domingo, 18 de novembro de 2018

Em 2018 focos de calor se concentraram no oeste da Amazônia


Em sobrevoo realizado no início de outubro, Greenpeace identificou diversas áreas já queimadas, inclusive dentro de áreas protegidas.

Se antes os incêndios na Amazônia aconteciam em áreas desmatadas, como pastagens, agora o fogo
 se alastra majoritariamente sobre floresta em pé. © Daniel Beltrá / Greenpeace

Mesmo com sua reconhecida importância para conservação da sociobiodiversidade e para que o mundo consiga cumprir a meta de limitar o aquecimento global a 1.5 grau, a Amazônia continua a encolher todos os anos e, parte dessa perda, se dá pelo fogo, que além de oferecer risco às pessoas e aos animais, contribui para engordar as emissões de gases do efeito estufa do Brasil. Em 2018, apesar da tendência geral de queda no número de focos de calor na Amazônia Legal, estados críticos registraram mais fogo.

Na primeira semana de outubro, que anuncia o final da temporada de fogo na Amazônia, o Greenpeace esteve em campo e para registrar o estrago deixado pelas queimadas na região entre os estados do Amazonas, Acre e Rondônia, onde encontrou focos ainda ativos e diversas áreas que já viraram cinzas.

Em Roraima o crescimento foi de 200%, no período de janeiro a setembro de 2018, na comparação com o mesmo período de 2017, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe). No Acre o número de focos subiu 28% no mesmo período, enquanto nos estados do Amazonas e Rondônia o número de focos permaneceu estável, alcançando o patamar de mais de 9 mil focos cada.

Durante o sobrevoo, identificamos focos ativos e diversas cicatrizes de fogo, especialmente no entorno e dentro de áreas protegidas, como Terras Indígenas (TI) e Unidades de Conservação, que representa um grande risco à sua preservação. Em Careiro da Várzea (AM), um grande incêndio consumia parte da Terra Indígena Sissaíma, da etnia Mura. No sul do estado, em torno da TI Tenharim Marmelos, próximo de Humaitá, o fogo deixou inúmeros rastros de destruição. Assim como a Reserva extrativista (Resex) Chico Mendes e diversas outras áreas no entorno de Rio Branco, no Acre. Em Rondônia, marcas de queimadas recentes também apareceram em profusão, inclusive dentro da TI Karipuna, que vem sofrendo forte pressão externa.

Na região sobrevoada, além dos recorrentes focos de incêndio nas pastagens, testemunhamos um forte processo de conversão das florestas degradadas. Desde 2016, houve uma inversão no tipo de área em que se concentram os focos de calor: se antes os incêndios aconteciam em áreas desmatadas, como pastagens, agora o fogo se alastra majoritariamente sobre floresta em pé. Em 2015, o número de focos em pastagens e em florestas eram quase iguais, isso começou a mudar em 2016, e 2017 confirmou esta tendência, as florestas concentraram 53,57% dos focos de calor, enquanto as pastagens reuniram 42,61% e as áreas desmatadas 3,82%. Isso acontece, em parte, devido ao aumento da degradação florestal, que deixa a floresta mais suscetível ao fogo.

De acordo com informações do Relatório Anual de Atividades do Fundo Amazônia 2017, o Fundo – que capta doações para investimentos prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, em grande parte financiado pela Noruega – financiou sete projetos para a prevenção e combate ao fogo, de 2009 a 2017, totalizando investimentos de R$ 144 milhões. O Acre, que queimou como nunca nesta temporada, recebeu R$ 13 milhões para lidar com o problema, em projeto que consta como já concluído, de acordo com dados do site transparência Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).

Onde há fumaça, há fogo e mudanças climáticas!

No acumulado, a Amazônia já perdeu cerca de 19,4% (CCAL) de sua cobertura florestal original. Esse é o reflexo de um modelo de desenvolvimento adotado para região que ao longo do último meio século substituiu florestas por agricultura, pecuária e geração de energia hidrelétrica em grande escala, as mudanças no uso do solo em países tropicais contribuem significativamente para as emissões de gases de efeito estufa e desempenham um papel importante na mudança do clima global.

Um estudo publicado na revista Nature aponta que as mudanças climáticas estão alterando os padrões globais de queimadas e devem gerar um aumento na temporada de incêndios nas próximas décadas, de 1979 a 2013, o período anual de queimadas já ficou 18,7% maior. Sob as novas condições climáticas do século XXI, as florestas degradadas podem se tornar cada vez mais secas e suscetíveis a incêndios florestais. Até setembro de 2018 foram identificados 46.527 focos de calor no bioma Amazônia (Inpe).

