quarta-feira, 21 de maio de 2014

VOLTO OU NÃO VOLTO? Arnaldo Jabor




“Volto ou não volto? Fico aqui no meu banheiro pensando, diante de espelhos sem fim. Quantos Lulas refletidos ao infinito! É como se fosse um povo de lulas. Isso! Eu sou o povo. Sou um fenômeno de Fé. Quanto mais me denunciam, mais eu cresço. Eu desmoralizei escândalos, vulgarizei alianças, subverti tudo, inclusive a subversão. Eu tenho o design perfeito para isso. ‘Lula’ é um nome doce, carinhoso, familiar. ‘Lula’ é fácil de entender. Agora, aqui sozinho, Marisa está dormindo, posso me analisar. Volto ou não volto?

“Ai que saudades das mãos da rainha Elizabeth — eu beijei sua mão com um vago perfume de verbena. Ai que saudades dos tempos em que eu posava com outros presidentes, com o Obama me puxando o saco dizendo que eu era o ‘cara’. Como era bom ver intelectuais metidos a besta me olhando com fervor, me achando o símbolo do futuro, como se eu tivesse uma foice e martelo na mão. Comi várias professoras da universidade; eu era um messias para elas, que nunca tinham visto um operário a não ser o encanador de seus banheiros. E os banqueiros e os empresários que tinham medo de mim, mas se ajoelhavam por grana do BNDES, enchendo o partido com dinheiro para campanhas?"

“Mas está na hora de decidir. Tenho de ser cruel comigo mesmo. Vamos lá. Ninguém está vendo. Autocrítica: a verdade é que eu nunca me interessei pelo bem do povo. Essa visão de um operário pensando no país é uma imagem romântica de pequenos burgueses. Operário quer é subir na vida. Fui mestre nisso. Eu odiava o calor daqueles tetos de Eternit na fábrica, aquela cachaça morna na hora do almoço.


“Aquele torno que cortou meu mindinho foi minha primeira grande sorte (tem gente que até acha que eu mesmo cortei...). Virei líder sindical. Foi a sorte grande. Sem dedo, descobri a massa. A massa operária se postava diante de mim e eu, com meus olhos em fogo, vi o mar de gente na greve dos metalúrgicos e tive a luz de berrar: ‘Vocês me dão o posto de comandante das negociações com os patrões?’


“Foi um mar de vozes: ‘Sim! Lulaaa!’ Naquele momento, eu vi que chegaria à presidência. Eu vi a facilidade de convencer o povão de fazer o que eu quisesse. Depois, os evangélicos descobriram o mesmo, mas eu fui pioneiro. Aliás, me baseei no Jânio Quadros, com vassoura e caspa artificial. Ele foi o criador da política do espetáculo. Eu era bonitinho, boas sindicalistas eu papei... Era fácil, não precisava nem cantar. Mas, sejamos sérios. Ali, no espelho, me vejo multiplicado e tenho de decidir.

“Que é melhor para mim? Os caras falam: ‘Volta, que o povo quer!’ E eu? Será que me interessa?

“Será que vai ser bom para minha imagem no futuro? Porque hoje minha imagem está joia. Ganho 400 paus por palestra, vou ao exterior e falo qualquer coisa, eles me amam a priori, eu, um herói operário.

“Os franceses e outros babacas, bisbilhoteiros das ‘revoluções’ tropicais, jamais entenderão o que tive de fazer para crescer no poder.

“Jamais entenderão as sujeiras que tolerei para manter as mãos limpas, como me dei bem com os 300 picaretas que denunciei antes e que depois foram minha tropa de choque. Jamais entenderão que eu nunca soube de nada, sabendo de tudo...

“Foi aí que se fez a luz! Eu entendi que se eu quisesse fazer reformas, mudanças radicais, eu perderia meu poder de messias. Eu vi que o verdadeiro Brasil é o PMDB e os corruptos todos. Tudo foi construído assim, por séculos, nesse adultério entre a grana pública e privada. Só a corrupção move o país. Mantive o legado do FHC e chamei-o de herança maldita... FHC não sabia falar com o povão... Ele fez tudo e não é nada, eu não fiz nada e sou tudo. Também nunca entendi por que os tucanos não defenderam o governo dele. Nem ele.

“Quando vi que era a ‘estratégia do medo’, caí matando.

“Me aproveitei do Plano Real e depois disse que eu é que fizera a queda da inflação. E agora a porra está voltando...

“Até o Roberto Jefferson me deu sorte, me ajudou muito denunciando os babacas dos comunistas que me atazanavam desde o inicio. A Marisa dizia: ‘Essa gente não presta...’ E eu não ouvia... Veio o Jefferson (obrigado, Roberto...), expulsa os bolcheviques da minha cola e eu pude inventar a nova ideologia: um grande balé na mídia para manter o povo feliz. Eles pensavam: se ele chegou lá, nós também podemos...Ele é ‘nóis’. Não entendo como o FHC não teve a grandeza nem de um ‘populismozinho’.


“Tudo tão simples; basta falar como eles, falar de futebol, fingir de vítima, injustiçado por ter origem humilde, dividir o mundo em ricos e pobres, mentir estatísticas numa boa, falar do futuro.

“Depois, espelho meu, tive mais sorte. Começou o surto dos emergentes. Como entrou grana aqui! Gastei tudo para consolidar meu poder. Mas chega de saudade; a realidade é: afinal, volto ou não volto?





“O perigo é eu voltar e ter de lidar com a cagada que eles fizeram. Essa Dilma e o Mantega... Porra...

