia que também foi negada pela empresa. O pedido financeiro decorre de uma indenização que a Triunfo tem de pagar às famílias afetadas pela construção da barragem. O valor, contudo, é alvo de impasse.


Segundo a Secretaria-Executiva da Presidência, a invasão foi motivada pelo fato de os sem-terra contestarem o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) da usina, assinado em agosto de 2013 com os Ministérios Públicos do Estado e Federal e o órgão licenciador do empreendimento -- a Fundação do Meio Ambiente (Fatma). 


O termo prevê os critérios usados para o pagamento às famílias afetadas. O ministro-chefe Gilberto Carvalho afirmou ao site de VEJA, por meio de sua assessoria, que os movimentos não aceitam a métrica de ressarcimento usada pela empresa. 


A Triunfo, por sua vez, diz que vem cumprindo as obrigações previstas no documento. Diante do impasse, o papel de mediação da Secretaria tem se mostrado falho.

 A usina é alvo de investidas dos movimentos desde 2012. Isso significa que há quase dois anos o governo poderia ter entrado em ação para viabilizar um acordo para o pagamento das indenizações devidas pela Triunfo e também neutralizar novas invasões. 


No entanto, nada foi feito para satisfazer nenhuma das partes. Numa área que já é alvo de insegurança jurídica e atrasos de projetos, como é o caso do setor elétrico, conflitos de terra sem atuação firme do governo são mais uma razão para espantar investimentos – como se os motivos atuais já não fossem suficientes.





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Na Bahia, MST recebe homenagem pelos 30 anos de luta e resistência




Mais uma afronta contra a constituição por parte do desgoverno socialista, o MST é homenageado pelos 30 anos de terrorismo que vem praticando:

Na Bahia, MST recebe homenagem pelos 30 anos de luta e resistência

http://www.mst.org.br/node/15963

Neste ano o MST completa três décadas de luta. O enfrentamento ao latifúndio a favor da democratização da terra norteou a luta de diversas famílias assentadas e acampadas em todo o país.

Nesse sentido, a Dep. Estadual Luiza Maia (PT/BA), em parceria com o MST, realizou nesta quinta-feira (10) uma “Sessão Especial” em homenagem aos 30 anos do Movimento, na Assembleia Legislativa do estado da Bahia.


BLOG DIREITAS JÁ

CPI NECESSÁRIA



O depoimento da presidente da Petrobras, Graça Foster, serviu para reforçar a necessidade da CPI pedida pela oposição, em vez de desanuviar o ambiente político, como pretendia o Palácio do Planalto. Ela confirmou que um mau negócio foi autorizado pelo conselho da empresa sem que seus membros tivessem os dados completos para analisar.
 
Ao admitir que o prejuízo da compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, foi de US$ 500 milhões, Graça só complementou com números o sincericídio da presidente Dilma, que havia admitido semanas antes que desconhecia duas cláusulas contratuais que considerou danosas aos interesses da Petrobras: a que obrigava uma das partes a comprar os demais 50% da companhia em caso de litígio, e a que garantia à vendedora um rendimento fixo ao ano próximo a 7%, independentemente dos resultados.

Não foi à toa que as ações da Petrobras começaram a cair na Bolsa de SP durante o depoimento no Senado. É preciso saber por que um mau negócio foi feito com documentos falhos, e a quem interessou no momento levar o conselho da Petrobras a tomar decisão errada.

É preciso esclarecer também por que diretores nomeados por pressões políticas foram responsáveis por decisões tão delicadas. O governo Dilma tenta se livrar de culpa, mas leva à suspeição de que pelo menos em gestões anteriores, no governo Lula, a política dominou as ações dentro da Petrobras.

Graça garantiu que em sua gestão não há diretores nomeados por critérios políticos, que todos são técnicos reconhecidos na empresa e no mercado profissional. Que assim seja. Mas é preciso que a CPI investigue desde quando, e até quando, as decisões políticas prevaleceram na empresa, e suas consequências.

O ex-diretor Paulo Roberto Costa, por exemplo, está preso e será indiciado por diversos crimes: lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraudes em licitações, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha. É preciso investigar com independência para saber desde quando ele atuava nesses ramos, e que outros prejuízos causou à Petrobras.