De acordo com o último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, em ingles) divulgado no início de outubro, na Coreia do Sul, o caminho para limitar o aquecimento global a 1.5 grau e assim cumprir o histórico Acordo de Paris é uma tarefa que envolve escolhas difíceis e urgentes e a proteção integral das florestas tem um papel central nesta missão.
Missão que pode se tornar ainda mais difícil, a depender do resultado das eleições de 2018.

O candidato a frente das pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL), já declarou que quer acabar com o Ministério do Meio Ambiente, sair do Acordo de Paris, enfraquecer a fiscalização de crimes ambientais, afrouxar as regras de licenciamento e que, em seu governo os indígenas não terão “um centímetro de terra”, e promete ainda leiloar as já existentes. As terras indígenas são comprovadamente o instrumento mais eficaz no combate ao desmatamento da Amazônia.


“A tarefa de cada um de nós, e especialmente do Estado brasileiro, é libertar a Amazônia da sua eterna espera pelo desenvolvimento”, afirma Danicley Aguiar, da Campanha de Amazônia do Greenpeace. “Entretanto não será aprofundando o atual modelo de desenvolvimento econômico, que reduz pobremente o papel da Amazônia à província de recursos naturais, que se romperá com os mais de 400 anos de destruição de suas florestas e seus povos. Zerar o desmatamento da Amazônia é possível e é também o primeiro passo para a construção de uma nova ordem econômica capaz de salvar a Amazônia das cinzas”, completa.


Concentração de renda, desmatamento e esgotamento dos recursos naturais: o retrato do agronegócio no Cerrado por Rosana Villar


A região entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, conhecida como MATOPIBA, é considerada a vitrine do agronegócio brasileiro. Mas esse modelo vem acelerando o desmatamento no Cerrado.
A região entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, conhecida como MATOPIBA, 
é considerada a vitrine do agronegócio brasileiro. Mas esse modelo vem acelerando o desmatamento
 no Cerrado. © Fernanda Ligabue / Greenpeace


A agricultura é uma das especializações mais antigas do mundo e, como tal, é repleta de cultura e saberes que a tornam possível. Na Amazônia, as populações sabem que na época de vazante dos rios, as várzeas cheias de terra nutritiva garantirão a safra anual de mandioca ou abóbora. No Cerrado, a cooperação com os elementos da natureza é fundamental para evitar o descontrole do fogo e garantir uma fonte próxima de água.

Mas há um fenômeno em curso que, como disse o engenheiro agrônomo e florestal Sebastião Pinheiro, vem transformando esta cultura em um negócio. E para esse modelo doente de negócio,  o desmatamento e a aniquilação de culturas tradicionais são “males menores”, um “custo inerente ao progresso”. Será?

Um estudo inédito apoiado pelo Greenpeace sobre as dinâmicas socioeconômicas na região de Cerrado denominada Matopiba – que reúne municípios do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia- refuta essa ideia e mostra que municípios campeões na produção de soja na região não tem indicadores de desenvolvimento social condizentes com a riqueza que produzem na balança comercial.

Segundo o relatório “Segure a Linha: A Expansão do Agronegócio e a Disputa pelo Cerrado”,
somente em 45 dos 337 municípios do Matopiba, os indicadores de produção e de bem estar superam a média dos respectivos estados. A grande maioria está na situação oposta: 196 municípios continuam pobres, com produção e qualidade de vida piores do que a média de seus estados.
'Hold the Line' report. © Marizilda Cruppe
O movimento de expansão do agronegócio coloca em risco populações tradicionais e a disponibilidade de recursos naturais. © Marizilda Cruppe / Greenpeace
Os resultados chegam em um momento crítico para o Brasil, onde o País volta a colocar na balança o valor da preservação dos recursos naturais em oposição a um suposto ganho econômico e social que seria proporcionado pela manutenção de um modelo agrícola pouco diverso e extremamente impactante.

“O estudo mostra que há muito mais pobreza e desigualdade do que riqueza e bem estar nesta região que é apresentada como modelo de sucesso pelo agronegócio”, contou o autor do estudo, o Sociólogo e Doutor em Ciência Ambiental, Prof. Arilson Favareto, da Universidade Federal do ABC.

A pesquisa levou dois anos para ficar pronta, foram percorridos mais de 7 mil quilômetros, nos quatro estados, com cerca de 150 entrevistados e análises de dados oficiais de indicadores econômicos e sociais, como o acesso a educação, mortalidade infantil, renda per capta e vulnerabilidade à pobreza.