“Já pensou? Ter de acordar cedo, beber meu uísque 30 anos só de noite... E aguentar o Berzoini, o Rui Falcão, falando como se morassem na URSS... E pior é que os comunas vão ficar mais assanhados, mais ‘aloprados’ ainda. Vão querer mais ‘bolivarianismo’. Já me aporrinharam e fu*&ram tudo com o mensalão... Eu bem que avisei: ‘Vão com menos sede ao pote!...’ Só fizeram merda e depois tive de me virar, dizer que não sabia. Só me encheram o saco. Mofem na Papuda.

“Se eu voltar, vou ter de satisfazer essa laia. Vou ter de reprimir a mídia. Disso até gosto, para assegurar minha bela imagem no futuro.

“Será que vale a pena botar em risco minha imagem?

“E tem mais: minha maior descoberta foi que o Brasil não tem conserto. É impossível governar. A política não rola mais. É um parafuso espanado. Se os tucanos ganharem, vão se fu*&er também.

“Minhas imagens: quantos lulas refletidos nos espelhos...

“‘Lula! Que você está fazendo aí, trancado?’ ‘Já vou, Marisa; porra, não posso nem ir ao banheiro?’

“Isso, espelhos meus! Batam palmas para mim! Milhares de ‘eus’ me aplaudindo! Obrigado, meu povo!

“E aí? Volto ou não volto?”


21 de maio de 2014

Arnaldo Jabor é Cineasta e Jornalista.

CAPITALISMO DE BALCÃO

SÃO PAULO - O assim chamado capitalismo está longe de ser um sistema perfeito ou mesmo bom, mas ele decerto promove mais eficiência e cria mais riqueza do que todas as alternativas até hoje experimentadas. Só que, para funcionar a contento, ele depende da existência de agentes livres para produzir e consumir o que lhes pareça melhor.

É desta parte que muitos no Brasil ainda não se convenceram. Parcela não desprezível do empresariado e de guildas profissionais, em vez de oferecer produtos e serviços que as pessoas queiram adquirir e contratar, prefere pegar carona na autoridade do Estado e, através de leis e portarias, criar um mercado cativo e sem riscos. É o capitalismo de balcão.

Nesse contexto, só posso aplaudir a decisão do governo Dilma Rousseff de adiar por mais 24 meses a obrigatoriedade de as montadoras incluírem nos veículos novos o tal do rastreador, um chip de localização e bloqueio que pode ser acionado em caso de furto. A engenhoca encarece o carro em cerca de R$ 700. O problema é que, para funcionar, o proprietário precisa contratar os préstimos de uma empresa especializada. Ou seja, a peça gera um ônus para o consumidor e pode não servir-lhe para nada. É muito mais lógico, portanto, que só quem realmente queira o serviço compre o rastreador.

Essa foi mais uma esperteza de fabricantes de chips e seguradoras sancionada pelo Contran, o mesmo Conselho Nacional de Trânsito que, alguns anos atrás, fez todos os donos de carros carregarem um inútil kit de primeiros socorros composto por gaze, luvas e esparadrapo.

O problema, infelizmente, não está limitado a essa esfera. Quem não se lembra do golpe da tomada, pelo qual, numa só canetada, nos fizeram ou trocar todas as tomadas da casa ou adquirir adaptadores? Na mesma linha, sindicatos adoram criar obrigatoriedades que exigem a contratação de um de seus associados. Pobres dos brasileiros.

 
21 de maio de 2014
Hélio Schwartsman

TSE suspende propaganda do PT com discurso do medo



Na VEJA.com. Comento daqui a pouco:

A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Laurita Vaz determinou a suspensão, em caráter liminar, da propaganda do PT que pregava o “discurso do medo” com a volta de “fantasmas do passado” nas próximas eleições à Presidência. A ministra atendeu a uma interpelação do PSDB, que apontou campanha antecipada da presidente Dilma Rousseff no rádio e na televisão. 

Para Laurita Vaz, “mesmo que o teor da peça não imponha, como pretende o representante [PSDB], a conclusão de tratar-se de ‘propaganda eleitoral antecipada’, sinaliza, ainda que de forma dissimulada, para a continuidade do atual governo, com associação de imagens e ideias negativas ao passado, a incutir no espectador que isso ocorreria caso se desse ouvidos a falsas promessas”.

De acordo com Laurita, a propaganda fere as normas previstas na Lei dos Partidos Políticos. Continua Laurita: “Constata-se que a peça impugnada, de forma subliminar, velada, associa imagens negativas, relacionadas à miséria, ao desemprego e à penúria, a um passado político antecedente ao que marca o atual governo, confiado ao PT, mediante afirmações de que não se pode deixar que os fantasmas do passado voltem e levem tudo que conseguimos com tanto esforço”. Na campanha de 2002, o PT criticou o PSDB por um comercial em que a atriz Regina Duarte dizia “eu estou com medo”, referência à candidatura do ex-presidente Lula.

Por Reinaldo Azevedo

Brasil é um dos países menos otimistas da América Latina


Estudo global do Instituo Gallup mostra que sete em cada dez adultos pelo mundo são otimistas. Brasil fica na 49.ª posição dentre 138 países



21/05/2014 | 19:32   Jornal de Londrina
 
Apesar do noticiário mostrar diversos problemas sociais ou conflitos que estão em andamento pelo mundo, as pessoas ainda são majoritariamente otimistas. Segundo estudo global do Instituto Gallup divulgado nesta quarta-feira (21), sete em cada dez adultos pelo mundo refletem otimismo em seu dia a dia. Dentre os 138 países estudados em 2013, nove dos dez primeiros colocados são nações da América Latina.

O Brasil figura na 49.ª posição, com 74 pontos de um total de 100. O país mantém uma colocação mediana no cenário internacional, mas fica atrás de seus vizinhos latino-americanos, como o Paraguai (87 pontos), que lidera o ranking pelo terceiro ano consecutivo, Panamá (86 pontos) e Argentina (78 pontos). No total, foram entrevistadas aproximadamente 138 mil pessoas com mais de 15 anos no globo.