Sabe-se que o indigitado diretor estava anteriormente em situação peculiar na empresa, encostado em cargo desimportante justamente porque era reconhecido no meio em que trabalhava como não confiável.

Por que o presidente José Gabrielli, ao assumir, saído de uma escolha petista, retirou-o do limbo para colocá-lo na importante Diretoria de Operações?

Outro caso intrigante, para dizer o mínimo, é o de outro diretor, Nestor Cerveró, demitido nada menos que oito anos depois dos fatos ocorridos. Ele foi o autor do relatório tecnicamente falho que levou o conselho da Petrobras, presidido pela então ministra Dilma Rousseff, e composto por empresários do porte de Jorge Gerdau e Fabio Barbosa, a tomar a decisão errada.

Quando se descobriu, dois anos depois, que a cláusula de obrigatoriedade de compra da outra metade da refinaria seria prejudicial à Petrobras, Cerveró foi punido, segundo explicou ontem Graça: foi transferido para a Diretoria Financeira da Petrobras Distribuidora.

Que poderes tinha Cerveró, ou seu padrinho, para protegê-lo dessa maneira, contra todas as evidências? Como se vê, a necessidade de uma CPI independente só fez aumentar depois que a presidente da Petrobras esteve no Senado tentando acalmar os ânimos.

A renúncia da renúncia

Não é a primeira vez em que alguém do PT renuncia a uma renúncia anunciada. Depois de ter renunciado irrevogavelmente à liderança do partido no Senado, pelo apoio do Planalto ao então presidente do Senado, José Sarney, que respondia a um processo, o hoje ministro Aloizio Mercadante deu o dito por não dito após uma conversa com o presidente Lula.

Ontem foi a vez do ainda deputado federal André Vargas, mas sua renúncia atende a seus interesses próprios, e não aos do PT. Acontece que a Constituição determina que a renúncia de um parlamentar não encerra o processo de cassação de mandato a que ele responde.

Essa emenda, de 1994, foi aprovada para impedir que o sujeito escapasse da cassação e pudesse se candidatar de novo na eleição seguinte. Com a Lei da Ficha Limpa, de 2010, essa decisão tornou-se inócua, pois o parlamentar nessa condição fica inelegível por oito anos.

Como sua renúncia não traria benefício, Vargas resolveu tentar a sorte e permanecer no posto, lutando por sua absolvição, mesmo que pareça impossível.

Pior para o PT, que sangrará junto com o ex-vice-presidente da Câmara por mais tempo.

17 de abril de 2014
Merval Pereira

PATRULHAMENTO PARTIDÁRIO




 




 
Isso já aconteceu nas eleições anteriores, mas neste ano, especificamente, será pior e exigirá muita paciência e sobriedade para lidar com opiniões de radicais e visões interesseiras de um ou outro grupo em busca de manter ou ganhar o poder. As “ciberguerrilhas” que irão imperar no cenário eleitoral são uma ameaça à interpretação correta dos acontecimentos e da definição daquilo que deve ou não ganhar páginas de jornais, frontpages ou espaços na TV e no rádio.
 
Discussões em redes sociais não podem se misturar às notícias assinadas, que levam o carimbo de um órgão de imprensa que, ao longo de anos, trabalha sua marca e cria em torno de si um universo de leitores que decidem, por conta própria, eleger o veículo como preferido na hora de se manter informado.



 
Nessa semana, o caso de um estudante que interpelou o senador Aécio Neves em uma palestra que este fazia em Porto Alegre tomou proporção demasiada.
 


Diz o estudante que queria apenas uma resposta do candidato a presidente pelo PSDB sobre a droga encontrada no helicóptero do também senador mineiro Zezé Perrella. Decerto, o assunto não tinha a ver com o tema da palestra, e o ex-governador mineiro não seria autoridade credenciada para responder à questão.
 


Já Aécio, por meio de sua assessoria, contestou a informação. Segundo o senador, tratava-se de um militante petista infiltrado no evento para impedir que ele pudesse falar, o que teria motivado sua retirada da plateia por seguranças.
 


