domingo, 7 de junho de 2015

Efeitos da arborização urbana: bem-estar físico (conforto térmico) e bem-estar psicológico


Publicado em junho 5, 2015 por


Tese de doutorado mostra como a arborização urbana influencia no conforto e na saúde humana



Por Ana Carolina Brunelli, de Piracicaba, no Jornal da USP.

Bairro Jardim das Paineiras destacou-se com maior quantidade de cobertura arbórea e temperatura ambiente mais baixa (crédito: Lea Yamaguchi Dobbert)



Determinar as influências da arborização urbana no bem- estar físico (conforto térmico) e no bem-estar psicológico foi a proposta da tese de doutorado de Léa Yamaguchi Dobbert, defendida na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba.


O estudo, orientado pelo professor Demóstenes Ferreira da Silva Filho, do Departamento de Ciências Florestais, propõe também qualificar espaços urbanos em relação à arborização existente. “O objetivo foi avaliar a interferência de áreas verdes inseridas nas cidades, corroborando outros estudos realizados sobre os efeitos da arborização urbana no conforto e na saúde humana”, afirma Léa.


A tese, desenvolvida na cidade de Campinas (SP), avaliou o conforto térmico e o bem-estar dos usuários de quatro áreas com características distintas em relação à tipologia das edificações, à cobertura arbórea, à população residente e outras características físico-espaciais: o Centro e os bairros do Cambuí, Jardim das Paineiras e Vila Brandina. “Entrevistas foram realizadas com as populações das diferentes áreas, sendo aplicados dois tipos de questionário. O primeiro, analisando a sensação térmica, e o segundo, relacionado à percepção”, explica a pesquisadora.


Umidade – Outro aspecto relevante, que contribuiu para a realização da pesquisa, foi a utilização de dois índices de avaliação de conforto térmico – o PMV (Predicted Mean Vote) e o PET (Physiological Equivalent Temperature). A realização das entrevistas ajudou a verificar se os resultados obtidos por meio dos índices PMV e PET correspondiam à real sensação de conforto térmico relatada pelos entrevistados. Uma estação meteorológica portátil aferiu os dados climáticos (temperatura e umidade relativa do ar, temperatura do globo e velocidade do vento) utilizados nos cálculos de ambos os índices.


Entre as quatro áreas analisadas, o Jardim das Paineiras, que possui maior quantidade de cobertura arbórea, apresentou temperatura ambiente mais baixa e umidade relativa mais alta que as demais. Segundo a pesquisadora, foi realizado um estudo de simulação por meio do programa ENVImet e pôde-se constatar que a cada acréscimo de 10% de copas de árvores obtem-se redução de 1°C.


Até o momento, não existe um valor específico de área verde adequada padrão, mas alguns estudos indicam a quantidade desejada de áreas verdes por habitante. Outros estudos podem ser realizados com a finalidade de apresentar um índice mais adequado às realidades específicas de cada local avaliado. “O que esta pesquisa conseguiu comprovar foi a estreita relação entre o aumento de quantidade de cobertura arbórea e a redução da temperatura do ar, além de maior sensação de bem-estar em áreas providas de vegetação”, resume Léa.


Segundo a pesquisadora, populações de diversas regiões, há anos, modificam o espaço natural que habitam para atender a necessidades individuais e coletivas. Essas transformações provocam impactos ambientais negativos e afetam os usuários do espaço urbano. A redução de áreas verdes no ambiente urbano é hoje um dos principais problemas causados por alterações humanas, prejudicando a qualidade de vida das pessoas, finaliza.


Publicado no Portal EcoDebate, 05/06/2015

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Proliferação de ‘Gatos’ nas favelas do Rio causam prejuízos de quase R$ 1 bilhão


Selma Schmidt - O Globo

Sem regras ou fiscalização, contas de água e energia e impostos como IPTU, ISS e ICMS não são pagos




Na Rua Bahia, em Rio das Pedras, um amaranhado de fios e cabos - Márcia Foletto


Nos anos 2000, o programa Favela-Bairro chegou à Providência, entre Gamboa e Santo Cristo. E o projeto para transformar a primeira favela do Rio num “museu a céu aberto” previa a instalação do que seria a tão sonhada rede de água do morro. Até hoje, dos dutos oficiais só sai vento, conta Gisele Dias, a recém-eleita presidente da associação de moradores. Mas o lugar não padece de falta d’água. O povo de lá dá seu jeito. De 15 a 20 famílias se juntam e compram canos, que saem do reservatório da Cedae, no topo da comunidade, ladeira abaixo. Estrategicamente, os tubos são pintados, para que os donos possam identificá-los.


— Temos que tomar conta dos nossos canos. Se não, roubam. O material custa caro: mais de R$ 4 mil, que dividimos entre o pessoal que faz parte da mesma rede (informal) — diz Gisele.


O emaranhado de canos e fios a céu aberto em favelas, sinais evidentes de “gatos” de água e energia, está longe de ser algo restrito. Enquanto as comunidades crescem sem regras e fiscalização, as perdas com as irregularidades se multiplicam. O descontrole é tanto que os próprios números que poderiam avaliar o quanto deixa de ser arrecadado — com impostos, como IPTU, ISS e ICMS, e contas de água e energia — são imprecisos.