Países com maior índice de otimismo em 2013
Veja a lista das nações latino-americanas estudadas pela pesquisa global Gallup. Dentre 138 países, os nove primeiros colocados no ranking internacional são da América Latina. A média vai de 0 a 10. 

1º - Paraguai - 87 pontos
2º - Panamá - 86 pontos
3º - Guatemala - 83 pontos
4º - Nicarágua - 83 pontos
5º - Equador - 83 pontos
6º - Costa rica - 82 pontos
7º - Colômbia - 82 pontos
8º - Dinamarca - 82 pontos
9º - Honduras - 81 pontos
10º - Venezuela - 81 pontos
11º - El Salvador - 81 pontos
19º - Chile - 78 pontos
20º - Argentina - 78 pontos
30º - Uruguai - 76 pontos
46º - Peru - 74 pontos
48º - Bolívia - 74 pontos
49º - Brasil - 74 pontos


Segundo o instituto que conduziu a pesquisa, os altos índices registrados na América Latina refletem parcialmente “a tendência cultural da região de focar no lado positivo da vida”.

Para o cientista político Renato Perissinotto, que leciona no curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná (UFPR), essa afirmação supõe uma certa unidade cultural que não existe entre os países da região. “Existem características comuns entre os primeiros colocados no estudo, sim, mas tal explicação constrói apenas mais uma ficção sobre o perfil da população latino-americana”, garante o pesquisador.

Além disso, o cientista político da UFPR destaca que, em geral, a tendência é que as pessoas não se reconheçam de forma negativa nas pesquisas, o que pode ter superestimado os índices, apesar das perguntas base para a pesquisa terem sido indiretas. A saber, elas questionavam se as pessoas haviam experimentado recentemente algum tipo de sentimento de felicidade, se se sentiam descansadas e se foram tratadas com respeito.

DILMA LANÇA "KIT PARA SER FELIZ NA COPA"


O baiano João Santana, o chefe do marketing da campanha da Dilma, lançou mais uma ideia inovadora nesta terça-feira, por sinal muito elogiada pelo Lula e, como não poderia deixar de ser, pela "Presidenta".
 

Trata-se do "Kit Seja Feliz na Copa". Santana explicou que o dispositivo é muito simples e teve custo zero, atendendo ao pedido da Presidenta para racionalizar o uso do dinheiro público.


Por isso, o já apelidado "Kit-Rindo", pode ser montado por qualquer pessoa. Utiliza apenas dois clips e duas borrachas de amarrar dinheiro (êpa!), conforme mostra a ilustração acima.


 
A ideia do Kit-Rindo, surgiu depois que pesquisas privadas realizadas pelo marketing do PT, constataram que há uma "profunda" insatisfação dos brasileiros com o elevado gasto público do governo com a Copa do Mundo, fato que tem deixado a Presidenta muito preocupada.


 
Foi quando o mago do marketing petista teve essa ideia simples e sem custo algum para os cofres públicos, já avariados pela nebulosa compra a refinaria fajuta de Pasadena pela Petrobras.

 
A Presidenta, como é uma governante durona que não sabe o que é misturar o que é público com aquilo que é privado, bateu o martelo na hora aprovando o "Kit Rindo", por considerar que os brasileiros, afinal de contas, têm o direito de serem felizes durante a Copa do Mundo.

 
O marketeiro João Santana foi muito elogiado por Lula, que se lembrou logo do empresário Eike Batista. "Bem que o Eike poderia fabricar esse Kit, já que suas empresas estão meio paradas" - disse Lula com aquele seu sorriso irônico.


 
E assim o governo da Dilma resolveu um dos maiores problemas do Brasil no momento, ou seja, criar um clima de euforia na Copa do Mundo.

 

6 comentários:


Alexandre, The Great disse...
Empreendedorismo botocudo, igual aquele sujeito que "privatizou" o bueiro e criou um "WC" durante o Carnaval, hehehe...
Anônimo disse...
E o povo usa o kit monta em um jegue e vai assistir o jogo feliz da vida! É... na república da banânia é assim.
Anônimo disse...
Fala sério!! É verdade isso?? Meu Jesus Cristinho, fazia tempo que eu não ria tanto! Descobri outra serventia pra esse Kit: é um ótimo desopilador do fígado! Realmente, o Brasil é o país da piada pronta! Não consigo parar de rir...
Agda.
TERMINATOR disse...
Mas esse kit só serve para o brasileiro inteligente e responsável disfarçar sua indignação. Para os otários não será necessário este kit porque eles já estão rindo desde já feitos bocós bobos alegres com a copa. Se o Neymar fizer um gol então imagina o grito de gol, a alegria e os sorrisos da jumentada idiota.
Anônimo disse...
do G1:

"O corredor expresso Transcarioca, que vai ligar a Barra da Tijuca ao Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, o Galeão, na Ilha do Governador, ainda nem foi inaugurado e já precisa de reparos."

meu Deus, quem puder, fuja logo dessepaiz!

nao tem jeito! nao tem jeito!!!
Anônimo disse...
FIFA É DONA DO PAGODE
QUEM QUISER USAR COMERCIALMENTE A PALAVRA PAGODE TEM QUE PAGAR PARA A FIFA. JOAOSANTANA QUE SE CUIDE.

POR TRÁS DA GREVE DO TRANSPORTE EM SÃO PAULO, A GUERRILHA DOS SINDICATOS. É UMA VERGONHA!