Dos 10 municípios que já são campeões na produção de soja no Matopiba, apenas três estão no grupo com bons indicadores sociais, classificados como municípios “ricos”, onde há grande produção e bons indicadores sociais. Na outra ponta estão os municípios classificados como “injustos”, que totalizam 67, onde, mesmo com alta produção de grãos, os indicadores sociais, como mortalidade infantil, acesso a educação, saúde e nível de renda, estão bem abaixo da média dos estado.

“Outra constatação importante do estudo é que, mesmo nas cidades com bons índices sociais, nota-se que as principais melhorias nas localidades não partem da iniciativa privada do agronegócio, mas sim do próprio Estado, no processo de garantir financiamento e infraestrutura para que o negócio de commodities tenha competitividade para levar lucro a seus investidores”, explica Adriana Charoux, do Greenpeace. Segundo o estudo, 60% da renda gerada no Matopiba fica concentrada em 0,4% das fazendas produtoras. Enquanto 80% das fazendas ficam com apenas 5% da riqueza da região.

– Entenda mais e saiba como agir.
No período de 2013 a 2015, perdemos o equivalente a 24 cidades de São Paulo de vegetação nativa do Cerrado, boa parte desse desmatamento foi no Matopiba, a “vitrine” do agronegócio. “É uma conta que não fecha. O desmatamento não pode ser visto como um custo inerente ao desenvolvimento que temos que aceitar. Já que, na verdade, toda a comunidade científica mundial vem alertando que é justamente o contrário. Sem a preservação ambiental, estaremos todos nós com os dias contatos”, observa Charoux.
 O Cerrado é conhecido como "Berço das Águas", devido sua enorme capacidade de reter água e recarregar aquíferos importantes.
O Cerrado é conhecido como “Berço das Águas”, devido sua enorme capacidade de reter água 
e recarregar aquíferos importantes. © Marizilda Cruppe / Greenpeace

Desindustrialização e esgotamento dos recursos naturais
Se no balanço das exportações o Brasil continua bem na foto, na prática, a aposta do país em continuar exportando matéria prima com pouco valor agregado ao custo do esgotamento de recursos naturais tão fundamentais para a qualidade de vida, faz com que o horizonte de futuro do Brasil fique mais no passado do que no presente.

A especialização na produção de bens primários tem feito com que a participação da indústria de transformação nas exportações nacionais, que já foi de 21,8% nos anos 80, esteja hoje no mesmo percentual dos anos 50, lá do século passado: meros 11%.

No Matopiba, por exemplo, o setor que mais oferece empregos formais é o de serviços, que em 2014 concentrava 67,9% das vagas de trabalho, em média, nos municípios. Enquanto o agronegócio lidera nas “ocupações”, ou seja, trabalhos temporários ou informais, que geralmente tem menor remuneração e segurança aos empregados.

Não se trata de dizer que tudo de ruim se deve ao agronegócio. Trata-se de chamar  atenção para o fato de que é ruim para o Brasil depender crescentemente deste setor, sobretudo no tipo de “negócio” que vem se consolidando até aqui. A agenda continua a expandir a produção de commodities, basicamente dedicada à exportação de grãos para alimentar um padrão insustentável de consumo de proteína animal no mundo todo. Isso recebe mais incentivos e apoio técnico do que a agricultura de base ecológica que produz alimento para consumo interno de forma menos impactante em termos ambientais. O desenvolvimento não vai chegar dessa forma. Não é uma questão de tempo e sim de modelo.
Esse modelo extremamente predatório vem acelerando o desmatamento no Cerrado, um dos biomas mais ameaçados do Brasil e extremamente importante para o abastecimento de aquíferos em toda a América Latina.
Esse modelo extremamente predatório vem acelerando o desmatamento no Cerrado, um dos biomas 
mais ameaçados do Brasil e extremamente importante para o abastecimento de aquíferos em toda a 
América Latina. © Marizilda Cruppe / Greenpeace

O novo governo, que assumirá a administração do Brasil a partir de primeiro de janeiro de 2019, tem portanto um grande desafio pela frente. A participação ativa do país no Acordo de Paris, que visa unir esforços para conter as mudanças climáticas, mantendo a temperatura global abaixo dos 1,5 graus celsius, é considerada fundamental. Mas para cumprir sua parte no acordo, o Brasil terá que evitar que suas paisagens naturais continuem a ser convertidas em áreas de monocultura. É um negócio que, literalmente, não terá futuro.

“É a manutenção de nossa vegetação nativa que assegura o equilíbrio climático fundamental para garantir não apenas a segurança da humanidade, mas a sobrevivência do próprio agronegócio brasileiro”, observa Charoux. “A produção com desmatamento faz com que o Brasil perca competitividade, ameaçando a geração de empregos”.

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Jornalista do Greenpeace Brasil em Manaus. Adora acampar e o cheiro da floresta depois da chuva. Ama sua filha, dormir, cozinhar e contar histórias, nessa ordem.