A Light estima que, a cada ano, deixam de entrar em seus cofres R$ 850 milhões, devido a furtos de energia em comunidades da capital. O valor corresponde a 34% do total de perdas (R$ 2,5 bilhões) contabilizadas nos 31 municípios do estado em que a empresa opera. Já a Cedae afirma que teria um aumento de R$ 84 milhões por ano em sua receita se todos os domicílios em favelas do Rio (exceto na Zona Oeste, cujas contas são emitidas pela concessionária Foz Águas 5) pagassem a tarifa social (R$ 22,32, independentemente do consumo).


FAVELAS TÊM PELO MENOS 440 MIL CASAS




Emaranhados de tubos e fios a céu aberto são sinais evidentes de gatos de água e energia elétricaFoto: Daniel Marenco / Agência O Globo


As secretarias municipal e estadual de Fazenda não informam o total de contribuintes de favelas inscritos no IPTU, no ISS e no ICMS. De concreto, o Instituto Pereira Passos (IPP) diz que existem 440.895 domicílios em comunidades, com base na última contagem feita pelo Censo 2010, do IBGE.


Vice-presidente da Associação de Moradores da Providência, Lúcia Martinez está entre os raros moradores de favelas que recebem o carnê do IPTU. Ela faz questão de pagar o tributo de sua casa. Em 2015, a cota única saiu por R$ 95,79.


— Não quero correr o risco de tirarem a minha casa. Ela foi construída pelo meu bisavô — diz.


A casa de Lúcia está entre os 1.477.496 domicílios inscritos no cadastro do IPTU (entre favela e asfalto, pagantes, isentos e inadimplentes). Como o IBGE recenseou há cinco anos 2.406.815 domicílios (ocupados ou não) no Rio, há nada menos que 929.319 casas fora do cadastro da Secretaria municipal de Fazenda, o que corresponde a 38,6% do total.


Um universo que vai além dos imóveis contabilizados em 2010 nas favelas e, como observa a vereadora Teresa Bergher (PSDB), se expande por loteamentos irregulares:


— Isso é o resultado de anos sem uma política habitacional séria. É lamentável que grande parte dos moradores do Rio não exista aos olhos do poder público. É uma população de invisíveis.


Em regiões administrativas (RAs) majoritariamente de favelas, o número de inscritos no IPTU é pífio. Apenas 19 dos mais de 23 mil domicílios da RA da Rocinha estão cadastrados. Na Maré, com 21 mil casas, 313 recebem carnê do IPTU. No Alemão, são 134, e no Jacarezinho, 70. Registrados como comerciais no IPTU estão 40 imóveis na Rocinha; 1.317 na Maré; 86 no Alemão; e 236 no Jacarezinho. Porém, nem sempre a inscrição corresponde ao que de fato funciona no imóvel.


— Não vejo vantagens em abrir firma. Pago IPTU, conta de luz e taxa de incêndio — afirma Geraldo Coelho Lemos, dono de um bar aberto na parte da frente de sua casa na Providência.
PERDAS COM ‘GATOS’ DE ENERGIA

Secretário-executivo de Coordenação de Governo do município, Pedro Paulo Carvalho alega que a questão central não passa pela cobrança de IPTU em favelas, mas pela redução de isenções e descontos. A prefeitura calcula que 60% dos contribuintes inscritos no IPTU não paguem o imposto.

Do IPTU para a energia, a insatisfação se estende aos usuários. Moradores da Providência mostram postes instalados em 2013 e 2014, em fibra de vidro, ainda sem fiação interna, convivendo com antigos de madeira, concreto e ferro — alguns danificados e tombando.


— Esse poste está seguro por um fio que colocamos. Outro dia, deu dois estalos. Achei que fosse desabar — reclama Luana dos Santos.


Diante das dificuldades, Lúcia Martinez acabou dando a sua solução:


— Há um ano, o meu relógio de luz foi baleado. Desde então, peço à Light a substituição. Um técnico veio na minha casa e disse que eu teria que comprar uma caixa de um determinado modelo. Parei de pagar a conta.


No ranking da Light, o Complexo da Maré está em primeiro lugar em perdas: 73,1% da energia distribuída é furtada, o correspondente a 17,6 gigawatts (GWh)/mês. Em segundo lugar, vem Rio das Pedras — onde a Light está substituindo a rede —, com 68% de perdas (10,1 GWh/mês).


A boa notícia é que, entre as comunidades com UPPs nas quais a Light modernizou a rede, perdas e inadimplência caíram. Caso de Cabritos, Tabajaras, Chapéu Mangueira, Babilônia e Dona Marta, onde as perdas diminuíram de 51% (2012) para 31%, enquanto a taxa média de adimplência subiu de 62% para 96%. Na Rocinha, onde a concessionária ainda não atuou, as perdas alcançam 66,73% (7,8 GWh/mês). Em comunidades, é cobrada a tarifa social, até 65% menor que a comum.


— Se todos os “gatos” de energia (favela e asfalto) fossem retirados do sistema da Light, a conta do cliente seria reduzida em 17% — garante Mario Badiola, gerente de Proteção de Receita da Light.


Quanto à água, a Cedae informa que está em curso um programa de recadastramento das comunidades com UPPs. No Dona Marta, em Botafogo, foram recadastrados 1.495 imóveis. Os moradores da parte mais alta (acima da quinta estação do plano inclinado), no entanto, sequer têm rede. Os canos brancos externos denunciam o “gato”.