O caos que o paulistano enfrentou para voltar para casa nesta terça-feira e se repete na manhã desta quarta é fruto de uma histórica disputa pelo comando do sindicato dos motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo, que se arrasta há décadas e já foi marcada por mortes e tiroteios em eleições recentes. 
Desta vez, a guerra sindical estourou porque um grupo dissidente não aceitou o acordo aprovado pela categoria de reajuste salarial de 10%. Os dissidentes resolveram começar uma greve-surpresa, obrigaram motoristas a descer dos veículos, estacionaram ônibus nos corredores e bloquearam terminais. O resultado foi o engarrafamento recorde no ano nas principais artérias da cidade ontem – 261 km de vias travadas – e 230.000 pessoas sem transporte público na capital.
Nesta quarta, ônibus de cinco das nove empresas que circulam diariamente na cidade estão estacionados, doze garagens permanecem fechadas e 14 dos 28 terminais foram bloqueados até as 13h30. O pico de congestionamento pela manhã foi de 98 km, às 9h30, retornando aos índices normais para o período às 10h. As regiões mais afetadas são a zonas Norte e Oeste. O rodízio municipal de veículos está suspenso.
Em São Paulo, a categoria é formada por 37.000 funcionários – 20.000 motoristas e 17.000 cobradores. Antes do acordo firmado na segunda-feira, o piso salarial dos motoristas era de 1.955 reais, e de 1.130 reais para cobradores. Os dissidentes que não aceitam o reajuste de 10% reivindicam aumento de até 33%.
Sem ter uma liderança clara, o grupo promete manter a paralisação. A prefeitura de São Paulo e o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo afirmam que não conseguiram identificar os responsáveis pela greve-surpresa.
O presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas), José Valdevan de Jesus Santos, conhecido como "Noventa", afirma que a paralisação é política e começou com funcionários da empresa Santa Brígida. "Acredito que há algo por trás, que há um jogo para causar o desgaste da direção do sindicato e do presidente."
A entidade que representa as empresas de ônibus afirmou que acionou a Polícia Civil para assegurar a circulação. A SPTrans disse que pediu ao Ministério Público apuração do caso.
Do site da revista Veja

BLOG do Aluizio Amorim

GOVERNO DA DILMA TEM CONTRATOS COM O IBOPE AVALIADOS EM R 6,5 MILHÕES PARA PESQUISAS ATÉ AS VÉSPERAS DA CAMPANHA ELEITORAL DE 2014






A propósito dos rumores sobre uma nova pesquisa eleitoral do Ibope, um reportagem do Estadão no ano passado revelou um contrato milionário do Governo da Dilma com essa empresa para realizar pesquisas até as vésperas da eleição presidencial. 



Segue a reportagem do Estadão que põe em jogo a credibilidade do Ibope, já que tem contrato com o governo do PT. Leiam: 


O Palácio do Planalto firmou dois contratos avaliados em R$ 6,4 milhões para realizar pesquisas de opinião pública que se estenderão até as vésperas da campanha eleitoral de 2014. Celebrados com o Ibope Inteligência e Virtú Análise na sequência das manifestações de junho, os contratos, que preveem sigilo indefinido dos temas, perguntas e resultados das pesquisas, são os primeiros dessa natureza celebrados pela Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) na gestão Dilma Rousseff após a entrada em vigor da Lei de Acesso à Informação (LAI).


Em sua cláusula segunda, inciso 10, os contratos dizem que os institutos de pesquisa deverão manter "irrestrito e total sigilo" sobre os "assuntos de interesse" do governo. O Estado solicitou o conteúdo das pesquisas já realizadas com base na Lei de Acesso. A Secom, no entanto, rejeitou o pedido. O sigilo contraria entendimento do próprio órgão federal responsável pela transparência, a Controladoria-Geral da União (CGU). 


Segundo o ouvidor-geral da União, José Eduardo Romão, todas as informações que constam das pesquisas deveriam ser divulgadas imediatamente e o sigilo contratual não afasta o princípio da publicidade. "A informação é pública, mesmo que o contrato estabeleça que a informação é sigilosa. A CGU já entendeu em casos anteriores semelhantes que esse sigilo não afasta a aplicação da Lei de Acesso à Informação. No momento em que a empresa repassa a informação para órgão público, essa informação torna-se pública."


O procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Marinus Marsico, também critica a falta de transparência. "É um procedimento perigoso. Pelo princípio da publicidade, tudo é público. Essas informações só podem ser sigilosas se a lei especificar a preservação do sigilo, o que não é o caso. Os documentos quando sigilosos são regulados por lei. Todos têm de entender que isso envolve dinheiro público."

A Secom informa que as pesquisas serão divulgadas três meses após o governo recebê-las. 

Esse prazo, porém, além de não constar do contrato, não vai ser cumprido na primeira leva de pesquisas porque a Secom definiu que apresentará os resultados apenas em dezembro. Além de serem os primeiros contratos de pesquisa realizados após a LAI, são os primeiros sob a égide de uma nova legislação de 2010, decorrente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, que obrigou, dentre outros pontos, o governo a firmar acordos específicos para pesquisas de opinião sobre serviços públicos. 

Antes, as agências de comunicação responsáveis pelas campanhas de publicidade também realizavam as pesquisas, em um contrato que abrangia os dois serviços.

Tarefas. O Ibope Inteligência ficou responsável pelas pesquisas quantitativas e telefônicas, ao valor de R$ 4,6 milhões. O Virtú Análise, contratada por R$ 1,8 milhão, cuida das pesquisas qualitativas. 

Em ambos os casos, o período das pesquisas se encerra a poucos dias do início da campanha eleitoral de 2014. O contrato da Virtú Análise foi fechado no dia 1 de julho deste ano e se encerra em 1 de julho de 2014. O do Ibope foi firmado em 27 de junho e também terminam um ano depois. A campanha eleitoral começa no dia 6 de julho de 2014.