Amazônia à venda em nome do petróleo e gás



Governo vai oferecer áreas para exploração de petróleo e gás natural na floresta colocando em risco populações indígenas e unidades de conservação

Pescador rema em rio durante por do sol
Pescador rema no Rio Preto do Pantaleão, na Amazônia Permitir a exploração de petróleo na região
 trará o risco iminente de derramamentos e a ameaça à sobrevivência de pessoas que 
dependem da floresta. © Daniel Beltrá

Muita gente já está pensando em como será o governo que começa em 2019, mas a agenda do atual governo segue a todo vapor. Amanhã, dia 1 de novembro, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) vai iniciar um processo de venda de mais de 886 blocos de exploração de petróleo e gás natural pelo Brasil. Mais de 100 desses blocos ficam na Amazônia – na floresta ou no litoral –, em ecossistemas sensíveis e comunidades tradicionais que estarão sob o risco iminente de vazamentos de petróleo.

O governo chama esse processo de Oferta Permanente. E ele nada mais é do que facilitar a compra de campos que já foram devolvidos à ANP ou que nunca tiveram compradores interessados. Na Amazônia, a ameaça é gritante: as ofertas vêm acompanhadas da promessa de afrouxamento do licenciamento ambiental. É a venda do maior patrimônio do país a condições “especiais”. É o saldão da Amazônia. 

Analisando esses blocos na floresta, já se percebem situações gravíssimas. Há terras indígenas (TI) cercadas por blocos e há territórios indígenas ainda em processo de demarcação que estão completamente sobrepostos às áreas que poderão ser perfuradas. Dentre esses casos estão os povos Maraguá, da bacia do rio do Abacaxis, e os povos Múra, das TIs Trincheira, São Pedro, Padre e Miguel/Josefa. Em todos eles, as populações estarão expostas aos impactos diretos e indiretos das atividades petrolíferas devido ao descaso do governo com elas.

Há também os casos das muitas unidades de conservação (UC) que estão em áreas que podem sofrer os impactos negativos das perfurações. Entre essas UCs estão a Área de Proteção Ambiental Tarumã e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uatumã. Mais uma vez, é o governo vendendo nossos recursos em detrimento das populações e ecossistemas vulneráveis.

As condições com que se quer implementar essa política de liquidação da Amazônia, sem consultar os populações afetadas, violam direitos assegurados pela Convenção n°169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o princípio da precaução, também de ressonância internacional.

Diante da iminente fragilização das instituições ambientais, os olhos do mundo estão na Amazônia e precisamos mostrar a importância da sua proteção, não de sua venda. Por isso, pedimos que a ANP retire do leilão os blocos de petróleo e gás natural localizados no grande bioma amazônico.
São inúmeros povos, culturas e riquezas naturais em jogo e o mundo não vai se calar diante do desastre anunciado.

Mapa dos blocos que estão sendo leiloados no estado do Amazonas
Mapa dos blocos de petróleo na região do Amazonas
*Marcelo Laterman é da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil

Por um modelo agrícola que não destrua o Cerrado



Evento de lançamento de estudo sobre o Matopiba reforça a importância do bioma para combater as mudanças climáticas

Relatório "Segure a Linha"
Novo relatório mostra que municípios do Matopiba, região modelo do agronegócio, continuam pobres 
© Amanda Perobelli / Greenpeace


O desmatamento no Cerrado não é um “custo inerente e necessário” ao progresso e a elevação da produção agrícola não se traduz em melhorias econômicas e sociais para a região. 

Essa foi a principal mensagem passada no evento de lançamento do relatório “Segure a Linha – A Expansão do Agronegócio e a Disputa pelo Cerrado”, nesta segunda-feira, na Livraria da Vila, em São Paulo. O estudo inédito, apoiado pelo Greenpeace, analisa as dinâmicas socioeconômicas na região de Cerrado denominada Matopiba, que reúne municípios do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.  

Os resultados da pesquisa mostram que existe mais pobreza e injustiça do que riqueza e bem-estar no Matopiba, e que o crescimento econômico decorrente da expansão do agronegócio é de curto prazo apenas. Dos 337 municípios do Matopiba, somente em 45 os indicadores de produção e bem-estar superam a média dos respectivos estados. Dos 10 maiores municípios produtores de soja no Matopiba, apenas três fazem parte do grupo classificado como “rico”, com bons indicadores sociais.
Arilson Favareto, autor do estudo
Arilson Favareto, autor do estudo © Amanda Perobelli / Greenpeace

“Trata-se de um modelo de produção que praticamente esteriliza o tecido social da região”, afirma o Professor Arilson Favareto, autor do estudo, sociólogo e doutor em Ciência Ambiental da Universidade Federal do ABC. Ele explica que o aumento da produção e da produtividade gera uma riqueza bastante concentrada, ampliando as desigualdades sociais. 