— Temos que puxar a água — revela o barbeiro Sandro Roberto.
O recadastramento está em curso na Rocinha, Alemão, Maré, Pavão-Pavãozinho, Cantagalo e Mangueira. A intenção da Cedae é cadastrar todas as comunidades até 2018. Além disso, em breve a companhia pretende lançar uma campanha para estimular a regularização.


ANÁLISE: PROFESSOR DEFENDE LEGISLAÇÃO QUE FIXE DIREITOS

Não há vitoriosos. O grau exacerbado de desordem nas favelas gera perdas tanto para o asfalto como para as comunidades. A avaliação é do professor de ciências sociais Marcelo Burgos, da PUC-Rio. Ao mesmo tempo em que a cidade como um todo deixa de arrecadar, diz ele, moradores de favelas veem seus direitos civis violados:


- Saúde e educação não bastam. É necessária uma legislação que fixe direitos e deveres básicos para favelas. O direito de vizinhança é fundamental. A quem recorro se construírem colado na minha janela? Não adianta implantar rede de esgoto para "x" imóveis se, daqui a dez anos, eles serão "x" mais "y". As comunidades precisam ainda de gabaritos e de quem fiscalize as normas.


Burgos também chama a atenção para o custo da formalidade no asfalto:

- Muitos são jogados para as favelas porque não conseguem alugar um imóvel. É importante reduzir exigências na cidade formal, especialmente para aluguel. Empresários se alimentam do mercado imobiliário nas comunidades, enquanto trabalhadores viram vítimas da especulação.


Diretor do Observatório de Favelas, o cientista social Eduardo Alves observa que, apesar das deficiências e de o abismo em relação ao asfalto ainda serem enormes, as comunidades recebem hoje mais investimentos que no passado:


- Mas a informalidade nas favelas só será reduzida com a implantação de políticas públicas, voltadas principalmente para a sua juventude.


Pelo fim dos privilégios no serviço público. Como o Estado não planta dinheiro, sustenta mordomias com o meu, o teu, o nosso trabalho

7/06/15 - Pelo fim dos privilégios



EDITORIAL CORREIO BRAZILIENSE -  07/06/15 



Chamou a atenção a notícia da troca de carros do Superior Tribunal Militar. A modernização da frota, que implica a compra de 17 sedãs ao custo unitário de R$ 116 mil, passaria despercebida em outras épocas. Senão despercebida, pelo menos rotineira, nada digno de registro além do burocrático. 


Em tempos de crise, porém, o fato traz à tona velha questão que precisa ser enfrentada com determinação.


 
Trata-se de privilégios que fincam raízes no setor público. Carro com motorista talvez seja o mais simbólico. Mas não é o único. A ele se somam cartões corporativos, residências oficiais, combustível, garçons, elevadores privativos, verbas de representação. Difícil encontrar justificativa para a manutenção de mordomias ultrapassadas que, além de onerar o erário, servem de mau exemplo para as três esferas do poder. 


Estados e municípios reproduzem as benesses com a naturalidade de quem dá bom dia ao entrar no elevador ou diz até logo ao se despedir. Prefeituras que sobrevivem à custa do Fundo de Participação dos Municípios não abrem mão de benefícios anacrônicos usufruídos em âmbito estadual e federal. ONGs que recebem dinheiro proveniente de impostos cobrados dos contribuintes também sofrem o contágio do mau exemplo. Instituições que embolsam contribuições parafiscais não ficam atrás.


A Constituição diz que todos são iguais perante a lei. A prática do setor público, porém, teima em provar que se trata de princípio que não pega. No século 21, nada mais retrógrado do que sustentar o modelo de casa grande e senzala.


Quem ostenta o cartão de autoridade se vacina contra o povo. Isola-se. Não usa transporte público, não se trata em hospital público, não se satisfaz com a segurança pública, não matricula os filhos em escola pública. Até o tratamento muda. O democrático senhor cede lugar ao aristocrático excelência.



Crise, dizem os chineses, é oportunidade. As agruras por que passa a economia obrigam o governo a cortar gastos. Educação, saúde, saneamento, mobilidade sofrem na carne e nos nervos a redução no orçamento. As vítimas são estudantes, enfermos, trabalhadores - pessoas que constroem o futuro da nação.


Dilma Rousseff, primeira mulher a presidir o país, pode deixar marca capaz de diferenciá-la dos antecedentes. Acabar com os privilégios é passo importante para sintonizar o país com a contemporaneidade.



O tempo se encarregou de relegar ao passado práticas que fizeram sentido em determinado contexto, mas se tornaram inaceitáveis com as mudanças da sociedade.


É o caso da escravidão, da corrupção, da discriminação da mulher, da intolerância étnica, cultural e religiosa.


É o caso, também, dos privilégios no serviço público. Como o Estado não planta dinheiro, sustenta mordomias com o meu, o teu, o nosso trabalho. Passou da hora de dar o salto para o século 21.



Com a palavra, a presidente Dilma Rousseff.

Entenda por que a Globo continua fora do escândalo da Fifa


Carlos Newton


O escândalo da Fifa é interessantíssimo, porque mexe com a maior paixão mundial, a ponto de a Federação Internacional de Futebol ter mais países-membros do que a própria Organização das Nações Unidas (ONU).