O presidente da ONG Transparência Brasil, Cláudio Abramo, afirma que o modelo adotado pela Secom pode ser aproveitado para fins eleitorais. "São contratos que parecem ser muito vulneráveis. O formato abre possibilidade de que pesquisas realizadas às vésperas da eleição possam ser utilizadas durante a campanha. Do site do Estadão

Pacote de regalias para servidores públicos em ano eleitoral



porcos
O PT compra tudo e todos. Ou ao menos tenta. É o que vem à mente quando lemos que a Câmara aprovou um pacote de bondades para servidores públicos em pleno ano eleitoral. 

Diz o jornal:

A Câmara aprovou na noite desta terça-feira, um pacote de bondades para servidores públicos que implicarão em aumento nos gastos públicos e impacto nas contas de mais de R$ 900 milhões ao ano, segundo cálculos feitos pelo PSDB. As bondades foram incluídas em ano eleitoral pelos deputados na Medida Provisória 632/2013, que trata de revisão remuneratória de diferentes categorias do serviço público e já implicará em impacto nas contas públicas de cerca de R$ 576 milhões este ano. A MP ainda terá que ser votada no Senado, antes de seguir à sanção presidencial.

Entre as medidas incluídas pelos deputados está a emenda, de autoria do líder do PT, Vicentinho (SP), que estabelece que a União terá que arcar com os salários de servidores públicos que forem eleitos para mandatos em confederações, federações, sindicatos e associações cooperativas das diferentes categorias. Hoje, a lei concede licença para exercer esse tipo de mandato, mas quem paga o salário dos dirigentes são os sindicatos e as entidades.

A emenda também amplia o número de servidores que poderá pedir licença para concorrer e representar as categorias nas entidades de classe. Hoje, a lei libera um servidor para entidades com até 5 mil associados, dois para as que têm até 30 mil e três, para acima de 30 mil. A emenda aprovada libera respectivamente dois para até 5 mil associados, quatro servidores para até 30 mil, e oito para as entidades que têm mais de 30 mil associados. O texto diz que a licença remunerada só será concedida se a entidade estiver cadastrada no órgão competente.

Quem vai ter coragem de ir contra? Apenas o deputado Mendes Thame, do PSDB, ousou criticar a medida: “Não tem cabimento a União ter que arcar com o pagamento dos salários dos que irão defender os interesses dos servidores, mas lutando contra os interesses da União. Hoje a lei é equilibrada, permite a licença, sem depender de aval do chefe, mas quem paga o salário é o sindicato. Isso aumentará os gastos do governo”.

Em política, os benefícios costumam ser concentrados e os custos, dispersos. Para agradar os servidores públicos e os sindicatos, joga-se a fatura em cima dos ombros da classe média trabalhadora, como se esta já não tivesse que labutar até maio só para pagar impostos. É um abuso de poder, distribuindo mais riqueza da iniciativa privada para o setor público, e garantindo mais regalias para os sindicatos.

Não podemos jogar toda a classe de servidores públicos no mesmo saco podre, claro, pois tal generalização seria muito injusta. Mas é inegável que há um grupo de marajás enorme encastelado no poder, mamando nas tetas estatais. São parasitas demais para hospedeiros cada vez mais cansados do pesado fardo que carregam, sem contrapartida alguma nos serviços prestados. Até quando o povo brasileiro vai aguentar essa situação?

Rodrigo Constantino

As barreiras do sindicalismo---Rodrigo Constantino





As greves que vêm transtornando a vida dos brasileiros colocaram a questão sindical na ordem do dia. Já falei aqui da crise de representatividade dos sindicatos, pois essas greves têm sido lideradas por movimentos dissidentes.

Agora, resgato outro artigo publicado no GLOBO, mostrando como os sindicatos, em essência, atuam para garantir privilégios que não preservam, na prática, conquistas sustentáveis aos próprios trabalhadores. Esses podem não saber, mas seu maior aliado é mesmo o capitalismo liberal.

As barreiras do sindicalismo

“O poder sindical é essencialmente o poder de privar alguém de trabalhar aos salários que estaria disposto a aceitar.” (Hayek)

A economia de mercado pode ser descrita também como a democracia dos consumidores. Os empresários não determinam o que deve ser produzido independente da demanda; eles estão sujeitos à soberania dos clientes. São esses que, em última instância, decidem quais produtos serão os vencedores.

A suposta frieza da busca pelo lucro no livre mercado costuma incomodar muitas pessoas. Mas o que se ignora é que justamente isso garante a supremacia dos consumidores. Os empresários são forçados a oferecer os melhores produtos pelos menores preços. Por isso eles são levados a pagar o salário de mercado, ou seja, aquele sujeito às leis da oferta e procura. Se uma empresa é forçada a reduzir a jornada de trabalho sem reduzir os salários, com uma produtividade constante, ela perderá competitividade e poderá ir à falência.

Os consumidores não estão dispostos a pagar mais pelo mesmo produto, só porque alguns sindicalistas desejam mais tempo livre. Os próprios sindicalistas nunca aceitariam o mesmo argumento na compra dos produtos que consomem. O sindicalista enquanto consumidor não questiona se o item demandado foi produzido por empregados que trabalham 40 ou 45 horas semanais. Ele quer o melhor produto pelo menor preço. E, quando ele exerce essa escolha, ele está definindo como o empregador deve agir, sempre mantendo o menor custo possível.

Uma característica comum à mentalidade sindicalista é o foco no curto prazo: há um lucro que poderia ser dividido de forma mais igualitária. A função do empresário é vista como sem valor, uma exploração. O sindicalista ignora completamente o fato de que as condições de mercado estão sempre mudando, e que decisões fundamentais, que podem selar o destino da empresa, precisam ser tomadas diariamente. Trata-se de uma visão estacionária: ignora os problemas essenciais do empreendedorismo sob um processo dinâmico que é o mercado.