Esse modelo de expansão do agronegócio acaba por limitar ou impedir o desenvolvimento de um projeto para o Cerrado que vá além dessa lógica, não degrade os recursos naturais, respeite os modos de vida das populações tradicionais e amplie as oportunidades para o país não exportar apenas commodities. Mas há quem vislumbre alternativas.
Fátima Barros, da Rede Cerrado
Fátima Barros, da Rede Cerrado © Amanda Perobelli / Greenpeace

Para Eduardo Assad, professor e pesquisador da Embrapa, o Cerrado é uma janela de oportunidade para nos prepararmos para as mudanças climáticas e, por isso, precisamos estudá-lo. Durante o debate, ele defendeu a necessidade de aprendermos com a extraordinária resiliência das espécies vegetais do bioma – que somam mais de 13 mil – quanto à adaptação à variação climática ao longo do tempo. “Há uma biodiversidade gigantesca no Cerrado que estamos perdendo. Mas a maior riqueza da região no futuro não será a soja e sim a diversidade. Não conheço supermercado que venda um produto só”.

Preservar as espécies nativas do segundo maior bioma brasileiro é também garantir a sobrevivência das comunidades que lá habitam. “A defesa da biodiversidade do Cerrado é a possibilidade de minha família continuar existindo”, pontua com emoção Fátima Barros, da Rede Cerrado e remanescente quilombola na Ilha de São Vicente, em Araguatins (TO). A família de Fátima, que está na ilha há 130 anos, faz uso da agroecologia, em equilíbrio com o ecossistema local. “Estou à frente da luta de meu povo porque compreendo a necessidade de continuar existindo. É resistir para existir”, afirma ela, que já sofreu quatro tentativas de despejo de seu território por conta do agronegócio.
Eduardo Assad, da Embrapa
Eduardo Assad, da Embrapa © Amanda Perobelli / Greenpeace

“Precisa desmatar mais? Não precisa”

A importância de se combater o desmatamento no Cerrado foi um dos pontos levantados no debate durante o lançamento do relatório, que contou com a mediação da jornalista Amália Safatle. Adriana Charoux, da campanha de Amazônia do Greenpeace, afirma que a proteção da vegetação nativa é essencial para assegurar a manutenção dos serviços ecossistêmicos, incluindo a produção agrícola. “O Cerrado é uma grande caixa d’água. É lá que nascem diversos rios vitais para as regiões por onde passam, como o Paraná e o Tapajós”. 

Diferentemente dos produtores rurais na Amazônia, que precisam preservar 80% de suas propriedades como reserva legal, no Cerrado esse percentual é de apenas 20%. Assad, no entanto, questiona: “Ainda que o Código Florestal permita o desmatamento no Cerrado, a questão é: precisa desmatar mais? Não precisa”.
Debate sobre os impactos do agronegócio no Matopiba
Debate sobre os impactos do agronegócio no Matopiba © Amanda Perobelli / Greenpeace

Economicamente, o Cerrado de pé também é muito mais interessante. “Diminuir o combate ao desmatamento faz com que o Brasil perca competitividade econômica, o que pode prejudicar a geração de empregos”, alerta Charoux, lembrando que o compromisso das empresas de zerar o desmatamento em suas cadeias produtivas é essencial e urgente para a sobrevivência do bioma. “As escolhas de agora determinarão nossa vida no futuro. Não temos tempo a perder”.

Lançamento do relatório em São Paulo
Lançamento do relatório em São Paulo © Amanda Perobelli / Greenpeace

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Jornalista do Greenpeace Brasil em Brasília. Colabora na campanha contra agrotóxicos, é vegana e gosta de andar descalça na floresta. Começou a abraçar árvores ainda criança e não parou mais.

Nigéria: colapso ambiental e fábrica de pobreza? artigo de José Eustáquio Diniz Alves

Nigéria: colapso ambiental e fábrica de pobreza? artigo de José Eustáquio Diniz Alves


pegada ecológica e biocapacidade - Nigéria

[EcoDebate] A Nigéria é a nação mais populosa da África e, atualmente, a sétima com maior número de habitantes do mundo. A população da Nigéria em 2018 está estimada em 195,9 milhões de pessoas, devendo atingir 419 milhões em 2050 (ultrapassando os Estados Unidos e tornando-se a terceira nação mais populosa do mundo) e podendo chegar a 794 milhões de habitantes em 2100, segundo as projeções médias da Divisão de População da ONU. A Nigéria deve ultrapassar o tamanho demográfico do Brasil e do Paquistão no primeiro quinquênio da próxima década, se tornado a quinta maior população do mundo.