E como o Brasil, por justa razão, ainda é considerado o País do Futebol, é claro que uma confusão desse tipo, envolvendo diretamente a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), desperta interessa invulgar.



Quem possui o mínimo de noção a respeito da estrutura do futebol brasileiro está estranhando que até agora o escândalo não tenha atingido a Organização Globo, que sempre teve grande aproximação com a CBF, desde os tempos do presidente João Havelange, quando a Confederação não era apenas de Futebol, mas de Desportos em geral, sob a sigla CBD.



O fato é que a Organização Globo foi dominando o futebol progressivamente, até conquistar o direito de transmitir com exclusividade todos os campeonatos nacionais, estaduais e internacionais. A Band e o SBT chegaram a tentar enfrentá-la, mas a rede de Silvio Santos acabou desistindo e a Band hoje funciona como linha auxiliar, apenas para fazer crer que não existe monopólio da Globo, que determina até mesmo o horário de início das partidas, para não atrapalhar sua programação.



A pergunta que fica no ar é a seguinte: Mantendo tamanho envolvimento com o futebol brasileiro e internacional, então por que a Globo continua fora do escândalo da Fifa?



O MOTIVO É SIMPLES
Acontece que o principal pivô da investigação sobre a Fifa é o ex-repórter José Hawilla, dono da empresa Traffic, que usou o futebol para se tornar um dos mais ricos empresários brasileiros. Para se livrar da prisão, ele colabora com o FBI (Polícia Federal dos EUA) desde 2013, usando grampo para gravar conversas com outros envolvidos em esquemas de pagamento de propina e lavagem de dinheiro ligados a contratos de futebol, incluindo o então presidente da CBF, José Maria Marin, que está preso na Suíça há uma semana.



Supõe-se que o delator Hawilla tenha gravado todos os principais envolvidos, como José Maria Marin, Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero. Gravou até mesmo o representante da Traffic nos EUA, Aaron Davidson. Mas estrategicamente Hawilla deixou de gravar as negociações com a Globo, que é a organização para a qual ele realmente trabalha, como operador da maioria dos canais de retransmissão da emissora no próspero interior de São Paulo. Hawilla pode perder tudo, menos a parceria com a Globo, e foi justamente por isso que ele deixou de fora das investigações o grupo dos irmãos Marinho. Simples assim.



A Globo é altamente profissional, especialmente  nas maracutaias. Foi exatamente para não se ver envolvida nelas que a Globo parou de disputar concorrências esportivas internacionais. Não disputou nem mesmo a transmissão da Copa do Brasil, vocês acreditam?



Preferiu deixar essa grandiosa missão para J. Hawilla, que soube executá-la quase à perfeição. Nunca lhe passou pela cabeça que sua vida fosse ser esquadrinhada pelas autoridades norte-americanas. Mas a Fifa decidiu excluir os Estados Unidos como candidato novamente a sediar a Copa, beneficiou a Rússia e os norte-americanos decidiram investigar o que estava acontecendo.



O resultado aí está. Vamos aguardar os próximos capítulos, porque a novela é longa.

Piada do Ano: Falcão anuncia que Vaccari logo estará solto

Piada do Ano: Falcão anuncia que Vaccari logo estará solto

Catia Seabra
Folha



O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse nesta sexta-feira (5) que espera para breve a liberação do ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto. Chamando Vaccari de companheiro, Falcão disse ainda que não há prova documental contra ele. “Todas as maquinações foram desmentidas”, afirmou.


Falcão, que está em Sergipe para participar congresso estadual do partido, disse que a prisão de Vaccari faz parte de uma tentativa de abalar a imagem da sigla. O ex-tesoureiro foi preso pela PF na Operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras.


“Espero que ele seja solto brevemente”, disse Falcão.


Ele admitiu ainda que a decisão do diretório nacional do PT de vetar doações privadas para o partido depende de confirmação do Congresso Nacional do PT. A reunião para o 5º Congresso será nos dias 11 e 12 em Salvador e decidirá, nas palavras dele, “se vai confirmar isso ou não”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
O presidente do PT não diz essas bobagens gratuitamente. Ele apenas repete a mensagem que o PT manda transmitir a Vaccari na cadeia, para convencê-lo de que não há provas e ele logo será solto. Vaccari, que é uma pessoa intelectualmente limitada, acredita nisso, porque acha que é inocente, pois tudo o que fez foi obedecer ordens do partido. Seu raciocínio é primário: “Se o partido não é réu, como é que eu posso ser réu?” Como base nessa tese maluca,ele ainda pensa (?) que será solto. Quando descobrir a verdade, poderá ser tarde demais, como aconteceu com Marcos Valério. (C.N.)

Governo arma esquema contra redução da maioridade penal

Governo arma esquema contra redução da maioridade penal

Paulo Victor Chagas
Agência Brasil


O governo federal vai intensificar a campanha para derrubar a proposta de emenda à Constituição (PEC) que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. A estratégia é conseguir o maior número possível de apoio, por parte dos parlamentares, além de aumentar a quantidade de informações sobre o tema e ampliar a mobilização de setores da sociedade contrários à medida.



O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que pretende votar a proposta em plenário até o fim deste mês. Para o ministro-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, Pepe Vargas, lutar contra a aprovação desta medida é uma bandeira acima dos partidos políticos, e o que falta, na sua opinião, é colocar mais “luz ao debate”. Segundo ele, a estratégia do governo será mostrar que esta não é somente uma questão de governo, mas de toda a sociedade.