A essência das políticas sindicais é sempre garantir privilégios para um grupo minoritário à custa da maioria. O resultado acaba sendo a redução do bem-estar geral. Os sindicatos tentam criar barreiras contra a competição entre trabalhadores, garantindo vantagens para aqueles já empregados e filiados aos poderosos sindicatos. Quando obstáculos são erguidos, como o salário mínimo ou as restrições de horas trabalhadas, o que os sindicatos fazem é dificultar a entrada de novos trabalhadores no mercado. O resultado prático é mais desemprego e informalidade, assim como preços maiores para os consumidores.

A melhor garantia que os trabalhadores têm para mudar de vida está no livre mercado. Com o foco nos consumidores, os empresários terão que investir em tecnologias que aumentam a produtividade do trabalho, permitindo maiores salários. Por isso os trabalhadores de países mais livres, com maior flexibilidade trabalhista e menores encargos, desfrutam de condições bem melhores que aquelas encontradas em países mais intervencionistas. Basta comparar Austrália, Estados Unidos e Dinamarca com o próprio Brasil, ou então a Inglaterra antes e depois de Thatcher que, corajosamente, enfrentou a máfia sindical.  

Não adianta achar que imposições legais vão melhorar a vida dos trabalhadores. A solução não está no decreto estatal ou na pressão sindical, mas sim no próprio progresso capitalista. Foi ele que permitiu o acesso dos trabalhadores a maiores salários e diversos produtos que aumentaram o conforto de maneira impensável no passado.   

Rodrigo Constantino

Novo Código Comercial à vista: preparem-se para mais intervenção!




Por Rodrigo Mezzomo, publicado no Instituto Liberal

Tramitam no Congresso Nacional dois projetos de lei, um na Câmara dos Deputados e outro no Senado. O processo legislativo na Câmara dos Deputados teve iniciou em junho de 2011, quando foi apresentado pelo PT o PLC Lei nº 1572. No Senado, por intermédio de proposta oferecida por Renan Calheiros (PMDB), presidente da Casa, tramita o PLS 487/2013.

Tais projetos marcam a tentativa de se recodificar o Direito Comercial brasileiro. O objetivo é, em tese, modernizar as relações empresariais por meio de uma norma jurídica que atenda às demandas do mundo econômico contemporâneo. Surgiram duas posições a respeito do Projeto, a saber: críticos à ideia de um novo Código afirmam que, em face do dinamismo das relações comerciais, seria mais adequada a revisão pontual da legislação. Noutro giro, há quem defenda a elaboração de novo Código, ao argumento de que se faz necessária uma ampla revisão sistemática do tema. Tal metodologia tornaria mais fácil o regramento e interpretação da matéria.

Como liberal, evidentemente que me filio à primeira posição, ou seja, sou contrário a adoção de um novo Código Comercial. Hoje, a matéria comercial se encontra espalhada em várias leis, contudo, guarda certa coesão. Mudar de uma só vez as regras jurídicas que regem os negócios, unificando-as em um Código, é algo que vejo com grande reserva. No Brasil, as mudanças costumam ser para pior. O legislador sempre inventa uma forma de intervir ainda mais. Sempre há espaço para colocar um artigo aqui ou acolá que fale em “justiça social”, “dignidade da pessoa humana” ou, ainda, “função social da propriedade”.

A edição de uma nova codificação pode parecer um avanço ao espectador mais desavisado, todavia, tal Código significa um grande volume de novas intervenções no funcionamento da economia e das sociedades comerciais, o que inevitavelmente provoca novas áreas de tensão e incerteza.

A adoção de um novo Código, trará, quero crer, mais insegurança jurídica que garantias aos empresários, empreendedores e investidores, vez que dúvidas interpretativas acerca do marco legal tendem a ampliar sobremaneira os custos de transação enfrentados pelos dos agentes econômicos.

A elevação dos riscos desestimula as trocas comerciais e toda a atividade econômica se ressente desse tipo de acontecimento. Em verdade, a mera expectativa de um novo Código já reverbera na decisão dos agentes econômicos.

Analisando os retrospectos do Código de Defesa do Consumidor (1990) e do o Código Civil (2002), verifica-se que os tribunais brasileiros precisam, em média, de oito anos para consolidar um entendimento acerca de determinado tema. Qual o custo econômico e financeiro disso? Em uma economia fragilizada como a nossa, isso é viável ou desejável? Em suma: os benefícios compensam os riscos e os custos? Parece-me que não!

Um novo Código Comercial certamente gerará desestímulo aos investidores, pois com ele amplia-se a trama burocrática que amarra o ambiente de negócios. Ademais, na medida em que o pensamento jurídico brasileiro, tanto acadêmico quanto judicial, é predominantemente estatizante, o nosso cenário econômico, que já é ruim, pode piorar sensivelmente.

A discussão jurídica no Brasil perdeu a racionalidade e assumiu despudoradamente tonalidades messiânicas. Tribunais e juristas não se cansam de apontar eventuais “falhas de mercado”, todavia, em uma espécie de cegueira seletiva, parecem não ver das reiteradas catástrofes geradas pela intervenção governamental.

O que faz uma boa lei comercial, ou seja, o arsenal jurídico que realmente gera prosperidade econômica é a capacidade de assegurar, da forma mais clara possível, a autonomia privada, a força obrigatória dos contratos, a livre iniciativa e a livre concorrência, a liberdade de anunciar, o respeito irrestrito pela propriedade privada, e assim sucessivamente. São, em síntese, as clássicas garantias negativas.