O território da Nigéria tem 924 mil km2 (equivalente à área do estado do Mato Grosso), sendo que um terço do país é formado por florestas e bosques, outro terço formado por savanas e o restante é semiárido e compõe o limite sul do deserto do Saara. A densidade demográfica era de 42 hab/ km2, em 1950, passou para 215 hab/ km2, em 2018, e pode chegar a 872 hab/ km2, em 2100.
Ou seja, a Nigéria pode chegar ao final do atual século com um volume populacional superior ao de toda a Europa, que tem uma densidade demográfica de 34 hab/ km2 (A Alemanha tem uma densidade demográfica de 235 hab/ km2).

Portanto, a Nigéria é um país muito populoso, com alta densidade demográfica e com limitados recursos naturais. O gráfico acima, com dados da Footprint Network, mostra que a pegada ecológica per capita da Nigéria era de 0,9 hectare global (gha), em 1961, subiu para 1,37 gha em 2006 e diminuiu para 1,12 gha, em 2014. Ou seja, a pegada ecológica (proxy para o padrão de consumo) subiu ligeiramente entre 1961 e 2014, mostrando uma certa estagnação no nível de consumo.

A pegada ecológica da Nigéria é 2,5 vezes menor do que a pegada ecológica per capita mundial (de 2,84 gha). Todavia, mesmo com este padrão de consumo baixo, a biocapacidade per capita é ainda menor e caiu de 1,12 gha em 1961, para somente 0,7 gha em 2014. Esta queda ocorreu, fundamentalmente devido ao crescimento populacional, pois a biocapacidade per capita foi diminuindo na medida que crescia o denominador do coeficiente. Desta forma, a Nigéria apresentou, em 2014, um déficit ambiental de 60%.

O gráfico abaixo, com dados do FMI (WEO, abri de 2018), mostra que a população da Nigéria cresce em torno de 2,8% ao ano. Na primeira década dos anos 2000, a economia apresentou um crescimento elevado devido ao superciclo das commodities, particularmente, à elevação do preço do petróleo. Mas, na atual década (2011-20), o ritmo de crescimento ficou pouco acima do ritmo de crescimento da população entre 2011 e 2015 e deve ficar abaixo do crescimento populacional entre 2016 e 2023. Ou seja, a renda per capita da Nigéria está diminuindo após a recessão de 2016 e não há perspectiva de melhora pela frente.

crescimento da população e variação anual do PIB da Nigéria

A situação de estresse econômico e ambiental agrava a situação de pobreza do país. Artigo de Kazeem (25/06/2018) mostra que a Nigéria está em uma armadilha do baixo crescimento econômico (em um quadro de alto crescimento demográfico) e está se transformado em uma fábrica de geração de pessoas pobres. A taxa de nigerianos vivendo em situação de extrema pobreza está em torno de 50% e também não tem perspectiva de melhora nos próximos anos.

Isto quer dizer que há cerca de 100 milhões de pessoas vivendo na extrema pobreza na Nigéria atualmente e este número pode ultrapassar 200 milhões até 2050. A cidade de Lagos, com cerca de 20 milhões de pessoas na região metropolitana, é uma das megacidades mais vulneráveis à elevação do nível do mar. Milhões de pessoas ficarão desalojadas pela invasão das águas salgadas.

As mudanças climáticas devem dificultar a luta para vencer a miséria. Não só a Nigéria, mas o mundo, terá dificuldade para cumprir o objetivo 1 (“Erradicação da Pobreza”) dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que pretende “Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares” até 2030.

A Combinação de crise econômica, crise ambiental e alto crescimento demográfico tende a fazer explodir a extrema pobreza, condenando milhões de pessoas ao sofrimento e fazendo do mundo um lugar mais perigoso e inóspito para se viver.

José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br

Referências:
ALVES, JED. Os desafios da África Subsaariana em sete figuras. Ecodebate, 16/06/2017
https://www.ecodebate.com.br/2017/06/16/os-desafios-da-africa-subsaariana-em-sete-figuras-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
ALVES, JED. Cidades mais ameaçadas pelo aumento do nível do mar, Ecodebate, 26/09/2016
https://www.ecodebate.com.br/2016/09/26/cidades-mais-ameacadas-pelo-aumento-do-nivel-do-mar-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
Yomi Kazeem. Nigeria has become the poverty capital of the world, Quartz Africa, 25/06/2018
https://qz.com/1313380/nigerias-has-the-highest-rate-of-extreme-poverty-globally/

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 16/11/2018
"Nigéria: colapso ambiental e fábrica de pobreza? artigo de José Eustáquio Diniz Alves," in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 16/11/2018, https://www.ecodebate.com.br/2018/11/16/nigeria-colapso-ambiental-e-fabrica-de-pobreza-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/.