“O que a gente tem visto é que muitos parlamentares que iniciaram o debate de um jeito, extremamente favoráveis à redução da maioridade penal, mudaram de opinião. Nós temos deputados, senadores, de todos partidos, inclusive da oposição, que se colocam contrários à redução da maioridade penal. Não só a presidenta Dilma, o próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já se manifestou”, disse.


CONVENCIMENTO
O objetivo é mobilizar os diferentes setores para que convençam os parlamentares e a sociedade da necessidade de reprovar a PEC, desmistificando algumas questões, como a premissa de que o adolescente não é punido quando comete crimes. “Tem uma parcela da sociedade que acha que eles são impunes. Então, precisamos mostrar que não é assim. Em alguns casos, os adolescentes chegam a ficar mais tempo privados de liberdade do que o adulto”, exemplificou, lembrando que o governo legitima a aspiração da sociedade por mais segurança.



Segundo o ministro Pepe, o governo tem “grande preocupação com a alta letalidade” dos jovens e adolescentes brasileiros, principalmente pobres e negros. “Confiamos que quando tiver mais luz nesse debate, vai ficar claro que a redução da maioridade, em vez de reduzir o problema da criminalidade e da violência, irá aumentá-lo, porque colocar adolescentes em prisões de adultos nos parece que apenas servirá para que esses adolescentes sejam cooptados pelas facções de crime organizado”, afirmou.



Pepe Vargas manifestou ainda posição pessoal contrária a um referendo sobre redução da maioridade penal, como defende Eduardo Cunha.



Ele disse não ter discutido com a presidenta sobre o assunto, especificamente, mas sua opinião é de que “determinadas questões não devem ser submetidas a referendo. 
Mesmo se a maioria se manifestasse a favor, não acho que deveria ser transformado em lei, temas como, por exemplo, o direito à tortura e a pena de morte. São questões que o constituinte originário colocou como cláusulas pétreas. Na nossa opinião, inclusive, a questão da maioridade penal da forma como está posta é cláusula pétrea da Constituição”.

Dirceu ataca Dilma e Lula: “Estamos todos no mesmo saco”


http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/files/2014/05/Jos%C3%A9-Dirceu-na-Papuda-biblioteca.jpg
Dirceu diz que querem colocá-lo de volta à cadeia

Ricardo Galhardo

 
Estadão
Passados 10 anos da eclosão do mensalão, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado a 7 anos e 11 meses de prisão por corrupção ativa, não esconde a mágoa em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à presidente Dilma Rousseff.



Em conversa com amigos na semana passada, Dirceu usou a palavra “covardia” para se referir à postura que considera omissa de Lula e Dilma durante todo o processo do mensalão. Omissão que, segundo ele, se repete agora, em relação à Operação Lava Jato, na qual Dirceu é investigado, e faz com que todos os petistas condenados ou não, inclusive o ex-presidente e a atual, carreguem a pecha de corruptos.



“De que serve toda covardia que o Lula e a Dilma fizeram na ação penal 470 e estão repetindo na Lava Jato? Agora estamos todos no mesmo saco, eu, o Lula, a Dilma”, disse Dirceu, segundo relatos colhidos pela reportagem.



Durante uma década Lula se esquivou de fazer publicamente a defesa dos correligionários envolvidos no esquema de corrupção que, segundo o Supremo Tribunal Federal, serviu para comprar apoio parlamentar ao governo do PT. Até o julgamento, em 2013, alegava que preferia esperar a decisão do Supremo. Depois colocou o assunto de lado, apesar de todos pedidos para que desse ao menos uma palavra de solidariedade aos companheiros presos.



LULA NÃO DEFENDE NINGUÉM
Aos amigos com quem falou na semana passada, Dirceu disse desconhecer as razões de Lula e fez uma ressalva ao dizer que o ex-presidente não faz “nem a defesa dele mesmo”.


Apesar da mágoa, o ex-ministro descarta qualquer possibilidade de o ex-presidente ter participado das negociações com partidos aliados que levaram ao escândalo do mensalão.


Ele revelou a pessoas próximas ter voltado contra sua vontade à direção do PT em 2009, quando preferia se manter afastado do foco político. O ex-ministro disse ter sido procurado por Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula, em um hotel de Brasília onde ouviu a ordem para reassumir seu posto no diretório nacional do PT. “Lula queria me controlar”, afirmou a amigos.


Ao contrário de vários petistas, Dirceu não vê Lula se movimentando em direção a uma possível candidatura em 2018. Ele diz acreditar que o ex-presidente está mais ocupado no momento em mobilizar os setores próximos do partido e “colocar lógica” na relação turbulenta do governo com o PMDB. Mas não descarta a volta do companheiro.
“Se chegar em maio de 2018 e o Lula disser que é candidato ninguém vai se opor”, disse ele aos amigos na semana passada.



VOLTAR À CADEIA
Às poucas pessoas de fora de seu círculo pessoal com quem tem conversado enquanto cumpre pena em regime aberto, em Brasília, ele também não esconde o temor de voltar à cadeia por causa da Lava Jato. “Querem me condenar ou me colocar outra vez na cadeia. Imagine o estardalhaço”, disse ele em uma dessas conversas.