DESTAQUE EXAGERADO


 
Seja qual for a verdade em questão, e não existem verdades absolutas, o fato não mereceu o destaque que a mídia, inclusive este jornal (O Tempo), proporcionou. 


Primeiro, porque a apuração não aconteceu de maneira completa e irretocável, abrindo margem para ponderações apaixonadas de petistas e tucanos. Segundo, porque, se isso se torna moda, candidatos, sejam eles de que agremiação forem, não terão condições de programar visitas e encontros com setores da sociedade e eleitores, pois, por meio de estratégias previamente definidas, sempre haverá um adversário disposto a criar confusões.



 
A matéria em questão entrou no portal, ficou no ar pelo tempo que o jornal achou que deveria e foi retirada. Foi o bastante para que “ciberguerrilheiros” entrassem em ação. 


Os do PSDB dispararam e-mails acusando o jornal de ser “petista” e querer prejudicar uma “pré-campanha” que começa a esboçar uma competitividade que até então não se imaginava. Já os do PT, inclusive do Rio Grande do Sul, atacaram a retirada do conteúdo alegando um alinhamento deste jornal com o projeto de Aécio.


 

Por fim, coube ao jornal definir o que julgava correto editorialmente, com base em seu histórico de isenção. A matéria foi publicada e retirada, como tantas outras no dia a dia de um portal de notícias. Ao patrulhamento partidário, saudações!

Depois de aparelhar o Ipea, governo petista está destruindo o IBGE. Dilma aposta na manipulação das estatísticas para vender um Brasil de fantasia.


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RIO - Cerca de 200 técnicos sindicalizados do IBGE se reuniram na porta do prédio da diretoria de pesquisa do instituto, na Avenida Chile, no Centro do Rio, na manhã desta quarta-feira. O movimento foi organizado para protestar contra a decisão de interromper a Pnad Contínua, pesquisa mais abrangente sobre desemprego, até janeiro do ano que vem, anunciada pela presidente do IBGE na última quinta-feira.

Esta é a primeira paralisação de maior porte desde o início da crise no instituto de pesquisa. Apesar de não falarem em greve, os sindicalistas afirmam que, nos próximos dias, devem voltar a organizar protestos. Eles informam ainda que já pediram um encontro com a presidente do IBGE, Wasmália Bivar, e a ministra do Planejamnento, Miriam Belchior.

Para Suzana Drummond, uma das diretoras da executiva nacional do sindicato, a gestão atual está “destruindo a instituição”. — Estamos fazendo uma mobilização diária, indo de sala em sala e falando com os funcionários do IBGE. Queremos uma conscientização de todos. Queremos que eles lutem consoco. Os que decidem pelo IBGE estão destruindo a instituição — disse a líder sindical.

Durante toda a manhã, diversos membros do instituto falaram sobre os problemas envolvendo, principalmente, a administração do atual comitê diretivo do IBGE. Segundo os organizadores do ato, os funcionários de São Paulo, Salvador, Distrito Federal, Belo Horizonte, Porto Alegre e Cuiabá também paralisaram suas atividades nesta segunda-feira.

Os questionamentos dos funcionários são divididos em quatro pontos fundamentais. Eles pedem a autonomia técnica do instituto, protestam contra cortes orçamentários, pedem mais concursos públicos e ainda exigem reajuste salarial, sem citar um percentual específico de reajuste.

O IBGE é um instituto que serve ao Estado, não ao governo. Precisamos ter autonomia e o conselho diretor não pode ser indicado por quem governa. O instituto é de suma importância para o desenvolvimento do país e decisões como esta (interromper a Pnad Contínua) só ferem a nossa imagem — completou Suzana.

A decisão da presidência da instituição já foi contestada formalmente em duas ocasiões. A primeira reação foi da diretora de pesquisa do IBGE Marcia Quintslr, que pediu para sair do cargo logo após o anúncio da suspensão da pesquisa. Um dia depois, um grupo de 18 coordenadores e gerentes assinaram uma carta, criticando a interrupção da pesquisa, e ameaçaram que também poderiam deixar o instituto. Nesta segunda, outros 45 pesquisadores também se posicionaram contra a paralisação da pesquisa. ( O Globo)