Entretanto, vivemos em um país semi socialista e, por força da Constituição de 1988 e de todo o processo político que se desenvolveu a partir de então, as garantias liberais são facilmente flexibilizadas, bastando sacar-se do bolso do colete do interprete algum “principio” social. O Brasil se tornou um país liberticida, pois quanto a liberdade colide com qualquer outro “princípios social”, este, invariavelmente, será privilegiado em detrimento da liberdade.

A burocracia é o grande desafio enfrentado pelos empresários que pretendem investir no Brasil. A mentalidade predominante é hostil ao lucro, é indócil com o empreendedor. Aqui tudo é difícil, o “custo Brasil” é imenso, pois a carga tributária é absurda, as obrigações trabalhistas proibitivas, as exigências consumeristas exageradas, o direito administrativo despótico, isso, sem contar nos demais fatores que inibem o progresso, como carência de infraestrutura, apagão de mão de obra, etc. Enfim, temos leis demais e prosperidade de menos, a conta não fecha.

No Brasil não se acredita que a economia seja regida pela lei da escassez. Por aqui se tem a firme convicção de que tudo se resolve por canetadas governamentais, que é possível aumentar os salários e a renda per capta por ato de vontade política, que o patamar de juros é uma questão de bondade ou maldade e, ainda, que a realidade pode ser plasmada pela lei engendrada pelo burocrata. Em suma, aqui o governo parece desconhecer a velha máxima segundo a qual “não existe almoço grátis“.

Ademais, um novo Código Comercial, quero crer, não é capaz de, sozinho, modificar nosso ambiente de negócios. Nosso problema é de mentalidade. O empreendedorismo e a meritocracia são mal vistos na cultura brasileira, regida secularmente pelo compadrio, pelos favores, pela escolha dos campeões e pelo peculiaríssimo jeitinho brasileiro. A desburocratização e a melhoria da vida empresarial não necessariamente está vinculada a edição de um Código.

Geraldo Alckmin e Paulo Skaf fogem de sabatina


Josias de Souza


Governador Geraldo Alckmin, no cartel do metrô e dos trens, apuram-se indícios de fraudes que vêm de 1998. Atravessaram as gestões Covas, Alckmin e Serra. O senhor e seu partido, no poder há duas décadas, alegam que não sabiam. Supondo-se que a alegação seja verdadeira, não acha que o cidadão de São Paulo merece, no mínimo, administradores públicos menos desatentos, capazes de enxergar o que se passa defronte do nariz?


Candidato Paulo Skaf, permita-me recuar a 2004. Nesse ano, o senhor assumiu a presidência da Fiesp, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, numa situação inusitada: era um ‘sem-indústria’. Sua empresa, a Skaf Indústria Têxtil Ltda., fora à breca. Se o senhor não teve capacidade para gerir o próprio negócio, que segurança oferece ao eleitor de que possui credenciais para administrar os negócios do Estado?


O signatário do blog planejava oferecer a Geraldo Alckmin (PSDB) e Paulo Skaf (PMDB), candidatos ao governo de São Paulo, a oportunidade de responder a indagações como as que foram expostas acima. Porém, os dois políticos acharam melhor recusar o convite para participar do ciclo de sabatinas promovido por UOL, Folha, SBT e Jovem Pan. Lastimável.


Embora seus assessores tivessem comparecido a reuniões com os promotores das sabatinas, Alckmin e Skaf preferiram a fuga. Diferentemente dos candidatos Alexandre Padilha (PT) e Gilberto Kassab (PSD), que se submeteram a uma hora de perguntas cada um, o tucano e o peemedebista sonegaram aos eleitores um lote de informações que talvez os ajudasse a fazer escolhas mais claras e conscientes.


Decerto preferem os debates entre candidatos. Eventos que, submetidos a condicionantes impostas pelos marqueteiros, tornam-se mais pasteurizados e opacos a cada eleição. Melhor: devem gostar mesmo é do horário político no rádio e, sobretudo, na televisão. Um ambiente propício à mistificação. Que cresce conforme o tamanho das arcas da campanha e da quantidade de minutos de propaganda, amealhados em tenebrosas transações partidárias.


Logo, logo o eleitor será submetido aos videoclipes de Alckmin e Skaf. Considerando-se o potencial de arrecadação da dupla, a produção há de ser hollywoodiana —músicas apoteóticas, obras e realizações, depoimentos de homens e mulheres do povo. A maioria pobres. Todos rendidos às fabulosas qualidades pessoais dos candidatos. Temperadas à base de pesquisas qualitativas, as peças exibirão quase tudo, menos informação confiável. Nelas, qualquer risco iminente de racionamento de água pode ser atribuído a São Pedro, não à falta de planejamento.


Há muito se discute a necessidade de alterar o atual modelo de propaganda eleitoral, afastando-o do marketing e, por consequência, tornando-o mais barato e menos artificial. No gogó, muitos políticos concordam. Na prática, os vícios se eternizam. Contra esse pano de fundo, as sabatinas, que incluem perguntas enviadas pela plateia, funcionam como lenitivo. Mas, infelizmente, há candidatos que ainda acham que podem fazer história produzindo mais retórica do que reflexão. Pena.

Gilberto Carvalho ataca imprensa por não aceitar versão oficial sobre a Copa. Para blogueiros do esgoto, é claro.


Em encontro com blogueiros no Palácio do Planalto, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) responsabilizou nesta quarta-feira (21) a chamada grande imprensa pelo "mau humor" em relação a Copa do Mundo, apontando inclusive a "sonegação de informação" e "envenenamento".

Para o ministro, o Brasil "dos economistas da imprensa e o Brasil da realidade é completamente diverso". "O Brasil de muitas colunas políticas e o Brasil do dia a dia do povo é outra coisa. Nós temos tido a sorte [...] de ainda ter o apoio da maioria apesar desse martelar diário em que tudo está perdido".