A força-tarefa da Lava Jato investiga um pagamento de R$ 1,15 milhão feito pelo lobista Milton Pascowitch à J. D. Assessoria e Consultoria em 2012, enquanto o Supremo julgava o mensalão e desconfia que o pagamento pode não estar relacionado com os serviços da empresa.


Dirceu passou 11 meses na Papuda, em Brasília e desde novembro do ano passado ganhou o direito a cumprir a pena em casa, de onde sai apenas para trabalhar no escritório do advogado José Geraldo Grossi, em Brasília. Ele segue à risca a proibição de dar entrevistas ou ter atividades políticas e mantém o foco em sua defesa na Lava Jato. A esses poucos interlocutores, nega com ênfase as denúncias e diz ter enviado à Justiça provas da prestação dos serviços.


DINHEIRO PARA CAMPANHA
Além disso, sempre aproveita para rechaçar o julgamento do mensalão reafirmando que a compra de apoio parlamentar não existiu. “Aquilo era dinheiro para campanha e dívidas de campanha”, repete.


Os amigos que visitam Dirceu percebem no ex-ministro os efeitos dos meses na cadeia tanto no físico quanto no humor. Afirmam que ele tem reclamado com frequência da falta de dinheiro, garantindo que vive atualmente apenas com R$ 4 mil que recebe no escritório e o salário de aproximadamente R$ 12 mil da J.D. Assessoria e Consultoria – que deve encerrar as atividades em seis meses com dívidas de mais de R$ 1 milhão, segundo relatos.


Dirceu tem alegado também que os milhões recebidos desde que deixou o governo, em 2005, se foram na defesa política e jurídica do mensalão e nas atividades de consultoria. Foram mais de 300 viagens pelo Brasil e 128 a 23 países do exterior entre 2005 e 2013. O ex-ministro tem afirmado ainda que parte do seu patrimônio será colocada à venda para pagar as dívidas da empresa. “Não posso mais trabalhar no Brasil”, disse ele a uma pessoa próxima.



PAPEL SECUNDÁRIO
Embora esteja formalmente afastado da política, Dirceu acompanha de perto as movimentações no PT. Para ele, o partido hoje tem papel secundário na política nacional devido ao protagonismo do PMDB no Congresso, mas nem de longe está morto. O ex-ministro cita como exemplo o PSOE espanhol, que deixou o governo em 1996 sob denúncias de corrupção e colaboração com o terrorismo, chegou a ser descartado como opção de poder, mas voltou com força em 2003.


Para Dirceu, o processo de reorganização do PT “é coisa para 4, 6 ou 8 anos”. Ele prevê que em 2016 o partido conquiste menos de 10% dos votos nas eleições municipais, uma redução em relação aos 13% alcançados em 2012.

A lenda da inocência dos criminosos pobres




O texto "Questão de classe", de J. R. Guzzo, saiu numa das edições passadas da revista Veja. Republico aqui porque tenho insistido nesse tema: a sociedade é vista sempre como culpada em relação aos criminosos adolescentes. 

As esquerdas são as principais disseminadoras dessa baboseira, que tem origem em Rousseau. Guzzo tem razão em afirmar que "em nosso pensamento penalmente correto, a ideia de que as culpas são sobretudo uma questão de classe virou verdade científica". É como se o "atestado de pobreza" desse liberdade para assaltar, estuprar, assassinar. 

Tal pensamento, diga-se, não é exclusividade dos petistas: é partilhado por boa parte das autoridades, juristas de renome, estrelas do mundo artístico, intelectual e sociológico e pela própria OAB. Ao pobre, tudo é permitido - ideia nefasta que só faz aumentar a criminalidade:





Uma das crenças mais resistentes do pensamento que imagina a si próprio como o mais moderno, democrático e popular do Brasil é a lenda da inocência dos criminosos pobres. Por essa maneira de ver as coisas, um crime não é um crime se o autor nasceu no lado errado da vida, cresceu dentro da miséria e não conheceu os suportes básicos de uma família regular, de uma escola capaz de tirá-lo da ignorância e do convívio com gente de bem. De acordo com as fábulas sociais atualmente em vigência, pessoas assim não tiveram a oportunidade de ser cidadãos decentes - e por isso ficam dispensadas de ser cidadãos decentes. Ninguém as ajudou; ninguém lhes deu o que faltou em sua vida. 


Como compensação por esse azar, devem ser autorizadas a cometer delitos - ou, no mínimo, considera-se que não é justo responsabilizá-las pelos atos que praticaram, por piores que sejam. Na verdade, segundo a teoria socialmente virtuosa, não existem criminosos neste país quando se trata de roubo, latrocínio, sequestro e outras ações de violência extrema - a menos que tenham sido cometidos por cidadãos com patrimônio e renda superiores a determinado nível. E de quem seria, nos demais casos, a responsabilidade? Essa é fácil: "a culpa é da sociedade". 





Toda essa conversa é bem cansativa quando se sabe perfeitamente, desde que Moisés anunciou os Dez Mandamentos, que certas práticas são um mal em si mesmas, e ponto-final; não apareceu nas sociedades humanas, de lá para cá, nenhuma novidade capaz de mudar esse entendimento fundamental.