[CC BY-NC-SA 3.0][ O conteúdo da EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, à EcoDebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]

Restauração em bacias gera até R$ 8 para cada R$ 1 investido

 

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Restauração em bacias gera até R$ 8 para cada R$ 1 investido



16 Agosto 2018   |   0 Comments
Por Taís Meireles

Em 2010, quatro importantes instituições brasileiras uniram-se por um objetivo comum: a conservação da água e dos rios do Brasil. Da parceria entre Banco do Brasil, Fundação Banco do Brasil, WWF-Brasil e Agência Nacional de Águas foi então criado o Programa Água Brasil (PAB).

Dividido em eixos, o Programa dedica-se a aumentar a disponibilidade hídrica, sua eficiência e a cobertura de vegetação nativa nas bacias atendidas; desenvolver modelos de negócios para promoção da restauração e manejo de florestas, eficiência hídrica e energética; mobilizar os funcionários do BB quanto sobre ao uso inteligente da água e do meio ambiente; e elaborar novos estudos e ferramentas para gerenciamento de risco socioambiental.

O chamado Eixo 1 (Economia Verde - Água e Agricultura), tem como objetivo melhorar a qualidade e ampliar a quantidade das águas e da cobertura da vegetação natural nas micro bacias hidrográficas do PAB, por meio de agricultura sustentável e tecnologias sociais.

Entre 2010 e 2015, sete bacias foram atendidas pelo Programa. Dessas, três passaram por uma Avaliação de Impacto Econômico e Socioambiental: Guariroba (MS), Pipiripau (DF) e Santa Rosa (AC). Na área de download ao lado você confere as três publicações na íntegra e, abaixo, um resumo de cada uma.

Bacia do Guariroba

O Guariroba é uma microbacia responsável por mais de 50% do abastecimento de água de Campo Grande (MS) - cerca de 400.000 pessoas dependem dela. Para ajudar a suprir esta demanda, o PAB atua na bacia do Guariroba junto com parceiros locais, restaurando as nascentes e ajudando os produtores locais a implementar boas práticas agrícolas, através do Pagamento por Serviços Ambientais. Mais de 20% do território da bacia recebeu ações de conservação e / ou recuperação.

A Avaliação de Impacto Econômico e Socioambiental da bacia mostra que os resultados ambientais causados ​​pelo aumento na quantidade de água representarão um aumento do fluxo de base, em 2027, de 0,26 m³ / s. As ações do projeto para melhorar a qualidade da água resultarão na redução de 7.813 toneladas de carga de sedimentos na bacia até 2027. Além disso, a erosão nas propriedades será reduzida em 173.013 toneladas, contribuindo para a sustentabilidade da produção agrícola na bacia.

No longo prazo, o custo total do projeto será de R $ 21.384.694,54 (em valores de 2015). Os benefícios econômicos em 2027 somarão R $ 173.814.697,25, o que significa que a relação benefício / custo será de 8,1. Isso torna o projeto considerado altamente economicamente viável.

Bacia do Pipiripau

Trabalho semelhante foi realizado na bacia do Pipiripau, localizada no nordeste do Distrito Federal. Esta bacia ocupa uma área total de 23.527 hectares e está inserida em uma bacia maior chamada São Bartolomeu, que possui 122 km de cursos d'água.

Na bacia do Pipiripau, o PAB, juntamente com parceiros locais, também implementou o Pagamento por Serviços Ambientais em 70 propriedades (1.976,7 hectares). Na Avaliação de Impacto Econômico e Socioambiental da bacia, haverá um aumento de 75 L / s na vazão média do córrego Pipiripau, que representa 18,8% da capacidade nominal de seu Sistema Abastecedor, que pode fornecer, durante a estação seca. , uma população extra de 75 mil pessoas.

Este serviço permite um ganho econômico de R $ 12,1 milhões para a empresa de saneamento local e R $ 10,6 milhões para os consumidores de água sub-bacia, 10 anos após a implementação do projeto. As ações do projeto também resultarão em uma redução de 9.895 toneladas de erosão por ano nas propriedades participantes e uma redução de 1.881 toneladas de ração por ano, que não mais atingirão os cursos de água da sub-bacia.

O total de benefícios socioeconômicos, após 10 anos de implementação do projeto, será de R $ 24,9 milhões. Considerando o custo total de R $ 8,4 milhões, a relação custo / benefício é de 2,96, viabilizando o projeto.