Carvalho afirmou que, ao ler os jornais, tem "a impressão de que o Brasil não aguenta nem para depois de amanhã, quebra amanhã na economia, na política, é uma tragédia". "Nós inventamos a corrupção, nós somos os que se apropriaram do Estado para dar cargos aos companheiros e ponto. E estamos nos locupletando tremendamente", disse.

Próximo de Lula, de quem foi ministro por oito anos, Carvalho adotou linha semelhante ao do ex-presidente, que defendeu neste mês a regulação da mídia, paralisada no governo Dilma. Na conversa com blogueiros, Carvalho afirmou que é preciso fazer uma tentativa de contraponto para haver "um tratamento democrático da informação". "O problema não é uma imprensa que critica o governo. O problema é o que eu chamaria de sonegação da informação", afirmou.

"Se você pegar a Copa do Mundo, por exemplo, esse mau humor que se formou em torno da Copa do Mundo, está fundada numa desinformação profunda. Tudo bem você criticar o custo de um estádio, mas você tem que dizer para que vai servir aquele estádio de fato. Isso não foi colocado".

Questionado pela imprensa sobre as críticas realizadas ao evento, Carvalho contemporizou, mas disse que tem certeza que há sonegação de informação no Brasil. "Quero deixar muito claro que liberdade de imprensa não se discute. O que eu digo é que parte das pessoas que se posicionaram contra a Copa o fizeram por falta de informação adequada do conjunto de oportunidades que a Copa traz ao Brasil", disse.


Na opinião de Carvalho, "o clima que se estabeleceu em grande parte contra a Copa, resulta de uma excessiva editorialização da opinião e a falta da informação real". "Há coisas que foram ditas que não correspondem à realidade e houve um processo de envenenamento mais ou menos generalizado que acho que agora, mais ou menos, reverteu", afirmou. (Folha Poder)
 

Segundo a Petrobras, Gabrielli mentiu na CPI chapa branca do Senado. Se ela fosse séria, ele teria saído de lá algemado.



 
 
A Petrobras desmentiu nesta quarta-feira as informações dadas ontem pelo ex-presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, sobre o processo de aprovação de contratos e aditivos realizados na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. 

Durante seu depoimento feito à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras Gabrielli foi claro e objetivo ao relatar que a Rnest, como também é conhecida a refinaria Abreu e Lima, tinha um conselho de administração próprio que tomava decisões sobre a assinatura de novos contratos e aditivos sem ter de submetê-los ao conselho e à diretoria da Petrobras.

Depois da audiência Gabrielli voltou a detalhar o assunto a jornalistas. “A refinaria funcionava como uma empresa subsidiária da Petrobras. Ela é que tinha a competência de tomar essas decisões. Da mesma forma que a BR Distribuidora toma decisões sem a diretoria da Petrobras tomar conhecimento”, disse o ex-presidente da estatal. E completou: “A diretoria e o conselho da Petrobras acompanham os resultados finais. É uma refinaria que tinha decisões no âmbito na Rnest (Abreu e Lima), e que não chegava à diretoria da Petrobras.”

Por meio de nota publicada hoje, a Petrobras desmente a declaração dada por seu ex-presidente. “Esclarecemos que todos os contratos e aditivos da Rnest, inclusive os assinados até 16/12/2013 por ocasião de sua incorporação, foram submetidos previamente aos nossos órgãos competentes para autorização interna e recomendação para aprovação da Rnest, observadas as análises técnicas, comerciais, tributárias e jurídicas pertinentes, conforme modelo de governança do Sistema Petrobras. Sendo assim, está equivocada a informação de que não analisamos os contratos e aditivos da Rnest”.

Reportagem publicada hoje pelo Valor detalha a atuação do ex-diretor da área de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, que entre março de 2008 e dezembro de 2013 foi o presidente do conselho de administração da Petrobras.

Os gastos de Abreu e Lima que constam das atas do conselho de administração da refinaria apontam gastos superiores a R$ 6,5 bilhões assinados por Paulo Roberto Costa e por seu sucessor no posto, José Carlos Cosenza. Então gerente-executivo de refino da Petrobras, Cosenza já era membro do conselho desde junho de 2008.

Mais de 150 aditivos foram realizados nesse período, totalizando em mais de R$ 4,1 bilhões em aumento de custos. A maioria deles está vinculada a contratos firmados originalmente pela própria Petrobras, ou seja, antes da constituição do conselho de Abreu e Lima. Além dos aditivos, vieram os novos contratos assinados com empreiteiras, prestadores de serviços e fornecedores de equipamentos, um conjunto de novas contratações que ultrapassa a marca de R$ 2,5 bilhões.

Ontem Gabrielli minimizou o fato de o conselho de Abreu e Lima ter assinado mais de 150 termos aditivos. “Não é tanto aditivo. Sabe quantos contratos tem a refinaria Abreu e Lima? 260 contratos. Não sei quando aditivos têm por contrato”, disse Gabrielli.

Ontem, depois das declarações feitas por Gabrielli, a Petrobras foi procurada pela reportagem para esclarecer como acompanhava o processo de liberação de contratos da refinaria e de seus aditivos. A companhia foi questionada sobre como passou a serem administrado os pedidos de aditivos contratuais atrelados às obras da refinaria Abreu e Lima, após a incorporação da Rnest S/A pela Petrobras.


A estatal também foi perguntada se o conselho administrativo e a diretoria colegiada da Petrobras passaram a analisar esses pedidos de aditivos, se o conselho de administração e a diretoria da Rnest foram extintos ou incorporados pela Petrobras, qual é a estrutura atual responsável pela avaliação de aditivos e celebração de contratos e quem são os integrantes dessa estrutura. A Petrobras informou que não iria comentar o assunto. (Valor Econômico)