Um crime não deixa de ser um crime pelo fato de ser cometido por uma pessoa pobre, da mesma forma que ser pobre, apenas, não significa ser honesto. Mas e daí? Em nosso pensamento penalmente correto, a ideia de que as culpas são sobretudo uma questão de classe é verdade científica, tão indiscutível quanto a existência do ângulo reto. Por esse tipo de ciência, um homicídio não é "matar alguém", como diz o Código Penal brasileiro; para tanto, é preciso que o matador pertença pelo menos à classe média. Daí para baixo, o assassinato de um ser humano é apenas um "fenômeno social". 

Fim da discussão. No mais, segundo os devotos da absolvição automática para os criminosos que dispõem de atestado de pobreza, "somos todos culpados". Nada como as culpas coletivas para que não haja culpa alguma - e para que todos ganhem o direito de se declarar em paz perante sua própria consciência.


Embora não faça parte dos programas de nenhum partido ou governo, esta é a fé praticada pela maioria das nossas altas autoridades - junto com as camadas superiores da Ordem dos Advogados do Brasil, juristas de renome e estrelas do mundo intelectual, artístico e sociológico. A mídia, de modo geral, os acompanha. Há aliados de peso nos salões de mais alta renda da nação, onde é de bom-tom deplorar a "criminalização da pobreza"; é comum, quando se reúnem, haver mais seguranças do lado de fora do que convidados do lado de dentro. 

A moda do momento, para todos, é escandalizar-se com a proposta de redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, em caso de crimes graves. Não se trata de uma questão de ideologia, ou de moral. A punição pela prática de crimes tem, obrigatoriamente, de começar em algum ponto, e 16 anos é uma idade tão boa quanto 18 - é impossível, na verdade, saber qual o número ideal. Mas o tema se tornou um divisor entre o bem e o mal - sendo que o mal, claro, é a redução, já declarada "coisa da direita selvagem".


Alega-se que o número de menores de 18 anos que praticam crimes violentos é muito pequeno, e que a mudança não iria resolver o problema da criminalidade no Brasil. Ambas as afirmações são verdadeiras e sem nenhuma importância. Quem está dizendo o contrário? O objetivo da medida é punir delitos que hoje ficam legalmente sem punição - e nada mais. 



Também é verdade que pessoas de 60 anos cometem poucos crimes, e nem por isso se propõe que se tornem livres de responder por seus atos. Também é verdade que os crimes não vão desaparecer com nenhum tipo de lei - e nem por isso se elimina o Código Penal.


Talvez esteja na hora de pensar que existe alguma coisa profundamente errada com a paixão pela tese de que a desigualdade social é a grande culpada pela criminalidade no Brasil. Segundo o governo, a redução da pobreza está passando por um avanço inédito na história; nesse caso, deveria haver uma redução proporcional no número de crimes, não é? Mas o crime só aumenta. Ou não houve o progresso que se diz, ou a tese está frouxa. Como fica?

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Estamos diante de um governo capaz de tudo. "No governo brasileiro, a mentira é sempre a forma de comunicação. A verdade jamais emerge numa entrevista. Ela só aparece mediante rigorosa investigação jornalística ou policial".

Dilma merece impeachment, sim.

Em post publicado em seu blog, Percival Puggina afirma o que todo cidadão honesto pensa: estamos diante de um governo capaz de tudo. "No governo brasileiro, a mentira é sempre a forma de comunicação. A verdade jamais emerge numa entrevista. Ela só aparece mediante rigorosa investigação jornalística ou policial". Na história republicana, de fato, nunca houve um governo que merece tanto ser posto para fora. Cobrar o impeachment de Dilma é uma "imposição moral":



Não houve na história da República governo que merecesse tanto ser posto porta afora pelas instituições quanto esse alegadamente reeleito no dia 26 de outubro do ano passado. Percorreu de A a Z o dicionário das coisas que um governo não deve fazer, e mandou para longe das próprias vistas os limites morais a que se subordinam as pessoas e as instituições que merecem respeito.


 A lista é longa e mostra que estamos sob um governo absolutamente capaz. De qualquer coisa. A corrupção foi transformada em política de Estado graças à consistente e já fartamente comprovada formação de quadrilhas. Quando os números do assalto à Petrobras chegaram às manchetes mundiais houve um estupor porque nunca se vira caso de corrupção com tantos dígitos. 




E eram apenas os primeiros esguichos do que viria com a operação Lava Jato que desvendaria a extensão do esquema a um vasto conjunto de obras públicas. Há poucos dias, o governo precisou usar toda sua força de coerção para aprovar uma lei dizendo que crime de irresponsabilidade fiscal já cometido deixava de ser crime perante os estatutos jurídicos do país. E pouco mais tarde, novamente operou o balcão dos negócios para que fossem retiradas assinaturas em CPIs que investigariam financiamentos do BNDES.



Em países sérios, presidentes não podem mentir. No governo brasileiro, a mentira é sempre a forma de comunicação. A verdade jamais emerge numa entrevista. Ela só aparece mediante rigorosa investigação jornalística ou policial. O governo atrai os piores elementos dos partidos da base e os piores parceiros nacionais e internacionais com os quais faz negócios que traem o interesse brasileiro.
Seguindo a política do partido governante, sem audiência ao Congresso e à nação ali representada, deslanchou um programa de integração continental denominado “Pátria Grande”, confessadamente comunista, visando integrar moedas e identidades nacionais com os mais desastrados de nossos vizinhos. 