Bacia de Santa Rosa

A terceira Avaliação de Impacto Econômico e Socioambiental foi realizada para a microbacia Santa Rosa, localizada próximo à cidade de Xapuri (AC). Esta região é uma prioridade para os conservacionistas, pois 10.000 pessoas dependem da bacia para o abastecimento de água. Tem mais de 600 hectares e cerca de 500 km de perímetro.

Em parceria com instituições locais, o programa também implementou o Pagamento por Serviços Ambientais na região, em sete propriedades, em uma área de 246 hectares. Após este trabalho, foram evitadas 1.308 toneladas de erosão e o acúmulo de 498 toneladas de sedimentos na bacia.

A análise mostra benefícios econômicos esperados de R $ 1,97 milhão até 2027. Considerando os investimentos totais de R $ 1,95 milhão, o índice benefício / custo é de 1,01, viabilizando o projeto.

No Egito, WWF defende novo acordo para a natureza e as pessoas



No Egito, WWF defende novo acordo para a natureza e as pessoas


17 Novembro 2018   |   0 Comments
 
Sharm-El-Sheikh - Os países-membros da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) das Nações Unidas sabem que não conseguirão atingir as metas para frear a destruição da natureza até 2020, quando termina o prazo que eles pactuaram para tal objetivo no âmbito da convenção. Mesmo assim, eles não irão desistir e discutem durante a 14ª Conferência das Partes da CDB aberta neste sábado (17) na cidade egípcia de Sharm-El-Sheikh, na Península do Sinai, um novo acordo global para a natureza e as pessoas.

O WWF atua junto aos países para que se possa avançar rumo a um acordo global, ainda mais ambicioso e que traga senso de urgência e compromisso político para resultados efetivos nos próximos anos.  Para isso será preciso que os mais altos níveis de governo, empresas e membros da sociedade trabalhem juntos em uma ação global urgente e decisiva para deter a perda de biodiversidade.

O Segmento de Alto Nível da Conferência das Nações Unidas sobre a Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD CoP14) que aconteceu esta semana como prévia da reunião decidiu adotar a Declaração de Sharm-El-Sheik assinada pelos 196 países-membros e que aponta caminhos para o novo acordo. “Velocidade e escala são essenciais se quisermos ter alguma esperança de garantir um futuro sustentável para o planeta e para as pessoas ", disse Marco Lambertini, diretor geral do WWF Internacional em seu pronunciamento logo após o Segmento de Alto Nível.

"Aqui no Egito, sentimos uma grande decepção, porque ainda esperamos uma visão coerente ou um senso de direção. Precisamos que a CDB atinja a mais alta relevância política e desenvolva uma visão compartilhada muito maior se quisermos alcançar um novo acordo e criar um momento semelhante ao que ocorreu em Paris também para a biodiversidade em 2020. Ao mesmo tempo, estamos caminhando entusiasmados com a oportunidade, sem precedentes, de abraçar uma ambição mais clara e mais elevada, disse Lambertini.

Para o WWF, a implementação de acordos ambientais multilaterais individuais tem sido insuficiente, sem coesão ou responsabilidade. A organização apoia os esforços para aumentar a relevância política por meio de uma Cúpula de Chefes de Estado sobre Biodiversidade em 2020, desde que o processo político no nível ministerial comece mais cedo. Esta é uma oportunidade para os governos reforçarem seu compromisso com o bem-estar das pessoas e do planeta o mais rápido possível, submetendo sólidas contribuições voluntárias para a biodiversidade.

O WWF também celebrou o lançamento da Agenda de Ação para a Natureza de Sharm-El-Sheikh a Pequim, que reunirá representantes de governos e empresas em 2020 para confirmar compromissos de deter o declínio da biodiversidade e restaurar a natureza para o benefício das pessoas e do planeta.

Planeta Vivo

Proteger e restaurar a natureza e a biodiversidade é fundamental para a nossa saúde, bem-estar e economias, e para manter e aumentar a prosperidade em todo o mundo. A 14ª Conferência das Partes da CDB está sendo considerada uma oportunidade fundamental para impulsionar os esforços globais para deter a perda de biodiversidade, que segue acelerada em todos os países. O recém lançado Relatório Planeta Vivo do WWF mostra que a biodiversidade continua a diminuir, o que tem consequências devastadoras para as pessoas e o planeta

A expectativa do WWF é que a COP14 da CDB conclua com um sólido roteiro apoiado no mais alto nível político e ofereça um ambicioso Novo Acordo para a Natureza e as Pessoas, na China em 2020. Precisamos deste Novo Acordo, que ajude a proteger e restaurar a natureza para garantir um futuro sustentável para todos. A reunião termina no dia 29 de novembro.


*Com informações do WWF Internacional e CDB