Dentro desse projeto, o Brasil participa da instalação de uma Escola de Defesa que outra coisa não é que uma versão bananeira do Pacto de Varsóvia. Se essas tratativas forem criteriosamente investigadas, não andaremos longe de um crime de alta traição. Pense num mal para o país e saiba: há um setor do governo ou de seu partido tratando disso.



É irrelevante ao tema deste artigo mencionar a falta de qualquer mérito nesse governo, porque no Brasil, governar mal é um direito de todos. Mas, convenhamos, não é à toa que o petismo é contra a meritocracia. Basta contemplar seu governo. Ele jogou o país numa enorme crise sem que houvesse qualquer outro motivo que não fosse a monumental incompetência nas áreas essenciais da administração.


Cobrar das instituições que deliberem sobre impeachment é uma imposição moral. Se elas o recusarem, que assumam as consequências. Simples como isso. O que não se pode fazer é um discurso de reprovação ao que foi feito no país e dizer que “não é caso de impeachment”. Santo Deus! O que mais é preciso? Por quanto mal ainda devemos esperar? Não nos constrange tal omissão? A presidente e seus líderes já não podem aparecer na rua pois são vaiados pelo povo, entregue aos azares que desabam sobre seu cotidiano. E as instituições, no conforto dos gabinetes, contemplam seus esféricos umbigos. É assim que queremos ficar?


Dizer que “não é caso de impeachment” é fornecer ao governo um fraudulento atestado de boa conduta. Essa é apenas uma das duas opiniões possíveis. E é a mais prejudicial ao interesse público, à moral nacional e ao respeito que devemos ter por nós mesmos.
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Desemprego já castiga os jovens mais qualificados. E o que vamos fazer com os imigrantes desqualificados profissionalmente que não param de adentrar o Brasil?


A conta dos estragos provocados pelo governo Dilma já está pegando até os jovens mais escolarizados, que até agora eram os menos afetados pelo desemprego. Parabéns, ex-presidente Dilma:


O aumento do desemprego no País, que atinge todas as faixas, mas em especial os brasileiros com 18 a 24 anos, castiga também os jovens com maior nível de escolaridade, que há até pouco tempo eram os menos afetados pela escassez de trabalho.

 Em dez anos, saltou de 528 mil para 830 mil o número de jovens que se formam anualmente nas universidades brasileiras. Essa geração, beneficiada pelo acesso mais amplo ao ensino superior – parte dele favorecido por programas como o Financiamento Estudantil (Fies) do governo federal, que beneficiou cerca de 2 milhões de pessoas desde 2010 –, chega ao mercado e se depara com a falta de vagas.
“Terminei a faculdade em julho do ano passado e esperava que as empresas pudessem me dar uma oportunidade de crescimento, mas não foi isso que aconteceu”, diz Mateus de Oliveira, de 21 anos, formado em Gestão de Recursos Humanos pela Faculdade de Comunicação, Tecnologia e Turismo de Olinda (Facottur). Ele mora em Olinda (PE) com a irmã e a mãe. Os três sobrevivem com o salário mínimo que a mãe recebe como cuidadora de uma idosa e a pensão que o pai paga, e se diz “desesperado” para conseguir um emprego.
Dados da última Pesquisa Mensal de Empregos (PME), do IBGE, mostram que a taxa geral de desemprego em seis regiões metropolitanas do País (São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre) foi de 6,4% em abril. Entre os jovens, essa taxa foi duas vezes e meia maior, e ultrapassou os 16%.
De 2002 a 2014, a taxa de desemprego entre jovens com até 24 anos caiu 11,2 pontos porcentuais, de 23,2% para 12%. Neste ano, essa taxa chegou a 16,2% em abril. “Demorou 12 anos para a taxa cair 11 pontos e em único ano já foram devolvidos mais de 4 pontos”, diz o pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Eduardo Zylberstajn. 
Para Rodrigo Leandro de Moura, pesquisador e professor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), apesar de o desemprego estar crescendo em todas as faixas etárias, os jovens tendem a sofrer mais em casos de conjuntura desfavorável.
“Em geral, o jovem é menos experiente, está em processo de escolarização e é menos produtivo. Numa recessão, a tendência é justamente cortar os trabalhadores menos produtivos”, diz Moura. “Além disso, o jovem é a única faixa etária que tem um contrato de trabalho mais flexível que os demais. Na hora de desligar, a empresa não incorre em custos demissionais; portanto, é mais barato.”
Sem experiência. Entre os jovens com 11 anos ou mais de formação (faixa que contempla o pessoal que tem ensino médio completo, ensino superior, mestrado e doutorado), a taxa de desemprego saltou de 11,1% em 2014 para 14,6% em abril deste ano. (Continua no Estadão).

Ambientalistas corruptos, quanto vale a sua consciência?


Publicado por em 19 maio, as 09 : 03 AM Print
 
(VÍDEO) O que eu tenho a ver com a corrupção?
O Brasil é um dos países campeões em corrupção. Mas o que temos a ver com isso?
O Brasil é nossa nação e cabe a nós mudarmos essa realidade. Pra mudar o mundo podemos começar mudando a nós mesmos.

Será que somos corruptos?


O vídeo abaixo, publicado pelo canal Folha Verde no youtube, conta com riqueza “o que temos a ver com a corrupção”. Confira: